Investimento Social Privado e Mobilização de Recursos na Grande Florianópolis

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o investimento social privado na grande florianpólis

3.3 Relação entre investidores e beneficiários

O público alvo mais citado pelos indivíduos doadores na região da Grande Florianópolis (Figura 8 abaixo) foi todos os públicos (53% das citações), seguido por crianças, adolescentes e jovens (37,8%), famílias (18,4%) e idosos (10,2%). O foco em crianças, adolescentes e jovens é reconhecidamente um lugar comum nas pesquisas sobre ISP no Brasil, porém, o que ressalta na região da Grande Florianópolis é o grande número de respondentes que citam apoiar todos os públicos. Isso indica uma falta de segmentação na atuação do doador individual, além de um provável desconhecimento em relação aos beneficiários de sua doação. Perguntados como costumam doar, em questão de múltipla escolha, as respostas dos indivíduos foram, na sua maioria, por meio de uma organização (61,3%), seguidas pela categoria diretamente para o público alvo (60,3%). Cabe ressaltar que na categoria, por meio de uma organização, estão inclusas as Igrejas, o que justifica o alto índice de citações. Apenas uma pessoa respondeu doar por meio de órgãos governamentais como o Fundo da Criança e do Adolescente, por exemplo, o que indica que esses mecanismos estão sendo pouco aproveitados enquanto estratégias de mobilização de recursos para o campo social. Esses dados nos fazem mais uma vez constatar que as doações diretas, informais, sem mediação das OSCs são ainda a maioria entre os doadores individuais da Grande Florianópolis. Outro importante dado que vai nessa direção é que 72,4% dos indivíduos pesquisados não se envolvem com as causas para as quais doam. Isso nos leva a inferir que as OSCs que recebem recursos de indivíduos não estão buscando envolvê-los com a sua causa, ou seja, poucas têm buscado fazer com que seus doadores individuais sejam “investidores sociais”, atuando não apenas como meros financiadores, mas como sujeitos da causa da organização. Dentre aqueles que se envolvem com uma causa (os quais apresentam um perfil mais típico de investidor social), 33,6% apoiam a causa da assistência social, 24,5% apoiam a causa da educação, 19,5% a do meio ambiente, 19,1% a da saúde, 19,1% a do desenvolvimento comunitário e 16% a do esporte (Figura 9). As causas com as quais os doadores de Palhoça e São José mais se envolvem estão mais ligadas à assistência social, enquanto que em Florianópolis a questão ambiental foi mais citada.Cum-

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