Jornal VivaDouro janeiro 2018

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Ano 2 - n.º 34 - janeiro 2018

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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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Redução nos fundos do PROVERE põe em causa coesão territorial

> Págs. 16, 17 e 18 Entrevista VivaDouro

Douro

Vila Real

Provedor da SCML, o orçamento e os desafios da instituição para 2018

Balanço dos cinco tribunais um ano após a reabretura

Encerramento de balcão dos CTT em Vila Real gera contestação

> Pág. 10

> Pág. 14

> Pág. 19 PUB

2 VIVADOURO JANEIRO 2018

Editorial

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Caros leitores,

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes.

Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 14 FEVEREIRO

As recentes chuvas aumentaram os caudais das bacias hidrográficas do Douro contudo diversos municípios mantém em marcha uma campanha para poupar este bem.

NEGATIVO

FOTO: DR

A correta gestão de fundos comunitários é uma das mais fortes medidas para combater a interioridade e a dificuldade de competir por população dos chamados territórios de baixa densidade.

Desde 2016 que os fundos, especialmente do Portugal 2020 e que eram originalmente destinados à iniciativa privada têm vindo a ser canalisados para instituições públicas, para projetos cujo mérito e oportunidade, na maioria dos casos, não estão em causa mas que mantém a substancia de estar a ser desviado apoio que se destinada à iniciativa privada para suportar, artificialmente, a descida do défice e a diminuição, apenas aparente da despesa do estado.

Que estes desvios sejam feitos a favor da diminuição da distância da interioridade ou para provocar efetiva melhoria de vida da população socialmente mais desprotegida, ainda se compreen-

de e aceita. Ou seja se os mais de onze mil milhões de euros que estão contabilizados como tendo sido modificados da esfera dos privados para a esfera pública forem aplicados em projetos que façam de facto diminuir a interioridade, captar população e aumentar a qualidade de vida dos referidos territórios ainda se compreende e até se aceitam estes desvios.

Agora com o desvio sistemático de fundos para o apoio de projetos nas grandes cidades do litoral, muitas vezes para se construir mais um pavilhão (onde já existem 3) ou para alcatifar de relva algum estádio municipal isto já não é de todo aceitável e deveremos lutar com todas as nossas forças para que a distribuição de fundos seja para projetos que de facto façam com que o país se desenvolva e não para criar elefantes brancos de cimento e ferro que ninguém depois consegue aproveitar.

Para sermos consequentes faremos a nossa parte.

Cumprimentos, ■

FOTO: DR

POSITIVO

Já não é a primeira vez que restos de comida, muita dela em estado de decomposição são colocados numa rotunda à entrada da cidade da Régua.

Sumário: Vários Concelhos Páginas 3, 6, 7, 9, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 26

“UTAD concedeu Honoris Causa ao Presidente da Junta da Galiza”

Breves Páginas 4 e 5 Sabrosa | Vila Real Página 8 Lamego Páginas 10 e 24 Mesão Frio Página 11 Freixo de Espada à Cinta Página 12 Vila Nova de Foz Côa Página 13 Destaque Vivadouro Páginas 16, 17 e 18 Vila Real Páginas 19 e 27 São João da Pesqueira Página 25 Opinião Páginas 28, 29 e 30 Lazer Página 31

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

A UTAD decidiu atribuir o grau de doutor honoris causa a Alerto Nuñez Feijóo, que preside ao Governo Autonómico Galego, desde 2009. Não sei se a decisão da UTAD surpreendeu alguém, mas posso afirmar que reuniu uma grande unanimidade tanto entre académicos como em figuras relevantes no Norte de Portugal, para além de ter sido muito bem recebida na Galiza.

O Prof. Ramón Villares, antigo reitor da Universidade de Santiago e actual Presidente do Conselho da Cultura Galega, encarregado do Laudatio do doutorando, interpretou o gesto da

UTAD como um acto de reconhecimento da relação de amizade que tem vindo a ser construída entre as administrações regionais das duas regiões. Mas também considerou que tal atitude é uma forma de sublinhar a importância estratégica da aproximação desenvolvida pelas respectivas instituições regionais, nos últimos 30 anos. Assim, saem exaltadas Cultura e História com traços de grande paralelismo. Tudo isto faz sentido, quando esta aproximação abre oportunidades de natureza económica, social e cultural, para as gentes que vivem em ambos os lados da fronteira comum.

Em contexto ibérico, o interior deste velho território do Noroeste Peninsular foi sendo penalizado pelo isolamento a que as grandes distâncias aos lugares centrais o foram votando. Porém, as muitas características comuns, em termos de orografia difícil e de temperaturas extremas, determinaram gentes que, apesar da dureza física dos elementos, se conseguiram entender. Para que as afinidades se manifestassem, foi necessário que as condições favoráveis surgissem. Foi isso que aconteceu a partir da adesão conjunta de Portugal e Espanha à Europa Comunitária, em 1986, desfazendo o tradicional posicionamento das administrações de Lisboa e Madrid, que

alimentaram uma incompreensível atitude de costas voltadas, durante séculos.

Ramón Villares evocou Torga, recordando que os elementos comuns entre terras transmontanas e galegas são responsáveis por terem gerado gentes esforçadas, que possuem “a autoridade que emana da força interior que cada um trás do seu berço”.

Concluiu considerando que a UTAD, ao atribuir esta honra a um líder político galego, teve um gesto generoso e muito coerente com a prática institucional de aproximação virtuosa das duas regiões, para superar fronteiras e desenhar políticas comuns, úteis às suas gentes.

Curiosamente, definiu Alberto Nuñez Feijóo com sendo um produto das oportunidades geradas pelas autonomias regionais, alguém que experimentou responsabilidades técnicas progressivas, sempre de forma competente, até alcançar com mérito próprio a máxima responsabilidade política da Galiza.

Enfim, na palavras de Ramón Villares, “o seu percurso público é o resultado da janela de oportunidades aberta pela descentralização autonómica”. Esta foi uma mensagem subtil mas muito certeira, especialmente dirigida para os que ainda têm dúvidas sobre as vantagens da regionalização em Portugal.

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Vários Concelhos

Números de 2017 Acidentes Rodoviários • Vila Real – 2167 | 14 mortos | 45 feridos graves • Viseu – 4510 | 15 mortos | 83 feridos graves • Guarda – 1469 | 14 mortos | 60 feridos graves • Bragança – 1182 | 10 mortos | 40 feridos graves Aumento médio da temperatura em 2017 Este foi o ano mais quente desde 1931

Turismo

• 14 milhões de dormidas em hoteis registadas por clientes nacionais • 37,6 milhões de dormidas em hotéis registadas por clientes estrangeiros • 2,71, número de noites que em média um hóspede fica alojado

Agricultura • 255 mil litros, foi a produção de vinho produzido em 2018 no Douro • -9,3% é a quebra prevista na produção de azeite em 2018

População

• 63 783 Número de nascimentos em Portugal até novembro • 81387 Número de óbitos em Portugal até novembro • 27422 Número de casamentos em Portugal até novembro

Economia

• 799 - Salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrém, na região Norte. Em 2015 o valor era de 755€, um aumento de 44€ em dois anos.

• 178.000 - Número de inscritos nos centros de emprego do Norte.

• 1 em cada quatro jovens está em situação de desempregado, correspondente a uma taxa de 24,4% de desempregados nesta faixa etária.

• 7460 - Valor da dívida, em Milhões de Euros, das famílias do Norte ao sistema bancário e financeiro relativa a crédito ao consumo e outros fins, um crescimento de 4,8% relativamente a 2016.

Fontes: ANSR; IPMA; INE; IVDP; Relatório Conjuntura da CCDR-N (dados até setembro 2017)

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Breves

Festa de Santo Antão

Carnaval em Carrazeda de Ansiães As inscrições para o habitual corso carnavalesco das associações e instituições de Carrazeda de Ansiães já estão abertas e decorrem até ao próximo dia 29 de Janeiro.

As inscrições podem ser efetuadas no Gabinete de Apoio ao Munícipe da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães mediante o preenchimento da Ficha de Inscrição ou via email para: geral@cmca.pt.

A cada associação ou instituição participante será oferecido um valor de 250€ para suportar custos com a elaboração dos fatos e outros adereços.

Ralis no Douro já têm data marcada Os calendários do Campeonato Norte Ralis 2018 e do Campeonato de Portugal de Montanha já foram apresentados pela FPAK. Assim, o Rali Município de Mesão Frio (Campeonato Norte Ralis) está agendado para os dias 25 e 26 de agosto, enquanto o Campeonato de Portugal de Montanha terá duas datas na região: 16 e 17 de junho os motores aquecem em Santa Marta de Penaguião e nos dias 28 e 29 de julho a paragem é em Murça.

Um programa singular, carregado de tradições, eminentemente pagãs, mas também religiosas. A Festa em honra de Santo Antão, padroeiro dos animais, em Peva, Moimenta da Beira, realiza-se no próximo dia 21 de janeiro, um domingo que promete atrair muitos à vila.

“Inspiring Future” chega a Vila Real Cerca de 700 alunos do 12º ano, de Vila Real, vão ter acesso a workshops de desenvolvimento de competências sobre tomada de decisão, proatividade e preparação para o mercado de trabalho.

O objetivo é informar os jovens alunos do Ensino Secundário sobre os diversos caminhos que podem seguir quando terminarem o 12º ano, e auxiliá-los na difícil decisão que têm de tomar: continuar os estudos, e neste caso, escolher o tipo de formação e a instituição, ou ingressar no mercado de trabalho.

Vespas asiáticas geram preocupação Exposição fotográfica em Murça Numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Murça com o Museu do Douro,

Em Vila Real, nas proximidades do Rio Corgo foi encontrado um ninho de vespas asiáticas com cerca de 3 mil vespas.

A Quercus está preocupada com o número de ninhos vespas asiáticas que tem vindo a aumentar em Portugal. Só em 2017, foram detetados quase 4500.

FOTO: DR

estará patente no Centro de Cultura | Auditório Municipal, entre os dias 14 de Janeiro e 15 de abril uma mostra de fotografias intitulada “Memórias de um olhar”, do fotógrafo Noel Magalhães.

A exposição é constituída por obras que englobam fotografias paisagísticas e de retrato, e cujos temas estão relacionados com a história e património Duriense. O acervo do fotógrafo do Douro reflete uma enorme mestria técnica e uma elevada cultura visual, sendo o culminar de uma carreira e de uma vida dedicadas à região.

FOTO: DR

Lançamento da Edição do TUAMP - Amplifica-te! 2018

Foz Côa StoryY House É um “livro de histórias” em forma de hotel o projecto que a Câmara de Vila Nova de Foz Côa quer lançar já neste primeiro trimestre. O presidente, Gustavo Duarte, considera que é o momento para tirar partidos dos fluxos turísticos que chegam, principalmente pelo Douro. O concelho tem pela frente boas perspectivas turísticas nesta área.

As inscrições para participação no programa de capacitação em empreendedorismo e desenvolvimento de negócio estão abertas até ao próximo dia 25 de Janeiro.

Nesta edição as sessões de workshop irão manter-se abertas a todo o público interessado em assistir, sendo que as sessões de mentoria e coaching só estarão disponíveis para os inscritos no programa.

As sessões terão início no próximo dia 29 de Janeiro, com sessões regulares diárias durante duas semanas e duas adicionais na terceira semana.

Esta edição o programa TUAMP estará disponível em Alijó/Murça das 10h às 12:30h.

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Breves “Festi – Vale do Tua” para destacar Vale do Tua

Convívio Boccia incentiva prática de desporto No âmbito do Programa de Atividade Física Sénior “Mexa-se”, dinamizado pelo Município de Sernancelhe, vai realizar-se no dia 26 de janeiro, pelas 14h00, no Exposalão, o 1.º convívio anual de Boccia destinado a todos os frequentadores dos Centros Lúdicos, Lares e Centros Sociais do concelho.

Será disponibilizado um campo destinado a todos aqueles que queiram experimentar a modalidade e os interessados poderão assistir ao evento.

FOTO: DR

Com o objetivo de aumentar a visibilidade e o reconhecimento do Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) junto da comunidade escolar e restante população, este organismo, em parceria com a OIKOS – Cooperação e Desenvolvimento, lança a iniciativa “Festi – Vale do Tua” que prevê a realização de um concurso para a produção de microfilmes sobre esta área protegida, desenvolvimento de materiais pedagógicos, encontros com a comunidade e formação de professores e alunos.

O projeto tem o prazo de dois anos e a primeira iniciativa é, precisamente, o lançamento de um concurso para a produção de pequenos filmes, com menos de três minutos, que aborde o tema Parque Natural Regional do Vale do Tua – recursos naturais e patrimoniais: proteger e valorizar. Este desafio é lançado a todos os estudantes do 3º Ciclo do ensino básico ou ensino Secundário (com idades compreendidas entre os 12 e os 21 anos) dos agrupamentos de escolas de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, os cinco concelhos que integram a área de acção do PNRVT.

5º Festival de Sopas de Sernancelhe Realiza-se entre os dias 16 e 18 de fevereiro o 5º Festival de Sopas e Encontro de Ranchos em Sernancelhe.

O certame realiza-se no Exposalão e terá provas de sopas grátis e atuação de ranchos folclóricos. Os visitantes terão ainda oportunidade de visitar a exposição etnográfica.

FOTO: DR

IFRRU 2020 promove reabilitação e revitalização urbana As candidaturas ao IFFRU 2020 – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, que podem constituir apoios muito relevantes para o desenvolvimento dos centros urbanos, qualidade de vida dos cidadãos e para a atratividade do território já se encontram abertas.

O Observatório das Autarquias Locais (OAL) dispõe de um novo Departamento de Reabilitação Urbana que se encontra disponível para prestar todas as informações que possam ser relevantes para um bom aproveitamento dos Fundos Comunitários, no âmbito do Portugal 2020.

Rota dos Cerieiros” realiza-se em Torre de Moncorvo No próximo dia 21 de Janeiro, realiza-se o Percurso Pedestre “Rota dos Cerieiros”, na aldeia de Felgueiras.

A concentração está programada para as 09h00 junto à Igreja Matriz, tendo o percurso 9 km de extensão, de dificuldade média e caracterizado pela tradição do fabrico da cera nesta aldeia.

Esta rota desenrola-se pelos caminhos usados antigamente nas lides comunitárias do povo de Felgueiras quer na produção de cera, na confeção de velas e círios ou para as eiras comunitárias onde a população ia malhar os cereais.

Estudo alerta perigos no percurso casa-escola Esta é a conclusão de um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), realizado em colaboração com o Instituto da Criança na Cidade, no âmbito do curso de mestrado em Arquitetura Paisagista.

As nossas ruas e avenidas são, por norma, desenhadas para o automóvel e raramente permitem um acesso atrativo e seguro entre casa e escola.

Concurso de Ideias LAB2INNOVATION Iniciativa da Pró-reitoria para os Projetos Estruturantes da UTAD e insere-se nas atividades de promoção e estímulo do espírito de iniciativa e empreendedorismo.

Pretende ainda, contribuir para o fomento de iniciativas empresariais inovadoras em áreas diferenciadas, com enfoque no sector agroalimentar através da atribuição de diversos prémios monetários e não monetários, apoiando projetos viáveis, diferenciados e inovadores, com grande potencial de aplicabilidade.

O prazo termina a 26 de Janeiro.

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Vários Concelhos

Gasoduto da REN no Alto Douro Vinhateiro chumbado pela Agência do Ambiente

A decisão da Agência Portuguesa do Ambiente, que impede, por agora a construção do gasoduto com cerca de 160 quilómetros de extensão, entre Celorico da Beira (Guarda) e Vale de Frades (Bragança), foi tomada por “existirem fundamentos que justificavam a emissão de uma proposta de Declaração de Impacte Ambiental desfavorável”

à construção desta infra-estrutura de 160 quilómetros, indicando que essa decisão assentou “no parecer técnico final da comissão de avaliação, bem como no relatório da consulta pública”.

A decisão final está agora nas mãos do Ministério do Ambiente, estando o dossiê entregue ao secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. Este projecto antigo da concessionária da rede de transporte de gás natural, que é controlada pelos chineses da State Grid, está orçamentado em 115 milhões de euros, sendo que o custo destas infra-estruturas é sempre pago pelos consumidores.

Entre os pareceres negativos que chegaram à Agência Portuguesa do Ambiente destacam-se o da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), que, numa decisão conhecida em Agosto de 2017, considerou que esta terceira interligação à rede de gás natu-

ral espanhola iria criar uma “cicatriz” nos concelhos da Meda, Vila Nova de Foz Côa, Moncorvo e Alfândega da Fé.

Em Setembro do ano passado chegou também o parecer da Direcção-Geral do Património Cultural, para quem esta obra, a avançar conformo proposta pela REN,

“produzirá um impacte directo, negativo, muito significativo e dificilmente minimizável ou compensável” no Alto Douro Vinhateiro. O documento, citado pelo mesmo jornal, fala numa “afectação certa, permanente e irreversível” de parte deste bem classificado como Património Mundial. ■ FOTO: DR

Depois da decisão tomada pela Agência do Ambiente, a decisão final sobre a instalação de um gasoduto no Alto Douro Vinhateiro, classificada como Património da Humanidade, está agora nas mãos do Ministério do Ambiente.

Grupo Hepatológico Transmontano cria rede para tratar doenças do fígado

O projeto junta o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste e os agrupamentos de centros de saúde dos dois distritos. É um “grupo pioneiro” no país porque, segundos os promotores, vai trabalhar em rede e juntar conhecimentos, sinergias e doentes, tendo como objetivo também evitar deslocações dos utentes ao litoral.

“As doenças de fígado, em Trás-os-Montes, são algo de muito característico e de muito comum, que possuem uma prevalência muito elevada, principalmente a doença hepática provocada pela álcool”, afirmou à agência Lusa o diretor da unidade de hepatologia do CHTMAD, José Presa Ramos.

O objetivo do projeto, segundo aquele responsável, é criar uma “rede de conhecimento e de

partilha” entre as unidades hospitalares de Vila Real e Bragança, de modo a que seja possível tratar o maior número possível de doentes na região, evitando “o calvário” das deslocações para os hospitais do Porto.

O diretor clínico do CHTMAD, João Gaspar, salientou que os médicos dos centros de saúde “estão na linha da frente” da deteção das doenças e por isso, está a ser feito um trabalho de divulgação do Grupo Hepatológico junto dos cuidados de saúde primários.

O tratamento será, depois, uma decisão conjunta entre os especialistas das unidades hospitalares que podem recorrer à videoconferência para discutir os casos, tornando o processo mais rápido.

O projeto visa também uma partilha de meios humanos e tecnológicos, como a radiologia de intervenção do CHTMAD que começará a dar resposta à ULS Nordeste.

Eugénia Madureira, diretora clínica dos cuidados hospitalares da ULS do Nordeste, destacou a importância da “colaboração entre instituições” que geograficamente são vizinhas.

Entre os aspetos positivos do projeto, a responsável salientou a “partilha de experiências, a discussão de casos e o proporcionar um melhor serviço aos doentes”.

“Evitámos muitas vezes deslocações desnecessárias a hospitais do Litoral. Nós temos possibilidade de, na maior parte das situações, resolvermos dentro de Trás-os-Montes. Esse é um dos objetivos, servirmos melhor os nossos clientes”, frisou.

Por fim, elencou ainda o objetivo de “evitar o esvaziamento do interior”. “A ideia é sempre esta, unidos seremos mais fortes “, sustentou.

Estes são territórios onde se verifica um elevado consumo de álcool e má alimentação, e onde existem ainda quatro estabelecimentos prisionais, dois no distrito de Vila Real e dois em Bragança, cuja população constitui um grupo de risco em relação às hepatites.

Em 2017, foram seguidos 2.500 utentes com

doença hepática na unidade do CHTMAD. João Gaspar afirmou que se pretende criar um “centro de referência da hepatologia à semelhança do que foi feito, por exemplo, para a área oncológica”. “É um universo grande de doentes e é o desiderato da própria Organização Mundial de Saúde fazer a erradicação da hepatite C até 2030. Este é o início, uma campanha que estamos a fazer”, salientou. ■ FOTO: DR

O Grupo Hepatológico Transmontano junta as unidades de saúde dos distritos de Bragança e Vila Real para um trabalho em rede de diagnóstico e tratamento das doenças do fígado, que possuem uma prevalência preocupante neste território.

VIVADOURO JANEIRO 2018

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Vários Concelhos

Ministério aprova 115 castas para vinhos “Porto” e “Douro”

Na portaria n.º 383/2017, o ministério liderado por Capoulas Santos explica que “as castas aptas à produção do vinho e produtos vínicos com direito às denominações de origem ‘Porto’ e ‘Douro’ constituem um elemento determinante das características qualitativas, em especial as aromáticas, de tais vinhos e produtos vínicos e uma expressão do ‘terroir’ da Região

Demarcada do Douro (RDD) “.

Desta forma, pretende-se “manter a diversidade de castas existentes na RDD uma vez que esta tem contribuído de forma significativa para a distinção dos vinhos desta região demarcada”, pode ainda ler-se no texto da portaria.

Na lista agora publicada surgem castas como o Pinot Noir, Pinot Blanc e Chardonnay, sendo, no entanto, referido que estas apenas podem ser usadas para espumante DOC Douro.

Da mesma forma são reconhecidos os diversos nomes utilizados para a mesma casta como são os casos de: Tinta Roriz (Aragonez, Tempranillo), da Tinta Amarela (Trincadeira, Trincadeira Preta), da Sousão (Vinhão) e da Códega (Roupeiro, Síria).

Ainda de acordo com a portaria, no que se refere aos vinhos com indicação geográfica “Duriense”, e de “modo a criar condições de inovação e apresentação de novos produtos, passa a ser permitida a sua pro-

dução com as castas reconhecidas como aptas à produção de vinho em Portugal, nos termos do disposto na portaria n.º 380/2012, de 22 de novembro”.

Antes da assinatura e publicação da portaria, a lista das 115 castas foi revista e aprovada pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto. ■ FOTO: DR

O Ministério da Agricultura publicou, em Diário da República, uma lista onde constam as 115 castas que considera aptas para a produção de vinhos e produtos vínicos com direito às denominações de origem da Região Demarcada do Douro.

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> Sessão plenária de encerramento

>Eduardo Graça - secretário executivo da CNES ORGANIZAÇÃO

PARCERIA

8 VIVADOURO JANEIRO 2018

Sabrosa | Vila Real

Antigas escolas primárias recuperadas para habitação social

No concelho de Sabrosa existem 17 edifícios que se encontravam dentro da rede de ensino básico, tendo sido desativados gradualmente da sua função devido à reorganização do mapa escolar centrado nos agrupamentos escolares.

A partir do momento do seu encerramento, o município elaborou um plano que previa colocar os edifícios ao serviço da habitação social, do turismo, da cultura e do associativismo. Em 14 desses edifícios estão previstas obras de remodelação para que sejam convertidos em habitação social.

Segundo Domingos Carvas, presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, este plano tem três objetivos principais: “salvar o património, ajudar as famílias mais carenciadas e ajudar também a fixar pessoas nas aldeias”.

Depois dos edifícios de Feitais e de São Martinho de Anta, a última remodelação aconteceu na antiga escola primária de Vilela do Douro, transformada agora numa habitação de tipologia T3, um investimento que custou 15 mil euros ao município e que neste momento se encontra em concurso para atribuição. Prevista está já também a próxima remodelação que será feita em Chanceleiros.

A aposta no turismo é também uma preocupação da autarquia que tem visto o número de visitantes aumentar ano após ano, por esta razão, algumas remodelações são feitas com o intuito de melhorar a oferta turística para quem visita este concelho duriense.

Na aldeia de Gouvães, o edifício da antiga escola primária foi transformada no “Lugar das Letras”, uma unidade de turismo que, em 2015, foi classificada pelo jornal britânico The Guardian como uma das 40 melhores casas de férias da Europa, um sinal do trabalho profícuo que está a ser feito pelo executivo de Domingos Carvas.

Com a mesma finalidade serão ainda remodeladas as antigas escolas primárias de Celeirós do Douro e Vilarinho de São Romão. Em Provesende, uma das aldeias vinhateiras do Douro, o edifício será um restaurante.

Segundo Domingos Carvas, “a adaptação para alojamento turístico visa criar uma oferta no concelho direcionada para um segmento turístico específico, em particu-

lar o alojamento ‘low cost’”, enquanto a exploração de um restaurante pretende “dar resposta ao crescente fluxo de visitantes que Provesende regista”.

Os restantes edifícios da antiga rede escolar estão a ser entregues a associações culturais e desportivas que assim passam a ter um local de funcionamento moderno e com capacidade para o desenvolvimento das diversas atividades que levam a cabo. ■ FOTO: DR

A Câmara Municipal de Sabrosa tem em marcha um plano que pretende recuperar 14 antigas escolas primárias do concelho para habitação social, uma medida que pretende apoiar os mais desfavorecidos, fixar pessoas nas aldeias e evitar a degradação dos edifícios.

> Antiga escola de Gouvães transformada em unidade hoteleira

Rui Santos recandidata-se à Associação Nacional de Autarcas Socialistas

O autarca vilarealense pretende dar continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver à frente da organização do Partido Socialista que lidera desde Maio de 2016.

“Portugal é um país com uma organização demasiado centralista, em que muitas das competências exercidas pelo Estado Central deveriam, a bem das populações, ser executadas pelas autarquias locais. Muitas das necessidades sentidas pelas populações têm uma expressão eminentemente local, sendo certo que é nas autarquias locais que se poderá, de forma eficiente e rápida, encontrar a respetiva resolução”, afirma Rui Santos.

Outra das preocupações do autarca é a nova Lei das Finanças Locais, cujo anteprojeto de proposta foi conhecido no final de 2017, uma lei que está intimamente relacionada com o futuro das autarquias nacionais. “É fundamental que a nova Lei das finanças Locais seja um dos pilares desta

profunda reforma do estado que é a descentralização de competências para as autarquias. Tem que ser também uma ferramenta que permita às autarquias cumprirem na plenitude todas as suas funções e acabe com constrangimentos à sua autonomia e financiamento”.

Nas últimas autárquicas o Partido Socialista obteve a maior vitória de sempre neste tipo de eleição, conquistando a presidência de 158 câmaras municipais, 142 das quais em maioria absoluta, aumentando ainda o número de mandatos em Juntas de Freguesia e nas Assembleias Municipais, aumentando assim “a importância da Associação Nacional de Autarcas Socialistas como parceira do Governo liderado pelo secretário-geral do PS, António Costa”. ■

FOTO: DR

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real encabeça a lista única candidata à Associação Nacional de Autarcas Socialistas (ANA/PS), que acontecem já no dia 19 de Janeiro, tendo como prioridade a descentralização administrativa.

VIVADOURO JANEIRO 2018

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Vários Concelhos

“ON.2 – O NOVO NORTE” é o primeiro programa português a encerrar O “ON.2” é um instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento regional do Norte de Portugal ( NUTS II ), integrado no Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007/2013 (QREN) e no novo ciclo de fundos estruturais da União Europeia destinados a Portugal.

O encerramento, agora comunicado pela CE, é resultado da aplicação, nos últimos anos, de um envelope financeiro de 2,7 mil milhões de Euros em iniciativas que tornaram a região mais competitiva e dinâmica, permitindo a criação de 7 mil novos postos de trabalho, a criação de 650 novas empresas e a construção de 375 novas escolas que irão servir um total de 135 mil alunos.

Dentro deste pacote de investimentos regista-se ainda o apoio a 70 intervenções de defesa de espaços naturais, tanto na orla costeira como em parques naturais, e a

reabilitação de 70 núcleos urbanos.

O resultado destes investimentos foi comunicado, pela CCDR-N, em finais do ano passado através da campanha “O Norte Somos Nós”, onde foi destacado destaca o empenho e a resiliência dos seus promotores no alcance dos resultados positivos obtidos. Dos cerca de 3.500 beneficiários destes apoios a campanha destaca 45, em três formatos distintos: uma exposição, um livro e um vídeo com os seus testemunhos.

Tendo sido este programa criado para o desenvolvimento da região como um todo, nos três formatos da exposição existe ainda uma forte presença de espelhos, para que os visitantes e os leitores se sintam parte do universo de pessoas apoiadas pelos fundos europeus.

A aposta da Comissão Europeia na convergência do Norte de Portugal irá man-

ter-se nos próximos anos com a aplicação do programa NORTE 2020, para o ciclo comunitário 2014-2020. ■ FOTO: DR

O “ON.2 – O NOVO NORTE” (Programa Operacional Regional do Norte 2007/2013), foi, oficialmente, o primeiro programa com apoios europeus a receber a validação de encerramento pela Comissão Europeia (CE), após o envio de toda a documentação apresentada pela CCDR-N, entidade que gere este instrumento financeiro de apoio às instituições e empresas do Norte de Portugal.

“Identificar para conservar”, um projeto para recuperar o património duriense Apresentado no ano passado, o projeto “Identificar para conservar” foi lançado pelo Museu do Douro com o objetivo de recuperar património da região que seja identificado como em risco de desaparecer.

Carlos Mota referiu ainda que, no âmbito do projeto, estão a ser desenvolvidas oficinas de cuidados preventivos nos municípios, uma ação de formação dirigida a quem tutela, administra ou zela pelos bens patrimoniais, isto porque “as pessoas nem sempre sabem, por exemplo, como limpar uma peça destas. Por exemplo, no sacrário percebemos que quem limpava a capela usava o mesmo pano sujo e húmido para o limpar, isto pode trazer vários problemas desde logo pelo desgaste da folha de ouro pela qual a peça está coberta”.

No fundo “o objetivo é, colmatar lacunas identificadas a nível dos cuidados básicos preventivos e ensinar como cuidar e que tipo de iluminação ou segurança devem ser aplicadas para expor os objetos”, expicou.

Até ao momento estas oficinas já foram realizadas em Resende, Torre de Moncorvo e São João da Pesqueira.

Carlos Mota lembrou ainda o caso mediático do restauro desastroso da pintura do rosto de Jesus “Ecce Homo”, em Espanha, por parte de uma octogenária, e referiu que “despertou o interesse da comunidade para a questão da conservação e da importância desse trabalho ter de ser feito por pessoas especializadas”.

O responsável fez ainda questão de salientar que este projeto do Museu do Douro é um contributo essencial para “a educação para a proteção e preservação do património” da mais antiga e regulamentada região demarcada do mundo.

Quando todas as peças estiverem intervencionadas e o projeto “identificar para conservar” estiver concluído, será feita uma exposição com todas as peças intervencionadas, em conjunto com fotografias e vídeos do processo para que quem visita o Museu perceba o trabalho que ali foi desenvolvido. ■ FOTO: CMPR

“O projeto tem como objetivo contribuir para a preservação do património móvel que se encontra em mau estado de conservação e que está um pouco disperso por toda a região”, começou por afirmar Carlos Mota, conservador e restaurador do Museu do Douro, durante a visita do VivaDouro A apresentação da iniciativa, que está a ser desenvolvida em articulação com os municípios durienses, decorreu durante as celebrações do 16.º aniversário da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da UNESCO. Carlos Mota explicou que a intervenção está a incidir sobre peças e objetos de “especial interesse artístico e etnográfico para a região”.

Até ao momento já foram intervencionadas algumas peças, sendo que o processo de duas delas está já concluído.

O Sacrário da Capela das Caldas do Moledo foi já devolvido ao seu local depois de um longo trabalho efetuado na sua re-

cuperação pois apresentava “um problema grave de ataque de térmitas”.

Para Carlos Mota este foi um trabalho “moroso e que obrigou a muita pesquisa para perceber como era a peça original visto que alguns elementos teriam sido acrescentados ao longo dos anos como é exemplo um crucifixo que trazia no topo”.

Outra peça recuperada mas que ainda se encontra nas instalações do Museu é “uma pintura num pano de retábulo, que na altura da quaresma serve para cobrir a talha dourada de uma igreja de Armamar”, diz-nos Carlos Mota que acredita tratar-se de “uma pintura de autoria popular, que se encontrava num avançado estado de degradação, nomeadamente com o tecido completamente enrugado e com muitos rasgões.

No museu foi feito o trabalho de consolidação e de preenchimento do pano com remendos, “perceptíveis a olho nu para que quem olha para a peça perceba o que é original e o que foi recuperado” Em fase final, está a intervenção numa rabeca, um instrumento parecido com o violino que foi dado como em vias de extinção no Douro. A rabeca fazia parte dos grupos de música popular e, para além da recuperação física, também se quis recuperar a sua sonoridade. “O desafio foi fazer uma recuperação total, ou seja, fazer com que o instrumento voltasse a tocar com a sonoridade que lhe é característica, por isso contamos com a ajuda de um músico profissional que nos deu o apoio técnico necessário”.

> Recolocação do sacrário na capela de Caldas de Moledo

10 VIVADOURO JANEIRO 2018

Lamego

António Marques Luís: “Não recebo qualquer salário, estou aqui para trabalhar em prol dos outros” A cumprir o seu segundo mandato, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lamego esteve à conversa com o VivaDouro falando do futuro da instituição e da forma como a sociedade olha para as instituições de cariz social.

No final do ano passado a Santa Casa da Misericórdia de Lamego aprovou o seu orçamento para este ano com uma dotação de 2 milhões de euros. Quais as principais preocupações neste orçamento?

A primeira preocupação, que é absolutamente fulcral, é a sustentabilidade económico-financeira da Santa Casa. Tal como muitas IPSS’s, esta também tem as suas dificuldades. Algumas das nossas valências são subsidiadas pelo Estado mas esse financiamento é insuficiente, por isso, tal como outras instituições vemo-nos na obrigação de ter outros rendimentos para suprir esse défice. A Santa Casa de Lamego tem tido, nos últimos anos, alguns défices de exploração por força da insuficiência da comparticipação dos serviços do Estado.

Posto isto, a primeira preocupação é chegar a um ponto onde não tenhamos défice no corrente orçamento. Depois, um segundo ponto importante, são os grandes investimentos que vamos fazer este ano, alguns já começaram mesmo no ano passado como por exemplo a requalificação do Lar de Idosos que tinha uma das alas num estado muito degradado. Assumimos o compromisso da sua requalificação quando aqui chegamos para cumprir o primeiro mandato, por isso é uma

obra que queremos terminar, ela já começou no ano passado e irá estender-se até 2019, representando um elevado custo para nós uma vez que a obra tem um custo de 1,6 milhões de euros, para a qual não há qualquer financiamento, será toda ela suportada por nós.

Uma terceira preocupação é encontrar outras formas de financiamento para suprir as nossas necessidades. Para isso temos um projeto com o qual queremos avançar no Porto que é requalificação da Ilha Amarela. Este projeto está em análise para percebermos se conseguimos avançar com ele ainda em 2018. Muita gente acha que todas as Santas Casas recebem dinheiro proveniente do jogo mas isso não é verdade, a única Santa Casa que recebe verbas dessa origem é a de Lisboa, mais nenhuma.

Para além disso temos de continuar a manter a Santa Casa como uma instituição de referência no concelho de Lamego, em especial nos serviços sociais que temos, o Lar de Idosos, o Jardim de Infância, o Centro de Acolhimento Temporário, entre outros.

No dia-a-dia quais são as necessidades de uma instituição como a Santa Casa de Lamego?

As necessidades são transversais a qualquer outra instituição de solidariedade social e que passa primeiramente por ter funcionários qualificados para o serviço que presta, que esses funcionários compreendam o que é trabalhar numa instituição destas, porque não é a mesma coisa que trabalhar numa empresa porque aqui trabalhamos com pessoas e que muitas vezes, quando chegam até nós, vêm fragilizadas precisando de muita atenção e carinho. Precisamos apostar também na formação contínua, profissional e pessoal, do nosso pessoal e claro, uma gestão rigorosa porque, se uma Santa Casa não tem por objetivo o lucro, também não pode ter prejuízo ou o seu futuro fica posto em causa, como acontece em várias instituições em Portugal.

Recentemente temos sido confrontados com diversas notícias acerca de alguns problemas em diversas IPSS’s. Teme que estes casos (como por exemplo o

caso Raríssimas), seja prejudicial para a reputação de instituições idóneas como a SCML, em especial na busca de mecenas?

Penso que, em especial no caso da Raríssimas, tem sido bastante prejudicial, até porque muita da comunicação social e os partidos políticos têm permitido essa generalização. Tentou passar-se a ideia de que o Estado financia este setor com cerca de 2 mil milhões de euros por ano e isso é uma falácia. O Estado não financia as IPSS’s mas sim os utentes, e esses utentes recebem cuidados prestados pelas IPSS’s, portanto, são coisas completamente diferentes.

Além disso as IPSS’s são instituições altamente escrutinadas, desde logo porque têm um Conselho Fiscal, depois são escrutinadas, porque, como é o nosso caso, têm um orçamento superior a 1,5 milhões de euros, o que obriga a ter um Revisor Oficial de contas. Temos a Assembleia Geral e, no caso das Santas Casas, estamos ainda sob alçada do Sr. Bispo que tem sempre uma palavra a dizer sobre o orçamento, a aprovação de contas, a eleição dos corpos gerentes, etc. É também falso que não somos acompanhados pela Segurança Social (SS), temos inúmeras inspeções da SS ao longo do ano aparecendo aqui sempre que querem, no dia e hora que pretendam, sem aviso prévio. Portanto, se há instituições que são altamente escrutinadas são estas.

Para além disso, existem questões sobre as quais o Governo resolve legislar e que não deviam ser legisladas. Por exemplo, em 2014 legislaram sobre os Estatutos das IPSS’s, em especial as Santas Casas, prevendo que os órgãos gerentes possam ser remunerados, ou seja, o Provedor poderá receber até 3 salários mínimos nacionais. Nós aqui na SCML, honrando a nossa história que já vai com 498 anos e em que nenhum dos seus Provedores nunca foi remunerado, decidimos que essa situação se iria manter, portanto, mesmo podendo eu não recebo qualquer salário, estou aqui porque fiz uma opção de, nesta fase da minha vida, trabalhar em prol dos outros, até para evitar qualquer tipo de suspeição.

Finalizando, acredito que realmente todas as instituições acabam por sair prejudicadas, muito por culpa da generalização que foi feita, a partir de uma situação particular que é aberrante.

Basta pensar que na maioria estas instituições vivem em agonia financeira não se podendo dar ao luxo de gastar aquele tipo de valores.

Olhando em especial para a SCML, acha que ainda falta explicar às pessoas o que é realmente a Santa Casa?

Essa é uma boa questão. Desde que nós aqui chegamos, decidimos ter um assessor de imprensa para nos ajudar nessa tarefa. As dúvidas nas pessoas surgem porque as instituições se fecham demasiado em si mesmas, foi por isso que tomamos esta decisão. Desta forma po-

demos, de uma forma profissional, dar a conhecer às pessoas o que fazemos diariamente, os nossos orçamentos, tudo aquilo que possamos tornar público para que as pessoas se sintam mais próximas de nós. É importante que sejamos o mais transparente possível.

Apesar disso, muitas pessoas também não se preocupam em saber mais, em ler ou perceber o que fazemos, deixando-se influenciar pelo que se vai dizendo por aí. Eu tenho por hábito dizer que, se uma instituição como a SCML tem as portas abertas há quase 500 anos é porque ela é importante para a sociedade.

Acredita que, olhando para o trabalho que tem feito aqui, o seu grande legado estará na forma como abriu a instituição à sociedade em geral?

Nós gostaríamos que o nosso exemplo fosse seguido até porque acreditamos que é um investimento que nos traz retorno. Ou seja, estamos cada vez mais inseridos na sociedade. Não queremos que a instituição seja fechada em si e obscura, queremos que as pessoas saibam quem somos e o que fazemos. Quanto maior for essa ligação, maior a longevidade a Santa Casa terá.

Em Lamego a Santa Casa teve, durante anos, um problema para resolver com o antigo Hospital que funcionou num edifício da instituição, quais os projetos para o futuro deste espaço?

Essa foi uma luta que demorou muitos anos a resolver, muito por culpa da anterior administração do Centro Hospitalar. Com a entrada da nova direção foi possível chegar a um acordo e acabamos por receber o valor das rendas em atraso.

Obviamente que um edifício centenário deixado ao abandono ao longo destes anos foi-se deteriorando e foi também alvo de diversos atos de vandalismo, chegando mesmo a ser roubadas tomadas e outro material.

Desde que recebemos o edifício temos lá levado diversos potenciais investidores, existindo mesmo já um contrato promessa para a instalação de uma unidade de hemodiálise, que acreditamos que estará a funcionar dentro de um ano e meio. Para o restante edifício apresentamos um projeto para instalar ali uma unidade de cuidados continuados dedicado a pessoas com doenças degenerativas, contemplando ainda um centro de fisioterapia, etc, contudo, não conseguimos alocar esta obra a qualquer programa de financiamento europeu o que fez cair o projeto porque infelizmente não temos cerca de 5 milhões de euros que seria o valor necessário gastar na obra.

Estamos a tentar estudar outras hipóteses mas o propósito é que o equipamento se mantenha ligado à área da saúde, até porque consideramos que é uma carência da região. ■

VIVADOURO JANEIRO 2018 11

Mesão Frio

Carta Educativa de Mesão Frio revista

Antes mesmo de se iniciar a discussão, Alberto Pereira, presidente da Câmara Municipal fez uma retrospetiva e revelou, com satisfação, que os objetivos que tinham sido tratados na anterior reunião tinham sido todos cumpridos.

Tendo em conta o desenvolvimento demográfico e socioeconómico, a Carta Educativa é essencial como instrumento de planeamento e de ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos educativos do concelho, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos existentes.

Com o objetivo de realizar um trabalho mais assertivo, a equipa do Conselho Municipal de Educação realizou um estudo “rigoroso e científico”, recolhendo toda a informação existente, bem como a identificação de novas informações. Foi ainda feita uma leitura atenta e crítica dos dados e na “validação” das análises e

propostas.

Todo o trabalho envolvente da revisão da Carta Educativa é feito, habitualmente, por serviços externos, imputando aos municípios elevados custos. Em Mesão Frio, devido aos constrangimentos financeiros que a autarquia enfrenta, esse trabalho foi desenvolvido por técnicos do próprio município, fazendo assim um melhor aproveitamento dos recursos humanos, sem que fossem gastas verbas que podem assim ser canalizadas para outros projetos.

A Carta Educativa é um documento de trabalho que poderá ser alterado em qualquer altura mediante as condições existentes a cada momento, aberto à discussão, à realização de novos estudos e à elaboração de outros escritos sobre as problemáticas retratadas.

Este documento permite ainda uma reflexão continuada, levada a cabo pelo Conselho Municipal de Educação, a respeito da realidade municipal em matéria de educação, formação e rentabilização de recursos e sinergias existentes.

“A Câmara Municipal tem apostado sobremaneira na educação e a Carta Educativa é muito importante para este setor no concelho, sobretudo, numa altura em que muito se fala na descentralização de competências. Com a elaboração deste documento, mais bem preparados estaremos para dar resposta às transferências de competências,” sublinhou o presidente da Câmara Municipal. ■

FOTO: DR

Um ano e três meses após a última reunião, o Conselho Municipal de Educação de Mesão Frio voltou a reunir-se no Salão Nobre da autarquia tendo, como ponto principal da ordem de trabalhos, a revisão da Carta Educativa.

Mesão Frio vai ter Orçamento Participativo Jovem A Câmara Municipal de Mesão Frio vai lançar, em 2018, o Orçamento Participativo Jovem (OPJ), uma iniciativa que pretende fomentar um maior envolvimento cívico dos jovens na vida do município.

uma voz ativa e procuram ter na sua área aquilo que vêm em outros locais. Dando-lhes esta oportunidade sentem-se mais incluídos e isso pode ser determinante na hora de decidir se ficam ou saem de Mesão Frio”, afirma o autarca.

Neste primeiro ano estarão disponíveis 10 mil euros, “é uma verba ainda baixa mas é o primeiro ano que lançamos esta iniciativa, de acordo com as respostas que tivermos, no futuro, esse valor será cer-

tamente revisto para comportar o maior número de ideias possível”.

Para serem aceites, as propostas deverão visar o desenvolvimento estratégico do concelho devendo depois ser avaliadas segundo critérios de ordem legal, financeira e de exequibilidade. As propostas que saírem deste orçamento como vencedoras deverão ser implementadas em sintonia com os objetivos dos munícipes proponentes. ■ FOTO: DR

A iniciativa é destinada aos jovens entre os 6 e os 17 anos que estejam matriculados em escolas do concelho ou que comprovem ali residir. Os jovens entre os 18 e os 35 anos também são convidados a participar devendo para isso estar recenseados no município de Mesão Frio.

Para Alberto Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, esta implementação é essencial para uma maior transparência na política, em especial ao nível das autarquias.

“Temos que, de uma vez por todas, passar da teoria à prática. Dizemos que quere-

mos mais transparência na política e mais participação das populações mas, o que é que acontecia até hoje? Continuamos a trabalhar da mesma forma como o fazíamos à 40 anos atrás, o executivo preparava o orçamento incluindo as obras e projetos que desejava sem que, por vezes, essas ideias fossem ao encontro das expectativas e anseios das pessoas e, neste caso em concreto, dos jovens.” É com esta ideia que surge o Orçamento Participativo Jovem, “decidimos este ano alocar uma verba para esta iniciativa. Ou seja, dentro de um determinado valor pretendemos que os jovens nos digam que tipo de equipamentos ou obras gostavam de ter na sua freguesia”.

Uma das vantagens que Alberto Pereira vê nesta medida é a fixação de população no concelho que, tal como tantos outros do interior, se debate com a quebra de população, em especial entre os mais jovens.

“Estou plenamente convencido que será uma forma de travar o êxodo dos nossos jovens, cada vez mais eles querem ter

12 VIVADOURO JANEIRO 2018

Freixo de Espada à Cinta

Freixo de Espada à Cinta quer recuperar tecedeiras e tecelões da seda

“O que se pretende é formar pessoas para que fiquem aptas a trabalhar na tecelagem e produção de seda, tendo em vista recuperar uma atividade que faz parte da tradição e da história do concelho”, disse à Lusa, afirmou a presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, Maria do Céu Quintas.

O município do distrito de Bragança tinha já proposto ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) a realização de um Curso de Formação Profissional de Tecelão e Tecedeira, o qual foi aprovado es-

tando a decorrer neste momento.

“Há bastante tempo que o curso foi proposto e finalmente, foi aprovado”, observou, a autarca.

O curso, teórico-prático, tem um plano formativo de seis horas diárias, repartidas por nove meses, sendo frequentado por 23 formandos.

“Com esta ação, pretende-se impulsionar o trabalho de artesanato em seda, associado à empregabilidade, e fortalecer a sua ligação identitária a Freixo de Espada à Cinta, único território peninsular onde, ainda, se trabalha a seda de forma 100% artesanal”, explicou Maria do Céu Quintas.

Atualmente, as únicas tecedeiras a laborar o ciclo da seda encontram-se num espaço dedicado para o efeito, localizado no Museu da Seda, onde o trabalho ao vivo se alia à venda e exposição de acessórios, designadamente echarpes, carteiras de senhora, gravatas ou colchas, entre outras peças concebidas por encomenda prévia.

“O preço de cada uma destas peças pode ir dos 25 aos 5.000 euros, dependendo do seu trabalho, tamanho, tempo de laboração entre outros fatores de produção”, indicou.

A autarca mostra-se convicta de que a seda será, “a muito em breve prazo”, um verdadeiro símbolo de Freixo de Espada à Cinta, que se junta assim à arquitetura Manuelina da vila trasmontana, fatores que atraem cada vez mais turistas à região.

“A seda é um produto que, ao longo dos anos, teve uma grande importância económica no concelho, já que daqui saíram peças de seda artesanal que se encontram em vários pontos do mundo”, acrescentou.

Para além da parte da tecelagem e confeção de peças em seda, haverá, durante o curso, a oportunidade de aprender a produzir o bicho-da-seda e posterior extração da matéria-prima.

“Somos os únicos que ainda apostamos na produção de seda artesanal, por este motivo temos que aproveitar e fazer renascer esta mais-valia, transformando-a num produto capaz de ajudar a potenciar a economia local e regional “, frisou.

A média de idades dos frequentadores do curso ronda os 30 anos, contudo, nem todos deverão chegar ao final da formação.

“Quem sabe se alguns dos jovens do concelho não terão aqui uma oportunidade para

criar um negócio através de um produto reconhecido mundialmente”, concluiu a autarca. ■ FOTO: DR

O município de Freixo de Espada à Cinta anunciou este mês que vai recuperar a atividade de tecelão e tecedeira para dar vitalidade ao ciclo da seda, um produto considerado “rentável e emblemático” na economia do Douro Superior.

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VIVADOURO JANEIRO 2018 13

Vila Nova de Foz Côa

Xisto de Foz Côa impulsiona economia da região

É do conhecimento geral que em Vila Nova de Foz Côa existe um valioso património histórico e arqueológico que é património da humanidade - a arte rupestre do Côa. O que poucos saberão é que naquele concelho existem também pedras de xisto, únicas no mundo, com mais de 500 milhões de anos. Encontram-se junto ao rio Côa, numa extensão de cerca de dois quilómetros quadrados, e estão a ser exportadas para todo o mundo.

As pedreiras de xisto, localizadas a cerca de quatro quilómetros da vila, do distrito da Guarda, nas proximidades do Parque Arqueológico do Vale do Côa, estão em actividade pelo menos desde 1850, numa altura em que havia uma forte actividade vinícola no Douro Superior.

O geólogo Mauro Búrcio, da empresa Solicel, explica que se “trata de uma rocha sedimentar formada por camadas, há 500 milhões de anos, naquilo que era o fundo de um oceano”. Ao serem talhadas, estas pedras “dão sempre um ângulo de 90 graus, ou seja, em forma de paralelepípedo, o que lhe confere um carácter e rugosidade únicos”, explica.

FOTO: DR

No local onde agora se extraem pedras de xisto com cerca de 500 milhões de anos, existiu outrora um oceano.

São pedras únicas no mundo e um dos principais produtos exportados a partir do Vale do Côa.

> Extração de xisto

“Trata-se de uma sedimentação marinha, muito rugosa. A rocha, à medida que vai sofrendo deformações, apenas visíveis neste sítio, torna possível extrair peças que podem ir de um aos seis metros de comprimento, sem praticamente apresentarem defeitos”, diz ainda o geólogo.

Estas pedras de xisto negro que agora são um importante motor económico formaram-se no período Ordovícico, na era Paleozoica, e foram inicialmente usadas na produção de esteios para o alinhamento das vinhas do Douro e são agora elementos de decoração de diversos prédios ou moradias, espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Mauro Búrcio é o geólogo da maior em-

presa do setor em Foz Côa, a Solicel. Uma empresa que exporta cerca de 95% da sua produção, tendo já superado um volume de faturação superior a 3,5 milhões de euros por ano, muito fruto da modernização e das novas finalidades que foram sendo encontradas para esta pedra.

“Com um total de 70 funcionários, somos o maior empregador privado do concelho de Foz Côa, bem como um dos maiores exportadores dos territórios do Vale do Côa”, revela Pedro Duarte, administrador do grupo Solicel.

“Com a crise que se fez sentir no Douro e a procura dos viticultores por outros materiais para os esteios, mais económicos, fomos obrigados a reinventar a utilização

do xisto. Hoje em dia praticamente já nem fazemos esteios”, afirma o administrador.

A Alemanha e a França são os principais mercados de exportação, mas a Rússia, Itália, Polónia, Noruega, EUA e Emirados Árabes Unidos constituem igualmente mercados para onde a empresa já exporta e nos quais pretende crescer no futuro. Mas há outros mercados apetecíveis para conquistar como a Coreia do Sul e o México.

Para Gustavo Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, este é um produto “de excelência” que só “existe neste determinado local”, tornando esta região ainda mais única e reconhecida internacionalmente.

“O xisto é um produto importante para a economia local, desde logo pelo volume de exportações que representa mas também pelo número de postos de trabalho que cria. Neste momento, empregos diretos, são cerca de 100, muitos deles qualificados e isso é importante para nós”, afirma o autarca.

“O facto de termos uma oferta de emprego qualificada também permite que o concelho se desenvolva cada vez mais e cada vez a um ritmo mais elevado, trazendo conhecimento para a região”, conclui Gustavo Duarte.

Sobre a necessidade de criar um “selo de garantia de origem” para o xisto, o autarca afirma que o mesmo se tornaria redundante pois, dado o facto deste ser único do mundo, é conhecido como xisto de Foz Côa, logo o nome do concelho já aparece ligado ao produto, não sendo necessária uma certificação para o garantir. ■ FOTO: DR

FOTO: SOLICEL

> Exemplo de aplicação do xisto como elemento decorativo

> Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa

14 VIVADOURO JANEIRO 2018

Vários Concelhos

Tribunais reabrem com serviços mínimos Um ano após o anúncio da Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, foram reabertos cinco tribunais no território da CIM-Douro. Contudo, em Mesão Frio, Murça, Sabrosa, Armamar e Tabuaço reivindicam-se mais competências e serviços nestas estruturas.

Encerrados durante o anterior governo, vários tribunais têm sido agora reabertos como “Juízos de Proximidade”, uma situação que deixa a ministra satisfeita, em especial por marcar uma “presença simbólica” do estado nas regiões do interior.

“Tomámos esta decisão numa lógica de não abandonar o interior à sua sorte. Os cidadãos do interior são tão cidadãos

ARMAMAR O que significa, para o seu concelho, a reabertura do tribunal?

A reabertura do Tribunal de Armamar, significa sobretudo a restituição de um serviço de proximidade ás populações de um concelho do interior do país, que assiste infelizmente ao encerramento e ao esvaziamento constante, de serviços da responsabilidade do Governo Central.

Para um concelho, que é servido por uma rede de transportes públicos insuficiente para as necessidades da sua população, é importante que as pessoas não tenham que se deslocar e terem de despender dos seus já limitados recursos, para terem acesso a um serviço que se pretende universal, como é o acesso á justiça.

Comparativamente aos serviços que o tribunal tinha antes de encerrar, sente que os mesmos foram mantidos, melhorados ou diminuídos?

Foram com certeza diminuídos, a quando do encerramento do Tribunal da Comarca de Armamar, este era um Tribunal de competência genérica, onde se praticavam todos os atos respeitantes a processos judiciais, nas diversas áreas ( cível, crime, família, etc.. ) hoje em dia passou a ser uma Secção de Proximidade que pratica apenas alguns atos.

SABROSA O que significa, para o seu concelho, a reabertura do tribunal?

A reabertura do tribunal em Sabrosa é, sem dúvida, uma mais-valia para o município, desde logo porque as pessoas já não serão obrigadas a deslocar-se a Vila Real para tratar alguns assuntos neste serviço. Depois, porque toda a gente que lá trabalhava e que lá tinha de ir por causa dos seus processos agora já não vem e isso notou-se no nosso comércio, em especial na restauração, falamos de uma média de 20 a 30 pessoas por dia, que numa realidade destas faz toda a diferença.

Felizmente este é um sinal que o processo se pode estar a inverter, depois do encerramento de vários serviços em concelhos do interior, quem decide parece ter percebido agora que se queremos realmente fixar pessoas no interior e dar-lhes uma boa qualidade de vida não lhes podemos retirar bens e serviços que são essenciais.

Comparativamente aos serviços que o tribunal tinha antes de encerrar, sente que os mesmos foram mantidos, melhorados ou diminuídos?

Infelizmente perdemos várias valências neste período em que o tribunal esteve encerrado, nota-se que a dinâmica não é a mesma, e isso é um fator negativo para nós.

Ao tornar-se agora uma Secção de Proximidade, que pratica apenas alguns atos, vemos a sua função diminuída mas sempre estamos melhor do que o encerramento total a que foi obrigado.

do país como todos os outros cidadãos e as lógicas da igualdade e da cidadania plena efetivaram-se com esta medida”, sustenta a governante em entrevista à Agência Lusa.

Satisfeitos também com esta reabertura mostram-se os utentes e os empresários destas vilas, a quem o encerramento dos tribunais obrigou a uma mudança de hábitos e um gasto extra já que muitas

vezes tinham que se deslocar ao tribunal mais próximo recorrendo a transportes públicos ou obrigando-os a deslocações de dezenas de quilómetros.

Os autarcas, de uma forma geral, mostram-se agradados com esta decisão do governo de António Costa, no entanto reivindicam mais competências para estes tribunais de forma a serem equiparados ao serviço antes existente. ■

MESÃO FRIO O que significa, para o seu concelho, a reabertura do tribunal?

Esta reabertura significa muito para o nosso concelho e para o nosso território. Primeiro foi o devolver a Mesão Frio o símbolo da justiça, um símbolo que tínhamos há centenas de anos e que perdemos com o Governo anterior. Este atual governo, e bem a meu ver, devolveu-nos esse símbolo.

Se alguma dúvida houvesse do mal que foi feito aos territórios interiores com esta retirada de serviços públicos, estamos agora a verificar que todas as instituições se estão agora a preocupar com esse esvaziamento no interior do país.

Comparativamente aos serviços que o tribunal tinha antes de encerrar, sente que os mesmos foram mantidos, melhorados ou diminuídos?

Aqui devo fazer duas comparações. Uma com a situação em que estávamos há um ano atrás e essa é sem dúvida melhor pois o serviço está agora de portas abertas, conseguindo evitar que os nossos munícipes tenham que fazer dezenas de quilómetros para tratarem alguns dos seus assuntos na justiça.

Outra comparação, é com o serviço que existia antes de encerrar e aí devo dizer que não estamos ainda satisfeitos. Acreditamos que este é ainda um período de transição entre o fecho e a reabertura, e que esta ministra está atenta a essa situação para que no futuro possa atribuir mais valências a este tribunal.

TABUAÇO O que significa, para o seu concelho, a reabertura do tribunal?

Atendendo ao facto de que o Tribunal se encontrava fechado desde a reforma do mapa judiciário foi extremamente importante a sua reabertura. Gostaríamos que a decisão tivesse significado uma completa reversão ao que tinha sido decidido mas temos que convir que a actual secção de proximidade garante uma série de serviços e valências que tinham deixado de existir com o encerramento o que melhora claramente a qualidade de vida dos nossos munícipes.

Comparativamente aos serviços que o tribunal tinha antes de encerrar, sente que os mesmos foram mantidos, melhorados ou diminuídos?

Diminuídos porque Tabuaço era uma comarca na sua plenitude, apesar de partilhar os magistrados com a comarca de Armamar, e neste momento existe apenas uma secção de proximidade. Gostaríamos de nos ver ser devolvido o direito consagrado às nossas populações de há séculos a esta parte. Consideramos que a reabertura foi um passo importante mas entendemos que é ainda insuficiente. Necessitamos de trazer novamente a justiça para as nossas populações e não o inverso, como agora acontece, em que têm que ser as pessoas a deslocar-se para que isso aconteça. E não deixaremos de, juntos das entidades competentes, tentar fazer valer esta nossa posição contando com a abertura e disponibilidade que tem, até hoje, sido manifestada pelo Ministério da Justiça.

VIVADOURO JANEIRO 2018 15

Pequena Agricultura Familiar terá novo estatuto até Março de 2018 O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos anunciou que até março deste ano o novo estatuto da Pequena Agricultura Familiar estará em vigor.

lificadas como familiares, representando assim 93% do número total de explorações e 49% da superfície agrícola útil.

“O mundo rural vivo exige pessoas e para que as pessoas nele vivam têm de ter condições dignas. E é através deste estatuto que queremos melhorar um pouco as condições de vida deste segmento tão importante da nossa agricultura”, notou Capoulas Santos.

O ministro explicou ainda que, para ter este estatuto, é necessário o reconheci-

mento como pequeno agricultor familiar, obtido cumprindo algumas condições: ter mais de 18 anos, uma exploração agrícola na qual a mão-de-obra assalariada não é superior à da família, propriedade cadastrada e uma faturação inferior a cerca de 20 mil euros.

Para a entrada oficial do documento em vigor falta ainda a aprovação final em Conselho de Ministros, assim como a promulgação e publicação em Diário da República. ■ FOTO: DR

Entre outras medidas, o novo estatuto pretende consagrar alguns direitos reivindicados há muito pelos agricultores, desde logo o acesso prioritário a fundos comunitários, assim como um regime fiscal “mais favorável”.

Em declarações à Agência Lusa, Capoulas Santos explicou que o que está em causa é uma “carta de direitos” para um “segmento com um impacto e uma importância social muito superior à sua importância económica, (…) porque se trata da população rural que ocupa os territórios, cujo despovoamento das últimas décadas foi tão tristemente ilustrado na recente tragédia dos incêndios”.

Segundo o governante, “pretende-se que a pequena agricultura tenha acesso prioritário às medidas de apoio da União Europeia, seja no investimento, seja outras medidas de apoio ao rendimento”.

Também no que diz respeito à Segurança Social estão previstas alterações com o novo

documento, colocando estes agricultores num “sistema de segurança social e fiscal mais favorável”, bem como “um regime específico no que diz respeito às normas de higiene e segurança alimentares nas pequenas leitarias, salsicharias, queijarias”, que seja “mais simples do que aquele que é exigido à indústria em geral”, isto “sem prejuízo das regras elementares no que diz respeito à segurança dos consumidores”, afirmou o ministro.

“Queremos também facilitar o acesso aos mercados locais e introduzir medidas de apoio nesse sentido, já que a comercialização dos produtos é o problema principal dos pequenos agricultores”, apontou Capoulas Santos.

Com este novo estatuto, estão previstas outras medidas como a adequação das exigências ao tipo de agricultura, desde logo no volume de produção comercializada, a criação de linhas de crédito específicas para este segmento e a cedência de prioridade para arrendar terras do Estado.

O documento que irá entrar em vigor a partir de março deste ano começou a ser trabalhado ainda em finais de agosto de 2017 quando o Governo criou uma Interministerial para a Pequena Agricultura Familiar.

Segundo os últimos dados conhecidos, nos últimos 20 anos, o número de pequenas explorações agrícolas tem vindo a diminuir consideravelmente, existindo neste momento cerca de 280 mil explorações qua-

Vários Concelhos

Cinco municípios do Douro baixam IMI

Entre os municípios que vão baixar o imposto, Sabrosa será aquele que fica com a taxa mais reduzida, 0,3%, seguindo-se Moimenta da Beira com 0,375%, Lamego com 0,38%, Alijó com 0,4% e Mesão Frio onde a taxa de IMI será 0,43%.

Dos restantes 14 concelhos, onze aderiram ao IMI Familiar, uma medida criada pelo governo que permite aos concelhos

reduzir o valor a pagar de IMI de acordo com o número de filhos, em três escalões: 1 filho equivale a um desconto de 20 euros, 2 filhos representam uma redução de 40 euros, chegando aos 70 euros para as famílias com 3 ou mais filhos.

Na região do Douro, os onze municípios que aderiram a esta medida são: Armamar, Carrazeda de Ansiães, Murça, Penedono, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real.

Para as famílias terem direito a desconto no IMI, os seus respetivos municípios devem aderir à medida plano familiar.

A partir de Abril, mês da primeira de duas prestações anuais deste imposto, os munícipes destes concelhos poderão esperar por uma conta mais leve do que nos anos anteriores. ■

FOTO: DR

O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) vai baixar em diversos municípios nacionais em 2018. No Douro o imposto irá baixar em cinco concelhos, três no distrito de Vila Real e dois em território Viseense.

16 VIVADOURO JANEIRO 2018

Destaque VivaDouro

PROVERE: Corte nos fundos obriga a r

Criado com o objetivo de colmatar as diferenças entre os territórios de baixa densidade e o litoral do país, o PROVERE tem sido alvo para os 8,5 milhões. Uma situação que põe em causa a raiz do próprio programa.

Texto e Fotos: Carlos Almeida

Uma das primeiras vozes a levantar-se contra a decisão, que ficou conhecida na sequência da abertura do Aviso Norte-28-2017-41 referente à segunda fase do Reconhecimento Formal das Estratégias de Eficiência Coletiva PROVERE na Região Norte, foi a de Rui Santos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real.

Para o autarca, são “incompreensíveis os critérios subjacentes à afetação de verbas às duas Estratégias de Eficiência

Coletiva agora a concurso, uma para o Tâmega e Sousa, com cerca de oito milhões de euros e outra para o Douro com 8,5 milhões de euros”. É que, segundo sustenta, “a primeira integra 12 concelhos, sendo que apenas quatro (Baião, Celorico de Basto, Cinfães e Resende) são territórios de baixa densidade, e dois concelhos da Área Metropolitana do Porto (Arouca e Vale de Cambra) na mesma categoria”. Para o autarca esta situação é uma “deturpação absoluta do que são fundos de coesão, continuando a direcionar estes

recursos para subterritórios dentro do Norte, que já vão muito mais longe no caminho da convergência”.

Plano previamente discutido e aprovado não avança O autarca Vila-realense lamentou também que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-n) tenha feito “tábua rasa” do processo anterior, que culminou na submissão e aprovação da anterior candidatura PROVERE Douro 2020, que articulava agentes públicos e privados, como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e que previa uma verba de 24,5 milhões de euros de investimento público através do PROVERE, aos quais se somariam mais de 215 milhões do setor privado, divididos por 226 projetos. Para Rui Santos, esta seria a estratégia correta a seguir, envolvendo todos os agentes da região num só propósito, a coesão territorial sendo que o plano havia sido rigorosamente preparado através de diversas reuniões de trabalho entre os intervenientes e de uma articulação entre os stakeholders públicos e privados.

“Governar é escolher e a CCDR-n decidiu por esta distribuição de fundos” Este plano inicial tinha três objetivos estratégicos: Potenciar recursos, marca e território; Promover a qualificação, o empreendedorismo e a inovação; Fomentar redes de cooperação e coesão territorial. Isto porque, no âmbito do anterior programa EEC PROVERE Douro Região Vinhateira tinham já sido iden-

tificados vários recursos endógenos em subaproveitamento, provando que o potencial da região não se esgota no setor do turismo.

Para Rui Santos, a decisão agora tomada de atribuir à região apenas 8,5 milhões de euros é reflexo de uma opção da atual direção da CCDR-n, “governar é escolher e a CCDR-n decidiu por esta distribuição de fundos”, afirma o autarca vila-realense.

Por sua vez, o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Fontainhas Fernandes, em declarações ao VivaDouro afirmou que “O PROVERE pode ser instrumento essencial para competitividade do Douro, caso se aposte no aumento de valor acrescentado dos recursos endógenos, sejam naturais, património histórico ou saberes e sabores tradicionais. Caso esta dotação se mantenha, julgo que a lógica de desenvolvimento territorial pode ser compensada com a abertura de avisos específicos para os territórios de baixa densidade, no quadro dos sistemas de apoio a ações coletivas, podendo até envolver mais do que uma região de convergência”.

No entender de Rui Santos, este corte poderá colocar em causa a participação de instituições como a UTAD neste processo de coesão territorial, no entanto o reitor da Universidade apresentou, nas declarações ao nosso jornal uma visão mais otimista do papel da instituição.

“Atendendo à sua forte ligação com o território, desde o início do quadro comunitário a UTAD teve uma atitude proactiva no apoio à preparação de candidaturas ao Portugal 2020 com os agentes do território, incluindo o PROVERE. Considero que Universidades com fortes ligações a territórios desafiantes devem manter a mesma determinação e um papel pró-ativo, de forma a atenuar as crescentes assimetrias regionais. Julgo que é ainda possível, nesta fase de reprogramação dos fundos regionais, considerar mecanismos compensatórios desde que o poder político se empenhe, sob pena de se co-

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Destaque VivaDouro

repensar estratégia para a região

o de duras crítica por diversos agentes da região do Douro que viu a verba inicialmente acordada, 24,5 Milhões de euros, ser cortada

“A lógica de desenvolvimento territorial pode ser compensada com a abertura de avisos específicos para os territórios de baixa densidade” locar em causa a lógica de utilização dos fundos estruturais e a coesão do país”.

Para Carlos Silva, presidente da CIM-Douro, a redução nos fundos do

PROVERE é negativa no entanto o também autarca de Sernancelhe olha para esta situação como uma oportunidade da região se reinventar na utilização destes fundos, priorizando os projetos

de acordo com as necessidades mais prementes. “É evidente que a verba ora atribuída é manifestamente reduzida face ao inicialmente previsto e a partir do qual foram criadas expectativas. Porém, também compreendemos que estas geradas expectativas tenham suscitado a criação de um número significativo de estudos e projectos que neste momento se vêem gorados, exigindo reformulação e inutilizando muitas horas de trabalho previamente feito.

Contudo e perante a objectividade factual, estamos com um novo e derradeiro aviso PROVERE que carece nova-

mente de apurado estudo para adequar um verba menor aos projectos que a nossa região exige.

Ainda assim, a chegada de um novo player ao nosso âmbito e iniciativa, o Turismo de Portugal, vai permitir um reganho de interesse em todos os projectos PROVERE, no domínio da eficiência coletiva, e em termos turísticos para toda a região desta CIM. Acreditamos que esta reprogramação do Quadro Comunitário em curso seja portadora de um reforço positivo numa nova oportunidade PROVERE, bem como na redefinição dos programas PARU, entre outros, beneficiado-

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Destaque VivaDouro

“A verba ora atribuída é manifestamente reduzida face ao inicialmente previsto e a partir do qual foram criadas expectativas” res dos municípios mais pequenos dentro dos de baixa densidade. É ainda de meu manifesto entendimento que, dentro de toda as dificuldades encontradas no caminho, saibamos descobrir a via exequível para a minimização dos obstáculos, buscando toda a convergência territorial”.

Apelo à união dos autarcas e possível queixa a Bruxelas Numa tentativa de reunir forças entre todos os autarcas da CIM-Douro, no seu discurso na cerimónia de celebração dos 16 anos do Douro Património da Humanidade, Rui Santos apelou à união de todos os autarcas da região.

“Apelo a todos os presentes, nomeadamente aos autarcas do Douro, para que

me acompanhem nesta denúncia e que não se calem. Junto do Governo de Portugal, junto do senhor Presidente da República, junto de Bruxelas, esta mensagem tem que ser repetida. Não se calem nunca, pela região e por quem cá teima em viver”.

“Aquilo que deveria ser uma ferramenta ao serviço da região e do desenvolvimento, o programa que deveria representar uma oportunidade para este território de baixa densidade, é, afinal, mais uma encosta de pedra que teremos que desbravar”, continuou o autarca.

Num tom de desagrado com a decisão, o autarca continuou afirmando “que Lisboa ou o Porto apenas reconheçam no Douro a importância da sua paisagem classificada pela UNESCO, é lamentável,

PROVERE O que é?

Instrumento especificamente destinado aos territórios com menores oportunidades de desenvolvimento por causa de uma baixa densidade, os Programas de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) pretendem estimular iniciativas de agentes económicos orientadas para a melhoria da competitividade territorial e que visem dar valor económico a recursos endógenos e tendencialmente inimitáveis do território sejam recursos naturais, património histórico ou saberes tradicionais.

Quem gere?

As Estratégias de Eficiência Coletiva (EEC PROVERE) são promovidas por um consórcio de instituições de base regional ou local, nomeadamente empresas, associações empresariais, municípios, instituições de ensino e de I&DT, agências de desenvolvimento regional, associações de desenvolvimento local e outras instituições relevantes. Trata-se de um conjunto coerente e estrategicamente justificado de iniciativas, integradas num Programa de Ação, que se traduzem em projetos âncora e complementares a financiar de forma transversal pelos fundos estruturais.

mas não surpreendente. Que nós, autarcas da região, aceitemos com candura esta situação, que estejamos silenciosos perante este erro crasso, isso, minhas caras e caros colegas, isso não nos será perdoado por quem vier depois de nós”.

Caminho da convergência parece mais difícil “Estamos a meio da execução do Norte2020 e em setembro de 2017, a Área Metropolitana do Porto (AMP) tinha

mais projetos aprovados e financiados, quer em número, quer em valor, do que o somatório de todas as restantes CIM (Comunidades Intermunicipais) da NUT II Norte”, referiu Rui Santos.

De acordo com o mesmo, a AMP tinha aprovados 2.109 projetos, com um apoio de 720 milhões de euros, enquanto todo o Norte restante tinha aprovados 1.914 projetos, com um apoio de 615 milhões de euros. No Douro, foram aprovados 164 projetos no valor de 56 milhões de euros. “É dolorosamente evidente que, a menos que as entidades gestoras invertam o caminho que têm seguido, este será um quadro comunitário que agravará a divergência entre territórios, em vez de fazer aquilo para que foi desenhado”, salientou.

“Este revés da administração está a refletir-se de forma muito negativa nos investidores da região, conforme se pode constatar pelo número de candidaturas submetidas aos diferentes avisos, que no caso do Douro são assustadoramente inferiores face às demais regiões do Norte, no que se refere aos territórios de baixa densidade”, referiu. É assim evidente o mal-estar que esta situação provocou na região sendo que até ao momento não foi ainda tomada nenhuma medida conclusiva, aguardando-se uma decisão sobre qual o rumo a tomar.

O VivaDouro, na elaboração desta reportagem, tentou contactar a CCDR-n, no entanto o seu presidente não quis tecer qualquer comentário. ■

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Vila Real

Encerramento dos CTT e aumentos das portagens contestados por Rui Santos

No que diz respeito ao encerramento da estação dos CTT da Araucária, Rui Santos considera uma loucura, chegando mesmo a falar da falta de uma terceira estação para melhoria do serviço na cidade. “É incompreensível, uma loucura, um ato de gestão danosa encerrar esta estação dos CTT. Aquilo que os CTT deviam fazer era abrir uma outra loja e não fechar”, afirmou lembrando que esta é uma estação que funciona “muito bem, com muita gente, que tem filas de espera de forma quase constante e serve uma zona da cidade em expansão e com uma grande densidade populacional e vários serviços, deste a universidade às finanças”.

Na base da decisão da empresa de serviços postais está uma remodelação já anunciada em finais de 2017 sendo, um dos critérios para o encerramento de estações a existência de outras a uma distância inferior a 1 km, como é o caso de Vila Real onde existe outra no centro da cidade. Contudo, para Rui Santos esta decisão não se pode apenas basear nessa proximidade, “temos uma população de cerca de 60.000 pessoas, uma

média de 30.000 utentes para cada uma das estações CTT na cidade. Não acreditamos que haja um estudo técnico, sociológico que sustente esta decisão. O único fator que sustenta esta decisão é o lucro e cada vez mais sacarem dinheiro dos CTT para distribuírem dividendos pelos acionistas da empresa”, concluiu.

Uma das exigências do autarca é que seja tornado público o contrato que o anterior governo fez com os atuais detentores dos CTT, podendo desta forma perceber se há alguma quebra naquilo que tinha ficado escrito ou se o anterior executivo não tomou as devidas precauções na transição do serviço postal para os privados. “Se o contratado assinado pelo anterior Governo e o concessionário não estiver a ser respeitado, ele tem que ser quebrado”, sublinhou.

Rui Santos afirma ainda que toda esta situação é “absolutamente inacreditável” pois a empresa “tem a obrigação de prestar um serviço público de qualidade”.

Também apanhados de surpresa pelo encerramento foram os utentes da estação dos CTT da Araucária que se juntam ao autarca na contestação a esta decisão.

“Vai fazer falta porque está mesmo aqui, à entrada da cidade, e é mais fácil para as pessoas que vêm das aldeias, para estacionar e para tudo. Venho aqui várias vezes e às vezes estão aqui mais de 30 pessoas à minha frente”, referiu a cliente dos CTT Maria Adelaide Silva.

Também Manuela Vaz de Carvalho, proprietária de um café ao lado dos CTT se mostra indignada, “é um crime absoluto contra as pessoas que de facto necessitam dos correios. Já nem falo no meu negócio, falo das pessoas em primeiro lugar, como os muitos idosos que aqui vêm levantar as

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O início de 2018, em Vila Real, tem sido atribulado com as notícias dos aumentos das portagens na A24 e no Túnel do Marão e o encerramento da estação dos CTT da Araucária que têm levado a duras críticas do autarca vila-realense.

suas reformas”. À margem da contestação contra os CTT, o presidente da Câmara Municipal de Vila Real aproveitou ainda para protestar contra o aumento das portagens na A24 e no Túnel do Marão.

“No túnel há um aumento de portagens mas não há a reposição do controlador de tráfego, não há um simulacro de incêndio e a qualquer momento podemos ter uma catástrofe e não estão salvaguardadas as condições de segurança como sempre exigimos”, salientou o autarca socialista.

Quanto à A24, o presidente referiu que nesta autoestrada se “continua a pagar o quilómetro mais caro do país, mas as condições de segurança não são repostas”.

“Não é reposta a iluminação nos nós de acesso, os limpa-neves, os painéis de informação, os serviços de assistência que só

FOTO: CA

FOTO: DR

> Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real

funcionam à chamada entre as 20:00 e as 07:00 e os próprios postos SOS, alguns estão desativados”, frisou.

Para o autarca socialista é tempo de serem tomadas medidas e nesse sentido irá colocar alguns painéis nos nós de acesso à A24 com a frase, “entrou numa autoestrada perigosa”.

Da mesma forma, Rui Santos irá, na próxima reunião da CIM-Douro, propor aos restantes autarcas que esta iniciativa se estenda a todos os concelhos abrangidos por aquela autoestrada, com a certeza porém que Vila Real o fará até ao final do mês de Janeiro.

Fernando Santos, empresário de Vila Real mostra-se também descontente com estes aumentos pois, segundo o próprio “o aumento acaba por se refletir no preço final dos produtos vendidos e isso pode significar uma diminuição nas vendas”. ■

> Loja dos CTT da Araucária

20 VIVADOURO JANEIRO 2018

Vários Concelhos

Cativações comprometem promoção dos vinhos do Porto e Douro

Segundo cálculos da AEVP, serão 8 milhões de euros o dinheiro acumulado, resultante dos saldos de gerência dos últimos exercícios. Dinheiro que poderia ser aplicado em ações no exterior para contrariar a queda gradual de receitas, mas está à ordem da Direção Geral do Tesouro, como sucede com os outros institutos públicos.

A política de cativações “faz com que o sector do vinho do Porto sofra uma dupla tributação”, acusa António Saraiva, presidente da AEVP, em declarações à imprensa. Porque o pagamento de uma taxa “pressupõe a prestação de um serviço”.

Além dos impostos correntes, as empresas “sofrem com as taxas que financiam a ativi-

dade do IVDP e que o governo trata como se fossem impostos encapotados”, acrescenta António Saraiva.

Esta realidade não é nova para o setor. Em 2011, o governo de José Sócrates, desviou o pecúlio acumulado (8,6 milhões de euros) para reforçar os cofres do Estado central.

Depois, no governo PSD/CDS as cativações do IVDP serviram para a Casa do Douro pagar salários (cerca de 400 mil euros).

Mas, a AEVP não se conforma e quer impedir que se torne uma tradição, uma “prática que penaliza severamente o sector”. A receita das taxas deve ser aplicada na defesa e desenvolvimento do Douro, como refere uma declaração recente aprovada pelo Conselho Interprofissional da região.

Entre as missões do IVDP, o organismo que regula, fiscaliza e defina a política vitivinícola do Douro, conta-se a promoção e internacionalização dos vinhos da região demarcada, capacidade largamente afetada por estas cativações e pela diminuição dos números da exportação.

Em 2017, a receita no exterior voltou a cair.

Para contrariar esta tendância, António Saraiva afirma que é necessário “investir mais em promoção, divulgando mais e melhor um produto que é único no mundo”. O gestor da casa Rosés e presidente da AEVP dá como exemplo o caso francês, o mercado externo que mais receita gera e que se en-

contra em declínio acelerado.

Em maio, a AEVP irá promover uma ação pelo Oriente, paga pelas empresas, com paragens em Tóquio, Xangai e Hong Kong, que poderia ser replicada noutras geografias se contasse com o impulso do orçamento do IVDP. O Japão foi dos mercados que mais caiu em 2017 (40% em valor), a China não aparece ainda no top 25.

António Saraiva aponta os mercados do Canadá e Estados Unidos como os que

apresentam uma maior margem de progressão, contando já com uma posição de relevo nas exportações, enquanto os operadores reconhecem ser fundamental investir na valorização e reposicionamento do vinho do Porto no exterior, reduzindo a dependência dos mercados europeus.

A associação tem manifestado a sua indignação acerca desta situação junto da secretaria de Estado da Agricultura e Alimentação que alega que o tema é do âmbito do Ministério das Finanças. ■ FOTO: DR

Associação de Empresas do Vinho do Porto (AEVP) está indignada com a política de cativações que retira capacidade de promoção ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), financiado com taxas aplicadas ao setor, situação agravada pelas exportações que estão em queda.

Sociedade Filarmónica de Salzedas lança CD

Num espetáculo que contou com interpretações de obras de Manuel Moralles Martinez, Jan Van Der Roost, Klaus Badelt, Steven Bryant, Franco Vallor Llorens e Giancarlo Gazzani, o destaque maior foi mesmo para as obras que estão presentes no disco, uma espécie de bilhete de iden-

tidade da Sociedade Filarmónica de Salzedas. “Neste CD podem ouvir música ligeira. A primeira peça foi feita em 2010 de propósito para nós quando assinalámos os 180 anos, é acima de tudo um conjunto de músicas que têm a nossa forma de estar”, afirmou Vasco Pinto, membro da Direção da Sociedade.

Para Vasco Pinto, o CD da Filarmónica é “um sonho antigo que agora é real”, afirma, acrescentando ainda que “foi graças à Câmara de Tarouca que foi possível gravarmos. Ficámos em segundo lugar no concurso Cidadão Participa, e depois o dinheiro deu jeito para conseguirmos lançar o disco”, admite.

Com um custo de 10 euros, o CD “está à venda na nossa sala de ensaios, nos nossos concertos e também nos cafés em Tarouca para quem queira comprar”, acrescentando que a seleção foi simples de fazer. “Temos

oito ou nove músicas, todas elas escolhidas pelo nosso diretor artístico, Fernando Garcia.”

Prestes a entrar no seu 188º aniversário, a Sociedade Filarmónica de Salzedas é com-

posta neste momento por cerca de 40 elementos, na sua maioria jovens a partir dos 12 anos, sendo que o músico mais velho tem 54 anos. “O futuro está assegurado”, garante Vasco Pinto. ■ FOTO: DR

A apresentação do CD da Sociedade Filarmónica de Salzedas teve lugar na Igreja do Mosteiro de Salzedas, um espaço que se revelou pequeno para a quantidade de público que quis assistir a este momento que assinala o 188º aniversário da coletividade.

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Vários Concelhos

Vinho do Porto: mercado interno compensa quebras na exportação

2017 foi um ano de queda para as exportações de Vinho do Porto, em volume e valor. No ano passado foram exportadas menos 150 mil caixas do que em 2016 (-3%), já no que diz respeito ao valor, a quebra é de cerca de dois milhões de euros, ficando nos 255 milhões. Contudo a receita global do setor cresceu 2%, terminando com 322 milhões de euros, muito à custa do mercado interno que teve um crescimento de 10%, em valor, gerando um total de 65 milhões de euros.

Nos dados agora apresentados a grande novidade é o fim da hegemonia do mercado francês que, desde 1963 (ano em que ultrapassou o mercado britânico), era o principal mercado para o Vinho do Porto, perdendo o lugar para o mercado nacional.

Portugal e França valem cada um, um quinto da receita. Mas, fica claro que em 2018 o mercado português se consolidará como campeão de vendas. No que diz respeito ao volume, a liderança da França permanece incontestada (1,9 milhões contra 1,2 milhões de caixas, em Portugal).

Analisando a evolução do consumo nos últimos 10 anos pode concluir-se que a ultrapassagem era inevitável. As vendas em Portugal aceleraram a partir de 2011, enquanto as exportações para França registam um gradual e persistente declínio, em oito anos a receita caiu cerca de 13 milhões de euros. Tendência que se confirmou em 2017, com a França a cair novamente, 6% em valor e 7% em volume.

António Saraiva, presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) classifica como “muito preocupante” a queda persistente do mercado francês, um “mercado em que o vinho do Porto desfruta de grande notoriedade, mas sofre com a imagem de ser um aperitivo de baixo custo, com uma clientela envelhecida”.

Em declarações à imprensa, Manoel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), con-

FOTO: DR

Segundo dados divulgados este mês, em 2017, o mercado nacional superou a França como primeiro mercado consumidor de Vinho do Porto, pondo fim a um reinado de 54 anos.

sidera este um “momento histórico” tendo em conta a vocação exportadora que sempre marcou este setor da economia, contudo afirma também que os agentes do setor e o próprio instituto “estão atentos” à evolução do mercado, apostando numa estratégia promocional que conceda uma novo posicionamento no mercado, através “da valorização do produto, novos momentos de consumo e a sedução das gerações mais

Os cinco principais mercados consumidores deste produto têm vindo a perder força jovens”.

Segundo os produtores, uma das principais razões apontada para este crescimento de Portugal, no consumo de Vinho do Porto, é o crescimento do turismo, em especial no Porto e Douro.

Contudo, este fator pode também estar a deturpar os resultados, uma vez que o vinho comprado pelos turistas nas suas visitas a caves e adegas entram para o total nacional, a título de exemplo, as caves de Vila Nova de Gaia recebem mais de um milhão de turistas anualmente.

Manoel Cabral não contraria este argumento, contudo salienta que os portugueses procuram consumir mais Vinho do Porto pela “história e portugalidade que carrega”, preferindo “categorias de

maior qualidade e preço médio mais elevado”.

IVDP e AEVP estão de acordo quanto ao que é necessário fazer para recuperar o dinamismo do setor, para ambos os organismos é preciso conquistar agentes comerciais e líderes de opinião, promovendo “campanhas para seduzir novos públicos, programas dirigidos sommeliers com propostas de harmonizações e um esforço para impor as categorias especiais”.

Olhando ainda para os resultados apresentados podemos ver que Rússia (53%) Brasil (19%) e Polónia (15%) foram os mercados externos que mais cresceram em 2017. Já no top 10 dos mercados, e à semelhança do nacional, também Reino Unido, Estados Unidos e Canadá mostraram um crescimento assinalável.

Outra evidência é que os cinco principais mercados consumidores deste produto têm vindo a perder força, perdendo cerca de 10% da fatia de mercado, reflexo da maior diversidade de mercados.

A consolidação dos mercados russo e polaco são uma boa notícia para o setor, já no outro extremo fica o Japão que desiludiu nos números finais apresentados. Ainda na Ásia, a China é um mercado apetecível pelos milhões de consumidores que ali existem, no en-

Portugal e França valem cada um, um quinto da receita.

tanto o maior país do mundo ainda não aparece no top 25. Para Manoel Cabral este “é um mercado de paciência e investimento”.

Em queda parecem também estar os mercados nórdicos, Suécia, Noruega e Finlândia registaram uma queda acentuada, salvando-se apenas a Dinamarca que aumentou as vendas em cerca de 6%. Para o presidente o IVDP esta é “perda episódica e pontual que não traduz uma tendência consolidada”.

Nos restantes vinhos produzidos no Douro (mesa e moscatel), também se registou uma evolução favorável sendo que, também aqui, Portugal supera o mercado de exportação. No caso dos vinhos DOP - Denominação de Origem Protegida a receita final rondará os 140 milhões de euros, um crescimento de 8% face ao ano anterior, aqui o peso da exportação fica nos 40%.

Comparando com o Vinho do Porto vemos que alguns mercados em crescimento são comuns, no entanto e a título de exemplo aqui a China tem um peso maior sendo já o 11º consumidor de vinhos de mesa e moscatel do Douro.

Polónia (45%), Angola (40%) Brasil (32%) registaram as maiores subidas.

No moscatel, a exportação é residual (750 mil euros), centrada nos mercados da saudade. Mas, China e Taiwan, com crescimentos de 40 e 730% respetivamente, dão sinais de entusiasmo por esta casta mais doce.

A região do Douro, com os vinhos de mesa, generoso e moscatel, gerou, em 2017, 480 milhões de euros, e contribuindo assim com 320 milhões para a balança comercial portuguesa. ■

22 VIVADOURO JANEIRO 2018

Vários Concelhos

Incubadora de empresas cria 18 postos de trabalho em Carrazeda de Ansiães No total são já nove as empresas instaladas na incubadora de empresas que nasceu no edifício do antigo mercado municipal. O apoio aos empreendedores dura 24 meses.

ao empreendedorismo e à definição de estratégias empresariais que, em simultâneo, tenham garantias de sustentabilidade e promovam o emprego local”.

A Incubadora de Empresas constituirá, ainda segundo a autarquia, “um instrumento ao serviço dos empreendedores e das empresas locais, propiciando-lhes condições físicas, técnicas e financeiras com vista à sustentabilidade e viabilidade dos projetos apresentados”.

A transformação do antigo mercado numa incubadora empresarial foi apresentada em agosto de 2017 pelo anterior

executivo liderado por José Luís Correia que optou por dar este fim a um mercado municipal, na sede de concelho, que nunca teve qualquer utilização.

A aposta do município é clara: os produtos locais, em especial os mais emblemáticos como a maçã, o vinho e o azeite são uma prioridade. Produtos de reconhecido valor na região o que pode ajudar na promoção dos mesmos.

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB), acompanha o processo de implementação da incubadora de empresas através de uma parceria estabelecida com a Câmara Municipal. ■ Foto CMCA

Inaugurada no passado dia 15 de Janeiro, a incubadora de empresas de Carrazeda de Ansiães nasceu da transformação do antigo mercado municipal, albergando neste momento um total de nove novas empresas que geram um total de 18 postos de trabalho.

No decorrer da cerimónia de assinatura do protocolo entre o município e os novos empreendedores, o presidente da Câmara Municipal, João Gonçalves, assegurou que todos têm menos de 35 anos, são residentes deste município transmontano e têm agora uma oportunidade de experimentarem a sua ideia de negócio “sem muito risco”.

Além do espaço e de todo o apoio logístico como luz, água, Internet, a Câmara de Carrazeda de Ansiães assegura aos promotores dos projetos um apoio financeiro equivalente a um salário mínimo durante dois anos pelo primeiro posto de trabalho e metade do salário mínimo pelo segundo posto de trabalho, um apoio que tem a duração de 24 meses.

O presidente da Câmara espera que as experiências sejam de sucesso e que os

jovens possam depois consolidar o seu negócio, já fora da incubadora. Com este objetivo e como chamariz para novos investimentos, o município está também a realizar um estudo com vista a aumentar a capacidade da zona industrial.

Os novos inquilinos do antigo mercado foram selecionados por concurso público, passando assim a ocupar nove das vagas disponíveis na incubadora de empresas.

Segundo o município, “dadas as características específicas do tecido empresarial do concelho, verifica-se a necessidade da criação de apoios municipais

> Antigo Mercado Municipal transformado em incubadora empresarial

Clube Douro Mágico debate desafios e oportunidades do empreendedorismo no Douro O primeiro encontro teve lugar no dia 11 de janeiro, no Museu do Douro, subordinado ao tema: “Turismo 2027 - Desafios e Oportunidades”, pretendendo-se abordar a Estratégia do Turismo 2027. Numa Mesa Redonda debateu-se o tema, procurando respostas para questões como: ”Como estimular e promover o empreendedorismo na área do turismo na região do Douro? Quais as oportunidades? Quais são os fatores bloqueadores e como os ultrapassar?”

Dos oradores deste primeiro encontro fizeram parte elementos do Turismo de Portugal, da PriceWaterCoopers, Vidago Palace, Douro Azul e Taylor´s.

Nos encontros seguintes, sempre a decorrer no Museu do Douro (Régua) ou no Regia

Douro Park (Vila Real), vão debater-se outros temas ligados às Indústrias Criativas, Agrobussiness, o Vinho e o Empreendedorismo.

Esta organização está inserida num conjunto de atividades que visam contribuir para

a “preservação, valorização e promoção do Alto Douro Vinhateiro e das Aldeias Vinhateiras do Douro”, numa perspetiva de maior desenvolvimento da região e das comunidades que nela vivem e trabalham. ■ Foto DR

Inserido no Projeto “Douro em Movimento, Aldeias com Vida”, a Douro Generation – Associação de Desenvolvimento, e a Rede de Aldeias Vinhateiras do Douro estão a organizar um conjunto de cinco encontros com o objetivo de debater diversos temas em que o principal objetivo é “promover o empreendedorismo na região”.

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Vários Concelhos

Museus do Norte com crescimento de 6,1% em 2017 Os museus e monumentos tutelados pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) registaram uma subida de 6,1% em 2017, relativamente ao ano anterior, sendo o Museu de Lamego o que registou maior crescimento.

Em 2017, ano em que celebrou o seu centenário, o Museu de Lamego recebeu cerca de 48 mil visitantes, mais 61% do que os registados em 2016. Este foi o maior aumento de entradas registado no conjunto de museus e monumentos tutelados pela Direção Regional de Cultura do Norte que, no seu total, registou um aumento de 6,1% relativamente ao período homólogo.

“Desde 2013, já se registaram cerca de 2,7 milhões de visitantes no conjunto museológico composto pelo Museu de Lamego, Museu dos Biscainhos e Museu D. Diogo de Sousa (Braga), Paço dos Duques e Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Museu do Abade de Baçal (Bragança)”, especifica a Direção regional em comunicado.

O comunicado revela ainda que, “se a estes resultados se somarem os registos de entradas nos principais monumentos geridos pela DRCN, constata-se um valor próximo dos 5 milhões de visitantes, sendo de destacar a posição de relevo ocupada pelo Paço

dos Duques de Bragança, em Guimarães, que nos últimos cinco anos registou mais de 1,5 milhões de entradas”.

No que diz respeito ao crescimento de 61% registado em Lamego, a nota sublinha que essa “subida bastante expressiva, é justificada, não só mas também, pela afluência de público às iniciativas promovidas ao longo do ano para comemorar o Centenário do Museu de Lamego”.

Para o diretor do Museu de Lamego, Luís Sebastian, o crescimento do número de visitantes no espaço que coordena é o resultado de um trabalho que não se cinge apenas ao ano 2017.”É uma estratégia que foi definida há cinco anos de ter um plano de atividades ambicioso, repleto de eventos”, diz.

Entre exposições temporárias, ciclos de cinema, fotografia e conferências, Luís Sebastian adianta que o museu tem uma média de 60 eventos por ano e que na diversidade é que está o ganho. “Apostamos também em workshops, em exposições fora do nosso espaço quer em Portugal quer noutros países”, refere.

Luís Sebastian admite que a presença no meio digital é uma ferramenta fundamental para atrair público para os museus “Temos também uma comunicação online muito dinâmica e uma estratégia de publicação bastante ambiciosa com várias publicações online que têm tido uma enorme aceitação pelo mercado nacional e estrangeiro”, afirma.

Na perspetiva do diretor as entidades culturais devem aproveitar o crescimento do turismo para desenvolverem os seus produtos e aumentarem a sua visibilidade. “Os

> Museu de Lamego

números (de visitantes em museus e monumentos), nos últimos anos têm vindo a aumentar, sobretudo nas zonas do país com maior aumento de turismo. Por isso, os museus apanham também um pouco esta dinâmica que o turismo em Portugal tem vindo, felizmente, a criar”, conclui.

Considerando esta evolução como “extremamente positiva”, António Ponte, diretor regional de Cultura do Norte, explica que o crescimento verificado nos últimos anos se deve “a um reforço da estratégia de trabalho articulado e em rede por todo o território, onde tem vindo a desenvolver uma política descentralizadora de investimentos, envolvendo os agentes culturais e autarquias locais na prossecução de um esforço comum de salvaguarda, preservação e divulgação do Património a Norte”.

Por outro lado, salienta o diretor regional de Cultura do Norte, têm sido desenvolvidos “vários projetos de conservação e restauro do património edificado, visando assegurar a proteção e valorização dos edifícios, sempre com o objetivo de os devolver às comunidades a que pertencem, com novos modelos de fruição pública”.

São testemunho das várias atividades e projetos, a Rota das Catedrais a Norte ou o espaço Património a Norte (localizado no Mosteiro da Serra do Pilar, em Gaia), cujo objetivo é incrementar o aumento do número de visitantes através da recuperação e salvaguarda do património, mas também da abertura de novos canais de informação e divulgação fundamentais para atrair novos visitantes. ■

Município de Mesão Frio aposta na eficiência energética Depois das medidas implementadas na piscina municipal coberta, no mandato anterior, Cidadelhe é a primeira freguesia do concelho a receber a instalação de iluminação LED na via pública, economizando até 86% no consumo de iluminação, sem prejuízo da sua qualidade.

O atual executivo pretende agora alargar esta aposta na eficiência energética, com iluminação pública LED, a todas as freguesias do concelho, dando assim, seguimento à estratégia de sustentabilidade, para o concelho e para a autarquia, delineada há 8 anos.

Foto DR

A Câmara Municipal de Mesão Frio continua, paulatinamente, a implementar novas medidas que permitam uma utilização racional de energia, sobretudo, através da instalação de equipamentos e energias alternativas, o que resulta em menor consumo de energia elétrica e, consequentemente, na redução de custos para o município.

24 VIVADOURO JANEIRO 2018

Lamego

Teatro Ribeiro da Conceição com programação gerida pelo Pelouro da Cultura

“O rigor orçamental obriga a uma contenção de recursos, mas a qualidade da programação está garantida”, assegura Ângelo Moura, presidente da Câmara de Lamego. Segundo o autarca, esta opção vai permitir uma poupança de cerca de 100 mil euros aos cofres da autarquia. “Uma poupança que parece pouco mas é significativa dada a nossa situação financeira”, acrescenta.

O autarca reforça que a estratégia cultural para este espaço está “bem definida”, aproveitando “o bom que se fez anteriormente, mas marcando uma opção que tem como objetivo a afirmação local e regional, mas também nacional e, por que não, internacional”.

“O Teatro Ribeiro Conceição é uma obra material e imaterial. Queremos continuar com um

FOTO: DR

O Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, inicia o ano de 2018 com uma nova gestão de programação, agora da responsabilidade do pelouro da Cultura da autarquia lamecense. A decisão tem por objetivo a “contenção de recursos” e o “rigor financeiro”, levando assim ao fim da colaboração da equipa responsável pela programação que desde 2009 era coordenada por Rui Fernandes.

calendário, uma dinâmica e uma afirmação de qualidade e que vai de encontro ao público, envolvendo os agentes culturais da região e não só”, estabelece como prioridade o presidente da Câmara.

A comprová-lo, segundo Ângelo Moura, está já a programação para os próximos dois meses, apostada no teatro, trazendo ao palco deste espaço peças como o “Auto da Barca do Inferno” ou a “Farsa de Inês Pereira” pelo Teatro Filandorra. “Estes dois meses terminam com

a grande gala, em fevereiro, da comemoração dos dez anos do Teatro Ribeiro Conceição e começaram já a 7 de janeiro com o concerto de Ano Novo pela Filarmónica de Magueija”, afirma o autarca.

Ainda em outubro do ano passado, o então programador, Rui Fernandes, já tinha comunicado que estava a chegar o fim de um ciclo que “foi relevante e de inquestionável importância para a vida de Lamego porque foi aquele que devolveu o Teatro Ribeiro Conceição à cida-

de, à região e ao país; foi aquele que atribuiu à cultura importância estratégica; foi aquele que permitiu uma continuada e envolvente ação cultural consubstanciada em números que são o orgulho de quem estabeleceu e acreditou neste caminho (...) Só nos oito anos da responsabilidade desta coordenação realizaram-se mais de 3300 iniciativas, a nossa programação e o envolvimento social que criámos chegou a mais de 400.000 espetadores/utilizadores”, anunciou na altura. ■

Escola de Natação de Lamego renova certificação de qualidade

A atribuição do diploma é resultado do “trabalho desenvolvido, durante o ano de 2017, no âmbito do projeto Portugal a Nadar”, que visa uniformizar procedimentos e elevar a qualidade do processo pedagógico e de gestão, explica a autarquia em

comunicado enviado às redações.

A distinção foi atribuída no início deste mês de Janeiro, numa reunião que juntou a vereadora do Desporto da Câmara, Ana Catarina Rocha, o vice-presidente da Federação Portuguesa de Natação, Alexander Esteves, e o presidente da Associação Regional de Natação do Nordeste, José Nóbrega.

O município sublinha ainda que a escola municipal da modalidade mantém “um lugar de referência entre as academias” do género que são reconhecidas com a Certificação da Qualidade Técnico-Pedagógica, acrescentando que apenas 80 escolas fazem parte desse lote. ■

Foto DR

A Escola de Natação de Lamego viu renovada a Certificação de Qualidade Técnico-Pedagógica atribuída pela Federação Portuguesa de Natação para o ano de 2018.

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Workshop na Pesqueira visa combater violência no namoro Sob o desígnio “Amar-te e Respeitar-te”, será organizado, em São João da Pesqueira, um workshop que pretende alertar consciências para o combate à violência no namoro, no dia 2 de Fevereiro, pelas 14h30, no Cineteatro João Costa.

O objetivo deste evento organizado pelo CLDS 3G e CPCJ de S. João da Pesqueira, em parceria com a Câmara Municipal e a empresa Betweein (spin of da Universidade do Minho), é de capacitar e dotar os e as jovens, com ferramentas de diagnóstico e de prevenção de comportamentos agressivos, nas relações de namoro, dos próprios e/ou dos seus pares, estando direcionado para os alunos do 3º ciclo do ensino secundário.

Na base deste workshop está um livro da autoria do músico Jimmy P com o mesmo nome do workshop agora apresentado. Nesse livro podemos encontrar três histórias ficcionadas sobre casos de violência no namoro, contadas para apresentar três realidades distintas: a

realidade percecionada pela vítima masculina, com a história “Os homens não choram!”, a realidade percecionada pela vítima feminina, com o caso “Quanto mais me bates…”, e a realidade de uma relação de namoro vivida (não só, mas também) no mundo virtual, com a história “Todos os dias da nossa vida real e virtual!”.

No capítulo de cada uma das histórias, são disponibilizadas, também, as letras das músicas que Jimmy P compôs para o projeto: “Ficar bem”, “Quando dá errado” e “Como tu”, cujos instrumentais poderão ser descarregados em www.amar-teerespeitar-te.com e com os quais os alunos são desafiados a compor a sua própria letra, podendo-o fazer nas páginas em branco do próprio livro.

Este projeto beneficia ainda de uma parceria estratégica com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que possibilitou, entre outros aspetos, a disponibilização da Linha de Apoio da APAV no site do projeto, com o intuito de ser mais uma via de contacto e de pedido de ajuda para todos/as os/as intervenientes num comportamento agressor numa relação de namoro.

O dia termina com uma performance musical de Jimmy P e uma peça de teatro alusiva ao tema em debate. ■

São João da Pesqueira PUB

Foto DR

26 VIVADOURO JANEIRO 2018

Vários Concelhos

Fundação da Caixa “Iacobus” promove intercâmbio académico entre Agrícola atribui bolsas de estudo Norte de Portugal e Galiza O programa Iacobus, de intercâmbio de académicos entre o Norte de Portugal e a Galiza, irá iniciar em fevereiro contando com 135 beneficiários, entre docentes, investigadores e pessoal administrativo de instituições de ensino superior da eurorregião.

A Fundação da Caixa Agrícola do Vale do Távora e Douro atribuiu, para o ano letivo de 2017/18, um total de 19 bolsas de estudo em cerimónia que teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Armamar, no passado dia 6 de Janeiro.

Este é já o quinto ano consecutivo que a fundação atribui bolsas de estudo a jovens carenciados da região, premiando assim o seu esforço e o seu mérito pelos excelentes resultados escola-

res obtidos.

Com o objetivo de aumentar o número de beneficiados, este ano a Administração da Fundação decidiu atribuir um total de 19 bolsas, aumentando também o valor das mesmas, entre os jovens dos sete concelhos que estão dentro da sua área de ação.

No decorrer da cerimónia de atribuição das bolsas Presidente do Conselho de Administração da Fundação, Dr. Hélder Lopes, salientou a importância que este programa tem vindo a mostrar no apoio à formação destes jovens e na concretização dos seus objetivos pessoais e profissionais, garantindo que este se irá manter.

Na base deste programa está a crença de que o conhecimento e a educação são direitos transversais a todos os estratos sociais, ajudando ao sucesso pessoal e profissional de cada indivíduo. ■ Foto DR

De acordo com informações da Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) à Agência Lusa, a quinta edição desta iniciativa contabilizou um total de 295 candidaturas, sendo selecionadas 135, 65 de universidades portuguesas e 70 oriundas de universidades galegas.

O programa é financiado pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha - Portugal (POCTEP), num total de 150 mil euros.

Entre as áreas de trabalho presentes no “Iacobus” podemos encontrar as ciências da saúde, humanidades, engenharias, ciências económicas e empresariais, ciências sociais, tecnologias da informação e comunicação, ciências ambientais, recursos naturais e direito, entre outras.

Ao “Iacobus” poderão concorrer académicos dos quadros das Universidades do Porto, Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, da Universidade Católica Portuguesa e dos Institutos Politécnicos do Porto, Bragança, Viana do Castelo e Cávado, para além das três universidades galegas de Vigo, Corunha e Santiago de Compostela.

O período de intercâmbio desta quinta edição vai decorrer entre 1 de fevereiro e 30 de junho. ■ Foto DR

Rui Rio vence diretas no PSD em 13 das 19 concelhias

Autarcas do Douro contestam nova lei de limpeza de terrenos

Rui Rio é o nome que sucede a Pedro Passos Coelho na liderança do Partido Social Democrata, numas eleições diretas onde contou com a oposição de Pedro Santana Lopes.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro quer esclarecimentos sobre a lei de prevenção de incêndios por impor um “timing impossível de cumprir” para a limpeza de terrenos junto a casas e fazer “uma ameaça infantil” aos municípios.

Na região do Douro o novo presidente do PSD conquistou 13 das 19 concelhias perdendo apenas em Moncorvo, Alijó, Mesão Frio, Murça, Santa Marta de Penaguião e Penedono.

Nas 19 concelhias, o melhor resultado de Rui

Rio foi conseguido em Sernancelhe, tendo atingido um resultado de 96,59%, já o pior resultado foi em Mesão Frio com apenas 20% dos votantes a optarem pelo ex-presidente da Câmara Municipal do Porto.

Na sede de candidatura, o já eleito líder do PSD prometeu que fevereiro, data da realização do congresso do PSD, irá construir “uma alternativa de governo à frente de esquerda no Parlamento”.

Rui Rio afirmou ainda que o governo de António costa pode esperar “uma oposição firme e atenta”,mas sem “demagogias”. No seu discurso de vitória voltava a reiterar a ideia de que está disponível para os consensos que são necessários ao país. ■

“Há questões que carecem de esclarecimento, que carecem de que o Governo seja mais explícito. Nós não conseguimos perceber

os timings, ter tudo pronto nos timings que estão definidos é completamente incomportável e inexequível”, afirmou Carlos Silva, presidente da CIM Douro e da Câmara de Sernancelhe.

Os representantes dos 19 municípios da CIM Douro, analisaram, em reunião, a nova lei, que impõe uma retenção de 20% das transferências correntes do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) se as autárquicas não cumprirem, até 31 de maio, com a limpeza de faixas de gestão de combustível para prevenir incêndios em torno das casas, estradas, fábricas e linhas de energia, devendo substituir-se aos proprietários. ■

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Vila Real

Teatro de Vila Real aposta na diversidade no arranque de 2018

Rui Veloso é o nome grande do cartaz para o primeiro trimestre do ano no Teatro de Vila Real. O autor de “Chico Fininho” está em digressão numa versão acústica, passando pelo palco transmontano a 24 de março para apresentar “A Primavera da Vida – Acústico”.

Ainda na música, Gisela João é outro nome em destaque na agenda. A fadista chega a Vila Real a 9 de fevereiro, dias antes do “Boreal – Festival de Inverno”, que acontece no palco do café-concerto entre os dias 23 e 24, num cartaz com dez nomes dos quais se destacam os Mirror People e os Keep Razors Sharp. É também com música e com um festival que começa o ano no teatro vila-realense, o

“FAN – Festival de Ano Novo” realiza-se entre os dias 5 e 27 de Janeiro, trazendo à cidade artistas de quatro países: Rússia, Alemanha, França e Espanha.

O FAN arranca com um bailado, “O Quebra-nozes” pela companhia Russian Classical Ballet, que trás ao palco do grande auditório a música de Tchaikovsky. O encerramento também será feito com música internacional, ficando o palco entregue à Orquestra de Câmara Galega. Pelo meio haverá ainda espaço para quatro concertos intimistas.

Num ambiente de proximidade, com a plateia instalada no próprio palco, estarão dois instrumentistas nacionais: Filipe Quaresma, violoncelo, e Afonso Fesch, violino, com repertórios de Bach a autores mais recentes. Ao mesmo palco subirão ainda dois convidados internacionais da área clássica contemporânea, minimalista e eletrónica: o pianista francês Quentin Sirjacq e o duo alemão de piano e violoncelo CEEYS. O público familiar, crianças, pais e avós, poderá assistir a um filme-concerto com a música ao vivo dos Space Ensemble.

O cinema também tem lugar na programação do Teatro de Vila Real, com dez sessões, integradas nos ciclos “Cinema Sem Pipocas”,

Foto DR

O Teatro Municipal de Vila Real anunciou, em comunicado, a agenda para o primeiro trimestre de 2018. A programação inclui espetáculos de música, teatro e cinema, vincando a aposta na diversidade.

“Shortcutz” e “Olhares do Mediterrâneo -Cinema no Feminino”, que se apresenta na cidade pela primeira vez, numa parceria entre o Teatro e a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.

No teatro os destaques vão para as peças “Elizabeth Costello”, de Cristina Carvalhal, “Mundo Interior”, de João Garcia Miguel e João Paulo Santos, “Arabesco” e “Lobo Mau”, da Red Cloud, “Dança da Chuva”, do Elefante

Elegante, “Atelier Paixão”, do Projeto Ruínas, e “A Grande Vaga de Frio”, com Emília Silvestre, que marca o arranque do festival “Vinte e Sete”, no Dia Mundial do Teatro, a 27 de março.

A produção do Teatro de Vila Real destaca ainda o espetáculo “Beat Hotel”, que põe em concerto a poesia da “Beat Generation”, para antecipar o Dia Mundial da Poesia, que se assinala a 21 de março. ■

Vila Real recebe WTCR a 23 e 24 de Junho

Portuguesa canta fado e emociona júri do The Voice belga

O calendário do WTCR, prova que vem substituir o WTCC, já foi anunciado e o regresso a Vila Real está marcado para os dias 23 e 24 de Junho.

Andreia Rio interpretou o tema “Ó Gente da Minha Terra”, deixando o júri rendido à sua voz, levando mesmo a que um dos membros mão conseguisse conter as lágrimas.

Andreia Rio nasceu há 30 anos em Sapiãos, Vila Real. No entanto vive na Bélgica, em Anderlecht, e foi aí que deu de falar, por um motivo bem português.

Andreia decidiu participar na edição belga do programa de talentos The Voice, e interpretar uma versão de “Ó Gente da Minha Terra”, fado musicado por Tiago Machado, a partir de um poema de Amália Rodrigues, para a fadista Mariza.

A versão arrebatou pelo menos um dos membros do júri, que decidiu acolher a portuguesa na sua equipa, mas todos pareceram bastante agradados com a actuação da emigrante.

O músico que seleccionou Rio para a sua equipa, Slimane, disse no fim da canção: “Obrigado, Andreia, pelo teu talento o por o que me

trouxeste. Não sei a tua história, ou o que fizeste para chegar aqui, mas identifiquei-me com o que cantavas e fui profundamente tocado pela tua actuação”.

Em Portugal, Andreia tinha já tentado a sua sorte na edição portuguesa do The Voice e também noutros reality shows de talento, mas nunca conseguiu chegar à fase final. A portuguesa ficou bastante satisfeita com o resultado e garantiu que ia “cantar pelo povo português e mostrar o seu talento à Bélgica e aos filhos”. ■ Foto DR

Foto DR

No total serão 10, as provas do calendário do mundial, estando já definidos 9 dos circuitos.

Qatar e Monza são os dois grandes ausentes comparativamente com o calendário de 2017, por sua vez entra o circuito de Zandvoort, na Holanda, que antecede a corrida portuguesa.

No Japão também surge uma alteração, o país mantém-se no calendário, no entanto, a prova sai do circuito Motegui para o famoso traçado de Suzuka.

“A publicação deste calendário provisório é mais um passo para a temporada inaugural do FIA WTCR. Os nove eventos selecionados oferecem-nos uma grande variedade de circuitos para as equipas e pilotos, mas também garantem muito público a assistir. Estamos em discussões com dois potenciais locais, com os quais a Eurosport Events nunca trabalhou antes,

e destes dois locais, um vai entrar no calendário.

Esperamos concluir este processo o mais rápido possível”, comentou François Ribeiro, responsável da Eurosport Events, em declarações à comunicação social.

Em 2017 o circuito de Vila Real foi feliz para Tiago Monteiro que, com duas presenças nos pódios das duas corridas, saiu da capital transmontana em primeiro lugar do campeonato. ■

28 VIVADOURO JANEIRO 2018

Opinião

Prémio António Sérgio Cooperação e Solidariedade – 2017

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

Realiza-se no dia 22 de janeiro, pelas 11 horas, na Antiga Igreja do Convento São Francisco, em Coimbra, a cerimónia de entrega do Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio – 6.ª edição, iniciativa da CASES. Este prémio, em todas as suas categorias, representa pela natureza das entidades, projetos

e personalidade premiada, um sinal de alento para prosseguir o caminho dos consensos alargados na base do diálogo entre todos os parceiros do sector. É esse o caminho que, com suas vicissitudes, tem sido trilhado e do qual, no que nos compete, não desistiremos.

A economia social é, em Portugal, relevante nos planos económico-social, cultural e do desenvolvimento sustentável, quer pela criação de riqueza (3% do VAB) quer pela criação de emprego, representando 6% do total do emprego remunerado a tempo completo, conforme os resultados da Conta Satélite, com dados de 2013, e que esperamos atualizar no decurso deste ano, com dados de 2016, no âmbito da parceria com o INE. Julgo que é possível conjugar, em tempo útil, as vontades do poder público – a nível central e autárquico - e das entidades da economia social, na sua diversidade e complexidade (mais de 61.000 entidades dissemi-

nadas e implantadas por todo o território nacional), para alcançar soluções que sirvam para melhorar a qualidade e eficácia do seu contributo para o desenvolvimento económico-social do país. A missão da CASES é exatamente a de promover, sem desfalecimento, esse encontro de vontades.

No decurso do ano passado realizou-se o Congresso Nacional da Economia Social do qual resultou um compromisso, subscrito por todas as entidades confederais que integram o CNES, de criar até ao final de março do presente ano, a Confederação da Economia Social Portuguesa.

Trata-se de um acontecimento da maior relevância para o sector, diria um acontecimento histórico, porquanto permitirá: a) Reforçar o sector da economia social no plano institucional, legal e organizacional promovendo o reforço do seu papel na economia e na sociedade portuguesa; b) Promover, e aprofundar, um debate alargado em torno de te-

mas nacionais e internacionais, relevantes para a economia social portuguesa e para as entidades que a integram; c) Contribuir para uma melhoria qualitativa da representatividade do sector perante os poderes públicos, a sociedade em geral e, em particular, as instâncias de concertação social.

Com este prémio juntamo-nos a esse longo processo de convergência do sector da economia social na diversidade das suas famílias, através da valorização e visibilidade, de entidades, e personalidades, que tenham desenvolvido projetos nas área da Inovação e Sustentabilidade, dos Estudos e Investigação, da Formação Pós-Graduada e dos Trabalhos Escolares, reforçando e incentivando o interesse da Escola, em todos os seus graus, pela economia social, dando-lhe a devida atenção e mobilizando a juventude.

Acresce o Prémio Especial Per-

sonalidade do Ano que o júri decidiu atribuir, nas suas duas edições precedentes, ao Dr. Lino Maia e ao Prof. Rui Namorado e que nesta edição foi atribuído à Doutora Celmira Macedo pela sua obra multifacetada em torno da busca incessante de soluções inovadoras, desde a conceção à prática, na vastidão da questão social que a todos nos mobiliza.

A 7.ª edição do Prémio, cujas candidaturas serão abertas de maio a junho deste ano, integrará um programa mais vasto, em homenagem à obra e personalidade de António Sérgio, pelo cinquentenário do seu falecimento, em 24 de janeiro de 1969.

Esperamos, através do Prémio António Sérgio, continuar a contribuir para o fomento da cooperação e solidariedade – palavras-chave na luta para vencer os desafios do nosso tempo, fáceis de pronunciar mas, como todos sabemos, difíceis de praticar. ■

O Douro sabe bem...

História a meio de janeiro

Jornalista / licenciado em psicologia

15 de janeiro de 2018, uma data verdadeiramente atípica. Verdade seja dita: o dia até começou bem, com o início da 50ª edição do Australian Open na era moderna, a centésima sexta de todos os tempos. Um torneio que se assume como um dos quatro Grand Slams, sendo disputado sempre em janeiro, nos magní-

Arraiolos. O maior sismo em Portugal dos últimos 20 anos.

Ironia do destino, havia jogo no Estádio António Coimbra da Mota, na Amoreira, nessa mesma noite. E quando tudo corria de feição ao Estoril último classificado da Liga Portuguesa e desesperado por pontos - eis que a sua fortaleza ameaça ruir e coloca em perigo milhares de adeptos portistas.

Existem fortes possibilidades de haver uma relação direta entre o fenómeno ocorrido em Arraiolos e as fendas na Amoreira. O resultado ao intervalo era de 1-0, favorável aos canarinhos. E a segunda parte será, por isso, jogada no dia 21 de janeiro. Desta forma, o Sporting é líder à condição e as águias seguem na perseguição, com o penta no horizonte. Por mais trocas de palavras que existam nas salas de imprensa entre os treinadores, o verdadeiro futebol é jogado dentro do relvado, num curioso tapete verde, ape-

Foto DR

Tiago Nogueira

ficos courts azuis do Melbourne Park. Raquetes personalizadas, adeptos apaixonados, bolas amarelas por toda a parte e os melhores intérpretes do planeta.

Tudo isto dentro de um país que há mais de 25 anos que só vê a sua economia crescer e onde os restantes problemas da vida real desaparecem ao som de passing shots e de half-volleys. Augura-se um Grand Slam recheado de magia e de classe, bem ao estilo do que o Australian Open nos tem habituado. No último ano, terminou da melhor forma possível, com uma verdadeira batalha entre o guerreiro espanhol e o professor suíço, onde o resultado final pouco ou nada alterou o significado de duas lendas do ténis na história do desporto mundial.

Umas horas depois do arranque do torneio australiano, um terramoto de magnitude 4,9 na escala de Richter foi sentido de Norte a Sul do nosso país, tendo o seu epicentro origem em

nas dividido por linhas brancas e não pela pesporrência de gente que só faz mal a um desporto que tanto estimamos. O Campeonato Português vai seguindo ao rubro, com doses absurdas

de polémica e paixão, onde os calendários apertados de leões e dragões poderão fazer toda a diferença, inclusive na longa série de jogos que têm entre si para as diferentes competições. ■

VIVADOURO JANEIRO 2018 29

Opinião

Uma Nova Visão para o Território

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

A última reunião do Conselho Regional do Norte da CCDR, realizada na passada semana em Matosinhos na presença do Primeiro-Ministro, teve como tema principal o próximo quadro comunitário Portugal 2030.

Os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Douro tiveram uma intervenção muito ativa sobre a situação atual de distribuição dos fundos comunitários do Norte 2020, tendo inclusivamente o Presidente da Câmara Municipal de Vila Real sugerido que, no próximo quadro, a Área Metropolitana do Porto não deverá estar dentro do perímetro da coesão.

Na realidade, os indicadores disponíveis revelam que a ambicionada convergência regional na distribuição dos fundos e os objetivos estabelecidos não têm sido minimamente alcançados. Os fundos comunitários têm vindo a substituir o orçamento de estado e a lógica da adicionalidade esquecida, agravando as assimetrias regionais.

Este cenário exige uma nova narrativa política e ações concretas em que o cerne seja o território e não apenas a sua verbalização. Também tem sido muito falada a descentralização de competências e o reforço da

democratização nas regiões, assuntos que devem estar interligados com a reformulação da lógica atual de distribuição dos fundos e da organização e governação do território. É crucial que os decisores políticos reflitam sobre a aplicação de instrumentos específicos para os territórios com menores oportunidades de desenvolvimento, bem como sobre formatos que estimulem os agentes económicos para a valorização dos recursos endógenos. É crucial repensar uma nova lógica de desenvolvimento territorial traduzida em avisos específicos destinados aos territórios

de baixa densidade, que não se esgotem no tão falado PROVERE e nos sistemas de apoio a ações coletivas.

O Futuro convoca ao reforço do trabalho em rede já existente, sendo crucial o papel pró-ativo das Universidades com forte ligação aos territórios desafiantes, com as quais o Governo deve celebrar contratos que assumam de forma explícita as questões da coesão territorial ou, considerar esta missão na fórmula de financiamento.

Temos a consciência política de que o país está perante um grave problema nacional de coesão económica e social. ■

de 2016, com Portugal à frente seguido do Canadá, embora com algumas alterações de posição no ranking com subida do Brasil e Reino Unido e descida da Suíça, Alemanha e EUA. Portugal continua a ser o primeiro mercado para o Vinho do Douro, com uma quota de cerca de 60%. É de salientar que, segundo dados da Nielsen (incluindo vendas na distribuição e restauração), entre as quatro regiões com mais peso nas vendas de vinhos com DOP/IGP em Portugal, é o Douro que até setembro regista as maiores taxas de crescimento em 2017, e que tem o pre-

ço médio mais elevado.

Sobre as exportações de Vinho do Douro, destaca-se também o facto de apresentarem acréscimos mais significativos do que os verificados no total das exportações portuguesas de vinhos tranquilos com DOP e de lhes corresponder um preço médio mais alto.

Boas notícias para a Região Demarcada do Douro que vê nos resultados das vendas nacionais e internacionais o reconhecimento pela dedicação e qualidade do trabalho diário de todos os agentes envolvidos na produção, certificação, promoção e distribuição dos seus grandes vinhos. ■

Vinhos do Douro de boa saúde

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Os Vinhos DOP Douro têm vindo a registar crescimentos constantes, tanto no mercado nacional, como no internacional.

Entre 2006 e 2016 as exportações de Vinho do Douro triplicaram e as vendas em Portugal mais do que duplicaram.

Em 2017 mantém-se esta tendência, sendo de esperar que os resultados até ao final do ano (quando falta apenas apurar as vendas em Portugal no mês de dezembro) apresentem um novo recorde, com a venda de mais de 39 milhões de litros de Vinho do Douro, no valor de 158 milhões de euros, apresentando acrésci-

mos, na ordem dos 11%.

Ao longo deste período, observam-se praticamente sempre taxas de crescimento mais acentuadas nas exportações do que no mercado nacional, pelo que se verificou um aumento da quota de mercado externo no total das vendas. A posição nacional foi reforçada em 2015 e 2016, altura em que o mercado interno foi o que mais contribuiu para o crescimento das vendas de Vinho do Douro.

Os dez principais mercados para o Vinho do Douro, que representam cerca de 90% das vendas, deverão ser em 2017 os mesmos

Feiras gastronómicas animam o território

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

Acabei, há pouco, de sair de Boticas onde vim mais uma vez, à Feira Gastronómica do Porco provar o fumeiro destas

terras e estabelecer novas partilhas, novas experiências de desenvolvimento.

A Feira Gastronómica de Boticas abre, normalmente, no início do ano, um novo ciclo de dinâmicas ligadas ao desenvolvimento local. Estou a lembrar-me das Feiras de Fumeiro de Montalegre e Vinhais que arrastam milhares de pessoas, as Feiras da Caça de Macedo de Cavaleiros e Bragança, as Feiras das Cerejas de Alfândega da Fé e Resende, etc... São momentos e mostras que traduzem áreas diversas de intervenção, com particular incidência na agricultura, nos recursos cinegéti-

cos, no turismo, no artesanato, no património edificado monumental, no património natural, na cultura, etc.

Do muito que vi destacaria alguns aspectos. Em particular, o reconhecimento público do trabalho em cooperação e o trabalho em parceria que requer, localmente, maior capacidade organizativa e, claramente, maior importância social e territorial. Nenhum concelho ou área intermunicipal consegue sobreviver sem investir nesta junção de esforços e de trabalho colectivo. Em Boticas e, numa outra escala, no Alto Tâmega a cooperação existe.

As feiras citadas são um bom exemplo. São espaços de animação, são espaços privilegiados de informação, são espaços de inclusão onde se vão experienciando novos tipos de acção. Os principais actores do território, dos processos de desenvolvimento rural são as pessoas e as respectivas organizações, num exercício completo de cidadania.

Ao andar pelo meio das pessoas – provando um sem número de produtos locais certificados e qualificados –, ficamos com a certeza que já está longe o tempo da “decisão vinda de cima para baixo”. Hoje, mais do que

nunca, valoriza-se o trabalho em rede, em parceria. Quem passou por Boticas este fim-de-semana confirmou a valorização de saberes locais lado a lado com conhecimento técnico e científico.

Longe vão os dias em que as Feiras se diluíam na hora do encerramento... Nestes últimos dias, criou-se confiança, ora envolvendo parceiros públicos e privados. Ora envolvendo agentes que reconhecem a diversidade do território numa perspectiva sócio económica e cultural. Em Boticas, a Feira serviu para investir e construir um território mais inteligente e coeso. ■

30 VIVADOURO JANEIRO 2018

Opinião

A importância das opções geoestratégicas de Lamego!

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Como quem diz, quais os relacionamentos com outras cidades e vilas, deverá Lamego privilegiar para que possa ser destino de fluxos humanos relevantes e possa reganhar a sua importância histórica, na perspectiva cultural, social e económica!

Lamego é uma cidade importante do Douro Sul!

Mas nas últimas décadas perdeu relevância. Lamego deixou perder parte do seu conceito como centralidade histórica desta região.

Deixou perder fluxos, como o da saúde, da educação, o do comércio e o da realização da justiça!

Deixou arrefecer a proximidade afetiva com as dinâmicas sociais dos outros concelhos do Douro Sul. Focou-se num suposto eixo de cidades a norte perdendo a força de centralidade histórica a Sul. Lamego é sem qualquer dúvida uma grande cidade do Douro!

Mas não se verificam fluxos humanos relevantes para além do turismos.

Que opções temos que fazer para se reganhar im-

portância geoestratégica e geopolítica no contexto regional?

Revitalizar o comércio e promover inovação na sua organização. Podendo passar pelo conceito de um grande “shopping” ao ar livre - o maior e o melhor da região!

Fazer de Lamego uma cidade de inovação e desenvolvimento científico. Não precisamos criar grandes parques comerciais e tecnológicos.

Precisamos reabilitar os inúmeros edifícios lindíssimos da cidade e permitir a instalação de novos modelos de comércio e serviços, com uma gestão à escala da cidade, dando-se espaço ao empreendedorismo jovem inovador!

Recuperar o fluxo da edu-

cação, reforçando a oferta e promovendo ações de sedução com fatores diferenciadores e especializações, como acontece com a Escola de Hotelaria e Turismo.

Recuperar o fluxo da saúde, reformulando o programa funcional do hospital de Lamego e defendendo um conceito inovador em Portugal de organização em saúde, ou seja, a Rede Integrada de Saúde e Social do Douro Sul. Reabilitar o fluxo da justiça, fazendo-se reverter a perda de instâncias judiciais.

Lamego deverá ser o ponto central de um grande espaço geográfico que vai de Vila Real a Viseu, de Cinfães a Penedono. E, desta forma, reafirmar a sua história e a sua relevância geo-

politica.

Para isso, ajuda o facto de ser Diocese e não precisa ser distrito, basta valorizar, objetivamente, a grande cumplicidade com todos os restantes 9 concelhos do Douro Sul, que lhe darão força e, também esses concelhos, ganharão força.

Lamego é facilmente reconhecida como a cidade referência desta grande cidade o Douro Sul! Se nada fosse feito, acredito que venha a ser, Lamego caminharia para o definhamento humano, económico e social.

Pelo contrário, estou certo, que, abordando-se com atitude estas opções, Lamego voltará a ser a cidade âncora do Douro Sul e a cidade Central nesta grande região do Douro e das Beiras! ■

em cerca de 10 a 14 dias, não sendo necessário nenhum tratamento na maioria dos casos. Contudo, mesmo sendo incapaz de causar problemas para a visão, o derrame ocular pode ser um sinal de alerta e as suas causas podem estar relacionadas com o aumento súbito da pressão arterial, vómitos, stress, alteração da coagulação sanguínea e muito esforço fisico.

Quando este aparece associado a alguns sintomas como febre ou alteração

de visão, será aconselhável consultar um oftalmologista com a maior urgência possivel porque em casos mais graves, o derrame pode exigir uma microcirurgia a laser ou o uso de compressas geladas. Não há tratamento com colírios ou remédios.

O derrame ocular também é muito comum em crianças, onde normalmente é causado pelas proprias ao coçar o olho ou a fazer certos esforços como espirrar ou tossir.

Tal como os adultos se

essa mancha de sangue persistir durante algum tempo e for associado a febre, deve consultar o pediatra, pois pode ser sinal de alguma infecção no olho.

Para mais esclarecimentos, não hesite em contactar-nos ou visitar na MultiOpticas-Óptica Oliveiras Lamego, Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria-a-Velha, em que teremos todo o gosto em esclarecer qualquer dúvida que possa ter e apresentar a melhor solução para si. ■

Derrame Ocular

João Luís Lima Optometrista (Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

Por vezes acordamos com uma mancha vermelha de

sangue no globo ocular, algo que assusta muita à primeira vista mas, normalmente não causa perigo à visão. Este fenómeno é designado por derrame ocular ou hiposfagma, que é o rompimento de minúsculos vasos sanguíneos localizados na conjuntiva, causando a tal mancha vermelha de sangue no olho.

O derrame ocular é uma situação bastante comum e não afecta a visão. Este, geralmente cura-se sozinho, desaparecendo

VIVADOURO JANEIRO 2018 31

Lazer

B OA S FE ST AS

Piadas de bolso:

RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

Um agricultor tinha muitos porcos. Certo dia, alguém apareceu e perguntou ao homem: - O que é que dá de comer aos seus porcos?

Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego Tarte de Amêndoa Caramelizada

Ingredientes

Responde o agricultor: - Ora, dou-lhes restos. Porquê?

• 150g de manteiga com sal à temperatura ambiente • 175g de açúcar • 175g de farinha de trigo sem fermento • 1 colher de chá bem cheia de fermento em pó • 2 ovos • 4 colheres de sopa de leite

Respondeu o outro indivíduo: - Porque eu sou da Associação para a Proteção dos Animais. O senhor não alimenta os seus animais como deve ser, de modo que vou ter que o autuar.

Para a Base:

Para a Cobertura:

Passados uns dias, outra pessoa aparece e pergunta ao homem: - O que é que dá de comer aos seus porcos?

• 125g de açúcar • 125g de manteiga com sal • 4 colheres de sopa de leite • 150g de miolo de amêndoa palitada • 1 tarteira com fundo amovível e 32 cm de diâmetro, untada com manteiga, forrada com um nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e círculo de papel “Em vegetal e novamente untada com manteiga. um ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais”

Preparação

O Presidente da Câmara

O agricultor, com medo de ser novamente autuado, decidiu por outra resposta: - Eu?! Eu trato-os muito bem! Dou-lhes salmão, caviar… Porquê?

HORÓSCOPO Maria Helena

1. Comece por fazer a base.

Socióloga, taróloga e apresentadora Numa tigela, coloque a manteiga cortada em (Carlos André Teles Paulo de Carvalho) 210 929 000 pedaços e o açúcar. mariahelena@mariahelena.pt Bata até que fique um creme.

Junte ao creme, os ovos um a um.

Bata até que fique um creme homogéneo.

2. Depois do creme batido, junte o fermento e a farinha peneirada.

Envolva tudo com uma colher. Junte o leite.

Amor: Demonstre ao máximo o seu romantismo, Misture muito bem até que fique uma massa homogénea. deixe-se conduzir pela intuição. Permita-se a si pró3. Espalhe o preparado no fundo da tarteira.

Leve ao forno pré-aquecido nos 170ºC e deixe prio a visão da alegria e sinta-a diariamente. cozer 15 minutos.

4. Entretanto, prepare rapidamente a cobertura.

Saúde: Em vez de ter pensamentos negativos, conNum tacho leve ao lume a manteiga, o açúcar, a sulte o seu médico e seja mais otimista. amêndoa e o leite.

Mexa e deixe derreter a manteiga.

Dinheiro: Seja astuto e conseguirá aquela promoDepois da manteiga derretida, deixe ferver em lume médio durante 3 minutos. ção que deseja.

5. Entretanto e passados os 15 minutos da tarte no forno, retire-a e cubra-a rapidamente com o preparado de amêndoa para que este não arrefeça e solidifique.

Não é necessário espalhar com muito rigor a amêndoa, pois no forno, o açúcar irá derreter e espalhar-se-á uniformemente.

6. Coloque novamente a tarte no forno e aumente a temperatura para os 190ºC. Deixe alourar cerca de 8 minutos até que a amêndoa fique tostada a gosto.

Depois da tarte loirinha, retire-a e deixe arrefecer.

- Porque eu sou das Nações Unidas. Sabe, não é justo os seus porcos comerem tão bem quando há tanta gente a morrer de fome por esse mundo fora. Vou ter que o autuar.- Respondeu o homem.

O agricultor fica mesmo aborrecido. Passados mais uns dias, aparece outra pessoa que faz novamente a mesma pergunta: - O que é que você dá de comer aos seus porcos?

O agricultor hesita um bocado e finalmente diz: - Olhe… Não lhes dou nada… Entrego cinco euros a cada e cada um vai comer o que quiser!

Desafio VivaDouro

1. A PRIMEIRA LETRA É C; 2. AS LETRAS B E D ESTÃO JUNTAS; 3. AS LETRAS A E C ESTÃO SEPARADAS, ASSIM COMO AS LETRAS A E D E AS LETRAS B E C. QUAL É A PALAVRA-CHAVE?

C

*

*

* Solução: CDBA

Foto: DR

SOLUÇÕES:

UMA PALAVRA-CHAVE DE ACESSO A UM COMPUTADOR É FORMADA PELAS QUATRO LETRAS, A, B, C E D, DE ACORDO COM O QUE SE SEGUE:

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