01 cidade dos ossos os instrumentos mortais cassandra clare

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— Por que não? — Por sua causa — ele disse. — Se não fosse por você, eu teria atravessado o Portal com o meu pai. Se não fosse por você, eu iria atrás dele agora mesmo. Clary olhou fixamente para o reservatório entupido. Estava com a garganta queimando. — Pensei que eu te deixasse perturbado. — Faz muito tempo — ele disse, simplesmente — que acho que estava perturbado pela ideia de me sentir como se eu não pertencesse a lugar algum. Mas você me fez sentir como se eu pertencesse. — Quero que você vá a um lugar comigo — ela disse, subitamente. Ele olhou de lado para ela. Alguma coisa na maneira como o cabelo dourado dele caía nos olhos fez com que ela se sentisse absurdamente triste. — Aonde? — Queria que fosse ao hospital comigo. — Sabia. — Os olhos franziram até parecem bordas de moedas. — Clary, aquela mulher... — Ela é sua mãe também, Jace. — Eu sei — ele disse. — Mas é uma estranha para mim. Sempre só tive um pai, e ele se foi. Pior do que morto. — Eu sei. E sei que não adianta dizer o quanto minha mãe é incrível, a pessoa maravilhosa, magnífica e extraordinária que ela é, e a sorte que você teria em conhecê-la. Não estou pedindo isso por você, mas por mim. Acho que se ela ouvisse a sua voz... — O quê? — Ela poderia acordar. — Ela olhou fixamente para ele. Ele a encarou, depois sorriu — torto e um pouco abalado, mas um sorriso verdadeiro. — Tudo bem. Eu vou com você. — Ele se levantou. — Você não precisa me dizer coisas boas sobre a sua mãe — ele acrescentou. — Eu já sei. — Sabe? Ela deu de ombros singelamente. — Ela criou você, não foi? — Ele olhou para o teto de vidro. — O sol já quase se foi. Clary se levantou. — Melhor irmos para o hospital. Eu pago o táxi — ela acrescentou, como se tivesse acabado de pensar nisso. — Luke me deu dinheiro. — Não vai ser necessário. — O sorriso de Jace se ampliou. — Vamos. Tenho uma coisa para te mostrar.

— Mas onde você conseguiu isso? — perguntou Clary, olhando para a moto empoleirada na ponta do telhado da catedral. Era verde-veneno brilhante, com rodas prateadas e chamas


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