Relatório Encalhe - Canoa Luzitânia - mar/abr -2010

Page 1

RELATÓRIO FINAL

NÚMERO DOCUMENTO CT-RE-001-2010 DATA REALIZAÇÃO 12.03.2010 a 14.04.2010 No. CONTRATO Sem contrato

NOME DO PROJETO - EVENTO - ATIVIDADE Projeto Luzitânia – Encalhe de Revisão e Manutenção Geral da Canoa de Tolda Luzitânia CONVENIO – PATROCÍNIO – APOIO INSTITUCIONAL Lei de Incentivo a Cultura – Ministério da Cultura – Pronac 08-0944 REALIZADOR (ES) Canoa de Tolda – Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco RESPONSÁVEL (EIS) CARGO-FUNÇÃO Carlos Eduardo Ribeiro Junior Presidente - Coordenador de Projeto ETAPA(S): STATUS: USO: Produção Revisto em Canoa de Tolda 01.05.2017 e divulgação 1. Introdução e antecedentes

Com a implantação do projeto Luzitânia, foram obtidos os recursos para, no biênio 2009 a 2010, serem executadas as ações de proteção, manutenção e preservação da canoa de tolda Luzitânia, todas dentro do escopo da iniciativa. Voltando um pouco atrás no tempo, em 2007, no dia 19 de fevereiro, a Luzitânia retornou às águas do São Francisco, em Brejo Grande, SE, após o término de seu restauro, iniciado ainda em 1999, no povoado do Mato da Onça, município de Pão de Açúcar, AL, após a aquisição da embarcação pela Sociedade Canoa de Tolda1. Em 2000 a canoa foi colocada em terra, pois em função do seu adiantado estado de deterioração, era indispensável que não fossem perdidas suas características físicas como sua forma (a chamada “regra”), sua seção geral (a chamada “caixa”) e outros tantos detalhes que permitiriam, durante o restauro, a manutenção de fidelidade. A partir de então, com a contratação do saudoso Mestre Nivaldo Lessa, da Ilha do Ferro, povoado no mesmo município de Pão de Açúcar, a jusante do Mato da Onça, foram iniciados trabalhos paralelos (a lavra e feitura do cavername) enquanto a Sociedade Canoa de Tolda desempenhava esforços para a obtenção de recursos para a obra total. Desde o inicio dos trabalhos de restauro da Luzitânia, ficava evidente que, independente do uso de práticas, procedimentos e materiais tradicionais (visto que seria a derradeira grande obra de carpintaria tradicional conhecida na região), era indispensável que fossem adotados processos de conservação e preservação da célula da Luzitânia2. A partir de experiência anterior na construção durante muitos anos de embarcações com composto madeira/epóxi3, foi decidida a aplicação de impregnantes e adesivos epóxi em toda a estrutura da embarcação, interna e externamente, numa iniciativa única de associação de técnicas tradicionais e de ponta. O conceito principal era a substituição do calafeto por adesivo epóxi e cargas nas “costuras” (juntas dos pranchões), e revestimento com impregnante epóxi e aplicação de camada para resistir a impactos e abrasão em todas as superfícies e elementos.

1

A canoa Luzitânia foi adquirida em 1999 através de recursos obtidos em micro-projeto apresentado ao Consulado da Alemanha no Recife. Há vários anos verificamos, ao contrário do que ocorre nas embarcações de água salgada, a dificuldade que os barqueiros têm na preservação de seus equipamentos. No cotidiano da navegação no Baixo São Francisco, há um uso considerável do tempo, na “tomada de águas” da embarcação, troca de áreas de casco comprometidas pela podridão (na região da praia há o “busano”, molusco que devora a madeira rapidamente, já no sertão, como não há marés, o problema de calafetos (efetuados com a madeira sempre molhada) que não são de fato estanques. No caso das canoas motorizadas, o quadro se agrava pois os motores são instalados diretamente sobre jazentes (apoiados em casas de cavernas) sem qualquer coxim elástico. Como resultado, há a transmissão direta de toda a trepidação do grupo motor/linha de eixo para o casco/cavernas/rombo de popa (roda de popa) que estão permanentemente se abrindo e fazendo água. 3 Em 1976 iniciavam-se em Cabo Frio, RJ, as atividades com construção de embarcações a vela em madeira/epóxi pelo coordenador do Projeto Luzitânia, as quais se extenderam até 1991 (tendo sido construídas inúmeras embarcações multicascos oceânicas, navegando nos Atlantico Sul, Norte, Pacífico e Caribe), com a vinda em definitivo para Sergipe. Ainda em Cabo Frio, houve a participação – com a construção de embarcações protótipos – no desenvolvimento do adesivo epóxi Scuna, fabricado pela Tubolit. 2


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Relatório Encalhe - Canoa Luzitânia - mar/abr -2010 by Canoa Docs - Issuu