Jornal Nosso Bairro #02

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SALVADOR, JUNHO DE 2008 - ANO I - Nº 2

Bandidos vigiam o Parque da Cidade Frequentadores do local devem evitar o uso de objetos de valor durante as caminhadas e visitas LUCAS SILVA

I Anaísa Freitas Os apreciadores de uma agradável caminhada no Parque da Cidade estão sendo “vigiados”. De acordo com freqüentadores, assaltantes que residem nas comunidades atrás da reserva têm uma vista privilegiada do local, o que facilita a ação de furtos na área. “Eles ficam atentos à gente e descem para roubar através de um buraco no muro que isola o parque, logo ali ao fundo”, comenta A.S, 35 anos, que trabalha no parque e prefere não se identificar. Mário Mamede, gerente de Parques e Hortos da Superintendência de Parques e Jardins (SPJ) explica que os assaltos costumam ocorrer na Av. ACM e que o parque serve apenas como rota de fuga para os bandidos. “Como eles correm para dentro do parque, as pessoas pensam que os delitos ocorrem

Geralmente, os bandidos que agem no local moram nas comunidades que fazem divisa com o parque, o que facilita a fuga após o roubo.

Delegado alerta os freqüentadores do parque para que evitem fazer as caminhadas portando objetos de valor aqui dentro”, reitera. A vendedora ambulante Conceição Rocha trabalha no parque há 23 anos e garante que as últimas denúncias prejudicaram suas vendas. Assim como Mamede, a comerciante afirma que estão informando errado à população e explica que o local tem segurança das 8 às 17 horas.

A assessora de imprensa da SPJ, Vânia Silva, reconhece que tem havido furtos também na área interna do parque e explica que o órgão tem tomado medidas na tentativa de coibi-los. “Nós temos uma vigilância terceirizada aqui no parque, contamos com a ajuda da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental e da Militar - Coppa, bem

como das equipes de Rondas Especiais da Polícia Militar”. Ela acredita que, com a futura atuação da Guarda Municipal, haverá uma redução desses episódios. Diariamente, 12 policiais da Coppa fazem patrulhamento no parque, das 7 às 19 horas e quatro deles permanecem até o outro dia, como informa o Major PM Claudecy Vieira. Apesar do trabalho intenso dos oficiais, Vieira reconhece que o efetivo ideal para a região do parque deveria ser composto por 30 homens. Os índices de assalto no parque e na Av. ACM reduzem quando a segurança é reforçada. E isso, seLUCAS SILVA

Bandidos fogem por buraco no muro que cerca o parque , dificultando o trabalho da polícia

gundo a comerciante T.E., 34 anos, só acontece quando a situação se agrava: “quando os bandidos matam alguém é que os helicópteros fazem patrulha na região”, assegura. Ela lembra que o período de Carnaval deste ano foi bastante turbulento, houve muitos assaltos e só tinham dois policiais trabalhando no local. O problema da segurança no parque não se resume ao buraco no muro que o separa das comunidades adjacentes. I.S.J., 28 anos, moradora da região, prefere não se identificar e afirma que o maior problema é a falta de policiamento efetivo nas áreas próximas ao parque, como Santa Cruz e Areal. “Se a polícia permanecesse nessas regiões impediria que os bandidos usassem o parque para cometer delitos e atalho para fuga”, alerta. O delegado titular da 16ª DCP, Wilson Gomes, confirma que os bandidos que agem no local moram nas comunidades que fazem divisa com o parque, o que facilita a fuga após o roubo. Gomes alerta que as pessoas devem evitar fazer as caminhadas portando objetos de valor, levando apenas a carteira de identidade. O mais conhecido episódio de assalto no parque ocorreu há alguns meses e ficou caracterizado como “arrastão”, quando marginais roubaram um grupo de evangélicos. No mesmo período, o goleiro de um conhecido time de futebol da capital e sua esposa tiveram seus pertences levados por dois bandidos armados enquanto faziam caminhada.


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