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Tabela 2 – Disponibilidade de matéria seca das gramíneas, dicotiledôneas e composição florística do estrato herbáceo de uma Caatinga raleada, em Patos/PB Época do ano

Matéria seca (kg/ha)

Composição Florística (%)

Gramíneas

Dicotiledôneas

Total

Gramíneas

Dicotiledôneas

1102,9

1759,5

2862,4

38,5

61,5

Meio (09/07/2007)

1417,9

1929,9

3347,8

42,4

57,6

Final (06/08/2007)

1494,8

236,8

1731,6

88,6

11,4

Início (28/05/2007)

Fonte: Carvalho Junior (2008).

Na Tabela 3 são apresentados os resultados da disponibilidade do estrato herbáceo em Caatinga raleada e enriquecida com capim buffel e submetida ao pastejo de pequenos ruminantes. Foi observada a persistência desse capim ao longo

Produção Não-Madeireira na Caatinga

consumo e da produção de caprinos e ovinos em pastejo. Para Pereira Filho et al. (2007), o pastejo por caprino, observado/ estudado no período de janeiro/1992 a dezembro/1994, possibilitou o aumento da disponibilidade de matéria seca das gramíneas, com a conseqüente e gradual redução da disponibilidade das dicotiledôneas herbáceas, de modo que ao final da ocupação por caprinos cerca de 60% a 70% de toda mataria seca do estrato herbáceo era representada pelas gramíneas. As dicotiledôneas herbáceas, que no final do pastejo de ovinos representavam quase 100% da composição florística do estrato herbáceo, tiveram inicialmente sua participação diminuída no primeiro ano de ocupação por caprinos, mas, ao final do trabalho, este grupo de espécies apresentava uma tendência de estabilização, representando em torno de 20% a 25% da mataria seca do estrato herbáceo. De acordo com os estudos realizados por Pereira Filho et al. (1997), estes valores representam patamares considerados não comprometedores se comparado ao que ocorreu com as gramíneas durante o pastejo de ovinos. Santos (2006), avaliando a disponibilidade de fitomassa do estrato herbáceo de uma Caatinga raleada no Sertão da Paraíba, obteve 2252,8kg de matéria seca para gramíneas e 1746,4kg para as dicotiledôneas herbáceas, totalizando 3999,2kg/ ha. Em termos de composição florística, as gramíneas representaram 56,32% do total e as dicotiledôneas 43,68% do total. Carvalho Júnior (2008) avaliou em três momentos a disponibilidade total de matéria seca do estrato herbáceo de uma Caatinga raleada em Patos/PB e observou aumento entre a primeira e a segunda avaliação, ocorridas respectivamente em 28/05/07 e 09/07/07, e queda no final do experimento, em 06/08/07 (Tabela 2). O aumento de matéria seca do início para o meio do período experimental pode estar associado aos dados de pluviosidade que foi de 71mm no mês de maio, 0,0mm em junho e de apenas 10mm em julho. Estes resultados vêm, de certa forma, reforçar os obtidos por Moreira et al. (2006) que, estudando a caracterização da vegetação de Caatinga e da dieta de novilhos no sertão de Pernambuco, verificaram que a disponibilidade de matéria seca das plantas herbáceas foi de 1369kg/ha no mês de março, reduzindo para um terço (452,1kg/ ha) em junho. Essa variação, segundo os autores, é proporcional à quantidade e distribuição das chuvas e com a intensidade luminosa e da temperatura (LEÃO et al., 2005) que, juntos, potencializam o crescimento das plantas forrageiras.

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