Revista Lisboa n.º 5

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revista municipal

LISBOA

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casa própria na periferia mas agora, com as dificuldades de acesso aos empréstimos, o paradigma mudou e o mercado de arrendamento na cidade disparou. Gradualmente, vemos os jovens a montar casa em apartamentos na cidade até há pouco devolutos. É que o número de jovens até aos 29 anos atinge já mais de 165 mil (quase 30.5% da população da cidade). Não deixa de ser interessante verificar que, nesta faixa etária, o grupo dos jovens entre os 15 e os 29 anos (mais de 94 mil, cerca de 17.5% da população) suplanta largamente o grupo dos que têm até 14 anos (12.9%). Porquê?

cerca de metade vive na cidade (com familiares ou em habitação arrendada para o efeito ou, ainda, espalhados pelas 53 residências universitárias aqui existentes, públicas na sua maioria). E este número inclui cerca de cinco mil estrangeiros (dos quais 2900 europeus, ao abrigo do programa Erasmus). Eles estão à frente dos nossos olhos: acompanhando as suas tunas, de capa e batina, e não só em ocasiões como na receção ao caloiro e na bênção ou queima das fitas; em vagas nas noites de fim de semana, espraiando-se nas ruas do Bairro Alto, da 24 de Julho, nas Docas, e agora também em Alfama, na Bica,

Basicamente, porque, enquanto o grupo mais juvenil (até aos 14 anos) se mantém limitado por causas naturais, como a quebra na natalidade, o segundo (dos 15 aos 29 anos) cresceu com a chegada à cidade de muitos estudantes atraídos pelas condições oferecidas pelo ensino superior. Lisboa é, cada vez mais, uma cidade universitária. Oito Universidades (quatro públicas e quatro privadas), com dezenas de faculdades, institutos superiores e centros de investigação, fornecem a explicação. São mais de 120 mil os estudantes em estabelecimentos do ensino superior em Lisboa e

no Cais do Sodré, um pouco por todo o lado… São os jovens adultos que animam hoje muitas das coletividades e associações culturais por toda a cidade e cuja implantação na Mouraria, nos Anjos ou na Alta do Lumiar constituem os exemplos mais recentes. Mas a sua presença na cidade não se faz sentir apenas nas ocasiões festivas: encontramo-los nos centros de investigação a produzir ciência e cultura (ver a entrevista com o cientista Rui Costa, nas páginas seguintes) ou nas comunidades e residências de criação artística que vão surgindo e, tam-


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