O Discurso sem Método #3

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movimento estudantil / estrutura universitária. 16 (que sim, virá) como nós Juntos somos fortes, temo profundamente o futuro de nossa instituição enquanto os fundamentos da democracia não forem amplamente debatidos e vivenciados na esfera pública, não mudarem as estruturas e o exercício de poder da gestão universitária e os interesses governamentais que a acompanham, e a verdadeira quadrilha estiver solta: Alckmin, Rodas e Passarelli. Essa quadrilha armou um incêndio na universidade, um espetáculo para a imprensa, um palco para o judiciário e um contrato para as empresas que nos quiserem. Não ser o primeiro na lista tríplice não impediu Rodas de encabeçar, em uma velocidade nunca antes vista, o projeto de privatização da universidade proposto pelo governo do Estado. As improbidades administrativas da reitoria compram prédios, tapetes e até servidores com o dinheiro público, terceiriza o que pode e nos faz de shopping. Na universidade classe mundial a iniciativa privada cobra a conta dos impostos pagos; interferem em nossas pesquisas para produzirmos algo realmente importante para a sociedade, bens de consumo. No meio de tudo isso, passou-se Univesp, extinção de cursos que não interessam ao mercado, proposta de cursos pagos, BUSP, catraca nas unidades e por aí vai. Enquanto reitor, João Grandino Rodas foi um dos poucos a usar a imprensa, que por sinal o recebe muito bem, para eliminar sua oposição interna na USP. Estratégia muito bem articulada para desmoralizar os estudantes que resistiam na reitoria contra os abusos de autoridade de uma gestão carente dela. O escracho moral que os órgãos da imprensa ofereceram aumentou a pressão sobre Geraldo Alckmin que resolveu nos dar aulas de democracia iguais às do Pinheirinho. Ao seu comando, a tropa de choque invadiu a reitoria e desrespeitou qualquer resquício de direitos que aqueles homo sacer universitários ainda tivessem. Saciado o sadismo de São Paulo, ainda faltava a cereja. A última cartada foi uma armação com a promotora Eliana Passarelli, orientada por uma das linhas mais duras e conservadoras do nosso judiciário, para que nos castigue e nos faça de exemplo. Com um trio desses, é irônico acusar alguns alunos de formação de quadrilha. Às soltas, não é difícil que cada um em seu âmbito continue, com seus braços de ferro, mãos invisíveis e o poder que lhes é autorizado ou não, a nos fazer passar raiva. Apocalíptico, não tenho muitas esperanças. Mas, para não deixar uma mensagem pessimista é que finalizo como comecei: cantando Chico. Afinal, “apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia” (Chico Buarque, “Apesar de Você”). Referencias Bibliográficas ARANTES, Paulo. Apagão. In Zero a Esquerda, São Paulo: Conrad Editora: 2004 BUARQUE, Chico. Apesar de Você. 1970 _______. Flor da Idade. 1998 _______. Hino de Duran. 1978

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Trânsito e Transporte

na USP Inauê Taiguara Ninguém entra ou sai rápido da USP, nos horários de pico. O trânsito, principalmente no P1, em dias normais é lamentável, chega-se a demorar mais de uma hora entre a FFLCH e a Av. Alvarenga. Em dias de chuva então nem se fala. O entorno do campus já é um lugar com trânsito intenso de veículos, some-se a isso as 110.000 pessoas (http://www1.folha.uol.com.br/ cotidiano/818517-furto-de-carros-faz-usp-pedir-ajudaa-policia-militar.shtml) que passam pela Cidade Universitária diariamente e temos um quadro um pouco mais preciso do tamanho do problema. Com o intuito de melhorar esta situação projetou-se a criação de duas estações de metrô dentro do campus, uma na praça do relógio e outra próxima ao Hospital Universitário (HU). Afinal, o metrô é um transporte assaz mais regular e, apesar da lotação de pessoas, é bastante eficiente na locomoção das massas. No entanto, estas estações não foram construídas dentro do campus, sob a alegação de que elas dificultariam o controle de quem entra e sai da USP e assim tornariam a segurança do campus comprometida. Por este motivo, o projeto foi adaptado e, sem a consulta da comunidade USP, foi construída a estação de metrô Butantã na Av. Vital Brasil. Histórico da transição Antes da inauguração do metro Butantã a integração do campus com o metrô era feita pela extinta Ponte Orca, trajeto feito por um micro-ônibus que partia do metrô Vila Madalena, opção de ir no contrafluxo do trânsito de São Paulo – detalhe que essa integração era gratuita a qualquer cidadão de São Paulo e não apenas à comunidade USP, pois ligava o metrô a CPTM. Este microônibus parava na frente da estação Cidade Universitária da CPTM e, portanto, não pegava todo o trânsito do P1 junto à Av. Alvarenga. Como o antigo circular não sai do campus, ele não pega o trânsito de fora da USP e passava regularmente, apesar dos poucos ônibus em circulação. Estes antigos circulares se tornaram cada vez mais escas-


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