Cinturao Negro Revista Portugues 327 Janeiro parte 1 2017

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Neste novo DVD de Vovinam, Patrick Levet quis mostrar as facetas do uso e a manipulação do Pau Vietnamita. Ainda que pouco conhecido, o pau comprido vietnamita sem dúvida é a arma mais importante de todas as armas das artes marciais tradicionais do Vietname. A escola Vovinam, no seu programa oficial, só propõe a forma de pau (Tu Tuong Con Phap) e os contra-ataques de pau contra pau (Phan The Con), sem explicar os movimentos intermédios. Mas o pau vietnamita vai muito alem destes dois aspectos e o Mestre Levet nos propõe dois DVDs detalhados, acerca de todas as aplicações dos numerosos movimentos intermédios do Quyen de Pau. Este primeiro volume incluí toda uma série de exercícios de aquecimento e musculação, específicos do pau, a guarda, princípios fundamentais, o manejo estilístico da arma, a defesa contra o desarme, os bloqueios e esquivas, os deslocamentos, assim como as técnicas de combate. Um trabalho original, que mostra por primeira vez o pau vietnamita, de uma maneira completa e exaustiva.

REF.: • DVD/VIET7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.


“O que se obtêm com violência, só se pode manter com violência” Mahatma Gandhi

"Adquirimos consciência das coisas quando observamos os comportamentos de outros e os acontecimentos com maior distância, que quando estávamos plenamente implicados neles. Através desse pensamento, o nosso estado de sabedoria aumenta". Jean Shinoda Bolen

força de tentar não ser repetitivo, (que todos somos de uma maneira ou de outra, pois sempre nos expressamos a partir do que somos), nos últimos anos tenho evitado voltar a tocar neste assunto. Mas todos vamos alcançando maturidade e modulamos o nosso discurso, com sorte. aprofundamos nele e a proposta aqui é contribuir. Por outro lado, os leitores da revista, não são um grupo fechado e fixo; a revista é uma correia de transmissão variável, que se enriquece constantemente com novas incorporações, muitos jovens que, sem querer ser presunçoso, poderiam obter vantagens para aumentar ou matizar a sua visão panorâmica do assunto em que se enquadra este título. Marte, o deus da guerra, o super macho, curiosamente nasce na mitologia, sem a intervenção de princípio masculino algum, pois Júpiter, avisado de que um filho o destronaria, evita os nascimentos comendo ou anulando os resultados de seus múltiplos contactos humanos e divinos. Hera, a sua mulher, farta desta atitude e de sua esterilidade, resolve fecundar-se a si mesma e de tal mágica, nasce Marte. O princípio masculino puro, é assim, paradoxalmente, filho de um extremo exclusivamente feminino. Como símbolo, é interessante observar como o meio, ao longo da história, transformou o termo quando trata de transcender a sua própria natureza, pondo as “Artes”, por diante de “Marciais. De um ponto de vista da Mitologia, aqui já não falamos de Marte mas sim de Ateneia, que nasce da cabeça de Júpiter mediando uma singular parteira, o brutal Vulcano, que faz as vezes de parteiro, arrebentando a cabeça de Júpiter, para permitir o nascimento de Ateneia (Minerva). Ela é uma guerreira, mas é sábia (nasce da cabeça do deus de deuses!) e veste por isso, a armadura de oiro. Ela é comedida (a sua mãe é a Prudência), é a deusa do comércio, do conhecimento e das Artes. Vemos aqui dois arquétipos bem diferenciados. Enquanto que Marte é o deus da guerra, Minerva é a deusa das Artes Marciais. O primeiro, é uma força primária e de definida natureza. Caprichoso, airado, violento e agressivo; a segunda é temperada, sábia, convincente antes que violenta, mas afinal, guerreira. Duas maneiras muito diferentes de enfrentar um mesmo facto, o confronto e o domínio dos outros. A guerra é o resultado da mais elementar das dissociações. Em muitas culturas é representada como o número dois, posto que perante a diferença, uma vez que se marca uma linha no chão, a guerra existe em potência, é a diferenciação o que gera a dissensão. Na Mitologia Grega, as forças primordiais da criação eram duas: Eros e Eris, os dos irmão e filhos de Caos. Eros é a força de atracção Universal. Eris é a força de

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repulsa. A sua aparição é o que gera p ordenamento no Universo. Eros e Eris são opostos e complementares, um junta, o outro divide. Em suas infinitas combinações, estas forças na Mitologia criam o Uni-versus (“Um em movimento”). O primeiro templo que os romanos construíam quando chegavam a um lugar, tinha sua invocação dedicada a Marte, mas uma vez conquistado e integrado no império, o culto a Minerva se impunha. Por mais que ambas forças falem do mesmo, fazem-no em tons completamente diferentes. Não temos evoluído muito desde os tempos de Roma, ou talvez sim, mas os seus princípios Universais continuam sendo tão válidos hoje como foram então. Os arquétipos são forças eternas, que não mudam nem evoluem; energias que sempre existiram e sempre existirão, enquadramentos que permitem aos mais inteligentes e sábios homens, analisar suas vidas e meio ambiente, para compreender para além das formas, a realidade na qual todos estamos inseridos e da que somos parte. Vejo as imagens da guerra na Síria e vejo as tropas de Atila arrasando as terras pelas que passava. Vejo um polícia detendo um ladrão e imagino os soldados, uma vez conquistadas as terras, mantendo a nova ordem. Vejo os combates de MMA modernos e vejo os gladiadores. Vejo uma competição desportiva Marcial e me aparece a imagem das Olimpíadas antigas, uma representação da guerra, para ser sublimada. Vejo um Mestre executando um Kata e posso ver um monge procurando respostas às eternas perguntas. Todos eles participam de um mesmo Universo, mas fazem-no de posições dispares, com objectivos muito diferenciados, armas e técnicas próprias, estilos e atitudes diferentes... Afinal, são submundos dentro de um Universo ecléctico, mas não semelhantes, que se bem participam de uma mesma base, se situam a alturas muito diferentes. Nesta revista, todos eles têm um seu lugar, mas não se confundam, que o que está por cima, não pode estar debaixo e ao contrário! O guerreiro maduro, temperado, medido, é sábio e evita a discórdia, a confusão e a precipitação. É normal que com os 30 anos que temos de vida, as nossas inclinações como revista, se façam patentes em conteúdos e formas. Mas sempre foi assim! “O guerreiro consciente”, como intitulei um dos meus primeiros livros, definia a minha posição na matéria e com ela, a da revista que dirijo. E acontece que o guerreiro consciente sempre tem estado um passo mais além do guerreiro violento e contumaz. Por isso, hoje como dantes, digo: Tenham cuidado os mais impetuosos jovens! O estratega supera o homem de acção, o sábio supera o impetuoso e agressivo, pois um se situa por cima e o outro cai, naturalmente, debaixo.


“O guerreiro maduro, moderado, temperado, é sábio e evita a discórdia, a confusão e a precipitação”

O ordenamento do Universo é desapiedado e põe a cada um em seu lugar; aquele vive pela espada, morre pela espada. Ficar nas aparências e não transcender as formas, não é senão uma maneira de prisão; quem veja o marcial sem se aproximar a Minerva, estará estancado em um mundo tenebroso, onde o sangue e a violência são tudo. Chegado o momento, o seu momento, sejam valentes e dêem um salto, façam a transição primária do guerreiro ao sábio. Entretanto, tratem de passar por esse estádio, sem que as cicatrizes sejam tão graves que as consequências não possam ser superadas. Cuidado com as paixões violentas! As consequências podem ser incomensuráveis! O passo inexorável, quando a direcção é para diante e para cima, a transgressão e a transcendência de todo guerreiro, é a de chegar a ser um homem de conhecimento. Nem todos conseguirão, mas seria bom tentar, pois o estancamento conduz a apodrecer e porque mais do mesmo, não é melhor…, é só mais… Já dizia a minha avó: “Quem não corre com a cabeça, terá que correr com os pés!”... e os pés se cansam…





As técnicas de Chin Na requerem de um profundo estudo não só das articulações como também da anatomia em geral. Chin quer dizer, “captura” y Na significa “controlar”. Então podemos dizer que Chin Na são aquelas técnicas de agarre, pressão, deslocamento, mediante as quais podemos controlar o nosso oponente numa situação de defesa. As técnicas de Chin Na de Shaolin, se utilizam para neutralizar ou interromper um ataque. Se bem as suas origens datam praticamente da fundação do Templo Shaolin, sabe-se a ciência certa, que já durante a última dinastia chinesa, as técnicas de Chin Na eram muito populares na povoação em geral, pelo que durante esta época, as técnicas de captura e controlo viveram o seu momento de álgido e de expansão. A prática do Chin-na deve realizar-se dando um maior ênfase a desenvolver o controlo e a sensibilidade necessária para deixar um atacante indefeso, mediante qualquer dos 5 princípios do Chin Na: Desgarro do músculo ou do tendão. Colocação incorrecta do osso, bloquear ou cortar a respiração, o bloqueio de uma veia ou artéria, apertando com o pulso um canal de Qi.

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Martial Arts Com uma impr essionante trajectória Marcial, o Grão Mestre RUI RIBEIRO – (ROY “ The Hand”) – é 9ºDan Hanshi, em Karate & Tatami Systems. Seus amplos conhecimentos em Medicina e Anatomia, têm possibilitado estruturar um trabalho em base à estrutura e a biodinâmica do corpo humano, especialmente úteis na aplicação das técnicas do Karate, do qual outros Mestres têm carecido. Este facto faz-se especialmente patente no vídeo que gravou para Budo Inter national, no qual explica perfeitamente, a razão de adoptar as posições adequadas, dentro de um sentido lógico da dinâmica corporal, que permitam ao praticante, uma maior velocidade e versatilidade nas respostas no combate. Homem de tradição, sensibilidade espiritual e respeito, tem sabido adaptar a essencia do recebido, para o passar a uma nova geração, tratando de melhorar em virtude de seus conhecimentos, o muito que tem recebido de seus Mestr es, dos quais fala sempre com carinho e veneração.



Martial Arts

“Conhecer o corpo para potencializar todas as acções, independentemente da prática e técnica. O corpo é Universal e matemático”


Grandes Mestres Possui o Sexto Dan recebido dos sistemas e Mestres seguintes: HIROO MOCHIZUKI HANSHI, Fundador do Yo s e i k a n B u d o ; M A S AY U K I H I S ATA K A – KENSEI 10ºDan, Fundador do Koshiki Karatedo; Sucessor Fundador do Shorinji Ryu Kenkokan; SHIZUYA SATO – HANSHI 10ºDan e Membro Fundador do Kokusai Budoin IMAF Japan; Também r ecebeu graduações de muitos outros afamados Mestres, como: TETSUJI MURAKAMI HANSHI – 5ºDan, a graduação máxima Shotokai, como Introdutor do Karatedo Nihon Shotokan na Europa. ATSUO HIRUMA HANSHI – 5º DAN; graduação máxima Shotokai e Director para Europa. KEIJI TOSE HANSHI – 1 0 º D a n d o E i s h i n R y u I a i d o ; TA D A N O R I NOBETSU HANSHI – 9ºDan Karatedo e Kobudo. En 1998 recebeu o título da KYOSHI JAPAN e a ulterior graduação de 7ºDan, entregue pelo Mestre SHIZUYA SATO. Conta com muitos outros mestres, com os quais treinou e com os quais se sente em dívida, especialmente com KAZUTA KIMURA, assim como com RICHARD LEE – HANSHI 9ºDam. Significativos estudos realizou também com outros Mestres bem conhecidos, como YOSHINAO NANBU – Fundador Nanbudo, ou TOSHIAKI HIGASHIO – Karate-do e Aikido e certamente, HIROMICHI KOHATA do GENSEY RYU. Alfredo Tucci

“A prática multi-disciplinar das Artes Marciais e dos Desportos de Combate, deve ter um conhecimento transversal de exigência e versatilidade, para reais obtenções de competência, com treinos focados especialmente na preparação para competição ou protecção”


Martial Arts

WIND WARRIORS XXI

Um ENCONTRO, que ao longo da Vida necesita de dedicação para encorajar e potenciar acção. Um CAMINHO de prática e evolução. Um CORPO a CORPO, para enfrentar e educar.

DOJO / CAMP FIGHTERS

- O Ser Humano em combate Treino adaptado à fisiologia para melhorar em eficácia. - O Espírito do Ser Humano Obter técnicas perceptíveis para a sua execução. - Evidência Tudo o que se percebe e é indiscutível - Compreensão Capacidade para o uso e transição de metodologias - Sistemas Global diversidade de antigos e novos métodos, para aplicação potencial - Evolução Mecânica corporal, educação visual e know-how - Posição Objectivo posicional para ataque - Guarda


“Auto-conhecimento, atitude e inteligência efectiva para atingir paz de espírito”


Martial Arts

Controlo com intenção ofensiva - Contacto Alinhamento visual com o oponente e as suas opções técnicas. - Distância Triângulo que a partir da base de apoio, permite aos membros um toque simétrico nas extremidades - Abertura Ausência de envolvimento directo, a técnica deve ir mais longe que a perspectiva visual - Ciência As Artes Marciais e Desportos de Combate são científicos - Fluxo Final cósmico em (U), Alfa (A) e Ómega (O), nos sons da vida (A/E/I/O/U) - Expressão Um lutador se reconhece pela posição e não por aparência, mas por demonstração de profunda realização

A prática multi-disciplinar das Artes Marciais e dos Desportos de Combate, deve ter um conhecimento transversal, de exigência e versatilidade, para reais obtenções de competência, com treinos focados, especialmente na preparação para competição ou protecção.

Auto-conhecimento, atitude e inteligência efectiva para atingir paz de espírito. Da iniciação à Mestria só existe a realidade futura. Capacidade de viver com o cérebro no tempo, a seu tempo. Uma boa posição, conhecimento, experiência e especialização na acção, transforma as limitações em atributos. A realidade não é pacífica e requer uma cultura de mérito, coragem e percepção do perigo. Aprender a estar calmo quando se domina a eficácia. Temos de perceber a nossa inteligência artificial e os processos orgânicos inter-activos, por analogias, que permitem potenciar capacidades, desenvolver energia e manter equilíbrio interno. A concretização de objectivos depende de estar em paz, consciente do rumo, procurar conhecimento e contribuir para unir a experiência do passado, com o futuro.


Grandes Mestres “O Timing é uma parte da execução em combate, que para todos os efeitos existe, mas cuja intervenção não pode ser vista, sentida ou pensada, porque estaria atrasada”

Os objectivos são simples: - Conhecer o corpo para potenciar todas as acções, independentemente da prática e técnica. O corpo é Universal e Matemático. - Conhecer os comandos cerebrais de continuidade e segmentados a nível neuro-muscular, intervenientes em qualquer acção. - Defender a integridade física, mantendo sempre um único foco de atacar qualquer conflito. Uma porta aberta é sempre dedicada a convidar alguém para entrar, neste caso, para estudar segundo aquilo que é efectivo, quando o corpo percebe e o cérebro regista. Este artigo, aborda assuntos de um contributo para quem treina, percebidos pela prática, para todos, a seu tempo, do aluno ao Grão Mestre, do lutador iniciado ao campeão.

TEMPO

O tempo só existe no futuro. Ficar fixo no presente ou no passado, é manter a inércia. Movimento é passado desde o princípio, presente na trajectória e futuro no final. É necessário transformar acção em um tempo diferente das acções de ataque. Existência e resistência não devem ser uma evidência. Tem de se “quebrar” sem tocar, provocando reacção de medo, esquiva ou recuo, condicionando o adversário.


Só interessam efeitos efectivos produzidos e não formas e meios de os atingir. È necessário transpor a primeira acção contrária. Tempo é isto: atingir o fulcro da indução, criar falhos e capturar as acções. Em todos os movimentos, não mostrar intenção de anular o ataque; a luta deve ser realizada com a sequência progressiva de técnicas. Compreender o futuro deve de estar sempre presente e manter o adversário fora de atingir esse objectivo. Tem de se anular a acção física do oponente, criando nele um lapso de tempo, condicionando a parte mental, entre a ordem do cérebro e a condução da respectiva acção seguinte. Timing é uma parte da execução em combate, que para todos os efeitos existe, mas cuja intervenção não pode ser vista, sentida ou pensada, porque estaria atrasada. Simplesmente, é preciso estar lá, na altura exacta, no sítio certo, ultrapassando o momento antes do impacto, provocando em reverso ou contra efectivo.

TREINO

Tempo e espaço medem-se por trajectórias e distâncias. Compreender mais longe, para além de, deve estar sempre presente como um desafio essencial da prática. Treinar o impossível é conhecer e procurar novos métodos como objectivos, para desenvolver o avanço potencial. Independentemente do background de cada um, tem de se adicionar e ajustar à própria técnica, novas ideias e perspectivas, para melhorar em eficácia.

Igualmente, desenvolver o básico e essencial, como por exemplo: - Respirar para sentir influência do cheiro e conhecer minimamente algumas das múltiplas maneiras de inspirar e expirar, e os consecutivos processos internos de circulação do ar. - Visualizar e executar sem mostrar intenção e/ou tornar visível o movimento, evitando que esse seja antecipado ou controlado. - Identificar sons, ecos inter nos e exter nos, nomeadamente nos impactos e ondas de choque provocadas, a favor e em contra. - Gosto, dedicação e intransigência na obtenção de resultados objectivos e concludentes.

O motivo de ser fundamental o facto de ter como objectivo um processo de acção focado no futuro, é porque qualquer conflito presente, no ponto intermédio, resulta de um passado activo, interactivo ou reactivo, ao qual é preciso corresponder, nos conformes.

Conhecer o corpo e o uso complementar da neurofisiologia acrescenta sabedoria e calma perante a agressividade.

VIBRAÇÃO

Movimento ondulatório, com a intenção de fazer vibrar o ponto ou os pontos de contacto. Exercitar fluidez, seguindo uma prática de treino onde os mecanismos mentais e fisiológicos, com a devida



coordenação e exactidão, se tornam superiores ao estudo dos métodos e formas. Executar acção no espaço entre a matéria, objectiva e intencional, para a finalização do movimento, sem ser visível ou expectável, em que deve ser visto o resultado atingido no oponente e não a acção em si. A vibração acrescenta valor de avanço ao timing, criando no adversário um lapso de tempo momentâneo. Entrar no campo interno do opositor, com uma onda de choque, provoca uma quebra ou ligeiro recuo, permitindo rapidamente a finalização, tendo a noção do centro do corpo, abertura de espaços e completo equilíbrio ofensivo. A acção pelo exterior deve não só vibrar, como também causar a perda de equilíbrio do adversário, provocada para a parte lateral, entre a linha dos dois ombros ou das duas ancas, para a frente ou para trás, fora do eixo de apoio e de sustentabilidade. Este método deve ser sempre efectuado por campos de transição e respectivas sequências técnicas, com a máxima precisão.

IMPACTO

Ter a noção de tempo e impacto, permite absorver e controlar o negativo, e potencializar o positivo. Entre rápido e lento, reflexos e objectivos, deve ser encontrada uma maneira de recuperar o balanço, tanto para avançar como para retroceder, de maneira a inibir a acção contrária, assumindo o mínimo risco perante o máxima potencia com que procuram atingir-nos, utilizando a mobilidade de maneira assertiva. O esqueleto é como uma casa que nos guarda, é completamente versátil para se articular com as opções sequenciais de movimento, mas depende do uso exacto de processos de compensação das articulações, nervos e músculos. Para combater a dor e a adversidade, sensação e receio, é necessário reduzir os impactos que o nosso organismo recebe, potencializar a parte neurológica, e projectar pensamento positivo.


Martial Arts “A resistência surge da base da interacção entre batimentos cardíacos e ondas cerebrais”


Para um impacto ser igual a zero, a energia depende da limpeza orgânica, e ser permitido ao corpo proceder a renovação celular. Ao partir da nossa casa, atravessamos a mesma porta, de dentro para fora e de fora para dentro e assim deve ser a nossa mente na relação do interior com o exterior e ao contrario.

OBJECTIVOS

Consciência de si próprio, eficiência que evite desgaste e promova a saúde, e competências para protecção pessoal. Ao uso do conhecimento lhe não basta ser possibilidade, mas sim ser alargado a todas as possibilidades. Não deve ser adequado, mas sim preparado para a diversidade. Perante o confronto desconhecido não existe o como, mas sim a capacidade de enfrentar. Não se possui o caminho de volta, se adquire. Significado é o que procuramos através dele. Da luz, surge a sombra, do movimento, a forma. Em um eixo entre luz e sombra, a sombra indica a direcção do objectivo. A perspectiva de observação produz efeitos, mas a essência está na revelação.

DESAFIOS

Perante uma universalidade sistémica que provoca diminuição de capacidade de reacção cerebral e de reflexos por inibição de sistemas de actividade, é fundamental melhorar a conduta física e as áreas de energia potencial do ADN, sem interferências. Numa prática com princípios orientadores de execução funcional, a resistência surge da base da interacção entre batimentos cardíacos e ondas cerebrais. Táctica e orientação depende da maneira como agimos e usamos os termos de como somos e o que somos, em função da essência humana. Números e símbolos mudam sem surpresa, mas o som e o ar vocal surpreende-nos. Espaço objectivo e espaço relativo, são comuns no motivo principal, que é o sentido do movimento. Não podemos falar de existência sem lhe atribuirmos um significado para enfrentar desafios.

NÍVEL

Superação na inspiração e expiração, dos meus “Textos do Mestre”.


“O nível de prática define o labirinto de corpo e da mente”


Grandes Mestres Inspirar por uma narina, esquerda ou direita, aumenta a potência lateral inerente à parte superior do corpo, e expelir o ar pela mesma narina, fomenta igual poder para o lado contrário. Expirar pela boca para a diagonal do movimento ofensivo, com rápida inspiração pelo nariz, aumenta capacidades de execução dos membros inferiores. Nunca projectar expiração para a linha do adversário. Métodos de base: - Inspirar para a parte superior (cabeça) – para escapar - Expirar desde a parte superior – para concentrar - Inspirar c/respiração pulmonar – para focar e interagir - Expirar c/respiração pulmonar – para relaxar - Inspirar c/respiração ventral – para atacar - Expirar c/respiração ventral – para controlar / impacto A superação resulta das sequências e da circulação interna do ar.

Numa conversa com o grande mestre Fumito Suguimoto, ele dizia: As Artes Marciais têm como princípio a harmonia e o respeito, mas são Métodos de Combate de matar para não ser morto. Não podemos dizer que o objectivo final das Artes Marciais é aprender a respirar, porque ninguém seria capaz de entender”. O nível de prática, define o labirinto de corpo e mente.

COMBATE

O homem foi feito para lutar, porque em todos os movimentos e enquadramentos do nosso corpo com o outro, encontramos sintonia e interligação objectiva, que só dessa

“Os olhos expressam capacidade de ver ou olhar, quando se olha e não se vê, perde-se o que se procura”


Martial Arts

maneira é útil para sentirmos que estamos vivos num verdadeiro combate. Mas poucos têm a capacidade original para combater. O ser humano, mais do que o comportamento animal, possui diferenças do poder corporal, interligados com mente e alma, para se defender e proteger das adversidades do planeta e do universo. Mas o ser humano se tornou urbano! A estrutura humana tem medidas que nenhum animal possui, como por exemplo, um palmo de mão similar ao comprimento do pé. Em combate, e noutro exemplo, três palmos ou três pés de distância de apoio, entre si, são ambos base e triângulo da guarda. De cinco, três elementos foram dados ao homem para trabalhar: metal, madeira e fogo. Ar e água definem o tempo da sua existência. Só se vive alguns segundos sem ar e algumas horas sem água. O corpo é composto, na maior percentagem por água, sem que se tenha essa consciência, assim como o pensamento a alma dependem do ar e dos ventos que não se vêem, tudo isto faz parte da nossa viagem.


Tempo e realidade, dar e tirar, foram sempre um jogo do Universo com o homem. O nosso interior depende do exterior. Quando o exterior muda, o nosso interior deve adaptar-se, mas nunca abandonar o combate.

REAL

Real é um acerto de realidade. Mudança de sequências e consequências. Para além de lutar é necessário ter a convicção de enfrentar, sem limites e até ao fim, desde o simples caminhar, à envolvência com o que nos conduz a estarmos onde estamos, com o desejo de saber. Memória futura é sempre desafio, acção num diferente tempo de termo, para reverter experiências e transformar significados. Simples perguntas são diferentes do desejo de saber. Questões ilusórias não merecem resposta, mas sim o que diz respeito a transição e autenticidade. Lutamos como nos movemos e a maneira como os pés se movem, demonstram o carácter e a saúde. Os olhos expressam capacidade de ver ou olhar, quando se olha e não se vê, perde-se o que se procura.

IMPULSO

Extensão da reacção visando interromper os ciclos das ordens do cérebro do adversário. Existem dois ciclos, em que podemos extravasar noção de energia, positiva ou negativa, mas em síntese, são resultado da origem de impulso: - Para acto inicial planejado - Original, não planejado, focado na acção final.

Para além do foco de ataque, são necessárias técnicas para visar finalização, que ultrapassem o objectivo. Um acto natural em combate não pode ser transformado, apenas alterado por decisão comportamental. Um simples toque na forma tentada do adversário, não provoca outra dura tentativa, e na maior parte das vezes, torna a acção reversível ou expectante. Mais do que a parte física é necessário perceber o acto mental, na perspectiva de estudar o fluxo da acção, ou antecipar o que está relacionado com impulso.

FUNDAMENTAL

Expandir a noção de mãos nuas para expressão de suporte e relaxamento. Todo o movimento pelo interior e exterior, é eficiente se for feito em triângulo, enquadrado com o adversário. Alvo e direcção das técnicas deve ter uma base de estabilidade com um alinhamento músculo-esquelético, que liberte os apoios e transfira peso direccionado para acção possível, em todas as direcções. A acção interna do corpo deve promover a aplicação da máxima capacidade de extensão e potência das extremidades superiores e inferiores, preenchendo os actos com respiração adequada. Expirar sempre que voltar atrás, para inspirar de novo, do próximo ponto de partida da acção. Em todas as posições iniciais, a medida do tempo está relacionada com a consciência das mãos e dos pés, como se estivessem ligados por elásticos, através do corpo. As extremidades movem-se como se fossem accionadas por um botão que liga uma máquina.



Grandes Mestres As mãos e os pés devem expressar o que é facultado por acção primária dos cotovelos e joelhos, deixando que as bases de rotação interna dos ombros e ancas, sejam desbloqueadas sem que esta preparação possa ser visualizada. O corpo tem todas as valências para se defender e se manter saudável. O homem é o universo em si. Tudo o que faz dele ser humano, resulta dos seus passos e da sua mão ofensiva ou defensiva. Na mão, o dedo mínimo é o que conduz o indicador e proporciona a sua máxima extensão e amplitude. O dedo polegar, que assume a força e o controlo do fecho da mão, é de todos o que, de forma isolada, tem menos tacto e não é atacante. È expectável que através das Artes Marciais e Desportos de Combate, se expliquem e se conheçam, os elementares fundamentos do corpo, que utilizamos como meio. O verdadeiro espírito que liga o homem ao todo pessoal e universal, depende de aumentar capacidades, para preservar longevidade.

RECONHECER

Existência é similar para todos, o corpo é assumido pela sua imagem, ciclos de idade, trabalho, relação humana, relação com o meio, estatuto, processos físicos e mentais. Não deve haver negligência no que interfere com a sua natureza, porque é contrário à saúde e à harmonia. Os sinais diários são resultado das reacções do sistema nervoso e das respostas biológicas, que contribuem para o estado mental. É necessário ser prudente e interessar-se pelos caminhos, mantendo alertas, fora de manipulação. Por vezes, a vida é como um mecanismo de relógio, que afecta a pessoa, numa dada altura, por doença, problemas, causando dor e ansiedade. A luta deve marcar uma profunda diferença de objectivos, parando esta sequência, mantendo portas abertas para a mente avançar, sem presumível destino ou prévio sofrimento. A parte física necessita de mais tempo para chegar ao mesmo ponto, mas a pessoa deve confiar no seu registo interno, calma e feliz com as boas memórias. Onde e quando chegarmos à profundidade de todo o nosso cérebro, vamos compreender o que é antigo, abstracto e profundo, sem obstrução. Mestria e modo de vida trazem ao encontro, os viajantes e a amizade, os que lutam pela paz e a viabilidade, por um sentido de avançar na existência.

GUERREIRO

Um guerreiro não existe sem a natureza de duas almas, existência e não-existência. Tudo acontece na incorporação do ser humano do que é material e imaterial. O seu tempo é a morte que lhe dá vida para cumprir a natureza do seu caminho, ajudar quem precisa, limpar e redimir todas as mágoas.

CONCLUSÃO

A transmissão do conhecimento apoia o caminho de quem tem atitude e motivação para avançar. O vento sopra em volta, na distância ou na proximidade. OSS!


Martial Arts

“É expectável que através das Artes Marciais e Desportos de Combate, se expliquem e se conheçam, os elementares fundamentos do corpo, que utilizamos como meio”


Martial Arts














Após o grande sucesso do primeiro DVD, o Grão Mestre Marco Morabito apresenta um novo trabalho, dedicado às armas. Os conhecimentos de Morabito no âmbito civil e no militar, se entrelaçam numa mistura explosiva de técnica e inovação. Nada se deixa ao acaso e não há segredos: com "cognitio experimentalis" se examinam com grande cuidado e pormenor, as agressões com mão armada mais comuns. Se analisam diversas técnicas com as armas mais comuns, mas tendo em consideração que não há um "modelo universal de agressão", os tipos de ataque são ilimitados e também o são as maneiras de defesa. A técnica é só a base do estudo, para adquirir fluidez e consciência do movimento, mas o propósito é fazer instintiva a nossa defesa, encurtando o tempo de reacção. Morabito, com seu Krav Maga Israeli Survival System, quer acabar com os esquemas e mostrar ao público algo totalmente novo, longe das técnicas habituais e vetustas, imitadas durante décadas. Neste DVD, a técnica se mistura com a experiência e tudo adquire âmbitos claros e definidos. Nada se deixa à sorte e os erros mais comuns são desmascarados e analisados. Encontrarão no Krav Maga Israeli Survival System, um novo método de defesa excepcional e autântico.

REF.: • DVD/KMISS 2 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.


Comeรงa um ano cheio de acontecimentos para o Universo Wing Tsun (WTU). En 2016, lanรงamos o nosso primeiro DVD "Siu Nim Tao - Nove maneiras". No fim do ano, o nosso primeiro livro de WTU, "Gedankenfragmente - Begegnung mit dem Unbekannten". Vimos novos lugares e conhecemos gente nova interessada no nosso movimento. A flor do WTU - Wing Tsun, se desenvolveu ainda mais no espaรงo e no tempo - por assim dizer com o nosso vocabulรกrio.


WT Universe



WT Universe

“Nos nossos dias, repetidamente escutamos a pergunta: Que estilo é melhor? Qual é o tipo de combate mais eficaz?”

Para 2017, planejamos o nosso segundo DVD WTU "Chum Kiu" e o livro "WTU Guide - WTU Wing Tsun", assim como uma tradução. Também queremos agradecer a Alfredo Tucci e a Budo International, a sua colaboração. Desejamos a todos os leitores de Budo International, o melhor para 2017. Alfred Johannes Neudorfer e Rosa Ferrante Bannera

Não há estilos, não há opiniões. Só entendimento! "Movimento é vida" "A necessidade criar órgãos"

Nos nossos dias, repetidas vezes escutamos a pergunta: Que estilo é melhor? Qual é o tipo de combate mais eficaz? etc. Se estiverem procurando as categorias coincidentes com o próprio condicionamento, podem "comparar". Há uma velha frase que diz: “Quando se está pronto, o mestre aparece”. Também poderíamos dizer: “Se podermos fazer a pergunta correcta, estamos prontos para a resposta”.



WT Universe

“Dependemos das autoridades externas, esquecendo que estes são só seres humanos e esquecendo que a verdadeira interfaz com a vida e o conhecimento, somos só nós mesmos”

Desafortunadamente, isto não é tão fácil a través da rede de condicionamentos e identificação em todos os níveis da existência humana. Nos movemos como “robots” e assim criamos uma estrutura corporal, que praticamente só faz possível tal movimento. A vida é mantida só pelos estímulos de fora de um movimento. Se eliminarmos todos estes estímulos do ser humano, normalmente não há nada, se derruba por si mesmo, condenado à passividade e à dependência do sistema ou pessoas, que põem e pretendem os estímulos. Pensamos em padrões condicionados, pré-fabricados de pensamento e depois começamos a responder a estímulos externos. Este é alimento com a que despregamos o nosso pensamento: revistas, televisão, etc. - informação preparada desde o exterior. Preparamos o nosso aparelho de pensamento precisamente para os padrões de expressão desejados e usuais, e consideramos esta máquina de estímulos/reacção, como uma questão do pensamento. Normalmente, já não há pensamento. Qual é o sentimento, as emoções? Este é o combustível para as nossas acções. Aqui, também, nada mais que condicionamento. Estamos a mercê das nossas próprias respostas emocionais condicionadas. A atracção e a repulsa então levam geralmente, a uma sensação profunda. Também se poderia dizer que o centro das emoções está quebrado.



WT Universe

“Tudo muda continuadamente, percebamos nós ou não. Por esta razão devemos encontrar as soluções para nós aqui e agora. Não olhem para o passado, não esperem o futuro

Não há compreensão da sexualidade, do conhecimento, da amizade, da relação, etc. - só modelos explicativos préfabricados e modelos de vida, que depois fracassam na realidade emocional. E no entanto, existimos no mesmo marco do corpo humano, do pensamento humano e do sentimento humano sob as condições da Terra. Temos um movimento que já não tem a menor compreensão da importância da gravitação. Não teoricamente e em absoluto praticamente. Somos como peixes que não sentem a água ou que é ainda pior, engatinhando, como vermes no fundo do mar, porque esqueceram como ser transportados e flutuar na água. E o que é ainda pior, arrastar-se pelo chão, tem sido causa de uma estrutura corporal que faz praticamente impossível a natação do peixe. Com este fim, temos uma linguagem que descreve o rastrear no chão e nos identifica como repteis. E há muitos "especialistas" que manipulam este estado! Dependemos das autoridades externas, esquecendo que estes são só seres humanos e esquecemos que a verdadeira interfaz com a vida e o conhecimento, somos só nós mesmos. As autoridades que sempre pretendem o que é bom para nós e para o mundo, nos guiam na direcção errada: longe de nós. Por essa razão consciente ou inconscientemente,



WT Universe

“Perdemos os sábios que têm sua própria visão da vida. Só temos especialistas em gerência colectiva e estruturas administrativas, ou interpretações mundiais, que dos seus pontos de vista, querem fazer um dogma válido para todos”



WT Universe devemos ser responsáveis de nós mesmos. Mas a minha vida trata de mim e devo ser responsável. É a minha vida! Quando perguntamos à gente perguntas sobre a vida, se é "importante" ou "normal", não têm respostas, não para si mesmos, mas como pontos de referência para outros. Só uma conversa morta, só cosmo visões condicionadas. Perdemos a os sábios que têm a sua própria visão da vida. Só temos especialistas em gestão colectiva e estruturas de gerências, ou interpretações mundiais, que desde seus pontos de vista, querem fazer um dogma válido para todos. E o que tem a ver tudo isto com as Artes Marciais? Na minha opinião, não há estilos. Todos tratamos do mesmo e só há diferentes imagens, padrões de pensamento e a própria compreensão. Não se trata de técnicas, não se trata de velocidade, não se trata de potência. Trata-se de um tratamento soberano, com as interacções de múltiplas camadas que encontramos no nosso caminho e que proporcionamos ao nosso ser (sentimento de pensar no corpo) com o alimento adequado para termos uma estrutura que também tem o potencial da natureza humana desenvolvida e não construída. Para a nossa imagem na WTU, as seguintes coordenadas e pontos de referência devem ser descritos e os factos tangíveis: Acondicionamento / atenção / identificação Atenção, Elasticidade, Equilíbrio, Sensibilidade, Agilidade, Tempo, Intenção.

- A compreensão disto é o fundamento de tudo! - 7 + 2 qualidades para a harmonização dos seres humanos. Permitir contacto - ir com o movimento evitar a distância. Interacção gravitacional, interacção fraca, interacção forte, interacção magnética. Onda espiral. - três princípios de actuação a todos os níveis - quatro interacções - dois níveis de actividade que abrem a função

Tudo flui. Tudo muda continuadamente, percebamos nós ou não. Por esta razão devemos encontrar as soluções para nós aqui e agora. Não olhem para o passado, não esperem o futuro. "A gente adequada, o momento adequado, o lugar correcto".













Kajukenbo

A BASE DO KAJUKENBO KAJUKENBO KOSHO RYU O que faz diferente o Kajukenbo? Do meu ponto de vista, o mais importante é a sua base, visando a sobrevivência nas ruas, que nos nossos dias são cada vez mais violentas. Desde seus começos, nos anos 40, a nossa Arte foi criada pensando nessa máxima, a eficácia nas técnicas e os duros treinos. Técnicas directas, sem excessivos movimentos acrobáticos ou carentes de sentido, do confronto com um agressor, com ou sem armas. Como se chega a esses níveis de exigência nos treinos? Recordemos a máxima no Kajukenbo, treina forte para ser forte e o que significado isto?


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ignifica que os treinos se devem de realizar com a máxima realidade possível, claro esta que sem magoar o nosso parceiro de prática e para isso, actualmente contamos com os meios e protecções para não lesionar o nosso Uke.

Nos primeiros anos da Arte, os treinos eram muito duros, braços partidos, sangue no Dojo e inclusivamente se fechavam as portas para que ninguém abandonasse os treinos, até o final. Hoje, tudo isto se pode evitar, mas com isso não quero dizer que os treinos não devam de ser duros; recordemos que chegamos à nossa superação


Kajukenbo mental pelo sofrimento, com o qual, no momento de um confronto nas ruas, estaremos mais preparados fisicamente e o que é mais importante, também psicologicamente. Um dos grandes problemas que temos frente a uma agressão é principalmente a Psique, o medo à dor, medo

a que nos magoem e nos nossos dias, a possível repercussão legal. Temos que avaliar em segundos tudo o que se expõe e uma coisa que não devemos esquecer, o nosso sistema de luta ou a fuga, presente desde os alvores da História como método de sobrevivência e descrita por Walter Bradford Cannon, indicando que os


Kajukenbo

animais reagem com uma descarga geral do sistema nervoso simpático, preparando-os para lutar ou escapar. Mais especificamente, a medula adrenal produz uma descarga de hormonas, resultando na secreção de catecolaminas. A reacção é reconhecida como a primeira etapa de um síndrome de adaptação geral, que regula as respostas de estresse de vertebrados e outros organismos. No Kajukenbo Kosho Ryu é uma coisa que temos em consideração nos nossos treinos, pois de nada servem as técnicas nesses momentos, se não estamos preparados psicologicamente. Há conhecimento de agressões a grandes campeões mundiais, que quando chegou esse momento, não souberam ou puderam reagir frente a essa agressão armada ou de vários assaltantes, posto que a sua psique estava habituada a umas regras ou normas éticas que o detiveram, por tudo o que aqui foi dito. Nos treinos, devemos ter isto previsto, claro esta que até certo ponto. Também é importante o controlo da subida da Adrenalina, pois chegado o momento da reacção, pode paralisar as nossas técnicas, reflexos e debilitar-nos, devido à sobrecarga dessa hormona no nosso organismo. Deve ser levada ao máximo nas práticas com os parceiros e situar os




Kajukenbo alunos em situações estressantes ao limite, para aprender a controlar os instintos, a mente e por ela, o nosso organismo. De que nos serve termos 300 técnicas diferentes, se chegado o momento não podemos aplicar nem uma delas. Trabalhamos a reacção, o instinto, controlo e como venho dizendo acerca da mente, muito frequentemente esquecemos o espírito. Quando analisamos o escudo da nossa escola, nele temos corpo, mente e espírito. Não podemos trabalhar um sem os outros, pois o tempo passa para todos nós e o corpo (físico) nos vai abandonando e como diz meu Sifu SGM Cherry Ortega, e o que nos vai manter é a nossa mente e acima de tudo o nosso espírito e sobre ele devemos trabalhar todos os dias, como trabalhamos o nosso físico. Portanto, a base é o trabalho de tudo e não só da técnica, mas devemos ter e temos umas técnicas de eficácia provada pelos Fundadores, nas ruas do Hawaii e claro está, como em tudo, a evolução. As nossas técnicas são simples e dirigidas à eficácia rápida na sua resolução, não há técnicas de 10 ou 12 movimentos, posto que na rua ninguém vai ficar quieto com o braço ou a perna esticada, para nós realizarmos movimentos amplos e longos. Enquanto às técnicas, o agressor também reage à nossa defesa, se para isso lhe dermos tempo. Assim pois, devemos ser rápidos e contundentes, aproveitar esses primeiros segundos, para descontrolar a Psique do nosso Agressor. Tudo isso não significa que estas técnicas não tenham a sua função, posto que a têm e que é dar-nos uma coordenação, naturalidade, fluidez... Mas devemos de ser honestos e assim explicá-lo aos nossos alunos. O Kajukenbo Kosho Ryu não é melhor nem pior, só é diferente nos conceitos e nas ideias aplicadas. Por vezes, a melhor defesa é uma retirada a tempo.



Kajukenbo



Un practicante de Kali mira a un ataque como un puñetazo, no tanto como un ataque, sino como un objetivo ofrecido para ser atacado sistemáticamente, mediante la inmovilización del golpeo. Esto no está demasiado lejos de la forma de pensar del Kyusho, excepto en que las estructuras que se atacan son las internas, en lugar de las externas. Así que mediante la adición de la técnica externa del Kali y el agarre, estamos afectando en una mayor medida, la capacidad del oponente. El Kyusho es un estudio de la anatomía humana, no un Arte Marcial, sin embargo su uso con o en un Arte Marcial es natural, y añade una mayor dimensión. Así que se puede integrar con facilidad y eficacia en cualquier estilo de Arte Marcial. El practicante de Kali armado con el conocimiento de Kyusho puede llevar la práctica del Kali a una perspectiva completamente profunda. En este segundo Volumen os mostraremos los resultados de la combinación de los inherentes o posibles objetivos Kyusho en cabeza con los mismos agarres de brazo que se estudiaron en el primer DVD. Un trabajo de colaboración del Maestro de Kali Raffi Derderian y el Maestro Evan Pantazi.

REF.: • DVD/KYUSHO 25

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RAÚL GUTIÉRREZ LÓPEZ, 9º DAN Kosho-Ryu Kenpo y 10º DanFu-Shih Kenpo www.ipsa-internacional.com www.feamsuska.com rgutkenpo@hotmail.com Teléfono: (0034) 670818199 Sensei Luis Vidaechea Benito Cinturón Negro 3º Dan Fu Shih Kenpo Delegado FEAM en Castilla y León Templo Segoviano de Fu-Shih Kenpo Pabellón Pedro Delgado - Segovia Tel.: 622 263 860 mailto: sensei.luis@cylam.es http://www.cylam.es/ Maestro Philippe D´Andrea Cinturón Negro 3º Dan Fu-Shih Kenpo Director FEAM e IFSKA en TOLEDO CASTILLA LA MANCHA Teléfono: (00 34) 666 785 734 Email: philkenpo99@gmail.com CLUBE ESCOLA DE DEFENSA PERSOAL José Rodríguez López Fundador Hand Krav Fu System Instructor Nacional Defensa Personal Policial IPSA Escuela Defensa Personal y Policial de As Pontes Lg Petouto - Ribadeume 15320 As Pontes, A Coruña Tel: 670 770 004 escuela@handkravfu.es - www.handkravfu.es Francisco Javier Martin Rubio, C.N. 4º DAN de Karate Shotokan CD A.M. c/ Poligono de la Estacion, Parcela 15, Nave 21 Olmedo - Valladolid Teléfono: 665810990 Email: gimnasiolmedo@hotmail.com Sifu Jeroni Oliva Plans, Director Nacional del Departamento de TAI CHI CHUAN y CHI KUNG SIFU 3º Grado de Tai Chi Chuan y Chi Kung Terapeuta Manual Tel.: +34 659 804 820 E-mail: jopsanestudi@gmail.com C/València, 345, Barcelona C/Indústria, 110, Malgrat de Mar Maestro Martín Luna Director internacional Krav Maga Kapap FEAM Instructor policial/militar IPSA Seguridad y escoltas /vip protección Representante IPSA y FEAM Canarias Maestro Cinturón Negro 5º dan Fu-Shih Kenpo Instructor kick Boxing / K-1/Full Contact Tel: 671 51 27 46.martin75kenpo@hotmail.com


Martín García Muñoz Maestro Internacional 8º Dan Instructor Internacional, IPSA Instructor Internacional Tae-Kwon-Do ITF Vice-Presidente Federación Andaluza Tae-Kwon-Do ITF Director de Operaciones y Coordinador de IPSA para España Gimnasio Triunfo (Granada) Teléfono 607 832 851 opencleanmotril@hotmail.com OSVALDO GASPARETTI GENRE Cinturón Negro 8º Dan Fu-Shih Kenpo Representante Personal Soke Raúl Gutiérrez Para Argentina y toda Sudamérica. (FEAM/IPSA/IFSKA) Teléfono: + 54 9 3471 53-1052.patokenpo@hotmail.com Joel Barra Ortega Cinturón Negro 4º Dan Fu Shih Kenpo Instructor Regional IPSA Teléfono móvil: +56950180374 joelfsk@gmail.com Sensei Mario P. del Fresno C.N. 3er Dan Fu-Shih Kenpo Representante F.E.A.M. Madrid Centro Entrenamiento Profesional Box Everlast www.boxeverlast.es Club de artes marciales 78 www.artesmarciales78.com Gimnasio In Time MMA. www.intimemmamadrid.es Teléfono: 658 016 688 mario.fushihkenpo@gmail.com Maestro Luis Pedro Rojas Torres, 7º Dan Fu-Shih Kenpo, Instructor Internacional de Defensa Personal Policial, IPSA – Centro de Osteopatía y Terapias Naturales. Calle Industria 110, 08.380 Malgrat de Mar, Barcelona Tel: 937 654 598.kitorojas8@hotmail.com Instructor Krzysztof Adamczyk Instructor Nacional para Polonia y Noruega. Grinnisvegen 611 ,7236 Hovin i Gauldal ,Noruega fushihkenponorge@gmail.com 0047 92520150 fushihkenpopolska@gmail.com 0048 783474760













Sifu Alfred Johannes Neudorfer e Sifu Rosa Ferrante Bannera, fundadores do Wing Tsun Universe, WTU, um movimento caracterizado não pelo uso de técnicas, msd dim de qualidades, intercâmbios, princípios e conceitos de movimento, dedicam o seu primeiro DVD ao Siu Nim Tao (SNT) o “9 caminhos”. O SNT é a base do Wing Tsun, Wing Chun e da WTU. A compreensão da mesma é a condição básica para tudo aquilo que vem a seguir, posto que se observarmos como a pessoa realiza as sequências deste movimento, podemos concluir o que será capaz de fazer. Sé alguma coisa está errada no movimento, tudo quanto o praticante irá desenvolver depois, estará errado. Os movimentos do WTU (formas) compreendem funções inerentes, das quais se podem derivar aplicações. O significado dos movimentos primários, faz com que derivem em outros e gerarem aplicações baseadas nos princípios e nas interacções que ajudam sua compreensão. O WTU incorpora também, um “set” extra, que seus fundadores consideraram necessário, devido às circunstâncias actuais. O DVD inclui o Movimento (forma) Siu Nim Tao, suas 9 sequências e aplicações, as sequências 1 a 3 do primeiro movimento com parceiro (Chi Sao), assim como uma reveladora entrevista com os fundadores do WTU.

REF.: • DVD/WTU1 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.



ESPÍRITO DE KARATE & ATITUDE mçê=p~äî~Ççê=eÉêê~áòI=T⁄=a~å

A ponta do iceberg do Karate é sem dúvida, a sua parte física. Mas a sua realidade dista muito dessa amostra minúscula. Si bem a aptidão tem a ver com um nível de destreza, o Espírito do Karate tem mais a ver com a atitude. Salvador Herraiz nos aproxima hoje a algumas das profundidades de um Karate apto para uma vida inteira e cujos benefícios transformam não só o nosso corpo como também a mente e o espírito, junto com a nossa atitude.


Karate

as Artes Marciais, sem dúvida alguma, a eficácia é importante e no entanto, se fosse a única coisa importante e o objectivo principal, eu talvez recomendasse, sinceramente, outros tipos de práticas. Os karatekas fazemos o que fazemos e como o fazemos, procurando muito mais além, e quem procurar isoladamente a maior eficácia no combate, talvez não encontre aqui o seu caminho. E direi ainda mais: de certeza que este não é o seu caminho. Nos ambientes tradicionais do Karate, sempre nos referimos à expressão Shin-Gi-Tai, como os três objectivos clássicos da prática do Karate, os três ingredientes, os três campos a desenvolver. Se combinou traduzir estes termos como Espírito, Técnica e Corpo, mas… adicionando o factor mental à soma… A que faz referência exactamente cada conceito? Acima de tudo… Qual a diferença

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OpiniĂŁo


Karate

que há entre mente e espírito, do ponto de vista do Karate e do Budo? Em poucas palavras, podemos dizer que, em ordem inverso, por ir de menos a mais em importância: TAI é o corpo, pelo que faz referência claramente ao veículo utilizado, a um desenvolvimento físico baseado em equilíbrio, velocidade, potência... Tai e GI estão intimamente unidas . posto que GI se refere a umas habilidades aprendidas e treinadas repetidamente, o que nos dará uma aptidão nelas, ou seja, a técnica desenvolvida. Aí intervém o processo Su-HaRi, que nos convida a, durante muitíssimos anos, repetir e repetir a técnica estabelecida, para depois ir adaptando-a aos poucos, a nós mesmos no final do processo termos feito um trajo técnico à medida, sem necessitar sairmos do estilo. Para maximizar o resultado técnico, é muito importante o desenvolvimento mental, o pensamento, a potência intelectual, qualidades intervenientes especialmente na melhora do rendimento físico-técnico. Poderíamos incluir aqui a concentração, rapidez mental, discer nimento, entre as opções, lucidez, a vacuidade de mente, além


OpiniĂŁo


Karate

do controlo no Budo da cólera, do medo… de tal maneira que a actuação é fría e adequada perante qualquer estímulo, com grande fluidez e coordenação de movimentos. Quando se pratica qualquer técnica repetitivamente, centenas de vezes, chega um momento em que não estamos treinando o nosso corpo mas sim mente. Se torna vital um bom zanshin (estado de alerta e preparação) e uma boa respiração, ainda que esta na realidade é necessário fazê-la correctamente em qualquer das três partes que estamos avaliando. Vai unido estreitamente à parte física ou corporal, sem dívida, e a disciplina e perseverança também ajudarão seu desenvolvimento. Se procura uma mente vazia de pensamento em determinados momentos, de maneira a que a reacção seja instintiva e adequada perante cualquer estímulo

(fudochi ou mushin). Hironori Ohtsuka Sensei dizia que a maioria das artes marciais eram cólera, temor, excesso de confiança, despreço… e que tudo isso se encontra no aspecto mental da pessoa, no seu pensamento, ainda que logicamente ligado já à terceira parte das nossas reflexões, o espírito, o Ki. SHIN refere-se ao espírito, a às virtudes, à ilusão, ao entusiasmo, ao esforço pessoal. O Espírito do Karate tem a ver com a filosofia de vida, a maneira de compreender o nosso comportaiento. O Espírito tem a ver com a ATITUDE em vez de com a APTIDÃO, e isso acostuma a ser pouco compreendido e desenvolvido. O espírito se refere, por tanto, à intenção com que se fazem os movimentos, as técnicas, o que procuramos com a prática do Karate, em um bondadoso seio de lealdade e de respeito…



A palavra “treino” e a palavra “prática” podem dar, e de facto dão, sensações diferentes de uma mesma actividade ou da maneira de realizar essa actividade. “Treino” refere-se a uma actividade visando melhorar fisicamente. “Prática” refere-se a desenvolver umas habilidades e adquirir unos conhecimentos. Compreenderíamos que um jogador de xadrez diga “vou treinar xedrez”? Não! Não é verdade? Parece mais idóneo dizer “vou praticar xadrez”. No Karate além disso, por incluir conhecimentos históricos e filosóficos, parece adequada a utilização da palavra “estudo”. Por outra parte, o treino se associa com a realização da actividade como meio para conseguir uma finalidade específica (conseguir acabar uma corrida, classificar-se em tal ou qual campeonato, obter tal grau,...). Mas prática se associa com o facto de realizá-la pelo prazer que nos produz. A prática é mais recreativa. A finalidade da “prática” do Karate é a própria prática e gozar com ela. O treino é como tentar escrever em letra de molde, enquanto que a prática é escrever com a nossa letra pessoal, sem tentar que seja igual que outra, sem tentar que seja perfeita, e se me dão licensa, meio a brincar, sem tentar que possa ser compreendida por qualquer pessoa. Poderíamos dizer que o “treino” se



Karate

podería relacionar com escrever à máquina, importando só o conteúdo, enquanto que “prática” se relacionaria com escrever à mão, onde o sentimento e a personalidade também são importantes e onde não teríam maior importância até certas imperfeições na caligrafia (mas não na ortografia, pois estas já seriam fallos técnicos, se mantivermos a comparação). A maneira de falar (não o que se diz mas o como se diz, não o conteúdo mas sim a forma) ou a expressão da cara, denotam a nossa atitude. A prepotência, o respeito, e falta do mesmo..., se percebem neste tipo de costumes. Também na atitude corporal, ao andar, ao sentar-se e até posando em fotografias, onde se podem adoptar posições

que mesmo que mostrem segurança em si mesmos, podem denotar naturalidade e humildade (braços caídos, punhos fechados, expressão concentrada…, que transmitam sossego e calma, junto com a segurança), ou tudo pelo contrário (braços cruzados à altura do peito, expressão de excessiva e desnecessaria seriedade,… que parecem procucar o confronto, o desafio, em sóntese, causar temor). Em geral, poderão faltar uns valores e ser bom em outros, mesmo que isso sería, do ponto de vista de um autêntico e completo Karate, como um pássaro com uma asa só, como o kata sem kumite (entendido como técnicas con parceiro) ou o kumite sem kata. Por tanto, também se


OpiniĂŁo


Karate

podería fazer bem o Karate (referindo-se à parte físico-técnica) mas ser um mal karateka (por falta de um espírito correcto). O espírito se refere mais a um objectivo interno que nos enriqueça pessoalmente e nos faça felizes com o que fazemos, o que nos dará uma tranqüilidade e um gosto (heiho). Por isso Kenei Mabuni diz que “o Karate é Zen em movimento”, pois realmente procura esse estado de tranqüilidade e equilíbrio interior. Poderia apreciarse no olhar, na expressão da cara... Também já dizia Ohtsuka que “os olhos são as janelas do coração”. O karateka debe entender que a técnica não procura ser espectacular nem estética. Em qualquer caso, estas são a consequência de uns movimentos com ritmo, equilíbrio, potência, rapidez..., que lhe dão uma certa graça e elegância, mas jamais é esse o seu objectivo. Por isso acredito que não se devería justificar, nem muito menos aplaudir o facto de fazer Karate com excessos técnicos claramente erróneos, por muito que aumentem em certa forma, a dificuldade. A naturalidade, eficácia, tradição, fidelidade técnica…, esses sim devem de ser factores a ter em consideração. Por tanto, estou abertamente em contra dos chamados “desenvolvimentos pessoais” em Kata, que acabam por ser simplesmente um “vale tudo”, que desvirtua posições e movimentos. Sinceramente acredito que é a pior maneira de salvaguardar as características de um estilo, da mesma maneira que não se pode salvaguardar a origem, características e razão de ser de um idioma…, permitindo escrever com error ortográficos ou permitindo e aceitando palavras inexistentes..., pelo simples facto de existir gente que as utilize. Na realidade, sempre tem havido “desenvolvimentos pessoais” e daí, a existência de diferentes estilos no Karate, mas dantes, tais desenvolvimentos os faziam grandes sensei ou shihan com 8ºDan ou 9ºDan, e não, como agora, que os fazem qualquer sensei de uma discreta categoria ou até um aluno mais ou menos avantajado! Parte de culpa deste descontrolo técnico é da competição e essa busca de uma maior espectacularidade artificial. Provavelmente muitos estaríamos de acuerdo com o Karate desportivo, sempre e quando se mantuvesse o espírito verdadeiro da arte marcial. Sería bom… mas vejo muito complicado conseguir isso. É quase dizer que não acontece se saltarmos de um 5º andar, sempre e quando se controle a queda ao chegar ao chão!!! As exagerações de ritmo, respiração, etc…, não são saudáveis para a pessoa. Há estudos que mostram que muitos praticantes de kata competitivo de alto nível, são mais propensos a terem certas doenças cardíacas relacionadas com o tipo de respiração super concentrada e excessivamente brusca na realização deste tipo de kata. Pelo contrário, a forma de kata utilizada no tradicional Karate okinawense, talvez possa carece de tanta espectacularidade física e estética, mas resulta muito mais saudável e neste caso também, com a sua respiração mais natural em concentração, ritmo, etc… Inclusivamente o grito durante o kata, durante o kumite (tanto seja Ippon, Sanbon, Kihon, Bunkai, Yakusoku, etc…) se exagera em busca de espectacularidade


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Karate

ou de querer imprimir à técnica uma artificial parafernalia. É sabido que o grito incluido no kiai (a intenção especial que se põe em determinadas técnicas para “unir energías físicas e mentais”) com a prática de muitos años, deve ir diminuindo em intensidade externa, com tendedência a tornar-se o que se conhece como Mu no kiai (kiai mudo) no qual é a penas perceptível uma exalação de ar de tom grave, mais interior e natural. Exactamente como em outras artes do Budo, que desde o princípio da sua prática procuram essa interiorização, como Iai-do, etc… Sigamos com a atitude e a competição desportiva. A maneira de festejar um Ippon na competição, vai em contra de todo o espírito do Karate. Lembro-me de que quando faz mais de 40 anos, nos ensinavam que a diferença entre um homem de “Do” e um homem alheio era que este último festejaba a consecução de cada grau aumentando esse festejo na medida que aumentava o grau conseguido. Um homem do “Do”, quando recebia o 1ºDan inclinaba a cabeça em sinal de respeito e agradecimento e voltava para casa tranqüilamente. Quando recebia o 2ºDan, inclinava o tronco e voltava para casa sem festejo nenhum e assim sucesivamente, com maior agradecimento e discreção, a maior grau. O contrário é uma atitude que não está de acordo com o Do. É muito importante a dosificação técnica na aprendizagem do Karate, quando este se entende como uma prática “sem pressas” e para toda a vida. É a melhor maneira de assimilar bem todos os conhecimentos, de afiançar bem a sua prática automatizándo-a no cêrebro e no corpo, e também é uma maneira de afastar o possível aborrecimento que se pode ocasionar em qualquer actividade, após vários anos de prática. A dosificação necessita introduzir novos conhecimentos e práticas aos poucos e só quando os anteriores estiverem solidamente assentes. Mas não só é importante a quantidade como também o ordenamento desses conhecimentos. Ou seja… a progressão adequada. É importante aprender com ordem posto que os kata, por exemplo, vão desenvolvendo habilidades determinadas, de maneira que o ideal é aprender e praticar quando as posições, deslocamentos ou em geral a essência de cada um, de cada caso, já tenha sido predisposta nos kata anteriores. Do contrário podem “cair em saco routo” por falta de entendimento ou falta de base. Cada conhecimento e prática deve assentar-se sobre o anterior, no seu ordenamento lógico, para que assim formarem um muro sólido. Imaginemos que construindo um muro de tejolos e cimento, apoiarmos uma nova peça sobre outra que ainda está fresca, mole e portanto frágil. O que acontece? Pois acontece que não se assentará bem e que o muro se irá torcendo, desmoronando ou mesmo vem abaixo. Da mesma maneira, a aprendizagem do Karate deve ser dosificada e na correcta progressão. Tudo tem um ordenamento e um motivo...


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Kung Fu

Evento MEGA 2016 A agenda da KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER está, desde fax anos, cheia de seminários, eventos e torneios memoráveis mundo afora. Ao longo dos anos tem recebido sempre a honra de "Evento do ano", um evento diferente. Com isto, eu penso, por exemplo, na visita do meu Mestre, ao princípio de cada ano, ou o nosso Evento MEGA, no qual, entre outras coisas, se festeja o meu aniversário. Na verdade, ainda hoje não posso dizer qual o evento é realmente o maior e mais importante da nossa agenda anual, mas uma cosa é certa: o Evento MEGA deste ano, foi o mais formidável que tenham or ganizado os meus alunos.



Kung Fu


o ano passado, começamos o evento MEGA na parte da tarde, realizando diversos seminários para os participantes. Teve grande sucesso! Também contamos com convidados de honra, como por exemplo o Sifu António Sierra Gomes, da Alemanha. Este ano quisemos ir mais além: Convidamos Sifu Roger Stutz, de Lucerna (estilo Norte de Shaolin) assim como o Sifu Claudio Fabbricatore, de Roma (Seven-Star Prying Mantis), não só para serem os nossos convidados de honra como também para realizarem, durante a parte da tarde do evento, seminários entre os convidados. Tais seminários são realmente importantes para cultivar a amizade entre os Mestres, e essenciais para intercambiar experiências. Me agradou muito e deu grande alegria, ver como as técnicas ensinadas nos seminários, estimularam meus alunos para pensar. Algumas sequências foram motivo de conversa nas aulas, durante muitos dias depois. Foi pena que o terceiro convidado de honra, o Sifu Damian Mohler, da Basileia, por motivos de saúde não pudesse assistir. Um dos meus instrutores mais avançados, Zo Gaau Kitaro Waga (3ºDan) preencheu o programa e representou o nosso próprio estilo nos seminários. Tão interessantes foram estes seminários que as duas horas que lhe estavam dedicadas, passaram rapidamente. Antes dos participantes darem por isso, já eram as 17.00h e com isso, era o tempo da seguinte parte do Evento MEGA: a Gala. Às 18.00h dava início o aperitivo na zona de entrada, diante da sala. Como sempre, se concentraram ali alunos e convidados, correctamente vestidos para a ocasião, para falar de tudo o que fosse possível e mentalizar-se para a iminente Gala. Às 19.00h começou a entrada, que incluía naturalmente, a valiosa esquina fotográfica, que nos permitia fazer uma fotografia de cada um dos aproximadamente 140 convidados e assim oferecerlhes uma instantânea individual do evento. Depois da tradicional abertura com o Baile do Leão e um pequeno discurso pela minha parte, dava início o primeiro ponto do programa: a apresentação da escola e a menção de factos de referência, a modo de orientação. Com pouco mais de 650 alunos, somos hoje mais grandes que nunca e em 2016, como se viu na apresentação, pudemos também colher êxitos significativos em outros aspectos, como torneios e formação de novos instrutores.

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Kung Fu


Seguidamente se representou a cerimonia de Lai Si, a qual proporciona uma ocasião de cada aluno e convidado agradecerem a seu Sifu o que aprenderam, dar-lhe os parabéns pelo seu aniversário e entregar-lhe o Lai Si (dinheiro da sorte), o que eu aprendi do meu Sifu e que também faço sempre no meu aniversário. Quando o último dos participantes entregou seu Lai Si e mostrou seus bons desejos de feliz aniversário, chegara o momento de todos nos encaminharmos até o delicioso bufete. O imenso e selecto surtido, estava adaptado ao nosso sistema de alimentação, o método 1-2-3, e ofereceu um banquete não só delicioso como também saudável. Após a ceia, seguiram-se numerosas homenagens e condecorações, entre elas, a condecoração do "Aluno do ano 2016", a qual era dada a um aluno de cada filial com rendimento extraordinário. Também se agradeceu especialmente aos Instrutores recentemente estreados, a maioria no nível de aspirante a monitor, aos quais se entregou um pequeno obsequio como agradecimento e para honrar seu extraordinário rendimento. Se entregaram certidões a Simon Eigenmann e Silvano Demo, dois alunos que em 2016 aprovaram os exames de Cinturão Negro. Também a um grupo de alunos que concluíram a sua preparação em diversas licenças de arbitragem. A honra de entregar estas condecorações foi para o meu aluno Sifu Fadri Canal (4°Dan), Chefe-Instrutor de Árbitros da Federação SWISS KUOSHU. Antes de que a vontade de comer alguma coisa doce, se tornasse grande demais, chegou também a vez dos nossos convidados de honra, que já na parte da tarde tinham dirigido os seminários. O Sifu Cláudio Fabbricatore e o Sifu Roger Stutz, fizeram também uma demonstração da sua arte, desenvolvendo uma


Kung Fu


GM Martin Sewer forma que recebeu grandes aplausos. Foi um momento onde pude apreciar e gozar mais uma vez, da nossa amizade e afinidade. Então, chegou a sobremesa!. Depois dos convidados se servirem no bufete a sobremesa, restavam só dois assuntos sem realizar, do programa de tarde: o espectáculo do Cinturão Negro e uma entrevista. Me agrada enormemente o espectáculo de Cinturão Negro de cada ano, por dois motivos: Por uma parte é o momento em que vejo todos os meus Cinturões Negros juntos em um cenário e por conseguinte, posso fazer boas comparações e apreciar que rápido e longe têm chegado no que diz respeito ao nível. Por outro lado, os meus queridos Cinturões Negros, com o seu espectáculo me oferecem sempre um incomparável entretenimento de grande valor, que nenhum dos convidados do Evento MEGA quer perder em caso algum. Por sorte, todo o espectáculo se gravou em vídeo e em breve, estará disponível no Youtube Chanel. Depois do excelente espectáculo, que recebeu estrondosos aplausos e aclamações por parte dos convidados, entramos na última parte do evento. Durante o serão, se tinham distribuído por todas as mesas, uns cartões onde os convidados podiam escrever perguntas a mim dirigidas, as quais mais tarde foram usadas numa entrevista.

Este ano havia uma tal quantidade de perguntas, que tivemos de fazer uma selecção. Outro problema que o êxito leva consigo! Eu respondi a todas as perguntas dos meus alunos, com numerosos factos, especialmente com os relacionados com a nossa viagem à Ásia, ou com o meu Mestre. Não temos de dizer que também aqui rimos muito. A última pergunta tratou sobre o sucessor do meu Mestre, a lenda de Kung Fu o Dr.Chiu Chi Ling, que segundo ele diz, devo ser eu. Esclarecerei extensivamente, como fui nomeado sucessor e que incidências houve durante esse caminho. Nada que os atentos leitores dos meus artigos não saibam. Depois do encerramento oficial da gala, ainda ficaram os convidados bastante tempo, para acabarem a festa conversado entre eles. Eu também gozei extremamente, falando com muitos alunos e conhecendoos melhor. O assunto mais comentado da noite foi que todos estavam extremamente motivados para treinar ainda mais intensiva e regularmente e como podíamos continuar avançando os meus Faixas Pretas e eu. Um assunto que tanto aos meus como a mim, nos motiva sempre a pormos mão à tarefa, apertando o acelerador, para alcançarmos as nossas metas do próximo ano. Esperemos que o nosso Evento MEGA 2017 possa ser ainda maior e um ponto alto na nossa história. Eu já me sinto entusiasmado com isso!


Kung Fu





“LIMITAÇÕES”

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Dois meses atrás, fui operado para reparar um desgarro completo no meu manguito rotador. Para aqueles que não estiveram nas aulas de anatomia na escola, o manguito rotador é um gr upo de músculos e seus tendões, que ligam o braço ao ombro. As lesões nesta zona são muito comuns em desportos e actividades atléticas (ou em outras coisas



Grandes Mestres


como estúpidas, descarregar caixas!). A cada ano, nos E.U.A., dois milhões de pessoas visitam o médico por algum tipo de lesão do manguito rotador. Para um artista marcial que se especializa em técnicas de mão, as lesões nesta zona são uma condição de incapacidade grave, mas não pela própria cirurgia. pior parte é o longo e doloroso período de recuperação e reabilitação. Depois da cirurgia, o meu médico me disse que não podia treinar nem ensinar, durante 9 a 12 meses. Só devia fazer os exercícios diários de terapia, prescritos para recuperar lentamente a minha total mobilidade, flexibilidade e força. Eu não me senti nada satisfeito escutando essas instruções e nem sabia como teria de dar solução ao problema. Os meus seminários são reservados com um ano de antecipação e implicam um planeamento detalhado, como reservar voos, reservar uma instalação, hotéis, publicidade, etc. A maioria destes preparativos se fazem com messes de antecedência e não se podem modificar nem deixar sem efeito, sem ocasionar grandes despesas e inconvenientes para muitas pessoas. Assim sendo, disse ao médico que duas semanas depois, tinha programada uma ida à Finlândia, para o nosso seminário anual de dois dias, que não podia adiar e que depois disso, tinha vários seminários nos Estados Unidos e na Espanha. Claro está que não estava de acordo, mas finalmente teve de aceitar a minha decisão e eu aceitei as suas condições. As condições eram bastante simples: não devia viajar sozinho (não carregar com bagagens, etc.) e durante os primeiros seis meses, devia de levar o meu braço ao peito e o NÃO usar para fazer técnicas. A primeira condição foi fácil, posto que raramente viajo sozinho

A


Grandes Mestres (normalmente me acompanha um dos meus instrutores, como o Mestre Gridley, ou a minha mulher, a Mestra Trina Pellegrini. Mas a segunda condição apresentou um desafio interessante. O Combat Hapkido, o nosso sistema de autodefesa, é bem conhecido por seu rápido e dinâmico agarre, bloqueio das articulações, o batimento Ki e os derribamentos fluidos, tudo, claro está, feito com o uso das duas mãos. Então, como iria mostrar as técnicas que requerem ser executadas com duas mãos, utilizando só uma? De entrada, esse desafio estimulou o meu pensamento e acabou sendo uma interessante oportunidade. E se um dos braços estivesse engessado por um osso partido? O que acontece se o cotovelo ou o pulso, ou mão, ou ombro se lesionar durante o assalto inicial, talvez como resultado de uma queda ou um golpe de uma arma de impacto? O que acontece se sofremos uma lesão como uma ruptura ou um corte? E se houver uma cirurgia recente, como era o meu caso? O que acontece se alguém nasceu com uma incapacidade, ou um impedimento de um dos membros superiores? Ou se tristemente, como muitas das nossas tropas, tivessem sido feridos em combate e tivessem perdido um dos braços? É óbvio que em todos esses cenários e muitos mais são possíveis em um assalto e a vítima estaria em grande desvantagem e o ataque seria muito mais perigoso. Então o desafio era: Podemos defendermo-nos apropriadamente usando só um braço? Podemos usar a maioria ou pelo menos algumas das nossas técnicas nessa situação? Podem algumas delas ser modificados de tal maneira que sejam eficazes quando executadas com um braço só ou com só uma mão? Pois bem, só havia uma maneira de o saber! Tive de experimentar uma grande quantidade de técnicas usando só uma mão, para ver qual funcionaria, qual poderia ser modificada e qual teria de ser eliminada. Curiosamente, o processo acabou por ser uma grande experiência de aprendizagem, abrindo meus olhos a uma realidade diferente e inspirando-me a compartilhar este novo conhecimento, com os nossos estudantes e instrutores. Eu queria que a mensagem fosse prática. Se tivermos de usar um só

braço ou uma só mão e somos assaltados, aqui estão as técnicas que se podem utilizar para lutar! E a motivação: Não importa qual seja a situação, nunca render-se! Assim pois, duas semanas depois da minha cirurgia, fui à Finlândia e ensinei no meu primeiro seminário usando só um braço. A partir de então, tenho dado vários mais! A situação foi recebida com muito entusiasmo; estudantes e instrutores encontraram uma nova perspectiva e uma nova apreciação das técnicas. Uma lição que todos aprenderam rapidamente foi que, contrariamente

aos tópicos de "muito pensamento positivo" e que "as únicas limitações são as que estão no nosso pensamento", ter uma só mão disponível em vez de duas, é uma limitação realista. Não é só na nossa mente! As limitações físicas devidas a lesão, incapacidade ou a idade, são reais e não imaginárias e devem ser tratadas, não ignoradas. Honestamente, compreender e avaliar as nossas limitações, é o primeiro passo para encontrar maneiras de superá-las. Como numa das "famosas f r a s e s d e H a r r y, o S u j o " ,


Combat Hapkido impecavelmente interpretado por Clint Eastwood: "Um homem tem de conhecer as suas limitações!" É claro que também se aplica às mulheres! Conhecer e aceitar as próprias limitações, nos dá o poder de transformar as condições do medo, inferioridade e desespero, em coragem, determinação e confiança. No que respeita ao aspecto prático de defender-se quando se limitar ao uso de uma mão, o segredo é a ADAPTABILIDADE. O sistema deve ser suficientemente flexível, para aceitar

mudanças e as técnicas devem ser fluidas e não rígidas, para permitir modificações. Achei satisfatório que o Combat Hapkido cumpra com êxito, todos estas particularidades. Ensinar técnicas de "uma mão" e observar os estudantes e os instrutores aceitando os desafios e superando as limitações que lhes impunham, foi muito gratificante e por vexes, até divertido! Em palavras de um dos meus estudantes e querido amigo, o Dr. Neil Farber: "Quando a vida nos der limões, fazer limonada!". Ele escreveu um excelente livro de motivação, com o mesmo título.

No caso da minha cirurgia, resolvi fazer isso e tornou uma situação não desejada, inesperada, desagradável, numa oportunidade positiva e produtiva. Em conclusão, espero que a minha experiência sirva de inspiração a todos, porque na realidade, durante as nossas vidas, todos nós enfrentamos a diferentes tipos de limitações, as quais devemos dar solução. A honestidade, a valentia, a determinação e a adaptabilidade, asseguraram a vitória final sobre qualquer dificuldade que se encontre e a qualquer limitação que se possa ter.






Cuba


Técnicas

Tudo acerca das “chaves de braço” Sem dúvida, um dos assuntos essenciais na luta de curta distância é o uso das chamada "chaves" de braço, por isso, pedimos ao Mestre Cuspinera que nos aproximasse deste tema, o que ele faz com uma visão tradicional mas ao mesmo tempo moderna. Tradicional porque em Cuba, de onde ele é proveniente, os Mestres de Judô que ensinaram o antigo Judô, realmente vinham mais do próprio Ju Jitsu antigo. O isolamento económico e cultural da ilha criaram nela um laboratório único, um recanto de conhecimentos tão raros como os próprios carros que por lá ainda conseguem funcionar. No entanto, a formação da elite combativa do regime cubano treinada no Kansen Ryu e à qual Cuspinera pertencia, recebia fortes pressões para serem equipas altamente qualificadas, pelo que adaptaram a dita tradição, ajustando-a perfeitamente aos requerimentos exigidos. Isto dá-nos um homem versado nas fórmulas tradicionais mas que, ao mesmo tempo, visa a pura prática das técnicas como objecto de uso real, quer dizer, uma perfeita mistura de tradição e modernidade, de fórmulas clássicas para aplicações realistas.


Cuba


Técnicas As chaves de braço formam um desses conjuntos de técnicas que todos deveríamos aprender para o seu uso no combate real. Resolvem, neutralizam o adversário, nelas podes medir isso que os juizes chamam "violência proporcionada", pelo que resultam altamente úteis para as forças de segurança e, certamente, no pior dos casos, para "destruir" o teu inimigo inabilitando-o para continuar a luta. Estes são os pontos chave que no texto serão tratados e vai acompanhado de uma série completa de fotografias, onde poderão descobrir as antigas denominações ligadas às treze principais técnicas de luxação sobre os braços. Durante anos, o seu autor ganhou uma merecida reputação como Mestre de Kansen Ryu, um estilo anteriormente absolutamente desconhecido fora de Cuba. Nos seus vários vídeos sobre este sistema, tem mostrado como o treino duro é uma condição essencial para a formação de homens de acção e autênticos combatentes, conquistando o respeito e a admiração de muitos professores que tem encontrado mundo afora. Aqui está a oportunidade de entrar nessa pequena cápsula do tempo que é Cuba, no que às artes japonesas se refere. Sinceramente, esperamos que gostem.

Metodologia do estudo das chaves de braço (Ude Kwansetsu waza)

Neste artigo trataremos o aspecto pedagógico, a metodologia e os princípios do estudo num dos campos mais importantes da defesa pessoal Kansen Ryu: as Chaves de Braço. Na metodologia tradicional, durante o processo da aprendizagem da defesa pessoal, o aluno enfrenta um programa de técnicas que tem de estudar de uma maneira mecânica, repetitiva e até dogmática, do grau Kyu inicial até ao nível superior de cinto preto; sempre mais com carácter repetitivo que indutivo, até alcançar, após anos de treino, a fase inconsciente, impensada e automática de aplicação. O estudante tem de interiorizar e repetir milhares de vezes, o programa técnico, antes de vir a ser um "Versado Inconsciente". Este

processo do conhecimento, que dura vários anos, padece do elemento principal, a "criatividade". Pelo contrário, o fundamento pedagógico do sistema cubano de defesa pessoal estabelece vários princípios:

Iº Princípio:

"Não se podem aprender de uma maneira mecânica, as técnicas de uma eventual utilização frente às infinitas formas que se manifestam numa agressão real".

2º Princípio:

ESTUDO dos "PRINCÍPIOS" das "TÉCNICAS REITORAS" E AFINS, E NÃO das TÉCNICAS ISOLADAS, isto quer dizer, inter-relacionar uma técnica com outras afins. Conceito geral de chaves: As chaves (Kansetsu waza), pela sua essência e objectivo, aplicam-se às articulações e membros do corpo humano: braços, pernas, pescoço, joelhos, pulsos, entre outros. CHAVES DE BRAÇO (Ude Kansentsu waza) é um dos ramos das chaves e consta de três aspectos essenciais. a) Conceitos no campo das chaves de braço b) Princípios e formas da sua aplicação c) Utilização das chaves de braço no Controlo e na Neutralização. Conceito da ótica da defessa pessoal integral Kansen Ryu

O KANSEN RYU é um sistema pedagógico, através do qual se estuda a Defesa Pessoal Integral do ponto de vista criativo e dialéctico. É um sistema relativamente moderno, que visa o ensino da defesa pessoal, tanto para o Instrutor como para os alunos e praticantes, com um conceito pedagógico diferente do tradicional, visto apoiar-se mais no elemento criativo que no estudo estruturado de um programa baseado no "domínio da combinação dos princípios e não do conhecimento de técnicas isoladas". Partindo deste ponto de vista, definiremos:

Chaves de braço: definiçao

As Técnicas de Braços (Ude Kwansetsu waza) geralmente chamadas Chaves de Braço,


Cuba definem-se como o conjunto de acções que de diversas formas e magnitudes, se aplicam sobre pontos sensíveis e articulações: Abrange elementos como o pulso, cotovelos, ombros, dedos ou combinações deles, entre outros, forçando a sua mobilidade e elasticidade para além do limite suportável do membro, provocando: dor, deslocamento, entorse, luxação e, em casos extremos, fracturas acompanhadas por distensões e roturas musculares, diminuindo a capacidade motora do membro afectado e do indivíduo.

Princípios para a sua aplicacição efectiva:

Para aplicar uma correcta e efectiva chave de braço, a primeira coisa a considerar é "controlar" o membro ou a articulação com ele relacionada, (cotovelo, mão, pulso, antebraço, etc.) depois, sobre isso aplicam-se geralmente acções, por meio de movimentos bruscos, violentos e fortes, estirões, estiramentos, torções e golpes determinados, provocados pela acção de um SISTEMA DE FORÇAS que exige, como mínimo, um Par de Forças em sentido contrário, perpendicular ou tangencial aos movimentos naturais do membro. As Chaves de Braço, qualquer que seja a sua forma de expressão, também se conseguem aplicando alavancas sobre as articulações, cujo efeito se obtém superando os limites de elasticidade e movimentos naturais do membro, por meio de pressões por sistemas de par de forças (mãos e pernas) no sentido oposto ao movimento livre e natural da articulação, e através de torções.

Objectivos das chaves de braço

No Sistema Cubano de Defesa Pessoal Integral Kansen Ryu, as CHAVES DE BRAÇO, estão encaminhadas por quatro objectivos fundamentais: a) Para controlar e provocar dor b) Para neutralizar o oponente c) Para desequilibrar e projectar d) Para rematar ou mutilar o adversario.

Cada um destes objectivos tem as suas características determinadas, dentro das fases da defesa pessoal.

Formas pedagógicas das chaves de braço

As Chaves de Braço, aplicam-se através de "puxões ao braço", por "pressão prolongada" sobre as articulações, mediante a acção no sentido contrário, como mínimo de um par de forças e da acção de "retorcer o membro" por meio de alavancas sobre as articulações, por um sistema de forças, utilizando o contacto do corpo como suporte e ponto de apoio, mediante um prévio controle do membro correspondente que na sua primeira fase, permite só o controle do indivíduo, (GATAME/KATAME), ainda que também sirva para neutralizar o ataque com uma chave directa ao membro estendido.


É importante destacar que GATAME, é muito mais que uma simples palavra, é uma categoria que significa pressão, controle por pressão prolongada, esmagamento, compressão sobre "alguma coisa", entre outros. Se o efeito do sistema de forças continuar a agir sobre o membro (braço dobrado), sem ultrapassar os limites da sua elasticidade e mobilidade, passa-se a uma segunda fase que provoca dor, o que se denomina no campo da Defesa Pessoal Integral, controle pela dor (GARAMI). Ainda que literalmente se associe à chave do braço dobrado, o seu conceito é muito mais amplo e pode ser aplicado tanto ao braço recto com mão dobrada, como ao braço dobrado. Também é muito importante perceber o conceito de Garami como campo e não como técnica ao braço dobrado, nem como um simples envolvimento. Existem outros conceitos dentro do campo das chaves em geral e das chaves de braço em especial.


Cuba

1 1) Ude-Gatame 2) Hiji-Makikomi 3) Gyaku-Tekubi 4) Kanuki-Gatame 5) Hara-Gatame


Técnicas

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Cuba O JU GARAMI é o processo dinâmico de mudanças constantes e encadeamentos de técnicas e acções ao braço recto e ao braço dobrado, e não precisamente com o objectivo de controlar o braço (Gatame/Katame). GO GARAMI e GO GATAME: conceito que explica as diferentes fases e possíveis combinações a realizar (infinitas) que através da pressão, de controlar simultaneamente, envolver, retorcer, esticar e fazer pressões prolongadas, além de segurar fortemente o membro, provocam uma luxação. A partir destes conceitos, podemos deduzir as infinitas formas em que pode ser executada uma chave de braço, através da matriz de relações recíprocas. No caso de continuar a acção do sistema de forças sobre o membro, ultrapassando os limites da sua elasticidade e mobilidade natural, chegamos à terceira fase que é a fase de luxação, fractura ou entorse, (HISHIGI); esta fase denomina-se "Fase de neutralização", visto o oponente perder parte da sua capacidade num membro, mas não o impossibilitar totalmente de continuar a acção de combater com o membro lesionado ou com o resto dos membros em bom estado. Quer dizer, com um braço partido, o inimigo fica com o outro braço bom para bater, disparar, estrangular, entre outros. Como consequência natural desta técnica, há uma distensão, deslocação e muita dor… Uma quarta fase abrange os efeitos da mutilação do membro e a perda total da capacidade motora com consequências irreversíveis, o que em algumas artes marciais tradicionais e na Defesa Pessoal Integral se denomina KUJIKI, que é uma categoria e não uma simples denominação técnica. No Sistema de Defesa Pessoal Integral Kansen Ryu, quando se aplica uma chave de braço (a um ou aos dois braços), em qualquer dos campos já ditos: Gatame, Garami, Hishiji, Kujiki, na fase de neutralização e remate combinam-se com golpes directos aos pontos vitais, quer dizer, que juntamente com a aplicação da chave com dor ou de luxação, aplicam-se golpes determinados, até alcançar a total destruição do membro e através disto, o controle da posição, do indivíduo e a neutralização do agressor.

Normas a considerar para a aplicaçao de uma correcta chave de braço

É importante destacar que estas normas não constituem regras rígidas, mas é importante considerá-las para o êxito da aplicação das Chaves de Braço.

1) O primeiro é manter o membro bem seguro e controlado (Go gatame) através do correspondente contacto, quer seja por meio das mãos, das pernas ou combinações delas, com apoio do corpo se necessário, tendo em consideração que o contacto deve ser entendido como se fossem os corpos a fusionarem-se … Princípio do KOSAI. 2) Os contactos e sujeições de controle, podem ser realizados com os dois braços, cotovelos, pernas, joelhos, ancas, abdominais, axilas, tíbias e corpo em geral. 3) A base da acção constitui uma trilogia de forças; estas agem como um sistema sobre um ponto específico, cujo eixo central é o abdómen, ainda que para conseguir o controle e a neutralização seja suficiente e no mínimo, um par de forças que agem em sentido contrário, sobre um ponto de aplicação. 4) Por outro lado, utilizar o corpo como parte fundamental do contacto e do controlo do braço do oponente, nos casos em que seja possível, constitui uma força adicional muito importante e por vezes decisiva, na acção exercida pelo sistema de forças, quer seja utilizado como alavanca, ponto de aplicação e em casos excepcionais, em substituição de alguma das forças que integram o sistema, de tal


maneira que formam um sistema sinérgico de forças, constituindo uma poderosa arma e adicional vantagem na eficácia das chaves de braço. Exemplo: Hara gatame. 5) Na chave de braço, participam como mínimo, a acção de duas forças na mesma direcção e sentido contrário do movimento natural do membro, que supere os limites de elasticidade do membro, para poder aplicá-la convenientemente. Exemplo: Hiji makikomi, Ude gatame, Ude garami, Kote hineri, Kiri Komí, Gyako tekubi, Ude

kannuki, entre outros. 6) Para realizar uma chave de braço, em princípio, podem participar combinações de diferentes membros do corpo, mas quando se trata dos dois braços, é recomendável somar à força natural destes membros, a do abdominal, para conseguir um constituinte maior e sistemático, formando um sistema sinérgico de forças, cujo efeito resultante é maior que o efeito de cada uma das forças aplicadas individualmente.


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6) Kiri-komi 7) Kiri-Oroshi 8) Waki-Gatame 9) Kote-Hineri 10) Ude-Garami 11) Ashi Ude Gatame 12) Morote Ude Gatame 13) Morote Ude Garami.


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Avi Nardia Machado RCJ compartilha com KAPAP Krav Maga israelí

O meu primeiro encontro com o professor Machado foi no ano 2.000, quando me perguntou o que era o KAPAP e eu respondi: "Ju-Jutsu Judeu" e ambos sorrimos. Quando comecei a ensinar Kapap, a minha ideia não era criar outro Sistema Marcial, mas após um certo período de tempo, surgiu naturalmente, como consequência e parte da evolução do Kapap. A ideia principal permaneceu: "Sempre estudante - alguma vez Mestre". O lema de Machado é: "Deixa teu ego na porta". Isto me fez sentir em casa desde o primeiro dia, posto que este tipo de professor, era o que estava procurando. Quando comecei a estudar BJJ Braziliam Jiu Jitsu - já era um professor estabelecido e procurava um professor de BJJ, cuja filosofia de vida coincidisse com a minha. Como o meu idoso Sensei acostuma dizer-me: "Uma conversação com um bom Sensei vale mais que dez anos de formação com um mais” e eu, muitas vezes me encanta bebeu um chá com um Sensei de idade e empapar-me na sua sabedoria. O melhor treino que recebi do professor Machado, foi o estudo da sabedoria. Há muitos canais do youtube, que podem mostrar-nos e explicar-nos muitas técnicas diferentes, mas não muitas realmente em um conceito sólido. Na minha última viagem tive a honra o honor de estar com esta família e intercambiar as nossa experiências e conhecimentos. Um movimento levou a outro e cada um deles se desenvolveu em muitas maneira e direcções diferentes, porque um movimento



Avi Nardia

não vai só numa direcção, ele pode desenvolver-se em muitas direcções e ensinanças que se complementam entre si. Tenho utilizado muitos movimentos que aprendi do Aiki Kenpo e do Jiujutsu, sob a tutela de Hanshi Patrick McCarthy, que como a sua sapiência, é um dos mais especiais no mundo das Artes Marciais. Não há muitos que possam perceber até que ponto pode ser elegante este jogo de xadrez chamado Aiki Kenpo e compreender todas as direcções. Quando se lhe adiciona o Judo e o BJJ, faz voar o pensamento. Um movimento que me encanta especialmente, é o Waki Katame, um movimento antigo, mas um dos melhores da historia. Como usei meu Gi para fechar as mãos sobre o objecto, desde esse ponto, o professor Machado me adiantou em tantas direcções como "Ninja Chock" a diferentes controlos. Só posso dizer que me encantou em todo momento O meu desejo é ter mais Mestres seguindo esta ideia de deixar o ego na porta e deixar de comparar-se com os outros, para dedicar o tempo e os conhecimentos para estudar mais, compartilhar os conhecimentos e trabalhar junto com outros Mestres. Tenho a certeza de ser esta a única maneira de todos nos desenvolvermos e não só como Artistas marciais, mas extraindo o melhor de nós mesmos, como seres humanos.



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