Revista Ornitorrinco

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ÍCONES, ÍNDÍCIOS E SÍMBOLOS: DESCRIÇÃO E REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL EM UMA ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA. “SER CONSCIENTE NÃO É SENÃO SENTIR.” (C.S PEIRCE) Entre as várias possibilidades de se descrever uma primeira escavação arqueológica optei pela descrição sensorial, as primeiras sensações e análises primígenas por ela promovidas. Pode-se perceber que até mesmo uma descrição, por mais isenta que se pretenda, se apresentará repleta de indagações, julgamentos, questões, que a mim parecem naturais e a apropriadas à situação experienciada. Em seguida passarei propriamente à reflexão que ela pode proporcionar, tomando-se como arcabouço teórico a teoria semiótica proposta por Peirce e outros teóricos. Relatarei a experiência realizada entre os dias 12 e 29 de julho de 2010, verão português,

no Concelho de Lousada, distante aproximadamente 30 km da cidade do Porto, no Sitio Arqueológico “A Casa Romana” do Castro de São Domingos, que remonta ao sec. III a.C. mais como metáfora. Buscou-se uma comparação possível entre a prática da escavação arqueológica e sobre como se dá a passagem para níveis mais aprofundados de reflexão, em busca de significados para a própria experiência, apesar de ser um processo tão dinâmico no qual descrição e uma primeira reflexão acontecem quase instantaneamente. Primeiramente, a descrição:


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