Kamala Quem é
Harris
Ela quer se tornar a primeira mulher e filha de imigrantes eleita Presidente dos EUA. Quem é e o que ela traz para o imigrante?
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• eDITORIAL Direto da redação
Pensando em Nossos Dias
Harris e as trabalhadoras domésticas
Artes & estilo de Vida
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DHS extends Deferredaction Protection periodfornoncitizenworkers
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Direto da Redação
em novembro próximo os americanos poderão fazer história, elegendo a primeira mulher Presidente dos eUA. A decisão do Presidente Joe Biden de encerrar sua tentativa de reeleição e apoiar a Vice-Presidente Kamala Harris para substituí-lo na campanha revirou a corrida presidencial e lançou um holofote renovado sobre Harris.
Sua carreira de promotora a política foi definida por muitas inovações: ela foi a primeira senadora indiana-americana do país e a primeira ProcuradoraGeral da Califórnia com raízes do sul da Ásia. Harris é a primeira mulher a se tornar Vice-Presidente, bem como a primeira pessoa negra ou asiático-americana a ocupar o cargo. Agora, é a candidata presidencial do Partido Democrata e pode se tornar a primeira mulher Presidente (ou Presidenta) do país. O que ela
apoia em relação ao imigrante? A reportagem especial desta edição traz aos nossos leitores os detalhes que você precisa saber. E tem ainda mais: na coluna Falando com Martha, a nossa eterna Miss Brasil e Miss Universo escreve sobre os cuidados que precisamos ter com o perigo da maledicência. Em Pensando em Nossos Dias, a jornalista Heloísa Galvão traz um fato interessante, o apoio de Harris para as trabalhadoras domésticas – em sua maioria imigrantes – no país. Na editoria de Política, os trabalhadores de Massachusetts ganham uma nova lei de proteção que garante salários mais justos para mulheres e minorias. E, é claro, tem ainda Artes & Estilo de Vida com nosso repórter Wilson Smith nos brindando com Gabi Coêlho: a poesia e a potência na fotografia performática. Leia esta edição que está imbatível!
E acompanhe ainda as notícias online no www. brazilianmagazine.net, e nas nossas mídias sociais pelo Facebook, Twitter e Instagram, e na Brazilian Magazine TV no YouTube (www.youtube.com/ BrazilianMagazineTV). And don’t forget to read BM in English! Marcony Almeida & Mark Puleo
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Pensando em Nossos Dias
Heloísa Galvão
Jornalista e Diretora-Executiva do Grupo Mulher Brasileira
Harris e as trabalhadoras domésticas
Eu não sei sobre vocês mas eu estou entusiasmada com a indicação de Kamala Harris para concorrer à Presidência da República pelo partido Democrata. Ela é mulher, negra e filha de imigrantes. E apoia o movimento pela dignidade e direitos das trabalhadoras domésticas.
E m 2019, a senadora Kamala Harris (DCA) e a deputada federal Pramila Jayapal (D-WA) foram co-autoras do projeto-de-lei da Carta de Direitos nacional das trabalhadoras domésticas. Esse projeto foi lançado em Washington, D.C., no verão de 2019, em evento organizado pela Aliança Nacional das Trabalhadoras Domésticas (NDWA). Eu estava lá representando o Grupo Mulher Brasileira (BWG).
A pandemia colocou o projeto na prateleira mas ele foi reintroduzido ano passado na
Congresso pela senadora Kristen Gillibrand, de New York, e pelo senador Ben Ray Luján, do estado de Washintong, e pela deputada federal Pramila Jayapal.
A Carta Nacional de Direitos das Trabalhadoras Domésticas, a exemplo da Carta de Direitos de Massachusetts que completou 10 anos em junho último, se aprovada, vai assegurar que as tralhadoras domésticas sejam incluídas nas leis trabalhistas e criará novas proteções e meios mais eficazes para assegurar a aplicação dessas leis.
Essa posição já seria uma boa razão para eu apoiar Kamala Harris. Além disso, temos pontos em comum. Também sou mulher, considerada pessoa de cor neste país, sou imigrante e filha de migrantes brasileiros.
Mas o que me toca mais é o fato de Kamala Harris reconhecer a importância de sua mãe, uma cientista indiana que emigrou para os Estados Unidos nos anos 60, em sua vida, na formação da mulher que ela é.
Em janeiro de 2021, em entrevista a CBS News, ela disse, “minha mãe nos ensinou a importância de uma boa educação. Ela nos
ensinou o bom e velho valor do trabalho duro. Ela nos ensinou a não deixar ninguém dizer quem você é. Você diz a eles quem você é. Ela nos ensinou não apenas a sonhar, mas a fazer. Ela nos ensinou a acreditar em nosso poder de consertar o que está errado”.
Nisso também eu me identifico com Kamala Harris. Minha mãe foi uma mulher que nunca pediu permissão para fazer o que queria. Trabalhou até os 70 anos e nos ensinou que casamento não era objetivo de vida, que casadas ou não, tínhamos, eu e minha irmã, de ter uma profissão e sermos independentes financeiramente. Ela também foi muito importante na formação de quem sou.
Mulheres como Shyamala Gopalan e Mirtes Correa Santos Galvão foram revolucionárias de suas gerações. Nos anos 50, 60 e até 70 no Brasil e nos Estados Unidos não era muito comum a mulher trabalhar fora e tomar decisões por si. Muito menos era comum que essas mulheres incentivassem suas filhas a ter carreira profissional que não fosse a de professora ou de prendas domésticas.
Eu acho que se eleita, Kamala Harris terá posições diferentes de Biden e da maioria dos homens brancos que governam o mundo e pensam que são donos de tudo, inclusive de nós mulheres.
Quem é Kamala Harris?
Ela entrou na disputa para a Casa Branca. Filha de imigrantes, ela quer se tornar a primeira mulher eleita
Presidente dos EUA. E tem planos para imigração
A decisão do Presidente Joe Biden de encerrar sua tentativa de reeleição e apoiar a Vice-Presidente Kamala Harris para substituí-lo na campanha revirou a corrida presidencial e lançou um holofote renovado sobre Harris.
Sua carreira de promotora a política foi definida por muitas inovações: ela foi a primeira senadora indiana-americana do país e a primeira Procuradora-Geral da Califórnia com raízes do sul da Ásia. Harris é a primeira mulher a se tornar Vice-Presidente, bem como a primeira pessoa negra ou asiático-americana a ocupar o cargo.
Agora, é a candidata presidencial do Partido Democrata e pode se tornar a primeira mulher Presidente (ou Presidenta) do país.
Que é ela?
Filha de imigrantes, Kamala Devi Harris nasceu em Oakland, Califórnia, em 20 de outubro de 1964.
Na introdução de seu livro de memórias de 2019, “The Truths We Hold”, Harris observou
que seu nome é pronunciado “‘vírgula, como o sinal de pontuação” e que significa “flor de lótus”, em homenagem a um símbolo importante em cultura indiana.
O pai de Harris, Donald, imigrou da Jamaica para os Estados Unidos para estudar economia na Universidade da Califórnia em Berkeley. Ele agora é professor emérito de economia em Stanford.
Sua mãe, Shyamala Gopalan Harris, imigrou do sul da Índia para os EUA no final dos anos 1950. Ela obteve seu doutorado em nutrição e endocrinologia em Berkley e se tornou uma aclamada pesquisadora do câncer de mama antes de falecer em 2009.
Harris escreve que seus pais “se conheceram e se apaixonaram em Berkeley enquanto participavam do movimento pelos direitos civis”, mas o casal se divorciou mais tarde quando Harris e sua irmã, Maya, eram jovens.
Harris dá crédito à sua mãe por “nos transformar nas mulheres que nos tornaríamos” e por ensinar suas filhas a terem orgulho de sua herança indiana e negra.
“Nossos nomes clássicos indianos remon -
tam à nossa herança e fomos criados com uma forte consciência e apreço pela cultura indiana”, escreveu Harris em suas memórias.
“Minha mãe entendeu muito bem que ela estava criando duas filhas negras. Ela sabia que sua terra adotiva veria Maya e eu como meninas negras, e ela estava determinada a garantir que nos tornaríamos mulheres negras confiantes e orgulhosas.”
De promotora a política
Em 2015, Harris lançou uma campanha para o Senado dos EUA, competindo para substituir a antiga senadora da Califórnia, Barbara Boxer.
Tanto o ex-presidente Barack Obama como o então vice-presidente Biden apoiaram a sua campanha e ela escreveria mais tarde nas suas memórias que a noite eleitoral de 2016 foi “surreal” por muitas razões – não apenas porque ganhou.
“Fui senadora eleita dos EUA – a primeira mulher negra do meu estado, e a segunda na história do país, a conquistar esse cargo”, escreveu ela.
Mas, quando ficou claro que Donald Trump se tornaria o 45º presidente dos Estados Unidos, Harris disse que abandonou o discurso que escreveu originalmente sob a suposição de que o país elegeria a sua primeira mulher Presidente e, em vez disso, insistiu aos apoiadores a “se comprometerem para unir nosso país”.
Durante seu tempo no Senado dos EUA, Harris atuou no Comitê Judiciário, bem como no Comitê Seleto de Inteligência antes de lançar uma candidatura à Casa Branca em 2019. Nos últimos quatro anos, Harris tem sido a número 2 da Casa Branca, ao lado do Presidente Biden liderando o país.
Imigração
Uma das responsabilidades de Harris como Vice-Presidente tem sido tratar da migração na fronteira com o México.
Trump e outros republicanos criticaram-na diretamente sobre o assunto, dizendo que ela falhou em conter a onda de pessoas chegando por ali.
Ao visitar o estado do Arizona, recentemente, Harris disse ao público que apoia aumentar a segurança na fronteira dos EUA com o México investindo em tecnologia para impedir a entrada ilegal de imigrantes. Mas ela também ressaltou seu apoio à reforma imigratória através de uma lei que ofereça um processo para imigrantes indocumentados se legalizarem e se tornarem cidadãos americanos.
Um projeto de lei que tramitava no congresso americano no começo deste ano tinha o apoio de Harris e do Presidente Biden. O texto aumentava a fiscalização na fronteira, mas também oferecia um processo de legalização para jovens imigrantes. O projeto não foi à frente porque Donald Trump se pronunciou contra e pediu aos seus amigos republicanos no congresso, que formam a maioria, que não aprovassem o texto porque poderia beneficiar os democratas nessas eleições.
Harris escolheu o governador de Minnesota, Tim Walz, como seu companheiro de chapa.
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Falando com Martha
Psicóloga, com Mestrado nos EUA, e Miss Universo 1968. Última brasileira a ganhar o título de mulher mais bela do mundo.
Maledicência
Maledicência é o ato de falar mal das pessoas, com a intenção de denegrir e de difamar. Infelizmente, essa é uma atitude muito comum e que frequentemente vemos em nossas aglomerações e reuniões sociais.
Existe um gozo, uma intensa satisfação em falarmos mal dos outros, para nos sentirmos superiores e melhores.
Namaioria das vezes, nem temos consciência disso. Como logo iniciaremos campanhas poíiticas para escolha de nossos representantes governamentais, é hora do início das difamações e calúnias. Algumas dessas maledicências até tem fundamentos verídicos. Queria ver se os cargos políticos fossem serviços voluntários, e sem grandes possibilidades de vantagens financeiras e poderes, quem iria disputá-los.
Não acedito que terei vida nessa encarnação no planeta Terra para ver essa mudança no comportamento humano acontecer. A maledicência consiste em principlamente falar mal de quem não estar presente para se defender.
Seria ótimo se nos condicionássemos a falar sobre nossos novos projetos de vida e ideias, ao invés de falarmos sobre a vida dos outros. É sempre bom ser empático e respeitoso com o semelhante. Sempre tento não esquecer que quando não tiver nada de bom para falar de outra pessoa, melhor mesmo é permanecer calado, até porque me preservo de futuros problemas e fofocas. A maledicência diz mais sobre o caráter do falador do que sobre a pessoa de quem o falador discursa.
Para darmos veracidade as nossas intrigas e maledicências, acrescentamos ao comentário o nome de alguém de credibilidade como coadjuvante. Um fofoqueiro se acha uma fonte importante de conhecimeto e comenta normalmente sobre fatos vergonhosos dos quais não tem certeza e fatos que contém um julgamento moral, com a finalidade de causar conflitos.
Fofocas e maledicências muitas vezes vêm com a vestimenta de “conselhos.” Através da maledicência aliviamos nossas ansiedades, e muitas vezes nos utilizamos do humor como forma de insultos. Pessoas fofoqueiras necessitam de dramas. Portanto, se as maledicências lhe incomodam, simplesmente não lhes dê atenção e se afaste. Uma vez escutei de um amigo “que os maus por si só se destroem”. Conselho sábio! Em toda família ou grupo social tem fofoqueiros. O melhor a fazermos para termos menos desgastes é nos afastarmos dos maledicentes!
Nova lei moderniza processo de adoção e fertilização in vitro
A governadora de Massachusetts, Maura Healey, assinou uma lei para garantir a igualdade legal de adoção, atualizando as leis de adoção e fertilização in vitro do estado pela primeira vez em 40 anos, tornando-as mais inclusivas. Esta lei histórica assegura os direitos e proteções para pais que utilizam a gestação de fertilização in vitro e reprodução assistida, ao mesmo tempo que atualiza a lei para ser mais inclusiva em relação aos pais LGBTQ+.
“Nossas leis precisam refletir as realidades das famílias modernas e os ambientes amorosos onde as crianças crescem e prosperam. Este momento é uma vitória para todas as famílias em Massachusetts que merecem ser tratadas com dignidade e ter seus direitos reconhecidos e protegidos pela lei. Somos gratos aos nossos parceiros na Legislatura pela liderança em avançar essa importante legislação, e agradecemos a todos os defensores que lutaram por anos para tornar isso uma realidade em Massachusetts”, disse a governadora Healey.
O projeto de lei atualiza a legislação para garantir que as famílias desfrutem dos mesmos direitos e proteções sob a lei, independentemente do estado civil, gênero, identidade de gênero ou orientação sexual dos pais, ou das circunstâncias do nascimento da criança, incluindo se a criança nasceu como resultado de reprodução assistida ou gestação de substituição.
A lei também moderniza a linguagem nos estatutos que regem os laços familiares para torná-los mais inclusivos, substituindo palavras ou frases, como “paternidade” por “parentes” e “criança nascida fora do casamento” por “criança não-matrimonial”.
DHS extends
Deferred action Protection period for noncitizen workers
Noncitizen workers will now be offered an initial four years of protection against deportation during investigations of workplace violations, enabling labor agencies to more effectively enforce laws and seek justice for impacted workers
Massachusetts Attorney General Andrea Joy Campbell issued a statement in response to the Department of Homeland Security (DHS) extending the Deferred Action Program’s period of protection from deportation for noncitizen victims and witnesses of labor violations from two years to four years.
“All workers, regardless of their immigration status, deserve protection from workplace violations and exploitation. I applaud the Department of Homeland Security for swiftly responding to our call to action and extending the period of deferred action protection. This is a victory for vulnerable workers nationwide, who will now feel more secure and empowered to assert their rights and seek justice in the face of unjust workplace violations,” said AG Campbell.
Noncitizen workers often have no choice but to take the most dangerous and poorly paid jobs out of necessity, and their rights in the workplace are routinely violated by employers who exploit and take advantage of their fear of deportation. This extension will make it easier for labor enforcement agencies to get the assistance and cooperation of noncitizen workers in investigations of wage law violations that deprive them
of their rights, will ensure that those workers are not deported while investigations and enforcement actions are ongoing, and will help ensure that unscrupulous employers are not able to silence such workers by threatening to report them to immigration authorities.
In January 2023, DHS announced an enhanced process to support labor enforcement investigations through the Deferred Action Program, which offers protection from deportation for noncitizens who are victims or witnesses of labor rights violations, or who are otherwise assisting a labor investigation. At the time of its announcement, the program originally offered deferred action protection for an initial period of two years.
In early July 2024, due to the fact that complex labor investigations often last longer than two years, AG Campbell co-led a coalition of 27 state and municipal labor enforcement agencies in submitting a letter to DHS, urging the agency to extend the protection period of the Deferred Action Program for noncitizen victims and witnesses of labor violations from the initial two years to a minimum of four years. DHS then extended to four years.
Artes & estilo de Vida | Wilson Smith
Gabi Coêlho: a Poesia e a Potência na Fotografia Performática
eCDIS e, 2018
Nascida em Maceió, Alagoas, Brasil, em 1987, Gabi Coêlho é uma fotógrafa e artista visual que encanta e provoca com suas obras de fotoperformance e autorretrato. Suas primeiras mostras individuais, “Lírios, Rosas e outras flores” na Galeria de Arte do Sesc Arapiraca e “Imensidão Íntima” na Galeria do Complexo Deodoro em Maceió, são uma ebulição avassaladora de sua habilidade de transformar imagens em pura poesia visual.
Gabi começou sua jornada na fotografia em 2014, inicialmente focando em fotografar famílias. No entanto, quatro anos depois, sentindo a necessidade de transbordar sua inquietude criativa, ela se inscreveu em um curso online de autorretrato. “Caí de paraquedas e me assustei bastante no início”, relatou Gabi. O curso expôs a artista visual a um novo mundo onde a fotografia se encontrava com a performance, uma combinação que se revelou revolucionária para ela. “Suei, tremi... Até precisar ir
para a frente da câmera e ver que as coisas começavam a fazer algum sentido”.
Quando questionada sobre como funciona seu processo criativo, linearidade não está no enredo. Ela compartilha: “Meu processo é um pouco caótico, vai ao sabor do vento. Mas, em vias gerais, eu posso dizer que sou uma ‘coletora’. Eu gosto de ir a papelarias, por exemplo, e adquirir materiais que podem encaixar em alguma ideia futura, como é o caso das tintas, por exemplo. Gosto de pegar objetos que chamem minha atenção, como uma lâmina ou uma agulha, e deixá-los num cantinho, para quando minha mente convidar esses objetos para uma dança”.
Paralelamente, ela consome uma vasta gama de arte – música, cinema, literatura – que contribuem para um repertório poético e imagético, transformando-se em ferramentas de trabalho.
A principal mensagem nas obras de Gabi Coêlho é a de tocar o outro, de fazer sentir. “Eu repito sempre que minha sede é de tocar o outro, de fazer sentir. Eu não busco tanto fazer sentido. Meu objetivo nunca
é que as pessoas encontrem lógica no meu trabalho, mas que elas encontrem um sentimento, seja ele qual for”, explica a artista. Durante a pandemia, essa busca por conexão emocional se intensificou, à medida que Gabi tentava atravessar a tela e alcançar o público em um momento de isolamento.
Entre seus diversos trabalhos, Gabi destaca “Qual é o limite?” como um dos mais significativos. Este projeto representa o ponto máximo de sua tentativa de transbordar sentimentos para o outro. “Tem uma tesoura cortando minha língua! O que isso te faz sentir? Isso te incomoda? SINTA!” Esse trabalho, carregado de verdade, é disruptivo e cheio de força.
Como muitos artistas, Gabi enfrenta desafios para se dedicar exclusivamente à sua arte. A limitação de espaço é outro obstáculo significativo, criando suas obras em um espaço de 2x1m entre sua cama e a parede. Além disso, os desafios propostos nas imagens são reais, resultando em máculas, feridas e alergias. “É cansativo e restritivo, mas também faz parte do processo e do impacto
S USSURRO
que quero causar”. Apesar dessas dificuldades, o resultado de seu trabalho é surpreendente e demonstra sua capacidade de transformar desafios em arte impactante.
Gabi Coêlho continua a desafiar e expandir os limites da fotoperformance e do autorretrato, criando obras que não apenas capturam momentos, mas que também evocam sentimentos profundos e duradouros. Sua arte é um convite a sentir, a se conectar e a se deixar tocar pela intensidade de suas imagens.
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