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De 8 a 14 de abril de 2004

CONSELHO POLÍTICO Achille Lollo • Ari Alberti • Ariovaldo Umbelino de Oliveira • Assunção Ernandes• Aton Fon Filho • Augusto Boal • Cácia Cortez • Carlos Marés • Carlos Nelson Coutinho • Celso Membrides Sávio • César Benjamim • Claus Germer • Dom DemétrioValentini • Dom Mauro Morelli • Dom Tomás Balduíno • Edmilson Costa • Elena Vettorazzo • Emir Sader • Egon Krakhecke • Erick Schunig Fernandes • Fábio de Barros Pereira • Fernando Altemeyer • Fernando Morais • Francisco de Oliveira • Frederico Santana Rick • Frei Sérgio Gorgen • Horácio Martins • Ivan Valente • Jasper Lopes Bastos • João Alfredo • João Capibaribe • João José Reis • João José Sady • João Pedro Stedile • Laurindo Lalo Leal Filho • Leandro Konder • Luís Alberto • Luís Arnaldo • Luís Carlos Guedes Pinto • Luís Fernandes • Luis Gonzaga (Gegê) • Luiz Eduardo Greenhalgh • Marcelo Goulart • Marcos Arruda • Maria Dirlene Marques • Mário Augusto Jakobskind • Mário Maestri • Nilo Batista • Oscar Niemeyer • Pastor Werner Fuchs • Pedro Ivo • Raul Pont • Reinaldo Gonçalves • Renato Tapajós • Ricardo Antunes Ricardo Rezende Figueira • Roberto Romano • Rodolfo Salm • Rosângela Ribeiro Gil • Sebastião Salgado • Sérgio Barbosa de Almeida • Sérgio Carvalho • Sérgio Haddad • Tatau Godinho • Tiago Rodrigo Dória • Uriel Villas Boas • Valério Arcary • Valter Uzzo • Vito Gianotti • Vladimir Araújo • Vladimir Sacheta • Zilda Cosme Ferreira •Também participam do Conselho Político os membros do Conselho Editorial e jornalistas colaboradores

CONSELHO EDITORIAL Alípio Freire • Celso Horta • César Sanson • José Arbex Jr. • Hamilton Octávio de Souza • Kenarik Boujikian Felippe • Luiz Antonio Magalhães • Luiz Bassegio • Maria Luísa Mendonça • Milton Viário • Nalu Faria • Neuri Rosseto • Plínio de Arruda Sampaio Jr. • Ricardo Gebrim

• Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Anamárcia Vainsencher, Áurea Lopes, Bernardete Toneto, 5555 Marilene Felinto, Paulo Pereira Lima, Renato Pompeu • Repórteres: Beto Almeida, Claudia Jardim, João Alexandre 5555 Peschanski, Jorge Pereira Filho, Luís Brasilino • Fotógrafos: Alícia Peres, Alderon Costa, Anderson Barbosa, César 55 Viegas, Douglas Mansur, Flávio Cannalonga, Gilberto Travesso, Jesus 5 5555 Carlos, João R. Ripper, João Zinclar, Leonardo Melgarejo, Luciney Martins, Maurício Scerni, Renato Stockler, Samuel Iavelberg, Ricardo Teles • Ilustradores: Agê, Aroeira, Cerino, Ivo Sousa, Kipper, Márcio Baraldi, 5555 Natália Forcat, Nathan, Novaes, Ohi • Editor de Arte: Valter Oliveira Silva • Pré Impressão: Helena Sant’Ana • Revisão: Dirce Helena Salles • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 55 Administração: Silvio Sampaio 55 Secretaria de redação: Tatiana Merlino 55 Assistente de redação: Bruno Fiuza e Letícia Baeta 55 Programação: Equipe de sistemas 55 Endereço: Al. Eduardo Prado, 342 55555555555 Campos Elíseos - CEP 01218-010 55555555555 PABX (11) 2131-0800 - São Paulo/SP 55555555555 redacao@brasildefato.com.br 55555555555 Gráfica: FolhaGráfica 55 Distribuição exclusiva para todo o Brasil em bancas de jornais e revistas 55 Fernando Chinaglia 55 Rua Teodoro da Silva, 907 55 Tel.: (21) 3875-7766 55 Rio de Janeiro - RJ

NOSSA OPINIÃO

Abril vermelho na mídia

F

oi só o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciar que realizaria, no mês de abril, a sua tradicional jornada de protestos, para a grande imprensa conservadora iniciar a sua ofensiva contra o movimento e pressionar o governo Lula a “endurecer” no tratamento com os sem-terra. Esse tipo de reação da mídia brasileira não é novidade. Na verdade, obedece a um padrão que, ao longo do tempo, tem sofrido pequenas mudanças – mais correção de rota, a depender da conjuntura, do que mudança propriamente dita. Desde sempre, os movimentos sociais são vistos como o verdadeiro perigo que ronda o país e ameaça os privilégios das elites. Quando o MST surgiu, a estratégia da mídia foi desqualificar a luta dos sem-terra e cobrar a execução de uma reforma agrária “dentro dos limites da lei” – paradoxalmente, era justamente isso que o movimento cobrava, mas, no entendimento das elites, significa a proibição de ocupações de protesto ou qualquer outra forma de pressão para que as autoridades... cumpram a lei! Quando a imprensa percebeu a alta popularidade do MST entre os brasileiros, tentou a estratégia da cooptação. A TV Globo, por exemplo, apresentou ao país, em 1996, uma telenovela (O Rei do Gado) em que os sem-terra e a luta do movimento eram tratados até de forma positiva.

Evidentemente, por outro lado, a Globo e demais veículos da mídia burguesa prosseguiram na pressão para que a reforma agrária se desse de forma “pacífica”, isto é, que não houvesse reforma alguma. Mais recentemente, durante a era FHC, o comportamento mais freqüente da imprensa foi a tentativa de “demonizar” as lideranças e criminalizar o movimento, em absoluta concordância com a diretriz daquele governo de tão triste memória para a população brasileira. Agora, com a chegada de Lula ao Planalto, a estratégia mudou mais uma vez. De forma geral, o que se ouve, vê e lê na mídia burguesa é uma evidente manipulação com o objetivo de colocar o novo governo e o movimento em campos opostos. A cada nova medida do ministro Miguel Rossetto, por exemplo, os sedentos repórteres procuram as lideranças do MST para tentar arrancar delas críticas ao programa de reforma agrária que começou a ser implantado no ano passado. E a cada atitude do movimento, da mesma forma, procuram integrantes do governo para tentar arrancar deles a condenação aos atos dos sem-terra. É a estratégia da intriga. A bem da verdade, realmente há controvérsias entre o governo Lula e os movimentos sociais. E não poderia ser diferente. O presidente Lula não foi eleito so-

zinho, contando apenas com apoio das camadas mais combativas da população. Para vencer a eleição, como se sabe, o PT fechou acordos com setores conservadores da sociedade. E para governar com maioria no Congresso, ampliou esses acordos. Assim, evidentemente muito do que a gestão petista na Presidência vem realizando não é bem o que os movimentos sociais esperavam. Surge uma tensão que passa a ser exaustivamente explorada pela mídia reacionária, com o intuito de fortalecer justamente os setores conservadores que apóiam Lula. Apesar disso, aos movimentos sociais não cabe fazer cálculo político, mas pressionar por mudanças e pelo cumprimento do programa eleitoral que elegeu Lula e o PT. O “abril vermelho” prometido por João Pedro Stedile é exatamente isso: um mês de amplas mobilizações para alertar o governo sobre a necessidade do cumprimento não só das promessas de campanha, mas de projetos que estão em curso e foram acertadamente iniciados em sua gestão. Que a grande imprensa venha a explorar tais contradições é apenas um fato corriqueiro e normal no padrão de cobertura que existe no Brasil. Que ninguém se iluda, portanto, com manchetes bombásticas e editoriais violentos. Informação, como se sabe, não é o forte da imprensa brasileira.

FALA ZÉ

OHI

CARTAS DOS LEITORES CONSEQÜÊNCIAS DA RUPTURA Assistindo à propaganda do PSTU, constatei uma forte crítica à maneira ortodoxa de agir do governo Lula para manter o atual modelo econômico. Gostaria de saber duas coisas. Primeiro, até onde o pensamento do senhor José Maria de Almeida (presidente do PSTU) tem fundamento ao propor uma ruptura. Segundo, se houver essa ruptura, quais as conseqüências que os trabalhadores brasileiros sofreriam no campo prático. Também gostaria de parabenizar a criação do Brasil de Fato, pois assim teremos direito às informações de um modo alternativo e mais amplo do que do modo convencional e direcionado, como é conduzida a comunicação nesse país. Jessimon dos Santos Lino por correio eletrônico FORÇA, LULA! Creio que o governo Lula está enfrentando o poder das supremas oposições da democracia e liberdade que são os mandantes deste país, ou seja, as raposas velhas que há décadas fazem e desfazem. Tenha força Lula! Vamos transformar este país no elo da justiça popular para todo povo. Célio Borba por correio eletrônico MAIS ENSINO PRIVADO Com a expansão desordenada do ensino superior privado no Brasil, configurou-se um novo espaço de manobras e mandos dos políticos latifundiários. Em São Mateus, Espírito Santo, isso não é diferente. O surgi-

mento de uma faculdade particular nessa cidade coincide com o fechamento de cursos de um pólo da Universidade Federal do Espírito Santo. Coincidência ou não, é fato notório que o pólo caminha a cada dia para um transformação: todos os cursos serão ministrados via internet e de acordo com a demanda de prefeituras do norte do Estado. A situação e séria e os órgãos de formação de opinião deverão tomar providências no que toca a esse caso em particular e a todos os demais no Brasil. Os métodos democráticos no Espírito Santo não são os convencionais a esse modo de governo. C. L. A. por correio eletrônico

CRÔNICA ERRAMOS Diferente do que foi publicado na edição 56, matéria “Ministério se compromete a rever dívida”, Osvaldo Aly Junior é coordenador da equipe da Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp) que realiza trabalhos com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e não chefe da Divisão Operacional da Superintendência do Incra como havia sido publicado.

Na primeira página da edição 57, a informação correta é que morreram 150 mil pessoas, ao invés de 150 milhões de pessoas na Argélia.

Para assinar o jornal Brasil de Fato, ligue (11) 3038 1432 ou mande uma mensagem eletrônica para: brasildefato@teletarget.com.br Para anunciar, ligue (11) 2131-0815

Terra de campeões Juarez Soares Tenho escrito diversas vezes, com determinação e insistência, que a diferença do futebol paulista em relação a outros campeonatos regionais é o nosso interior. O último final de semana confirmou esse ponto de vista, com a espetacular vitória do Paulista de Jundiaí. Que eu me lembre, nos últimos 40 anos, é a segunda vez que o título de campeão será disputado por times do interior. Só mesmo quem teve a sorte de morar em uma cidade do interior sabe o que isso significa. O futebol é, por si só, um esporte socializante. Ele tem o poder quase sobrenatural de unir e nivelar as pessoas. Todos se tornam iguais na hora

de ir ao estádio, de ouvir o rádio, de ver a televisão. O grito de gol é um só. A tristeza em caso de derrota é comovente. É a cidade inteira que ri e que chora. Por isso, nessa semana, até a hora do jogo, no dia 11, Jundiaí e São Caetano serão diferentes dos outros quase seis mil municípios do Brasil. Nas duas cidades, pelas praças e esquinas respira-se o ar puro de quem pode ser campeão. Isso não tem preço. Talvez esses dias sejam os mais longos da história dessas cidades. Em todos os locais o assunto vai ser um só: o futebol. Na prefeitura, na Santa Casa, nos botecos, nas igrejas, nas fábricas, nos bancos, nas lojas, todos acham que vão ser campeões.

Com justa razão, as crianças, os jovens, os velhos, o prefeito, o padre, o boêmio, o bêbado que à noite faz arruaça, todos serão campeões por uma semana. E daqui a alguns anos, depois que o tempo passar, haverá sempre na parede da casa de um torcedor a foto do time campeão. Os jogadores serão os heróis de um tempo que não terá fim. E você pode perguntar: quem vai ser campeão? Isso não interessa. Todos já são campeões. Todos os que já sabem o que significa ser do interior do Estado de São Paulo, terra de campeões. Juarez Soares é cronista esportivo e escreve uma vez por mês neste espaço

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