Número 11
Cabo Verde
SANTA MARIA A CAVALO Angélica Timas - Ilhéu Raso Miguel Astudillo - Lisboa africana - Elegance
Editorial
BEM-VINDO A BORDO Mais um verão passou e a Binter Cabo Verde transportou 120.000 passageiros entre as nossas ilhas, de julho a setembro. É um grande orgulho chegar a este número num período tão curto. É um sinal de que correspondemos à confiança dos nossos clientes, uma tarefa para a qual todos trabalhamos com muito esforço e dedicação. Neste período de verão caracterizámos a nossa programação, em agosto, com novas ofertas de voos diários entre Praia e São Nicolau, e em Setembro passámos a oferecer duas saídas semanais a partir de Sal para São Nicolau. Considerámos também muito importante o reforço das ligações no triângulo entre Praia, São Vicente e Sal. Como já anunciado anteriormente, com o aumento de tripulação, estamos em condições para agora, na época baixa, continuar com uma frequência elevada de voos semanais. Como exemplo, em outubro pretendemos aumentar a mesma para cerca de 150 a 170 voos semanais, quando em junho deste ano tínhamos uma frequência de 111 voos por semana. No seguimento da nossa estratégia, vamos finalizar o nosso processo de internacionalização, que contamos concluir até final deste ano. Seguimos com grande entusiasmo com as nossas ações de cariz social. O programa Sorrisos Verdes visitou desta feita o centro de dia de terceira idade da Cruz Vermelha, na Fazenda, levando um pouco da nossa solidariedade e partilhando momentos muito agradáveis e alegres com os seus utentes. Em conjunto com o Ministério da Educação, estamos a dar apoio na requalificação da escola Simeão Lopes, no Mindelo, e na pintura do EBI de Achada Grande, na Praia, o que nos faz sentir muito orgulhosos e felizes pelo resultado final. Trabalhamos para si, a pensar na sua segurança em primeiro lugar, juntamente com a nossa fiabilidade, pontualidade e regularidade. Bom voo e até breve, Luís Quinta
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SUMÁRIO 8 Angélica Timas Entrevista
16 Santa Maria a cavalo Aventura
20 Ilhéu Raso Aventura
26 Lisboa africana Destinos
STAFF DIRETOR Juan Manuel Pardellas director@barabaracomunicacion.com REDAÇÃO Sylvia Madero redaccion@barabaracomunicacion.com COLABORADORES NESTE NÚMERO Teresa Sofía Fortes (EME), Núria Chantre, Nadine Fortes, Salvador Aznar, Aline Oliveira, SAPO Cabo Verde DIREÇÃO CRIATIVA E MAQUETE great · greatttt.com · estudio@greatttt.com TRADUTOR Tiago Alves FOTO DE CAPA Teresa Sofía Fortes (EME) ILUSTRAÇÕES David Ferrer FOTOGRAFIAS Teresa Sofía Fortes (EME), Stanley DeSarmes, Marilha Horse Excursion, Nadine Fortes, Salvador Aznar, Ivaldino da Luz Fortes PUBLICIDADE Canárias · 34 922 897 517 publicidad@barabaracomunicacion.com
Cabo Verde · +238 2614 915 comercial@eme.cv BINTER Pedro Agustín del Castillo · Presidente Rodolfo Núñez · Vice-presidente Alfredo Morales · Conselheiro Delegado Noelia Curbelo · Relações Institucionais e Comunicação SIGA-NOS NO WEBSITE E NAS REDES SOCIAIS www.revistabinter.com · Facebook · Twitter · Instagram NT Cabo Verde é uma produção de BARA-BARA 3.0 SL exclusiva para BINTER. BARA-BARA 3.0 SL. C/Puerto Escondido, 5. Sexto Izquierda. 38002 Santa Cruz de Tenerife (Islas Canarias. España) (922 897 517). BINTER e BARA-BARA 3.0 SL não se responsabilizam pelos conteúdos publicitários nem pelas opiniões manifestadas pelos colaboradores nos seus artigos. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, edição ou transmissão total ou parcial por qualquer meio e em qualquer suporte, sem autorização expressa por escrito de BARA-BARA 3.0 SL. IMPRESSÃO Gráficas Sabater SL. Com assistência técnica de 2informática.
Na revista NT utilizou-se papel reciclado oriundo de florestas de gestão sustentável
FEITO NAS CANÁRIAS
África tem nome de mulher
Por Teresa Sofía Fortes
MARIA GRAÇA
Maria da Ressurreição Graça é a presidente da primeira Associação de Produtores de Vinho criada em Cabo Verde. A carreira desta grande empreendedora caboverdiana, nascida na ilha do Sal há 53 anos, formada em Línguas e Literaturas Modernas e embaixadora AWEP – African Women Entrepreneurship Program (Departamento de Estado Norte-americano), tem sido de sucesso, ela que ficará também na história como cofundadora da EME – Marketing & Eventos, primeira empresa do género a surgir no mercado cabo-verdiano, há 16 anos.
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Planeie a sua próxima visita a Cabo Verde
SÃO VICENTE Carnaval (janeiro/fevereiro) Mês do Teatro (março) Festas Juninas (junho) Festa de São João (24 junho) Festival da Lajinha (junho) Festival Gastronómico Kavala Fresk (julho) Summer Jazz Festival (agosto) Festival Internacional de Música da Baía das Gatas (agosto) Mindelact. Festival Internacional do Teatro (novembro) Festa de S. Silvestre (dezembro)
SANTO ANTÃO Santo António das Pombas (13-14 junho) Ribeira das Patas – Porto Novo (23 junho) Festival 7 Sóis 7 Luas (junho) Festas Juninas (junho)
SÃO NICOLAU Carnaval (13 fevereiro) Sodad - Festival d`Morna (abril) Festival de Atum (agosto) Feira Gastronómica “Gostos e Sabores do Parque (5 e 6 de agosto)
BRAVA Santa Cruz (3 maio) Festas de São João (23 de junho) Festas Juninas (junho)
FOGO Festa da Bandeira de São Filipe (abril/ junho) Festa São Filipe (abril/ maio) São João. Vila de Igreja (24 junho) Festas de São Lourenço (10 agosto) Santa Catarina (25 novembro)
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*Com os contributos de KimZé Brito, Samara Dionis, Pilar Ureña, Juan Manuel Pardellas, Direção Geral do Turismo e Transportes (Ministério do Turismo e Transportes).
SAL Carnaval. Mandingas (janeiro/ fevereiro) Carnaval (fevereiro) Palmeira (19 março) EXPOTUR - Feira de Turismo de Cabo Verde (maio/ junho) Festival Nacional de Teatro “Sal Encena” (junho) Alto de São João (23 junho) Hortelã (23 junho) Pedra de Lume. Santo Antonio (julho) Festival da Literatura Mundo (julho) Festival de Música de Santa Maria (15 setembro) Cabo Verde International Film Festival (outubro)
BOA VISTA Festival Music Contest (julho) Festival da Praia de Cruz (agosto) Maratona Boa Vista (agosto) Festival da Morna (outubro)
MAIO Tabanca (19 março) Noite Garoupa & Poesia (26 agosto) Festival de Beach Rotcha (setembro) Nossa Senhora da Luz (8 setembro)
SANTIAGO Festival Santo Amaro Abade (janeiro) Carnaval (13 fevereiro) Festa de Cinza (14 fevereiro) Festival Internacional da Lusofonia de Conto de Estórias (março) Festival Um Concelho Três Ritmos - Sta. Cruz (março/ abril) Festival Grito Rock (março/ abril) Atlantic Music Expo – AME (abril) Kriol Jazz Festival (abril)
Festival Ribeira da Barca (maio) Festival da Gamboa (19 maio) Tabanka (junho) Festival Badja ku Sol (julho) Festival Praia de Areia Grande - Sta. Cruz (julho) Festival da Calheta de São Miguel (15 agosto) Calheta de São Miguel. Batuko e Funaná (29 setembro) Festival do Milho (1 novembro) Festival de Santa Catarina (novembro) Noite Branca (dezembro)
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Entrevista. Angélica Timas
Por Núria Chantre
“A MODA FOI UM PROJECTO QUE NÃO ME DEIXOU ENTRAR EM DEPRESSÃO. AO INVÉS DE PENSAR NOS PROBLEMAS, APANHEI UM MOLDE E APRENDI SOZINHA A COSTURAR.” Angélica Timas, mestre em Ciências de Computação, juntou a sua proficiência em tecnologia e a paixão pela moda para criar a sua própria marca de roupa. Na cidade de Boston, onde reside, venceu o prémio de melhor desenhadora, atribuído pelo Boston Fashion Awards, e as suas criações têm sido matérias de destaque em inúmeras publicações pelo globo, como a revista Vogue.
Direção Artística e Styling: Angélica Timas - Fotografia: Stanley DeSarmes - Cabelos: Elza Rosa Maquilagem: Denekia Carmel Artistry - Fotografia: Melissa Isabel Isabell Quiñones - Estilistas/Directores Artísticos: Bryan Alexis & Miguel Carlos Martinez - Cabelos: Elza Rosa - Maquilagem: Catherine Ursache
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Entrevista. Angélica Timas
Nasceu em Cabo Verde, mas no entanto cresceu entre Portugal e os Estados Unidos. Fale-nos um pouco de como tem sido a sua adaptação nestes países. Acho que o nosso povo é emigrante e que todos no fim temos a mesma história partilhada de viagens. Para mim tal aconteceu porque o meu pai trabalhava no estrangeiro, passando a maior parte do tempo aqui nos Estados Unidos. Então a minha mãe acabou por decidir vir para cá, e eu fiquei em Portugal com os meus irmãos, que jogavam futebol profissional.
“A carreira no mundo de estilista não era previsível nem foi uma coisa planeada. Foi por gosto” Eu não tinha planos de vir, mas a ex-mulher do meu irmão acabou por convencer os meus pais a levar-me para os Estados Unidos. Não tive muita opção, mas há coisas, como se costuma dizer, que acontecem pelo melhor e foi isso que aconteceu comigo. Acho que se visse essa pessoa hoje até poderia agradecer-lhe por ter feito isso. Em Portugal não teria tido as mesmas oportunidades. Tinha 14 anos e meio mas, antes de vir, fiz questão de ir conhecer Cabo Verde; gostei imenso. A trajetória então foi: Lisboa, Cabo Verde, Boston. Em Portugal eu aprendi o crioulo, só que não falava. Respondia em português porque onde eu morava não haviam muitos crioulos. Comecei a associar-me à comunidade cabo-verdiana em Boston e então fui aprendendo. A dificuldade foi mais em adaptar-me à cultura dos Estados Unidos. Vou sempre a Cabo Verde. A minha filha também vai a Cabo Verde todos os 10
anos desde que nasceu. Ela antes de ir para a escola só falava crioulo. Fiz questão de transmitir-lhe a língua. Olhando para o passado, enquanto ainda vivia em Portugal, havia algum sinal de que o seu futuro passaria pelo mundo da moda? Sim e não. Sim, porque sempre tive interesse em ser modelo, e fui durante o liceu. Mas naquela altura a moda para mulheres africanas ainda era escassa. Então optei por não o fazer pela falta de oportunidades. A carreira no mundo de estilista não era previsível nem foi uma coisa planeada. Foi por gosto. Os meus primeiros cursos não são do mundo da moda mas sim em informática. Desenhava, porque gostava de desenhar. E como sucedeu essa transição para a moda? Foi num momento difícil, porque estava a passar um divórcio, e foi um acaso. Estava a limpar a cave, encontrei aqueles esboços que eu vinha desenhando ao longo dos anos e acabei por querer desenvolver. Foi um projeto que não me deixou entrar em depressão, ou não deixou entrar aquela fase negativa e pessoal, e foquei-me nele. Ao invés de pensar nos problemas, apanhei um molde e aprendi sozinha a costurar. Assim fiz ao longo dos anos para manter a minha mente ocupada e sã. E como foi esse processo de autoaprendizagem? Com os esboços, tive vontade de fazer os meus próprios trabalhos com o que tinha desenhado há anos. O que fiz foi começar a ver vídeos de costura. Li muito sobre a moda e a costura.
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Entrevista. Angélica Timas
Comprei molde, material, e é uma história muito gira (risos). As primeiras calças que fiz tinham duas pernas esquerdas (risos) porque me esqueci de virar o material do avesso para poder meter a perna esquerda.
Como tomou a decisão de passar da informática à moda? O divórcio aconteceu no meio do processo escolar e, ao querer estudar, eu disse “algo está a faltar. Algo está vazio em termos da minha vida profissional, porque mesmo tendo um mestrado, mesmo tendo um trabalho que estudei para ter, estou na minha área, mas sempre sinto falta de algo”. Era a escolha entre a paixão e a profissão. E eu optei pela paixão, que era a moda.
Mas foi assim. Fui-me ensinando, cometia um erro e corrigia. Aprendi a fazer os meus próprios moldes. Fui aprendendo como fazer a costura, diferentes tipos de cortes e de alinhamento, e com o tempo fui aperfeiçoando. Vi também muitos webcasts, muitos vídeos no Youtube, sobre como fazer coisas de certa maneira, para atingir certos resultados. Eu gosto de aprender e fui apreendendo o processo de como funciona a moda em termos de coleções, padrões e cores.
Como é que vê a sua história refletida no seu trabalho como desenhadora? Eu gosto muito de arquitectura, e gosto muito de história. Por exemplo, quando vou a um lugar, já estou a imaginar um prédio em 1700, como era. Então é uma
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perspetiva diferente. É também assim que eu faço as minhas roupa. Com história.
ambiciosa em termos de competir comigo mesma e não competir com o próximo, porque o mundo da moda é vasto, é enorme, não se pode fazer competição ou comparação. Mas para mim, a minha ambição é competir comigo mesma em termos de apresentação e de fazer melhor do que fiz anteriormente.
Há sempre algo que define a coleção. Por exemplo, já fiz uma coleção baseada na perda da minha prima de 34 anos, com cancro, e logo depois perdi outra amiga muito querida. A coleção foi-lhes dedicada. Era uma história de perda, tinha muito preto, muita renda. Coisas que são normalmente associadas a perda, a funeral, a morte.
“Eu sou ambiciosa em termos de competir comigo mesma e não competir com o próximo, porque o mundo de moda é vasto, é enorme” -
Mas há também a simplicidade. As minhas coleções são sempre minimalistas, mas há muitos detalhes que provavelmente não se vê nas passarelas. Quando fui a Cabo Verde pela primeira vez havia muita cor, muito calor, muita animação. E então daí vêm os padrões das roupas que gosto de usar. Muitos padrões, muita cor. Baseio as coleções nisso. Há sempre uma história por detrás de cada coleção que eu faço.
Este ano só fiz um show, mas tenho feito muitos trabalhos editoriais em revistas e agora tenho tido contactos com celebridades que querem vestir a minha roupa, o que é super óptimo. São essas as oportunidades que abrem a porta a outros meios, a outros fins.
O que é que tem em agenda para os próximos tempos?
Em Setembro farei parte da abertura do pop-up Beauty Bar da Dior, no Liberty Hotel, em Boston, que é uma oportunidade super boa. E convidaram-me também a participar no Vancouver Fashion Week, em Fevereiro (2019).
Nos últimos dois anos ganhei o título de melhor estilista atribuído pelo Boston Fashion Awards. Para caçar o terceiro tenho que apresentar-me no Boston Fashion Week. Aí está a ambição. Eu sou
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Turismo. Notícias
KRIOL URBAN FEST
AUMENTA EM 10% A CHEGADA DE TURISTAS A CABO VERDE
Kriol Urban Fest F ESTIVAL M ULTIDISCIPLINAR Artístico A RTÍSTICO E eC ULTURAL U RBANO Festival Multidisciplinar Cultural Urbano, que irá decorrer entre os dias 13 e 20 de outubro de 2018. Os objetivos do Kriol Urban Fest passam por motivar uma maior consciência artística e sociocultural da comunidade, aumentar a sensibilização e a participação comunitária nas atividades multidisciplinares de requalificação urbana e atuar na mudança da perceção da comunidade em relação ao espaço urbano.
Arte Urbana. Música. Teatro. Cinema. Dança O festival contaráPoesia. com a participação de artistas locais e internacionais (oriundos de países da comuni-
dade de língua portuguesa) que irão implementar o uso de cores, materiais, palavras inspiradoras e música no espaço urbano, contribuindo assim para um impacto urbano ativo e criativo. 13
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Os estabelecimentos hoteleiros de Cabo Verde receberam 383.500 turistas de janeiro a junho de 2018, com mais de 2,2 milhões de dormidas, um aumento de 10% relativamente ao registado no período homólogo de 2017, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), publicou macauhub.com.
20 O UTUBRO 2018
Porto Novo.Santo Antão.Cabo Verde
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ÊXITO DA MISSÃO À CHINA
“Temos vários dossiês na mesa, vários projetos importantes para Cabo Verde. Há um clima de confiança muito grande nas relações entre China e Cabo Verde e acredito que vai ser uma cimeira muito importante para África, vamos discutir os temas da globalização, do comércio e do investimento”, sublinhou Luís Filipe Tavares, em declarações publicadas por A Se-
mana. A delegação cabo-verdiana presente no mais recente Fórum de Cooperação China-África’ (FOCAC) levava na agenda o pedido de financiamento para a criação da Zona Económica Especial Marítima (ZEEM) de São Vicente, da nova maternidade do Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, e de um centro nacional de congressos, entre outros projetos.
OLHE ATRAVÉS DA JANELA E DESCUBRA O SEU PRÓXIMO DESTINO. Pestana Trópico, Cabo Verde
8 minutos do aeroporto e 5 do centro histórico Transfer gratuito Wi-fi gratuito 15
150 metros da melhor praia Mais informações: pestana.com | +351 282 243 099
Aventura
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por Teresa Sofia Fortes (EME)
CONHECER AS SALINAS DE SANTA MARIA E A KITEBEACH A CAVALO Santa Maria, na ilha do Sal, é internacionalmente reconhecida pelas lindas praias, onde nos podemos banhar e bronzear, mas é também uma cidade com uma história que podemos descobrir num passeio a cavalo. A proposta é da Marilha Horse Excursion, que ainda dá a turistas e locais a oportunidade de descobrir a praia onde Mitú Monteiro, campeão mundial de kitesurf, treina e dá aulas.
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Aventura
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A passo de passeio ou a galope, todos os dias, de manhã e à tarde, uma caravana sai dos estábulos da “Viveiro, Botanical Garden & Zoo di Terra”, tendo como destino final a Kitebeach. Ao fim de cerca de 8 quilómetros, feitos numa hora e meia, chegam à praia, quase selvagem, onde os cavaleiros fazem corridas à beira-mar, e descobrem que é ali que treina o campeão mundial de kitesurf 2008, o cabo-verdiano Mitú Monteiro.
grande parte do século XX, a par da pesca, foram a grande fonte de rendimento da cidade e de onde terão saído trinta mil toneladas de Sal/ano para o Brasil e outras partes do mundo.
É tempo também para tirar fotografias nesta que é uma das praias mais conceituadas entre kitesurfistas do mundo inteiro e que já acolheu uma etapa do campeonato do mundo. -
Ao fim de cerca de 8 quilómetros, feitos numa hora e meia, chegam à praia, quase selvagem, onde os cavaleiros fazem corridas à beira-mar. -
Esta experiência é proporcionada pela Marilha Horse Excursion, cujo dono, Teo Agostinelli, 35 anos, veio a Cabo Verde pela primeira vez atraído pelas excelentes condições que o arquipélago oferece para a prática do surf, e decidiu ficar. Hoje, ao fim de cinco anos, tem ao seu serviço quatro guias, todos cabo-verdianos e falantes de várias línguas, nomeadamente inglês, francês, espanhol e italiano, além de tratadores e veterinários.
É tempo também para tirar fotografias nesta que é uma das praias mais conceituadas entre kitesurfistas do mundo inteiro e que já acolheu uma etapa do campeonato do mundo. Pelo caminho, os cavaleiros visitam as Salinas de Santa Maria que, no século XIX e
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Aventura. Ilhéu Raso, a reserva natural de Cabo Verde
Por Nadine Fortes @vaidosadmais Fotografias por Vaidosa D Mais
UMA RESERVA NATURAL Uma viagem para um lugar no mínimo encantador, simultaneamente próximo e distante de tudo.
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Aventura. Ilhéu Raso, a reserva natural de Cabo Verde
É um pouco estranha esta descrição, mas é assim que um visitante se sente nesta reserva. Longe do que julgamos essencial no nosso dia a dia, como um banho de água doce, internet, eletricidade, mas por momentos esquecemos essas necessidades e deixamo-nos levar pelo barulho do mar, o cantar dos pássaros, pela paz e beleza de um pôr do sol magnífico e pelo contacto com a natureza.
Representa um ecossistema de elevado valor económico e ecológico, possuindo um elevada concentração de biodiversidade, de extrema importância ecológica e cientifica a nível mundial. Falemos um pouco mais deste lugar desabitado que fica no barlavento do arquipélago de Cabo Verde, entre as ilhas de São Vicente e São Nicolau. O ilhéu constitui uma reserva natural desde 1990. Representa um ecossistema de elevado valor económico e ecológico, possuindo um elevada concentração de biodiversidade, de extrema importância ecológica e cientifica a nível mundial. Apresenta algumas espécies endémicas
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de interesse científico e grande riqueza em flora e fauna, de que são exemplos a Cagarra, a Calhandra e o Rabo de Junco, considerada a ave mais bonita e vaidosa de Cabo Verde. O ilhéu tem sido foco de atenção da Biosfera 1 -Associação para a Defesa do Ambiente de Cabo Verde- desde o seu início em 2006. Atividades de conservação ativa e a diversas campanhas de sensibilização e informação ambiental têm sido também armas utilizadas para preservar este refúgio de seres únicos e insubstituíveis.
O ilhéu tem sido foco de atenção da Biosfera 1 -Associação para a Defesa do Ambiente de Cabo Verdedesde o seu início, em 2006 E foi a convite da Biosfera Cabo Verde que vivi esta experiência incrível e conheci de perto o trabalho fantástico feito neste local. A preservação ambiental é uma obrigação de todos. Faça a sua parte.
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Gatronomia.Chef
Por Teresa Sofía Fortes
MIGUEL ASTUDILLO
Miguel Astudillo, natural de Madrid, Espanha, trabalha desde os 15 anos. Hoje, aos 38, é o chefe principal dos hotéis que o Grupo Meliá tem na ilha do Sal, Cabo Verde, cargo que exerce desde 2015. Sob as suas ordens trabalham 150 pessoas - chefes de cozinha, subchefes, chef pasteleiro e cozinheiros -, que uma vez por semana apresentam aos hóspedes a culinária cabo-verdiana. Nos outros dias o desafio é satisfazer os hábitos alimentares de gente que chega de diferentes partes do mundo. Uma missão quase impossível, mas em que se tem saído muito bem.
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Gastronomia. Notícias
O INGREDIENTE SECRETO DOS DOCES DE DONA MINGUINHA
Não há turista que visite Cabo Verde que não faça uma visita à Dona Minguinha, a mais célebre pasteleira do país dos últimos 50 anos. A toda gente que a interroga sobre o êxito de seus doces
Domingas Tavares, nascida na ilha de Brava, responde sempre com a mesma frase: “o meu ingrediente secreto é o amor”. A sua loja encontra-se na Rua Pedonal, no Plateau (Praia).
O ÊXITO DE BICA D’AREIA Lugar tranquilo, nas margens da praia de Quebra Canela. De doses generosas e boa qualidade. Para toda a família. Preços acessíveis, pessoal muito atento e música tradicional, jazz ou chill out cuidadosamente escolhidos e num volume perfeito para não perturbar uma amena conversa. Estas são as características de um dos restaurantes que mais marcam as tendências gastronómicas da capital do país, Praia. Imprescindível para na sua próxima visita. 25
Destinos. Cabo Verde. Cabo-verdianos em Lisboa
Por Salvador Aznar
LISBOA AFRICANA
No coração da histórica capital lusitana existe uma cidade negra, mulata e mestiça que fala crioulo e gosta de conservar os seus costumes culturais, musicais e gastronómicos.
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Os integrantes destas comunidades e bairros peculiares, de claros traços africanos, devem as suas origens sobretudo à grande migração chegada das antigas colónias portuguesas de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, na década de sessenta. Nessa altura, Portugal, e especialmente a capital, tornaram-se centros de peregrinação para muitos originários dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) que, deixando as colónias de origem, afluíam à Europa mais próspera, para trabalhar em vários domínios, como a construção civil.
Além disso, de todos os grupos formados por membros das antigas colónias portuguesas em África, é a mais significativa, numericamente falando. Estes cabo-verdianos dividem-se, em dois grandes grupos: os do barlavento, vindos do norte, e os do sotavento, vindos do sul.
Há lojas que oferecem panos coloridos e outros produtos africanos, bem como restaurantes e bares em que se pode provar, entre outros pratos de origem crioula, a famosa ‘cachupa’ -
Os cabo-verdianos têm una presença muito importante nestas comunidades, como se torna evidente na zona conhecida como “Triângulo Crioulo”, formado pelas ruas de São Bento e Poço dos Negros, muito perto do edifício da Assembleia da República. Uma zona histórica da cidade que em tempos idos estava relacionada com o tráfico de escravos e que, mais tarde, chegou a converter-se num pequeno Cabo Verde, com a chegada de muitas famílias procedentes deste arquipélago da Macaronésia.
Esta divisão ditou inicialmente notáveis diferenças sociais e culturais entre ambas as comunidades da diáspora. Mas com o passar do tempo, a necessidade de inserção na sociedade de acolhimento – e na das próprias ilhas, que se converteram numa república independente – fez com que os cabo-verdianos, num esforço de reconstrução identitária, acabassem regendo-se e articulando-se em torno das semelhanças que os unem, mais que pelas diferenças de origem étnica.
Os cabo-verdianos têm una presença muito importante nestas comunidades, como se torna evidente na zona conhecida como “Triângulo Crioulo” -
Apesar da maioria dessa população imigrante se ter há já muito deslocado para zonas periféricas da cidade como a Amadora, Oeiras e a Portela, quando se passeia pela velha Lisboa ainda se pode sentir a africanidade das suas ruas, com a presença de lojas que oferecem panos coloridos e outros produtos africanos,
De facto, a migração de Cabo Verde para Portugal é a mais antiga e regular.
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Destinos. Cabo Verde. Cabo-verdianos em Lisboa
bem como restaurantes e bares em que se pode provar, entre outros pratos de origem crioula, a famosa ‘cachupa’, uma das receitas tradicionais mais conhecidas da cozinha de Cabo Verde. Alguns artistas cabo-verdianos de destaque criaram, em diferentes zonas da cidade, enternecedores espaços de ócio e restauração, em que se pode desfruir da arte e da cultura das ilhas. Entre estes estabelecimentos, importa citar a Casa da Morna & Semba, um dos mais elegantes restaurantes deste estilo, com música ao vivo, de que o músico cabo-verdiano Tito Paris é coproprietário. Convém ainda realçar o trabalho levado a cabo pela Associação Cabo-verdiana, que oferece nas suas instalações serviço de restaurante com concertos ao vivo. Um lugar com encanto e boa vista da cidade, já que se localiza no oitavo andar de um edifício central na Rua Duque de Palmela 2, muito perto da praça do Marquês de Pombal e do Parque Eduardo VII. Além das particularidades que poderemos testemunhar no nosso percurso por esta zona da cidade, convém dizer que a presença africana em Lisboa não se cinge a estas ruas históricas: as expressões culturais de origem africana, como música, dança, teatro ou cinema, alargam-se ao resto da cidade, oferecendo uma grande diversidade cultural e social na vida quotidiana dos lisboetas e de todos aqueles que visitam a cidade branca.
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NT para CAMPUSÁfrica
CAMPUS ÁFRICA: PREPARANDO O FUTURO
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Não podemos prever o futuro, mas podemos preparar-nos. Desde o dealbar do século que a UNESCO, num relatório intitulado Um mundo novo (2000), defende que a previsão e a preparação, a reflexão e as ações prospetivas são imperativos absolutos do nosso tempo, propondo por isso à comunidade internacional a criação de fóruns intelectuais e éticos orientados para o futuro, com a participação de cientistas, criadores, políticos, peritos e membros da sociedade como um todo. Isto porque o progresso científico, o saber e a abertura de espírito formam parte do acervo comum da Humanidade. Hoje em dia, “proteger não basta, é preciso preparar o futuro”. Nesta preparação do futuro a ciência desempenha um papel crucial. O desenvolvimento dos povos é impensável sem a ciência. O caminho mais seguro para o desenvolvimento consiste em colmatar a discrepância de conhecimentos entre os países mais avançados e aqueles que apresentam algum atraso, já que a melhoria da qualidade de vida depende mais da
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evolução científica que da acumulação de capital. Aquilo que verdadeiramente separa os países desenvolvidos dos demais não é a diferença de recursos ou de produtividade, mas o fosso do conhecimento. Este é o espírito que anima o CAMPUS ÁFRICA, um programa internacional da Universidad de La Laguna, com que a universidade mais antiga do Atlântico Médio aspira a colaborar no exercício comum de projetar as Canárias para o continente africano. Na sua terceira edição, celebrada de 11 a 26 do passado mês de julho, um conjunto de universitários que incluía 120 bolseiros africanos, 133 professores e o público em geral participaram em 45 seminários e refletiram sobre os variados desafios que a globalização apresenta para as sociedades insulares e continentais africanas. A cidade de La Laguna cumpriu assim, mais uma vez, a sua vocação internacional e fez jus à definição que dela apresentou o poeta Antonio de Viana há quatro séculos como “cidade de trabalho, de estudo e de ciência”.
Moda/estilo de vida
Por Aline Oliveira / SAPO Cabo Verde Fotografia por Ivaldino da Luz Fortes
ELEGANCE, A NOVA MARCA DE VESTUÁRIO EM SANTO ANTÃO A paixão pelo corte e costura vem-lhe da infância. Desde então, a mindelense Neusa Maria Lima Fortes, de 51 anos, sonha em abrir o seu próprio negócio.
que são produzidas diversas peças, desde vestuário a enxoval para quarto de bebé, conjuntos para cozinha, quarto, casa de banho e sala, bem como brincos e colares em tecido africano e tiaras e laços de cabelo para crianças.
“O meu interesse pela costura surgiu ainda em criança. Comecei por confecionar roupas para bonecas e, por volta dos 12 anos, as minhas roupas também”, conta.
Os tecidos são oriundos de Dakar (Senegal), Mindelo e Praia. Mas, segundo a costureira, às vezes é complicado encontrar matéria-prima no país, uma vez que há poucas opções no mercado, principalmente na cidade do Porto Novo, onde está localizado o ateliê.
Criar sua própria marca de roupa sempre foi um sonho. Recentemente, a costureira autodidata conseguiu concretizá-lo na ilha vizinha de São Vicente, Santo Antão, onde reside.
Neusa Fortes diz que pretende expandir a marca para as outras ilhas, bem como para outros países, uma vez que tem recebido várias solicitações. Para já, a mindelense diz estar focada na divulgação da marca e na criação de uma linha voltada para as crianças.
A mindelense criou a marca de vestuário ‘Elegance by Neusa Fortes’ e abriu um ateliê na cidade de Porto Novo. É no ateliê, situado na localidade de Alto Peixinho, na cidade do Porto Novo,
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sapo.cv
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Moda/estilo de vida
Por Nadine Fortes @vaidosadmais
O QUE A SUA IMAGEM DIZ SOBRE SI
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Moda/estilo de vida
Cuidar de si e da sua imagem nunca poderá ser considerado algo fútil ou de pouca importância. A sua imagem pessoal comunica ao mundo quem é e quem quer ser, demostra o respeito e consideração que tem para consigo e para com os outros, mesmo antes de se apresentar formalmente. E, se pensarmos que a imagem está diretamente ligada à autoestima, temos ainda mais um motivo para dela cuidar, não concorda?
3 Coisas que definem a nossa imagem pessoal Higiene Estou com uma aparência limpa e cuidada? Dress Code O meu look está de acordo com o que eu quero transmitir? Linguagem corporal O meu corpo, os meus gestos, a minha linguagem e o meu comportamento expressam adequadamente o que pretendo comunicar para atingir os meus objetivos?
Faz toda a diferença acordar de manhã, olhar-se ao espelho e sentir-se bem com a imagem que neste vê refletida, faz diferença sentir que tem a imagem adequada ao ambiente específico em que está, faz diferença ter uma pele bonita e cuidada, faz diferença, de facto, usar uma peça de roupa que lhe cai bem.
Use esta valiosa ferramenta que é a imagem com a consciência do seu poder, e de que a própria potenciação apenas de si depende. Não se esqueça que a imagem abre portas, mas é preciso mais do que isso para permanecer dentro. Lembre-se, não é suficiente ser excelente no que faz se não possuir uma imagem pessoal positiva.
Todos estes fatores contribuem para a primeira impressão que causamos e, sim, somos constantemente julgados pela nossa imagem, porque o ser humano é muito visual, logo a sua imagem acaba por ser a sua marca.
Seja o melhor de si mesmo. CUIDE-SE, AME-SE
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Grandes vantagens Grandes satisfações Bem-vindo a um mundo cheio de vantagens Apresentamos-lhe o nosso programa de fidelização de passageiros frequentes.
Como somar
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Pode conseguir pontos, apresentando o cartão BinterMais nos voos com a Binter e ao hospedar-se nos hotéis associados ao programa.
Pode trocar os seus pontos por bilhetes da Binter e noites em hotel grátis, através de promoções e ofertas exclusivas oferecidas pelo programa.
Vantagens Informação antecipada sobre ofertas Os clientes BinterMais beneficiam de informação sobre ofertas e promoções, de forma antecipada.
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Promoções Exclusivas Empresas associadas onde pode desfrutar de promoções e ofertas exclusivas.
Por cada 10 voos inter-ilhas, pode conseguir 1 voo grátis com os seus pontos
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Iberostar Club Boa Vista 5*
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iberostar.com +238 251 21 70
Meliá Dunas Beach Meliá Llana Resort & Spa Meliá Tortuga Beach Sol Dunas
Some 200 200 200 100
Utilize 10.000 10.000 10.000 6.000
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Noticias Binter
SORRISOS VERDES VISITOU O CENTRO DE DIA DA CRUZ VERMELHA NA FAZENDA Sorrisos Verdes visitou no dia 16 de agosto o centro de dia da Cruz Vermelha na Fazenda, que acolhe diariamente 25 idosos, dando-lhes apoio alimentar com refeições quentes e dieta equilibrada, serviços de saúde com triagem e consultas, e apoio psicológico. O Centro de dia realiza várias atividades de lazer como: dança, expressão plástica e intercâmbio com outros centros. O Centro de dia dispõe de boas instalações, porém carece de voluntários para todas as áreas, destacando-se saúde, entretenimento e trabalhos manuais. Também carece de materiais de escritório como papel, computadores, canetas, lápis, etc. Mas do que mais precisam é de vozes amigas Muitos foram os sorrisos que conseguimos fazer desabrochar com a nossa visita. Apesar da idade, continuam com boa disposição e espírito jovem. Leve o seu sorriso para os nossos amigos que estão na sua melhor idade.
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A MELHOR COMBINAÇÃO PARA OS MELHORES MOMENTOS