Da imagem ao texto - através do movimento

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Escola Secundรกria Camilo Castelo Branco, 2019


Ficha técnica Título - Da imagem ao texto – através do movimento Edição – Biblioteca da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Vila Real Coordenação geral do projeto – Adelaide Jordão Coordenação das imagens – Carlos Santelmo Coordenação e revisão dos textos - Henrique Morgado Imagens – alunos 12F Textos – alunos 12B Imagem de capa e conceção gráfica - Carlos Santelmo Projeto Camilo 2027 – Encontro(s) de Leitura(s) | Rede de Escolas aLeR+2027 Pilotagem do Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar | Secundário Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) | Pano Nacional de Leitura (PNL 2027)

2019 Escola Secundária Camilo Castelo Branco, 2019


“Sobre pedra não se edifica nada. Sobre areia, tudo. É nosso dever edificar como se areia fosse pedra”. Jorge Luís Borges

Da imagem ao texto – através do movimento é uma ação integrada no Projeto Camilo 2027Encontro(s) de Leitura(s), implementado no âmbito da integração da Escola na Rede Nacional de Escolas aLeR+2027, e uma atividade desenvolvida no decurso do processo de pilotagem do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar, no Ensino Secundário, que decorreu ao longo do ano letivo 2018-2019. As duas iniciativas foram promovidas e apoiadas pela Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e pelo Plano Nacional de Leitura (PNL2027). Os desenhos foram realizados pelos alunos da turma F, do 12º ano, na disciplina de Desenho. Trata-se de um exercício integrado no tema “Desenho da Figura Humana” em que a forma aparece diluída e ambígua, e a mensagem está carregada de tensão psicológica e com caráter fantástico. Os textos foram produzidos pelos alunos da turma B, do 12º ano, na disciplina de Português. Constituem uma interpretação livre das imagens - desenhos observados.

Escola Secundária Camilo Castelo Branco, 2019


Clรกudia Nunes

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As intermitências da morte O sonho é a morte do Homem. É no espreguiçar dos dias que nasce, nado-morto. Sufoca a mão dormente na sua beleza opaca que ofusca a realidade. É terra infértil onde jaz, impiedosamente, o cadáver da vontade. Há olhos que o vão carpindo, é certo. Mas lágrimas nunca ressuscitaram ninguém.

Anabela Alves Gonçalo Sabrosa Nádia Silva Nelson Peixoto Sara Moura Carreta

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Adriana Santos

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Não sei quem sou... O meu rosto é turvo, A minha alma colapsou.

Estou perdido. Mesmo que me encontre Sei que vou ser esquecida.

Não sei quem sou... Olho o espelho E não me vejo Dentro de mim não me acho.

Não sei quem sou... Tiraram-me o ser Que vivia dentro de mim Hoje, apenas Espero pelo fim.

Não sei quem sou... Moldada pelo que me rodeia, A mim própria sou alheia.

Não sei quem sou Serei alguém? Agora sei Não sou ninguém.

Não sei quem sou...

Alice Varela António Lousada Joana Pinto Juliana Semblano Tiago Koehnen

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Juliana Gomes

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Viro, respiro, viro as costas a mim. Urze forçada numa sociedade adulterada Aspiro à minha existência de cravo mascarada. Fecho o olhar, mergulho na cerração, anseio a madrugada da minha salvação. Procuro os fragmentos da minha identidade sou como a Lua, giro em torno do que querem que eu seja, não o que eu sou.

Perco-me, paradoxalmente vazia e completa. Dotada de um sem número de almas Paleta multicolor num universo monocromático. Espera, não olvides o que és nem o que tens de ser. Esboça esse teu sorriso pintado, limita-te a sobreviver. És mulher.

Leonor Novais Maria Teresa Novais Pedro Silva Sara Pinto

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Beatriz Costa

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Quem sou eu?

Sou um ser ativo? Ou adormecido? Sinto em mim uma divisão constante entre o bem e o mal, o certo e o errado… Vale a pena mostrar o meu melhor lado a toda a gente? Ou é preferível ser arrogante e protege-lo, para que ninguém lhe roube o brilho? Que caminho escolher? Esquerda ou Direita? É uma escolha difícil… Para tomar a decisão correta preciso de me encontrar, saber qual é a minha identidade, saber na realidade, quem sou eu… É difícil responder.

Ana Salgueiro Gabriel Fernandes Pedro Gomes Ana Salgueiro Gabriel Fernandes Pedro Jorge

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Lourenรงo Ribeiro

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Interrogações Quem sou eu? Serei o que realmente quero ser ou o que a sociedade impõe? E o que realmente quero? Vejo, ouço e imito. Chego a pensar onde estará a criança que fui outrora, que questionava sempre o que a rodeava, que era sonhadora e vivia intensamente. Agora cresci. Penso que perdi a minha individualidade. Sou apenas mais um elemento da sociedade, igual a todos os outros, com os mesmos objetivos e convicções. Sou o produto de um conjunto de influências alheias passadas de gerações em gerações, quer sejam elas vindas da família ou do exterior. Eu sou como um puzzle, em que as peças que me constituem são as exigências que me são impostas. Nenhuma dessas peças é minha. Fui moldada para encaixar no nosso quotidiano opressor e mecanizado em que tudo o que é diferente da maioria é visto como estranho, é olhado de lado, desprezado. Poucos se expressam como realmente querem. Eu não me expresso como em criança. Eu não sou eu. E tu? és tu?

Eva Melo Sara Barreira Margarida Penelas

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ร ndia Marques

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Beija, Voz, o cravo exangue

Beija, Voz, o cravo exangue Que só em teus lábios tem cor Cala, em teu grito, o silêncio… Vácuo ensurdecedor! Brota, da sombra ofuscada Pela luz outrora jazida, A vista de um cego que chora Regando a Flor ressequida. Nas mãos dos não armados Germina, rubra, a semente! Renasce a gente no cravo…; E renasce o cravo na gente!

Anabela Alves Gonçalo Sabrosa Nádia Silva Nelson Peixoto Sara Moura Carreta

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Lourenรงo Ribeiro

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Presas em liberdade Na sociedade em que nos encontramos atualmente, a mulher conquistou os seus direitos mais primordiais, mais básicos, naquela que é a luta pela igualdade de género e pela liberdade da mulher. Apesar de toda esta luta, os estereótipos continuam a existir e o que se esperava da mulher há 30 anos é o mesmo que se espera agora. A mesma mentalidade continua a passar de geração em geração. Mas afinal, o que pretendem de mim? Aquilo que eu sou é aquilo que eu quero ser ou aquilo que os outros querem que eu seja? Aquilo que eu faço, faço-o por mim ou porque é o que os outros esperam que eu faça? Desde pequenina, sempre me disseram para me sentar direita, para me arranjar. Disseramme que raparigas não jogavam à bola e que deviam brincar com bonecas. Que não podia falar alto, que devia ser sossegada, delicada e

paciente, e aceitar sempre aquilo que me dissessem. Mas porquê? Porque é que me deixei levar por todas estas “regras”? Esta mulher idealizada tornou-se o meu objetivo, aquilo que procuro atingir todos os dias, no cabelo penteado e na maquilhagem. Com estas pequenas coisas acabei por me afastar de mim, perdi-me e não sei quem realmente sou. Esta mulher perfeita fez crescer em mim inseguranças sobre o meu corpo, por me comparar constantemente ao inatingível. A frustração apoderou-se de mim. Comecei a não me sentir bem no meu corpo, comecei a odiá-lo, comecei a encontrar defeitos em todos os seus cantos. Tive vergonha dele.

Escola Secundária Camilo Castelo Branco, 2019


É uma luta conseguir sentir-me bem naquilo que sempre foi meu. É o meu corpo que me levanta todos os dias, é ele que me leva aos sítios às pessoas de que mais gosto. É o meu corpo que me deixa abraçar, beijar, é o meu corpo que me deixa amar os outros. Porque é que eu deixo que os estereótipos se atravessem na relação entre mim e o meu corpo? Fui eu que os deixei entrar ou estiveram lá desde sempre sem que eu desse pela sua

presença? A voz que oiço dentro de mim a criticar tudo o que digo e faço será que é minha ou dos outros? Como é que eu não dei pelo mal que ela me fazia antes? Há quanto tempo realmente lhe dou ouvidos e há quando tempo decidi que já não preciso da sua opinião? Porquê agora ter uma autoestima tão baixa em vez de me aceitar e amar como sou? Mas como posso amar-me e aceitar-me, se nem sei quem realmente sou e quem realmente pretendo ser?

Beatriz Rodrigues Catarina Morais Margarida Moreira Maria Inês Vaz

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Não se nasce leitor. Tornamo-nos leitores, mas o mais difícil é permanecermos leitores. Através do acesso facilitado a leituras significativas e de iniciativas diversificadas de carácter informal procurar-se-á incentivar o prazer de ler e formar leitores para a vida. Quadro Estratégico. Plano Nacional de Leitura 2027

O aprofundamento de competências gerais de literacia no nível secundário é […], a despeito do reconhecimento de uma maior segmentação, seletividade e focagem nos conteúdos específicos das disciplinas, essencial para o sucesso escolar dos alunos, o bom desempenho das escolas e um percurso pessoal que se pretende devidamente alicerçado em requisitos sólidos, em termos cognitivos, sociais e humanos. Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar [2017]

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