Benzin #2 - 2014 santarém

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Grupo de Trabalho de Jovens do Bloco de Esquerda de Santarém Mail: santarem@blocomail.com Facebook/blocodeesquerda.santarem Avenida dos Combatentes, 82 2005-150, Santarém Fotografia de capa por Leonor Almeida Edição e paginação por Filipa Carvalho Direcção por Bruno Góis


Índice

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O Valor da Edução Física na Escola Pública

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Artigo de Capa - Aquela caixinha de Pandora

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Cat Power - Um rosto feminino na música

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Galeria

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Notícias

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O Valor da Edução Física na Escola Pública Por Diogo Pereira

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valor da educação física e do desporto constitui uma referência civilizacional das sociedades contemporâneas. A nossa sociedade está estagnada no processo de aprendizagem deste valor. Por um lado, a percepção de que a actividade física é essencial para a saúde está cada vez mais disseminada; por outro lado, a mesma percepção esgota-se nos benefícios para a saúde, remetendo para um plano in-

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ferior dimensões essenciais ao desenvolvimento do individuo. A subvalorização do desporto e da disciplina de Educação Física decorre, em parte, desta visão incompleta. Existem inúmeros estudos que demonstram que alunos mais ativos, apresentam melhor desempenho académico, mais capacidade de trabalhar em equipa ou mais auto-estima. Aos responsáveis políticos pela Educação exigem-se políticas que se apoiem nestas evidências e que visem o interesse dos alunos e da comunidade. Neste contex-


to, as recentes políticas são desprovidas de qualquer base científica ou pedagógica, como a redução da carga horária de Educação Física e do tempo atribuído ao desporto escolar ou exclusão da disciplina para a média. No ensino secundário são menos 16horas anuais, o correspondente a um mês lectivo. Num país em que apenas 30% das pessoas praticam actividade física regular? Que Escola estão a (des)construir assim?

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Aquela caixinha de Pandora Abuso em Portugal

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Por Filipa Carvalho

oje em dia, cada vez mais podemos ouvir histórias de abusos de vários tipos. Uma banalização? Um aumento da ocorrência de abusos? Primeiro, há uma pergunta crucial: O que é o abuso? Existem vários tipos de abuso. Todos eles são graves e todos deixam sequelas nas suas vítimas, por vezes alterando as suas vidas para sempre.

Para sempre. Este pode ser físico ou psicológico (conheces a frase “it’s funny ‘cause she’s fat”?) e pode envolver desde insultos ou difamações até agressões físicas, incitação ao suicídio ou tentativas de homicídio. Sim, assim tão grave!

Em suma, o bullying é parte de qualquer tipo de abuso que seja infligido a crianças ou jovens por parte de amigos, colegas, entre outros, e que tenha “Isso são coisas de miúdos” - influência na vida quotidiana O bullying da vítima. Quantas vezes já ouvimos esta frase? Na verdade, embora seja muitas vezes tomado como “coisas de miúdos”, o bullying é um tipo de abuso grave, que deixa grandes marcas na vida de quem o sofre. 5 BEnzin 2ª edição


O bullying NÃO É uma coisa de miúdos! Bullying é crime. “Eu pensei que era consentido” - abuso sexual O abuso sexual é um dos mais graves grupos de abusos, sendo um dos que deixa mais traumas e problemas psicológicos nas vítimas. Um abuso sexual não se resume apenas a sexo não consentido: é abrangente a qualquer tipo de acto sexual forçado, mesmo o simples acto de obrigar alguém a tocar as partes íntimas de outros. Por vezes tentamos entender este tipo de acções como brincadeiras. No entanto, quando isso boa causa desconforto e somos obrigados a fazê-lo estamos perante uma situação de abuso sexual.

nem drogas, nem o facto de a vítima ter “dado sinais de que queria”. Não é não, ponto final. Todos temos direito a controlo total sobre o nosso corpo, não há nenhum tipo de obrigação legal ou moral que obrigue a ceder comportamentos sexuais a outra pessoa, seja só que motivo for. “Entre marido e mulher...” Violência doméstica Entre marido e mulher não se mete a colher. Cada um sabe como educa os seus filhos.

São ideias desactualizadas como estas que continuam a Não existem desculpas para abrir caminho a situações de o abuso sexual: nem o álcool, violência doméstica. 6 BEnzin 2ª edição


Um mito: a violência doméstica só acontece quando o marido bate na mulher. FALSO! A violência doméstica pode ser exercida por qualquer membro do agregado familiar sobre qualquer outro membro. Marido para mulher, mulher para marido, sobre os filhos, sobre os pais, sobre os avós. A violência doméstica pode incluir, além de violência física, insultos, negligência, isolamento da vítima ao exterior, difamação, ameaças, entre outras. Este tipo de abuso é difícil de denunciar, pois tudo acontece entre quatro paredes e, devido aos laços familiares e ao medo, é comum a vítimas não quererem denunciar ou ter demasiado medo.

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Sou uma vítima de abusos ou conheço quem seja. O que faço? Se és vítima de abusos, denuncia! Não há medo nenhum que possa manter a tua vida aprisionada a uma situação abusiva. Hoje em dia existem vários programas de apoio e protecção a vítimas de abuso. No entanto, o primeiro passo é sempre a denúncia. Seja na escola, numa associação ou directamente na PSP pede ajuda e denuncia a tua situação. Se conheces alguém que é vítima de abusos, lembra-te que maioritariamente os abusos são crimes públicos ou semi-públicos, daí que podes denunciar estas situações sem o consentimento da vítima. No entanto, é sempre preferível falar com a pessoa primeiro e tentar levá-la a falar com a PSP. 8 BEnzin 2ª edição


Cat Power - Um rosto feminino na música Ela é já um dos nomes afirmados da dream pop norte-americana. Com uma carreira longa e extensa feita de altos e baixos, editou o ano passado o aguardado “Sun” , que revelou ser um verdadeiro sucesso. Falamos de Cat Power, para ler hoje no Som à Letra. Por André Lucas

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han (pronunciado “Shawn”) Marshall nascida a 21 de Janeiro de 1972, ingressou na música desde muito cedo aos 18 anos formando a sua própria banda de nome Cat Power, construindo uma reputação sólida na cena musical de Atlanta (sua cidade natal). Mais tarde decidiu adoptar esse mesmo nome para a sua carreira a solo.

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Em 1992 faz as primeiras partes de Liz Phair em Nova Iorque , o que chamou a atenção de músicos como Tim Foljahn e Steve Shelley (dos Sonic Youth) que a ajudaram a produzir o seu primeiro disco “Dear Sir” , lançado pela Plain Records em 1995. O segundo disco “Myra Lee” foi lançado pela editora de Shelley, Smells Like Records no início de 1996 com material inutilizado das sessões do primeiro disco. O interesse do público foi crescendo até que Marshall assina pela editora Matador Records e o seu terceiro dis-


co , “What Would The Community Think”, surge no final de 1996. Enquanto Cat Power se tornava convincente ao vivo e pelos temas envolventes, era também conhecida pelas suas actuações problemáticas, parando temas a meio ou simplesmente fazendo monólogos, sentia-se muitas vezes desconfortável em frente da audiência e os ataques de pânico eram frequentes. Em 1997 decide desistir da música, mas após um período continuo de insónias seguido de pesadelos, levou-a a gravar o seu seguinte disco “Moon Pix” de 1998. Em 2000 lança “The Covers Record” um disco que contém versões de Bob Dylan, Rolling Stones, Velvet Underground entre outros. No início de 2003 saiu “You Are Free” um disco com um som mais coeso e sólido, com participações especiais de Eddie Vedder e Dave Gröhl. Em 2005 lança “The Greatest” um disco influenciado pela soul e R&B, em 2006 parte em tourneé para promover o álbum, mas logo no início a mesma é cancelada devido aos problemas de alcoolismo de Marshall tendo a mesma dado entrada de livre vontade numa clínica de reabilitação. Em 2008 lança “Jukebox” outro disco de versões de Billy Holliday, James Brown e Joni Mitchell. Em Setembro do ano passado lançou o seu mais recente disco “Sun”, com Cherokee como single de apresentação.

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Notícias BEnzine Sabes o que tem sido feito no teu concelho?

BE defende utilização das ex-instalações do Jumbo em Santarém para a prática desportiva in O Mirante, 23 de Outubro de 2014

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Bloco de Esquerda de Santarém anunciou que vai defender nas reuniões de preparação do orçamento municipal para 2015 que a Câmara de Santarém encete negociações com a empresa proprietária do Retail Park da cidade visando a utilização, para a prática desportiva, das instalações devolutas onde funcionou o hipermercado Jumbo. “Santarém tem uma elevada carência de espaços desportivos, essa carência tem dificultado a progressão das associações desportivas e em particular da cidade. As crianças e os jovens estão a ser prejudicados no acesso à prática desportiva”, justifica Vítor Franco, do Bloco

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de Esquerda, acrescentando que “só o enorme esforço e carolice dos dirigentes desportivos locais, assim como dos pais das crianças que praticam desporto, consegue manter as actividades desportivas tão necessárias e úteis à juventude”. O mesmo dirigente refere que se trata de “um espaço enorme, com um pé direito bastante razoável, que pode ser utilizado para a prática de várias modalidades em simultâneo”. E adianta: “os clubes teriam, assim, possibilidade de conseguir realizar os treinos necessários às suas equipas.


Presidente da Câmara fala em cortar linha férrea, Bloco desafia-o a passar aos atos In O Ribatejo, 23 de Outubro de 2014

O Bloco de Esquerda apela publicamente à Câmara de Santarém para convocar uma manifestação para o dia e hora da reunião com o Governo, anunciada pelo Presidente da Câmara, sobre a estabilização das barreiras de Santarém. Esta posição surge na sequência da sessão realizada na sexta-feira pelo Centro Cultural Regional de Santarém, em que “as pessoas presentes, incluindo o próprio Presidente da Câmara, mostraram-se disponíveis para formas de luta mais avançadas, pelo que o Bloco considera que é hora de passar das palavras aos atos e convocar uma manifes-

tação. De sublinhar que o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves contou que o seu companheiro de partido Carlos Marçal, presidente da União de Freguesias de Santarém, já o desafiou para um dia destes ambos entregarem o cartão do partido e depois irem cortar a linha do comboio em Santarém com a ajuda dos munícipes. O Bloco convida publicamente a Câmara a organizar uma manifestação de scalabitanos no dia e hora dessa reunião com o Governo em Lisboa. Para tal, “a Câmara deveria dispensar os seus funcionários não imprescindíveis às funções mínimas para participarem no protesto, e a sociedade civil e os partidos mobilizar-se-iam igualmente para levar gente”. No espírito da moção aprovada no mês passado por unanimidade na Assembleia Municipal, o Bloco defende que “todas as forças políticas representadas na Assembleia Municipal de Santarém devem estar presentes nessa delegação que reunirá com o Governo”. 14 BEnzin 2ª edição



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