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para que eu fosse lá e os tomasse, convidando-me e implorando, enquanto algumas garotas choravam. O cheiro de sangue estava tão denso quanto a fumaça no ar. Carne, carne e carne. E, no entanto, por toda parte, a dócil inocência, a fé insondável de que aquilo era arte, nada mais do que arte! Ninguém seria ferido. Era segura, aquela esplêndida histeria. Quando eu gritava, pensavam que era o sistema de som. Quando eu pulava, pensavam que era um truque. E por que não, uma vez que a magia caía sobre eles de todos os lados e eles podiam trocar a nossa carne e nosso sangue pelos enormes gigantes brilhantes nas telas acima de nós? Marius, eu gostaria que você estivesse aqui para ver isso! Gabrielle, onde está você? Os versos saíam em profusão, cantados agora em uníssono por toda a banda. O adorável soprano de Biscoito Doce elevando-se acima dos outros, antes que ela girasse a cabeça em círculos, os cabelos caindo pesadamente até tocar as tábuas diante de seus pés, sua guitarra tendo contrações espasmódicas e lascivas como um falo gigante, enquanto milhares e milhares batiam pés e aplaudiam em uníssono. — ESTOU LHES DIZENDO QUE SOU UM VAMPIRO! — gritei de repente. Êxtase, delírio. — EU SOU O MAL! O MAL! — Sim, sim, sim, sim, SIM, SIM, SIM. Estiquei os braços, as mãos curvadas para cima: — QUERO BEBER SUAS ALMAS! O motoqueiro cabeludo e de jaqueta de couro preto recuou, chocando-se com aqueles que estavam atrás dele, e pulou no palco ao meu lado, com os punhos acima da cabeça. Os seguranças estavam prestes a se engalfinhar com ele, mas eu


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