Coração Perverso – Starcrossed Vol 03 – Leisa Rayven

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tensão às minhas já sobrecarregadas glândulas adrenais. A essa hora da noite, a atmosfera na região da Broadway é elétrica. Há milhares de pessoas deixando os teatros, rindo, encantadas, tomadas pela magia que só o teatro é capaz de transmitir a alguém. Liam e eu nos esquivamos e serpenteamos através da multidão, mas não tenho ideia de para onde estamos indo. Depois de um tempo, ele desiste de tentar me orientar tocando minhas costas e segura a minha mão para me mostrar o caminho. Seus dedos são quentes e ásperos, e a sensação da minha mão na dele é tão familiar que chega a ser bizarro. — Aonde estamos indo? — pergunto. Ele olha para mim e sorri. — Isso importa? Racionalmente, entendo que deveria ser cautelosa porque sei tão pouco sobre ele, mas por alguma razão me sinto segura. Tudo sobre ele é novo e conhecido ao mesmo tempo. É como se uma melodia tivesse soado na minha cabeça durante toda a minha vida e, graças a ele, agora ela tivesse letra. Depois que passamos pela confusão da praça principal, descemos alguns poucos quarteirões e seguimos na direção do rio. Por fim, ele para em frente a uma porta em formato de calçadeira, que fica entre um brechó e uma tinturaria. — Eu moro neste prédio — diz ele, e acaricia a palma da minha mão com o polegar. — Meu apartamento é pequeno e antigo, mas… quer subir? Encaro a porta encardida. — Eu preciso? Ele ri. — Claro que não. Eu só… — Ele dá um passo na minha direção e eu prendo a respiração. — Ainda não quero dizer boa noite. Não tenho álcool no meu apartamento, mas tenho leite e biscoitos. E se você for boazinha, levo você ao meu jardim no telhado. — Isso é um eufemismo? — Estou surpresa com a rouquidão da minha voz. Pela forma como Liam parece hipnotizado pelos meus lábios, acho que ele gosta desse tom. Ele se inclina na minha direção e eu pressiono meu corpo contra a porta. — É o que você disser que é. — A voz dele faz minha pele se arrepiar. — Ainda que eu suba com você, Liam, mantenho minha afirmação sobre não dormirmos juntos. O canto de sua boca se contorce, mas ele não sorri. — Sem problemas. Ponho minha mão em seu peito. — Estou falando sério. Ele olha para a minha mão e, em seguida, a cobre com a dele, pressionandoa em seu peito. Minha respiração acelera. A dele também. — Não vou levá-la lá para cima para seduzi-la, Elissa — diz Liam, enquanto acaricia levemente meus dedos. — Apesar de ter certeza de que conseguiria. — Uau. Quanta arrogância. — Ele me dá um sorriso sensual, e eu estreito meus olhos. — Você não acha que posso resistir a você? Liam põe a mão na parede ao lado da minha cabeça e se aproxima. Ponho


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