Beit Chabad do Paraná
anos
Edição comemorativa Tishrei, 5773 / Setembro, 2012
Providência Divina Saudações e Bênçãos, 25 de Elul, 5735 (1975)
Recebi sua carta relacionada com a aproximação
O conceito de “Divina Providência” é mais facilmente
do novo ano, bem como uma cópia da carta
compreendido
anterior. Como foi solicitado, eu me lembrarei
Hashgachá
de você e de sua família, bem como daqueles
pois Hashgachá significa cuidadosa vigilância,
mencionados em sua carta, em prece, para a
razão pela qual o termo Hashgachá também é
realização dos desejos de seus corações para o
usado em conexão com as leis de cashrut [leis
bem.
dietéticas judaicas], onde cada detalhe precisa
no Peratit
termo
original
[supervisão
hebraico, individual],
ser cuidadosamente supervisionado. Uma outra Com referência às suas dúvidas e à dificuldade
tradução que às vezes é usada para Hashgachá
de tomar decisões e sobre um sentimento de
Peratit, ou seja, “supervisão”, não é inteiramente
insegurança
para
confiar
nas
pessoas em geral, não é preciso eu me alongar muito para dizer que este tipo de sentimentos surge quando alguém pensa que está sozinho, que pode apenas confiar em si mesmo e em seu próprio julgamento e, portanto, sentese incerto e inseguro sobre cada passo que precisa dar. Embora ele
também
confie
em
D’us,
essa confiança de certa forma é
“E spera em D’ us ; S ê forte e fortalece teu coração e esperança em D’ us ”
satisfatória neste caso, porque supervisão
implica
“visão
de
cima”, ou seja, olhar do alto, ao passo que Hashgachá no sentido da vigilância de D’us significa conhecer todos os assuntos, por dentro e por fora, completamente. A crença nesta Hashgachá Peratit é fundamental em nossa religião e modo de vida, a tal ponto que, antes de cada novo ano e durante o início do ano, recitamos duas
superficial e não está imbuída nele, em todos os detalhes de sua maneira de viver; e
vezes ao dia o Salmo 27: “D’us é minha luz e
apenas em determinados dias, como as Grandes
minha salvação, a quem temerei? D’us é a força
Festas, ele se sente mais próximo de D’us.
da minha vida, de quem terei medo?” Por isso vemos que, mesmo que as coisas não ocorram
Porém quando a pessoa tem uma profunda fé
como desejadas, segundo os cálculos humanos,
em D’us e quando reflete que a benevolente
e mesmo que pareça que, segundo a Torá, deveria
Providência Divina se estende a todas as pessoas,
ser diferente, um judeu ainda coloca sua confiança
e a todo e cada detalhe, e a todo e cada minuto,
em D’us, como conclui o Salmo: “Espera em D’us;
certamente ele desenvolve um profundo senso de
sê forte e fortalece teu coração e esperança em
segurança e confiança.
D’us.” [2]
Em outras palavras, às vezes é necessário ser
Kviat Ittim (horários estabelecidos) para o estudo
forte e fortalecer o próprio coração para atingir
de Torá implicam não apenas no tempo, mas
plena confiança em D’us, mas há também a
também na alma.
promessa de ser capaz de consegui-la. Possa D’us conceder que você tenha boas notícias para relatar sobre o que foi dito acima.
O que foi dito acima vem mais facilmente quando se fortalece a aderência à Torá e às mitsvot [mandamentos] na vida diária. Não importa o
Desejando a você e todos os seus um Kesivo
quão satisfatório isso possa ser a qualquer
VeChasima Tovo [que você seja inscrito e selado
tempo, sempre há espaço para aperfeiçoamento
para o bem], para um ano novo bom e doce.
em todos os assuntos de bondade e santidade, Torá e mitsvot, que são infinitos, sendo derivados do Infinito. Na verdade, estou contente por notar que, apesar das suas dúvidas, você dedica tempo e esforço para ser útil em seu campo, e que D’us conceda que seja com Hatzlocho (sucesso), especialmente por isso não interferir com períodos regulares de estudo diário de Torá. Nesta conexão, cabe lembrar as palavras do Alter
Rabi Menachem Mendel Schneerson
Rebe, o fundador de Chabad, que verdadeiro
7º Rebe do Chabad [3]
Mensagem sempre somar. De tudo o que vi e com aqueles que convivi nestes últimos oito anos, durante os quais mais de perto tenho acompanhado as atividades do Beit Chabad, todas as suas ações tendem a sedimentar o objetivo principal, que é a manutenção e o fortalecimento da vida e da identidade judaica, mantendo viva a religião e intensificando cada vez mais o respeito a ela. F rancisco G rupenmacher Presidente do Beit Chabad Paraná
Sempre foi motivo de reflexão para mim o motivo pelo qual um casal viria de longe para uma missão
Como a maioria da comunidade israelita de Curitiba
tão difícil. Por que, mesmo depois de estar aqui
a idéia da vinda de um casal de religiosos me
por 30 anos, após ter criado seus filhos, ainda
pareceu, em um primeiro momento, estranha, algo
assim aqui permanecer, trazendo outros jovens de
fora de nossa realidade, pois já tínhamos sinagoga,
longe, para também transmitirem ensinamentos,
clube, escola etc. Como sempre participei
exemplos,
intensamente de atividades comunitárias tendo,
ajuda aos necessitados físicos e espirituais,
inclusive, frequentado e atuado em todos esses
orientar jovens e membros da comunidade
ambientes, além dos movimentos universitários,
afastados? Qual a razão de continuarem a
pensava que a atividade do Beit Chabad não se
contribuir para que as gerações atuais e futuras
adequaria ao perfil de nossa comunidade.
de nossa comunidade não apenas preservem
conselhos,
explicações,
conforto,
nossa herança, mas progridam no sentido de se Sempre entendi que o ambiente judaico de nossa
melhorarem espiritualmente como seres humanos
comunidade já estava completo, tendo todas
e judeus?
as minhas necessidades atendidas. Naquela oportunidade me questionei se não teriam vindo
Nestes 30 anos, a comunidade de Curitiba
para atender aqueles que não frequentavam
pôde aprender a importância do trabalho do
quaisquer dos ambientes comunitários.
querido casal, Rabino Fitche e Tila, assim como o de sua comprometida família, valorizando o e,
desprendimento com tudo o que o realizem
principalmente, a partir dos filhos, comecei a
e, como eu, que no princípio estranhava e não
compreender o porquê e o que o Beit Chabad fez,
entendia o porque de terem começado aqui
faz e pode ainda fazer por todos nós.
este movimento, agora admira e torce para que
Anos
depois,
já
casado,
com
filhos
continuem por mais 30, 60 anos, ou até quando D ‘us permitir.
O que mais aprendi é que o Beit Chabad vem
[4]
Editorial que este momento, este espaço, este canto seja unicamente para Mim.” Temos o prazer de oferecer esta revista para recordar momentos de que todos fazem parte, nos
quais
juntos
comemoramos
e
juntos
vibramos com amor a D’us e às tradições da nossa Torá. Ocasiões quando fomos ligados à eternidade de D’us fortalecendo uns aos outros e contribuindo para uma continuidade judaica mais próspera. Nesta edição comemorativa também compartilhamos histórias e depoimentos de fé e coragem, identidade e orgulho judaico, Divina R abino
yossef e
T ila D ubrawsky
Providência e amor ao próximo, escritos por pessoas que moram em Curitiba; ou que aqui se criaram ou que por aqui passaram.
O Beit Chabad do Paraná comemora 30 anos de atuação com profundo sentimento de gratidão a Hashem por todas Suas dádivas e pelo privilégio
É motivo de muito orgulho presenciar tantas
de poder, em parceria com vocês, queridos
pessoas e famílias determinadas a abrir um espaço
amigos e colaboradores, fazer parte do grande
único para D’us e acrescentar mais um passo
exército espiritual do Rebe de Lubavitch, que foi
na sua observância judaica, aqui em Curitiba.
incumbido com a missão de trazer o conhecimento
E também acompanhar uma segunda geração,
Divino a todos os lugares do mundo. É grande
filhos dos nossos alunos (nossos filhos espirituais),
o nosso reconhecimento para todos os que nos
crescendo com alegria e comprometimento com
apoiaram, incentivaram e deram condições para
os valores do judaísmo em diversos lugares do
juntos chegarmos aonde chegamos.
mundo. Isso traz à mente as palavras do Salmista “e tu verás filhos nascerem para teus filhos;
“Abra para mim o tamanho da ponta de uma
paz haverá sobre Israel.” Certamente D’us nos
agulha e Eu abrirei para vocês os mais expansivos
atenderá com amplitude, abençoando a todos
corredores do Grande Salão (do templo)”. Os
com o melhor em saúde, nachat e prosperidade e
nossos Sábios dizem que D’us nos pede apenas
que, no mérito coletivo, venha a tão almejada paz
uma coisa. “Eu não lhe peço para mudar toda sua
universal, com Mashiach.
vida; apenas quero que abra uma frestinha como o olho da agulha. Dedique a Mim um momento,
Que todos sejamos escritos e selados para um
um espaço, um canto de sua vida. Apenas peço
ano novo bom e doce!
[5]
E dição
comemorativa aos 30 anos de fundação do B eit C habad do P araná
Providência Divina Carta do Rebe.......................................................................2 Mensagem Carta do Presidente do Beit Chabad Paraná.............................4 Editorial.. Rabino Yossef e Tila Dubrawsky...............................................5 Quem Somos.............................................................................7 O Rebe...................................................................................10 Chabad Lubavitch Hoje..........................................................15 Prática Judaica Campanha das Mitsvot..........................................................17 “Akeret Habayit” - Alicerce do Lar...........................................22 Atuação do Chabad na Comunidade Arte, Criatividade e Tecnologia a Serviço do Judaísmo............26 Ganenu é Educação Judaica Infantil de Qualidade...................29 Chabad Curitiba Leva Mais Judaísmo a Florianópolis...............32 Há 18 Anos Ajudando a Manter a Tradição Judaica.................34 Juventude...........................................................................36 Triunfo do Espírito..................................................................40 Talmud em Português.............................................................38 Aulas e Atividades Que Agitaram os Últimos Cinco Anos............42 Imagens que Marcaram os 30 Anos.......................................50
Expediente Coordenação Rabino Yossef Dubrawsky Tila Dubrawsky Secretária Silvia Kozminski Conteúdo Rabino Mendel Labkowski Rabino Mendel Stolik Jornalista Responsável Katia Aguiar [MTB 40152] Edição e Redação Frances Baras Katia Aguiar Sara Burstein Tila Dubrawsky Revisão Blima Lorber Kutzi Segall Sara Burstein Szyja B. Lorber Diagramação Katia Aguiar Gráfica Ajir Artes Gráficas e Editora Ltda
Chabad: Luz Para Vidas Vidas Tocadas pelo Beit Chabad do Paraná............................77 Chabad, Sua Casa Longe de Casa Histórias de Brasileiros Acolhidos ao Redor do Mundo..........104 Diretoria da Associação Israelita de Beneficência “Chabad Lubavitch” - Beit Chabad do Paraná Diretor: Rabino Yossef Itzchok Dubrawsky Colel: Rabino Menachem Mendel Labkowski Juventude: Rabino Menachem Mendel Stolik
Tiragem 1.500 exemplares Fontes de alguns textos pt.chabad.org Fotos Arquivo Beit Chabad Eida Labkowsky Paulo Mendel Kulisz Sergio Weishof Tzivia Stolik
Presidente: Francisco Grupenmacher 1º Vice Presidente: Bernardo Rzeznik; 2º Vice Presidente: Ari Zugman 1º Secretario: Kutzi Segall; 2º Secretario: Sara Burstein 1º Tesoureiro: Vitor Ricardo Hertz; 2º Tesoureiro: Flavio Barbalat Conselho Fiscal: Ismar Strachman, Jaques Rigler, Jackson Kupper Patrimônio: Julio Zugman, Moyses Becher, Salomão Figlarz Educação e Cultura: Eida Labkowski, Tzivia Stolik Eventos: Tila Dubrawsky, Lílian Zugman, Thatiana Wencik Divulgação e Relações Públicas: André Segall, Szyja Lorber [6]
Arte páginas 35-42 Vitor S. Milder Beit Chabad do Paraná Rua Alferes Ângelo Sampaio, 370 Água Verde 80250-120 - Curitiba/PR 55 41 3023-1398 www.chabadcuritiba.com
Quem Somos
Da
direita para esquerda
R ebe R ayátz , R ebe R ashab , A lter R ebe , T sêmach T sêdec
O Chassidismo
e o
R ebe .
O Movimento Chabad-Lubavitch
Fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal Shem Tov, há dois séculos e meio, o Chassidismo espalhou-se rapidamente pelo mundo judaico.
Chabad-Lubavitch é uma filosofia, um movimento,
O Baal Shem Tov ensinava que o judaísmo e a
uma organização. A palavra “Chabad” é um
Torá são propriedades de todos os judeus; que
acrônimo em hebraico para as três faculdades
cada um, independentemente de seu status ou
intelectuais
de suas qualidades pessoais, está perfeitamente
(compreensão) e daat (conhecimento). Ensina o
capacitado a servir a D’us.
entendimento e o reconhecimento do Criador, o
de:
chochmá
(sabedoria),
biná
papel e o propósito da Criação, e a importância e A devoção, enfatizava ele, é vital para uma
a missão singular de cada criatura. Esta filosofia
vida plena - e o potencial religioso da devoção
orienta a pessoa a refinar e a governar cada
é
ação e sentimento por meio destes três atributos
incalculável.
Prazer
e
entusiasmo
no
intectuais.
atendimento aos desejos de D’us, calor e afeto no relacionamento com os outros - essas se tornaram as marcas de identificação do Chassidismo.
Lubavitch, “A Cidade do Amor Fraterno”, era uma [7]
Quem Somos
Liderança
pequena cidade no condado de Mohilev, Rússia Branca, e seu nome transmite a essência da responsabilidade e do amor engendrados pela
O movimento é guiado pelos ensinamentos de
filosofia Chabad por todo e cada judeu. Tornou-se
seus sete líderes (Rebes), começando com Rabi
a residência dos líderes do Movimento Chabad-
Shneur Zalman de Liadi, de abençoada memória
Lubavitch em 1814, quando Rabi Dovber, filho e
(1745-1812). Esses líderes tornaram acessíveis os
sucessor do fundador do Movimento, Rabi Shneur
mais refinados e delicados aspectos do misticismo
Zalman, estabeleceu-se no local. Por mais de
judaico, criando um corpo de estudo composto
um século (até 1916) e por quatro gerações de
por milhares de livros. Eles personificaram as
líderes Chabad-Lubavitch, ela permaneceu como
milenares qualidades bíblicas de piedade e
o centro do Movimento. Assim, os líderes de
liderança, preocupando-se não apenas com
Chabad-Lubavitch tornaram-se conhecidos como
Chabad-Lubavitch, mas com a totalidade da vida
“Lubavitcher Rebes” e seus Chassidim como
judaica, física e espiritual. Nenhuma pessoa ou
“Lubavitcher Chassidim”.
detalhe era pequeno ou insignificante demais para seu amor e dedicação.
A Filosofia
Fundadores do Chassidismo
Chabad enfatiza a importância em cumprir para
O Báal Shem Tov –
si mesmo e transmitir para os outros a beleza e a
O Mestre do Bom Nome
profundidade do estilo de vida baseado na Torá.
Rabi Yisrael Ben Eliezer
A virtude da filosofia Chassídica Chabad é que ela
(1698-1760)
não se esgota com ensinamentos teóricos, mas
Fundador do Chassidismo.
motiva e induz aqueles que a estudam a traduzir seu conhecimento intelectual em ações práticas. Os líderes de Chabad-Lubavitch, com sua grande influência no campo espiritual, dedicavam sua
O Maguid de Mezeritch
atenção para as condições gerais da comunidade
Rabi DovBer
judaica, motivados pelo ilimitado Ahavat Yisrael,
(? – 1772) .
que é uma de suas molas mestras. Amar um
Discípulo do Báal Shem Tov e professor
companheiro judeu significa amá-lo completa e
de
incondicionalmente. Assim, o seu trabalho tinha
Rabi
Shneur
Zalman
de
Liadi.
Fortaleceu o chassidismo de seu mestre,
um propósito duplo - melhorar as condições
ancorando-o firmemente no pensamento
materiais do povo, assim como seu padrão
e na prática judaicas.
espiritual.
[8]
Os Rebes do Chassidismo Chabad 1º Rebe: O “Alter Rebe”
5º Rebe: O “Rebe Rashab”
Rabi Shneur Zalman de Liadi
Rabi Shalom DovBer Schneersohn de Lubavitch
(1745-1812)
(1860-1920)
Conhecido como “O Rav” e autor do Tanya; fundador da linha
Devotou-se ao futuro da nação
Chabad-Lubavitch
judaica,
do
Movimento
discípulo
dentro Chassídico;
do
Maguid
envolvendo-se
em
educação em todos os níveis.
de
segundo filho do Rebe Maharash e
Mezeritch e pai do Mitteler Rebe.
pai do Rebe Rayatz.
2º Rebe: O ”Mitteler Rebe” Rabi DovBer de Lubavitch
6º Rebe: O “Rebe Rayatz”
(1773-1827)
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn (1880-1950)
Conhecido pela amplitude e profundidade de seus ensinamentos e seu incrível amor por
Nascido no coração do Comunismo, lutou
todos os judeus. Dedicou sua vida ao serviço
pelo Judaísmo na Rússia em
da comunidade espiritual e fisicamente. Filho
todas as frentes, assegurando
e sucessor do Alter Rebe, e tio e sogro do
a sobrevivência do Judaísmo
Tsêmach Tsêdec.
no Velho Mundo. Estabeleceuse nos Estados Unidos, onde
3º Rebe: O “Tsêmach Tsêdec”
revolucionou
Rabi Menachem Mendel Schneersohn
Judaísmo
(1789-1866)
e
para
reinventou o
Ocidente.
o Conhecido
também como “o Rebe Anterior”; filho único do Rebe Rashab, e sogro do Rebe.
Conhecido pelo título de seu livro de respostas haláchicas; sobrinho e genro do Mitteler
7º Rebe: O Rebe
Rebe e pai do Rebe Maharash.
Rabi Menachem Mendel Schneerson
4º Rebe: O “Rebe Maharash”
(1902-1994)
Rabi Shemuel Schneersohn de Lubavitch (1834-1882) Em
sua
curta
liderança,
fortaleceu
a
Chassidut, combateu o antissemitismo e preparou o terreno para o alcance mundial do Chabad. Filho mais novo do Tsêmach Tsêdec e pai do Rebe Rashab. [9]
O Rebe Em cada geração existe um Moisés. Na nossa,
A idéia de uma Redenção Universal, introduzida
é o Rabino Menachem Mendel Schneerson
por um líder global chamado Mashiach, “o
conhecido como O Rebe. Na sua época, Moisés
ungido”, é um princípio básico da fé judaica.
recebeu a incumbência Divina de redimir um
O judeu acredita que o mundo criado por D-us
povo das garras da escravidão e elevá-lo a um
possui o potencial para refletir completamente
estágio de liberdade plena, cujo ápice foi atingido
a infinita bondade e a perfeição do seu Criador. E o judeu acredita que a realização desse
na Outorga da Torá, no deserto. Nos
objetivo é o propósito para o qual sua
tempos atuais, o Rebe nutriu um
alma foi colocada num corpo físico
povo devastado pelas garras
e recebeu uma vida na Terra.
do nazismo e do comunismo e estendeu os conceitos autênticos de liberdade
O Rebe muitas vezes citava
a cada ser individual-
o grande sábio Maimônides,
mente, sem exeções.
que há mais de 800 anos,
O deserto espiritual da
dizia: um simples ato, uma
humanidade começou a
única palavra, apenas um
mostrar vida e se tornou
pensamento, tem o poder
evidente a presença de
de
em
as
balanças
e trazer redenção a este
muita energia positiva, curiosidade
inclinar
mundo. O Rebe explicou:
revelar
como a natureza básica de
as dimensões desconheci-
nosso mundo é perfeita e boa, toda
das do Universo e um desejo
ação do bem é real e permanente,
palpável para transformar este
enquanto que toda a negativa é somente
mundo em um lugar melhor.
aquilo – um fenômeno negativo, um vácuo Em praticamente cada palestra que o Rebe
esperando para ser dissipado, a escuridão na
proferiu, cada carta que escreveu e cada diretiva
espera da luz.
que emitiu, o tema, o encerramento e o objetivo eram: a vinda de Mashiach e como alcançar a
Não importa quão escuro o mundo possa parecer
Redenção. Trazer o Céu para a Terra que será
ou sentir, a luz está apenas a uma única ação
banhada pela sabedoria e pela bondade de seu
de distância. O Rebe viu isso e partilhou essa
Criador, um mundo sem ódio nem ganância, livre
visão conosco. Se abrirmos nossos olhos a essa
de sofrimento de discórdia. Nada menos que isso.
realidade, traremos redenção a este mundo. Hoje.
[10]
Biografia Nascimento e Infância
sala e estava ouvindo com atenção.
Em 1900, Rabi Levi Yitschac
O convidado notou a expressão concentrada
Schneerson, renomado pela
no rosto do menino. "Ele entende o que
sua
estamos dizendo?" perguntou. Com um olhar de
erudição
talmúdica,
conhecedor, o pai replicou: "É impossível saber."
haláchica e em Cabalá casouse
com
Rebetsin
Chana de
O Rebe teve um grande exemplo e uma forte
prestigiosa,
influência de seus pais durante sua vida. Seu
cujo pai, Rabi Meir Shlomo, era rabino da cidade
pai, Rabi Levi Yitschac, agia com raro grau de
de Nicolaiyev, Ucrânia.
dignidade e coragem para sustentar e fortalecer
Yanovski, família
aristocrática,
rabínica
o judaísmo sob o regime comunista. Ao seu No dia 11 de Nissan (18 de abril de 1902), nasceu
lado contava sempre com a grande coragem e
seu primeiro filho, bisneto do terceiro Rebe de
abnegação de sua esposa, Rebetsin Chana, mãe
Lubavitch, seu homônimo. Menachem Mendel
do Rebe, que não poupava esforços colocando
(foto).
sua vida em risco, para que seu marido pudesse continuar
escrevendo
suas
obras
sagradas.
Seu pai, Rabi Levi Yitschac, era bisneto de Rabi
Rabi Levi Yitschac foi preso e exilado no vilarejo
Baruch Shalom, o filho mais velho do Tsemach
distante de Chi li, na Ásia Central. Como resultado
Tsedec (terceiro Rebe de Chabad-Lubavitch e neto
dos seus sofrimentos, faleceu no exílio, na cidade
do fundador do Movimento, Rabi Schneur Zalman,
vizinha de Alma Ata, em 20 de Menachem-Av,
o Alter Rebe) e Rabino-Mor de Yecatrinoslav
1944, aos 66 anos.
(Dniepropetrovsk), de 1907 a 1939.
Casamento Desde a infância, o Rebe mostrava prodigiosa inteligência e logo teve de deixar o chêder, por
O Rebe encontrou o sexto Rebe de Lubavitch,
estar muito à frente dos colegas. Aos nove anos,
Rabi Yossef Yitschac Schneerson, em 1923, em
o diretor da escola local disse a seus pais que não
Rostov, Rússia. Em 27 de novembro de 1928,
havia mais nada que pudesse ensinar-lhe. Desde
casou-se
então, seu pai – ele próprio um célebre erudito e
segunda filha do Rabi Yossef Yitschac. A Rebetsin
cabalista – encarregou-se da educação do filho,
é lembrada pela sua excepcional erudição, embora
empregando tutores e ensinando-o pessoalmente.
fosse de comportamento compassivo, humilde e
com
Chaya
Mussia
(1901-1988),
despretensioso. Uma autoridade rabínica certa vez visitou o pai do Rebe. Os dois sábios começaram a discutir
O casamento foi realizado em Varsóvia, Polônia,
delicados pontos de estudo, sem perceber que
na terça-feira, à tarde, em 14 de Kislêv de 1928.
Mendel, então com oito anos, havia entrado na
Centenas de Chassidim Chabad de Varsóvia, das [11]
O Rebe
áreas polonesas, da Lituânia e da Rússia Branca
tinha usado um tratado completamente diferente!
compareceram, além de renomados Rebes e
Havia uma escassez de textos e vários alunos
eruditos.
tinham que estudar usando o mesmo volume. A fim de deixar um texto adicional disponível para Logo após o casamento,
os alunos, o Rebe tinha recitado as passagens
o Rebe mandou o jovem
de cor e para esconder o problema dos alunos,
casal
fingira usar um livro com outro tratado.
viver
em
Berlim,
então a capital intelectual da Europa Ocidental, onde Rabi A R ebetsin C haya M ussia em 1928
Menachem
passaria
parte
Mendel do
seu
tempo estudando em famosos
centros de estudos e acabaria matriculandose na Universidade de Berlim. Rabi Yossef Ber Soloveichik também encontrava-se em Berlim
O R ebe
naquela época e os dois passaram muito tempo
e sua esposa
Formação
juntos, em estudos gerais e talmúdicos. Rabi Soloveichik relembra que o Rebe trazia um volume do Talmud ou outros textos da Torá a suas
Em 1933, a mudança do regime forçou Rabi
palestras, e o colocava dentro do livro de textos.
Menachem Mendel a deixar a Alemanha, onde se
Certa vez, um dos professores ficou aborrecido
graduara em Heidelberg, em Engenharia Superior,
pela aparente falta de atenção do Rebe e, no
e mudar-se para Paris. Matriculou-se na Sorbonne
meio da palestra, acreditando que ele não o
,onde
estava ouvindo, resolveu testá-lo: "Pode repetir
Mecânica, com especialização em Projeto Naval.
receberia
outro
diploma,
Engenharia
uma palavra daquilo que eu disse?", perguntou ele. Humildemente, o Rebe levantou-se e repetiu
O
a palestra inteira, palavra por palavra.
habilitaram-no a resolver dúvidas haláchicas nos
conhecimento
adquirido
nesses
estudos
anos subseqüentes. Por exemplo, quando houve Embora o Rebe passasse a maior parte de seu
uma discussão sobre se um navio com tripulação
tempo em Paris envolvido nos estudos, também
de judeus poderia viajar no Shabat, o Rebe
deu muitas aulas. Eliyáhu Reichman lembra-se de
comentou: "A alegação de que tais trabalhos
que, quando jovem, assistiu diariamente às aulas
proibidos podem ser realizados automaticamente
de Talmud dadas pelo Rebe. Uma vez ele e outro
demonstra não apenas ignorância sobre os
aluno perceberam que o Rebe tinha citado uma
princípios haláchicos no trabalho, como também
passagem de modo ligeiramente diferente do que
ignorância sobre os rudimentos da engenharia."
aparecia no texto. Depois que a aula terminou, foram à estante do Rebe para conferir o texto do
O Rebe sempre dedicou-se primordialmente à
Talmud que ele usara. Talvez tivesse uma versão
oração e ao estudo da Torá, preocupando-se com
diferente? Para sua surpresa, viram que o Rebe
cada judeu, onde quer que se encontrasse. [12]
Chegada aos Estados Unidos
que a missão da nossa geração é a de trazer Mashiach (Messias).
Segunda-feira, 23 de junho de 1941, o Rebe e a Rebetsin chegaram aos Estados Unidos, havendo
O Rebe organizou um corpo de shluchim –
milagrosamente escapado da investida nazista.
emissários de Lubavitch – e os encarregou de
Estabeleceram-se em Nova York. Seu sogro, Rabi
estabelecer centros Chabad-Lubavitch no mundo.
Yossef Yitschac Schneerson, que havia chegado
Hoje milhares de instituições Chabad-Lubavitch
aos Estados Unidos um ano antes, escolheu-o
cobrem o planeta. Além de se preocupar com
para liderar suas recém-fundadas organizações:
cada indivíduo, o Rebe dava atenção especial
Merkos Linyonei Chinuch, o braço educacional
a órfãos e viúvas de soldados israelenses, as
do movimento Lubavitch; Machané Israel, a
crianças de Chernobyl, entre outros. Mais de 1300
organização de serviço social do movimento; e
crianças recebem tratamento médico em Kfar
a Sociedade Kehot de Publicação, a editora de
Chabad. Para os meninos órfãos, são celebradas
Lubavitch.
anualmente cerimônias de bar-mitsvá, no Muro das Lamentações. Além disso, foram criados vários
O Rebe, então, começou a escrever suas
centros de reabilitação para pessoas viciadas
anotações
tratados
em drogas. O Rebe estabeleceu cerca de 60
chassídicos e cabalísticos, bem como uma vasta
instituições de ensino judaico na Comunidade dos
gama de responsas. Com a publicação dessas
Estados Independentes e na Letônia. Centenas de
obras, logo foi reconhecido por eruditos de todo
emissários visitam regularmente e muitos outros
o mundo.
estabelecem lá suas residências para promover
eruditas
sobre
vários
as atividades judaicas. A organização Ezrat Achim
Liderança
envia toneladas de alimentos para os judeus desses países.
Em 1950, Rabi Yossef Yitschac faleceu. Embora o Rebe tivesse sido escolhido como seu sucessor,
O Rebe foi quem iniciou o movimento de teshuvá
foi relutante no início em aceitar o manto da
(retorno ao autêntico judaísmo), através de uma
liderança. Apenas um ano mais tarde assumiria
forma revolucionária de difundir o judaísmo para
formalmente o título de “Rebe”: foi em 28 de
todos os judeus com a sua famosa "Campanha
Janeiro, 10 de Shevat de 5710.
das Mitsvot" (campanha das boas ações). A colocação dos tefilin, o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov pelas mulheres judias,
Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou
Os
emissários do
R ebe
em frente ao
770
no
KINUS
As
emissárias do R ebe têm seu rebetsin chaya mushka
anual
[13]
KINUS
na data do yahrtzeit da
O Rebe
a cashrut, a prática da tsedacá, a educação
Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach
baseada na Torá, entre outras. Na época, foi
(Messias) e da importância de "recepcioná-lo"
duramente criticado, enfrentando forte oposição,
apropriadamente, principalmente por meio de
ao dizer que esta era a única maneira de salvar
um estudo intensivo dos assuntos relativos à era
o judaísmo da assimilação. Suas campanhas
messiânica, contidos na Torá, no Talmud e em
inovadoras hoje servem de modelo a diversas
outras fontes judaicas, como no código de leis de
instituições judaicas que atraem judeus de volta a
Maimônides.
sua herança exatemente como o Rebe já fazia há Todos
cinco décadas.
os
costumava
domingos,
o
receber
abençoar
e
Lubavitcher as
Rebe vastas
Sua preocupação com a educação e o futuro da
multidões que vinham buscar as suas palavras de
humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos.
sabedoria e de bênção. A cada uma das milhares
A data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de
de pessoas que o procuravam entregava uma nota
Nissan), foi transformada pelo Presidente Ronald
de um dólar para ser doada a uma instituição de
Reagan em “Dia Nacional da Educação”.
caridade, a critério da pessoa. Além de pessoas comuns, diversas personalidades judias e nãojudias pediam-lhe conselho e bênção.
Entre as previsões que fez sobre situações mundiais, as que mais repercutiram foram a abertura da Cortina de Ferro, com a emigração maciça de judeus soviéticos para Israel, ao alertar o governo israelense para a construção de casas e condições de emprego para esses judeus. Isto aconteceu numa época em que tal possibilidade era impensável.
No dia 12 de junho de 1994 (3 de Tamuz, 5754 - “Guimel Tamuz”) o Rebe deixou este mundo da matéria. Mas, conforme se pronunciou na época do falecimento de seu sogro, o Tsadic continua vivendo por intermédio de seus ensinamentos e de todo o legado que deixou a seus chassidim e a todos que foram tocados pela sua imensurável Outra previsão fantástica: durante a Guerra do
sabedoria,
Golfo, em 1991, o Rebe foi o único a dizer que a
incondicional. As centenas de volumes que
guerra não atingiria o povo judeu, declarando que
transmitem seu conhecimento e orientação em
as máscaras de gás não seriam necessárias. Ele
cada assunto continuam a influenciar a maneira
declarava isso enfaticamente, mesmo durante o
de conduzir nossas vidas e a nos preparar para
contínuo bombardeio de scuds sobre Israel, pois
o início de uma nova era. Que seja em breve, se
lá "é o lugar mais seguro do mundo."
D’us quiser! • [14]
exemplo
vivo
de
Torá
e
amor
Chabad Lubavitch Hoje O Presente do Rebe ao Mundo
Argentina: Bahia Blanca, Buenos Aires, Cordoba, La Plata, Martinez, Mendoza, Morón, Rosario, Salta, San Carlos de Bariloche, Santa Fe, Tucumán Armenia: Yerevan Australia: Balaclava, Bellevue Hill, Bentleigh East, Bondi, Brighton East, Brisbane, Byron Bay, Canberra, Carnegie, Caulfield, Double Bay, Dover Heights, East Brighton, East St. Kilda, Elsternwick, Greenslopes, Hobart, Kensington, Launceston, Malvern, Melbourne, Moorabbin, Ormond, Perth, South Yarra, St. Ives, Surfers Paradise, Sydney Austria: Salzburg, Vienna Azerbaijan: Baku, Quba, Sumgait Belarus: Bobruisk, Brest, Grodno, Minsk, Mogilev, Orsha Belgium: Antwerp, Brussels, Edegem Bolivia: La Paz Brazil: Belem, Belo Horizonte, Curitiba, Petropolis, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, S. Andre, S. Paulo, Salvador Bulgaria: Sofia Cambodia: Phnom Penh Canada: Alberta: Calgary, Edmonton British Columbia: Richmond, Surrey, Vancouver, Victoria Manitoba: Winnipeg Nova Scotia: Halifax Ontario: Downsview, Hamilton, London, Maple, Mississauga, Niagara Falls, North York, Ottawa, Richmond Hill, Thornhill, Toronto, Waterloo Quebec: Chomedey, Cote St Luc, Dollard-des-Ormeaux, Hampstead, Laval, Mont Tremblant, Montreal, Pierrefonds, Quebec City, S. Lazare, Ville S. Laurent, Westmount Chile: Pucon, Santiago China: Beijing, Guangzhou, Hong Kong, Kowloon, Midlevels, Nanshan District, Shanghai, Tung Chung, Yiwu Colombia: Barranquilla, Bogota Congo: Kinshasa Costa Rica: S. Jose Croatia: Zagreb Cyprus: Ayia Napa, Larnaca Czech Republic: Praha Denmark: Copenhagen Dominican
Republic: Santo Domingo Ecuador: Quito England: Altrincham, Birmingham, Bournemouth, Brighton, Bristol, Buckhurst Hill, Cambridge, Cheadle, Edgware, Ilford, Leeds, Liverpool, London, Manchester, Nottingham, Oxford, Radlett, Salford, Sheffield, Southgate, Whitefield, Woodside Park Estonia: Tallinn Finland: Helsinki France: Alfortville, Antibes Juan Les Pins, Athis-Mons, Aubervilliers, Bagnolet, Bobigny, Bois-Colombes, Bondy, Bonneuil-sur-Marne, Boulogne-Billancourt, Brunoy, Bry-sur-Marne, Cannes, Charenton-le-Pont, Chatou, Choisy La Roi, Clamart, Courbevoie, Creteil, Dijon, Ecully, Épinay-sur-Seine, Ezanville, Fontenay-Sous-Bois, Gambetta, Grenoble, La Celle-St-Cloud, Les Lilas, Levallois-Perret, L’Hay-les-Roses, Lille, Lunéville, Lyon, Maisons-Laffitte, Marseille, Massy, Meaux, Metz, Montigny-le-Bretonneux, Montmorency, Montpellier, Montreuil, Montrouge, Neuilly Sur Seine, Nice, Nogent-sur-Marne, Noisy-le-Grand, Pantin, Paris, Poissy, PontaultCombault, Romainville, Rouen, Rueil-Malmaison, S. Denis, S. Tropez, Saint-Maur-des-Fossés, Sarcelles, Savigny-sur-Orge, Sceaux, Sèvres, St Ouen, St-Brice-Sous-Forêt, St-Cloud, St-Geneviève-des-Bois, St-Germain-en-Laye, Strasbourg, Suresnes, Toulouse, Tournefeuille, Valence, Versailles, Vigneux-sur-Seine, Villeneuve-S.-Georges, Villeurbanne, Villiers-sur-Marne, Yerres Georgia: Tbilisi Germany: Berlin, Cologne, Dresden, Dusseldorf, Frankfurt, Hamburg, Hannover, Karlsruhe, Munich, Nuernberg, Offenbach Am Main, Potsdam, Ulm Greece: Athens, Thessaloniki Guatemala: Guatemala City Hungary: Budapest India: Anjuna Village, Bangalore, Manali, Mumbai Ireland: Dublin Israel: Aderet, Adi, Afula, Akko, Alfei Menashe, Arad, Arbel, Ariel, Ashdod, Ashkelon, Ashteol, Atlit, Avital, Azor, Balfurya, Bareket, Bat Hayin, Bat Khefer, Be’er Sheva, Be’er Ya’akov, Beit Arye, Beit Dagan, Beit She’an, Beit Shemesh, Beitar Eilit, Ben Gurion Airport, Binyamina, Bnei Ayish, Bnei Brak, Chispin, Dimona, Efrat, Eilat, Ein Ayala, Ein Bokek, Elad, Elon More, Emanuel, Even Yehuda, Gan Ner, Gan Yavne, Ganei Tikva, Gedera, Gila, Giv’at Ada, Giv’at Avnei, Giv’at Ela, Giv’at Shmuel, Giv’at Ze’ev, Giv’atayim, Hadera, Haifa, Har Adar, Hebron, Hertzliya, Hod Hasharon, Holon, Jerusalem, Kadima, Kadumim, Karmei Tsur, Karmiel, Karnei Shomron, Katzir Harish, Kazrin, Kfar Achim, Kfar Baruch, Kfar Chabad, Kfar Chabad Bet, Kfar Gidon, Kfar Ha-Oranim, Kfar Monash, Kfar Neter, Kfar Saba, Kfar Sitrin, Kfar Tavor, Kfar Warburg, Kfar Yona, Khashmona’im, Khatsor ha-Glilit, Kiryat Arba, Kiryat Ata, Kiryat Bialik, Kiryat Chaim, Kiryat Ekron, Kiryat Gat, Kiryat Malachi, Kiryat Motskin, Kiryat On, Kiryat Shemona, Kiryat Tivon, Kiryat Yam, Lehavim, Lev ha-Sharon Regional Council, Lod, Lower Galilee, Ma’ale Adumim, Ma’alot, Maccabim-Reut, Mate Binyamin, Mazkeret Batya, Meitar, Meitav, Menachamiya, Merkaz Sapir, Metulla, Mevo’ot Hachermon, Migdal, Migdal haEmek, Mikhmoret, Mitzpeh Ramon, Mitzpeh Yericho, Modiin, Modiin Illit, Moshav Brosh, Moshav Givati, Moshav Porat, Na’ale, Nachlat Yehuda, Nahalal, Nahariya, Natzrat Eilit, Nes Ziyona, Nesher, Netanya, Netivot, Nir Zvi, Nitsan, Nofit, Nordiya, Ofakim, Omer, Or Akiva, Or Yehuda, Oranit, Otniel, Pardes Chana Karkur, Pardesiya, Petach Tikva, Porat, Ra’anana, Ramat Ef’al, Ramat Gan, Ramat Hasharon, Ramat Yishai, Ramla, Rechovot, Rishon Lezion, Rosh ha-Ayin, Rosh Pina, Safed, Safsufa, Sapir, Sderot, Shimshit, Shlomi, Shoam, Shomriya, Susya, Talmei Yechiel, Tekoa. Tel Adashim, Tel Aviv, Tel Mond, Tiberias, Tirat Hakarmel, Tivon, Tnuvot, Tsoran, Tsur Hadassa, Yagel, Yavne, Yavniel, Yehud, Yehud Monosun, Yerucham, Yesod Hama’ala, Yokne’am Eilit, Zeitan, Zichron Yaakov Italy: Milan, Rome, Trieste, Valenza, Venice Japan: Tokyo Kazakhstan: Almaty, Karaganda Korea: Yongsan Kyrgyzstan: Bishkek Latvia: Riga Lithuania: Vilnius Luxembourg: Luxembourg Mexico: Cancun, Tijuana, Cabos S. Lucas Moldova: Kishinev Morocco: Agadir, Casablanca, Fes, Kenitra, Marrakech, Meknes, Rabat, Tanger Nepal: Pokhara, Thamel Netherlands: Almere, Amersfoort, Amstelveen, Amsterdam, Haarlem, Maastricht, Nijmegen, Rotterdam, The Hague, Utrecht, S. Maarten New Zealand: Christchurch North Cyprus: Kyrenia Northern Ireland: Belfast Norway: Oslo Paraguay: Asuncion Peru: Cusco, Lima Poland: Krakow, Warsaw Romania: Bucharest, Yassi Russia: Astrakhan, Barnaul, Birobidjan, Bryansk, Chelyabinsk, Derbent, Dzerzhinsk, Irkutsk, Izhevsk, Kaliningrad, Kazan, Kemerovo, Khabarovsk, Kostroma, Krasnodar, Krasnoyarsk, Kursk, Lipetsk, Malakhovka, Moscow, Mytischi, Nalchik, Nizhny Novgorod, Novgorod Veliky, Novosibirsk, Omsk, Orenburg, Perm, Rostov, S. Petersburg, Samara, Saratov, Smolensk, Sochi, Stavropol, Togliatti, Tomsk, Tyumen, Ufa, Ulyanovsk, Vladivostok, Volgograd, Voronezh, Yekaterinburg Scotland: Edinburgh, Giffnock, Glasgow Serbia: Belgrade Singapore: Singapore Slovakia: Bratislava, Pieštany South Africa: Bloubergrant, Cape Town, Fourways, Hyde Park, Illovo, Linksfield, Lyndhurst, Melrose North, Norwood, Orchards, Rouxville, Sandown, Sandton, Savoy Estate, Sea Point, Umhlanga Rocks Spain: Barcelona, Madrid, Marbella, Valencia
Sweden: Goteborg, Malmö, Stockholm Switzerland: Basel, Bourgerie, Geneva, Genève, Lugano, Luzern, Zurich Thailand: Bangkok, Chiang Mai, Koh Samu, Nonthaburi, Phuket Tunisia: Tunis, Zarzis Turkey: Istambul, Izmir [15]
United States: Alabama: Birmingham, Huntsville Alaska: Anchorage Arizona: Anthem, Chandler, Flagstaff, Fountain Hills, Gilbert, Glendale, Mesa, Phoenix, Scottsdale, Tempe, Tucson Arkansas: Little Rock, Rogers California: Agoura Hills, Aliso Viejo, Bakersfield, Berkeley, Beverly Hills, Bonita, Burbank, Calabasas, Camarillo, Carlsbad, Chatsworth, Chico, Chula Vista, Coronado, Culver City, Cupertino, Danville, Davis, Encino, Folsom, Foster City, Fresno, Glendale, Goleta, Huntington Beach, Irvine, La Jolla, Laguna Beach, Laguna Niguel, Lancaster, Lomita, Long Beach, Los Alamitos, Los Angeles, Los Gatos, Malibu, Marina Del Rey, Mill Valley, Mission Viejo, Moorpark, Mountain View, Napa, Newbury Park, Newhall, Newport Beach, North Hollywood, Northridge, Oak Park, Oakland, Oceanside, Oxnard, Pacific Grove, Pacific Palisades, Palm Desert, Palm Springs, Palo Alto, Pasadena, Pleasanton, Porter Ranch, Poway, Rancho Cucamonga, Rancho Mirage, Rancho Palos Verdes, Rancho S. Fe, Redondo Beach, Redwood City, Reseda, Riverside, Roseville, Running Springs, S. Barbara, S. Clemente, S. Cruz, S. Diego, S. Francisco, S. Luis Obispo, S. Mateo, S. Monica, S. Rafael, S. Rosa, Sacramento, Sherman Oaks, Simi Valley, Stockton, Studio City, Sunnyvale, Tarzana, Temecula, Thousand Oaks, Topanga, Trabuco Canyon, Tustin, Vacaville, Ventura, Walnut Creek, West Hills, West Hollywood, Westlake, Woodland Hills, Yorba Linda Colorado: Aspen, Aurora, Boulder, Colorado Springs, Denver, Evergreen, Fort Collins, Lone Tree, Longmont, Vail, Westminster Connecticut: Fairfield, Glastonbury, Greenwich, Guilfordtt, Hamden, Hartford, Litchfield, Milford, New Haven, New London, Orange, Ridgefield, Southbury, Stamford, Storrs Mansfield, Wallingford, Washington, Waterbury, Weatogue, West Hartford, Westport District of Columbia: Washington Delaware: Newark, Wilmington Florida: Aventura, Boca Raton, Bonita Springs, Boynton Beach, Bradenton, Cape Coral, Cooper City, Coral Gables, Coral Springs, Cutler Bay, Davie, Deerfield Beach, Delray Beach, Doral, Fort Lauderdale, Fort Myers, Gainesville, Greenacres, Groveland, Hallandale, Hillsboro Beach, Hollywood, Jacksonville, Jupiter, Key Biscayne, Key West, Lake Mary, Lantana, Lauderdale By The Sea, Lauderhill, Maitland, Margate, Miami, Miami Beach, Miami Lakes, Naples, North Bay Village, North Miami, North Miami Beach, Ocala, Orlando, Ormond Beach, Oviedo, Palm Beach Gardens, Palm City, Palm Harbor, Palmetto Bay, Parkland, Pembroke Pines, Plantation, Pompano Beach, Ponte Vedra Beach, Punta Gorda, Royal Palm Beach, S. Augustine, Sarasota, Satellite Beach, St. Petersburg, Sunny Isles Beach, Sunrise, Surfside, Tallahassee, Tamarac, Tampa, Trinity, Valrico, Venice, Wellington, Wesley Chapel, West Palm Beach, Weston Georgia: Alpharetta, Athens, Atlanta, Augusta, Kennesaw, Marietta, Norcross Hawaii: Honolulu, Kapa’a Idaho: Boise Illinois: Champaign, Chicago, Des Plaines, Evanston, Glenview, Gurnee, Highland Park, Naperville, Northbrook, Oak Park, Peoria, Riverwoods, Skokie, Wilmette Indiana: Bloomington, Indianapolis, Munster Iowa: Davenport, Des Moines, Iowa City, Postville Kansas: Lawrence, Overland Park Kentucky: Louisville Louisiana: Metairie, New Orleans Maine: Portland Maryland: Annapolis, Baltimore, Bethesda, College Park, Columbia, Frederick, Gaithersburg, Germantown, Ocean City, Owings Mills, Potomac, Rockville, Silver Spring, Towson Massachusetts: Acton, Amherst, Andover, Boston, Brighton, Brookline, Cambridge, Chestnut Hill, Framingham, Hingham, Hyannis, Lexington, Longmeadow, Mansfield, Milford, Natick, Needham, New Bedford, Newton Centre, Peabody, Pittsfield, Sharon, Somerville, Stoughton, Sudbury, Swampscott, Waltham, Wellesley, Westborough, Westford, Worcester Michigan: Ann Arbor, Commerce Township, Farmington Hills, Flint, Grand Rapids, Kalkaska, Novi, Oak Park, Southfield, West Bloomfield Minnesota: Cottage Grove, Duluth, Hopkins, Minneapolis, Rochester, S. Paul, West S. Paul Missouri: Chesterfield, Kansas City, St. Louis Montana: Bozeman, Nebraska, Lincoln, Omaha Nevada: Henderson, Las Vegas, Reno New Hampshire: Hanover, Manchester New Jersey: Basking Ridge, Cherry Hill, Clinton, Denville, Ewing, Fair Lawn, Fanwood, Flanders, Fort Lee, Franklin Lakes, Freehold, Hillsborough, Hillside, Hoboken, Holmdel, Jersey City, Lawrenceville, Livingston, Madison, Manalapan, Margate City, Medford, Monroe Township, Montville, Morganville, Morristown, Mullica Hill, North Brunswick, Old Tappan, Paramus, Passaic, Princeton, Randolph, Rockaway, Short Hills, Sparta, Teaneck, Tenafly, Toms River, Ventnor City, Vineland, Wayne, West Orange, West Windsor, Woodcliff Lake New Mexico: Albuquerque, Las Cruces, Santa Fe, Taos New York: Albany, Andes, Bayside, Bedford Hills, Briarcliff Manor, Briarwood, Bronx, Brooklyn, Buffalo, Cambria Heights, Carmel, Cedarhurst, Chautauqua, Chestnut Ridge, Clifton Park, Commack, Coram, Dairyland, Delmar, Dix Hills, Dobbs Ferry, East Hampton, East Hills, East Northport, East Norwich, Ellenville, Elmhurst, Fallsburg, Far Rockaway, Flushing, Forest Hills, Getzville, Glen Head, Goshen, Great Neck, Greenfield Park, Hempstead, Howard Beach, Ithaca, Kew Gardens, Kew Gardens Hills, Kingston, Lake Grove, Larchmont, Little Neck, Long Beach, Long Island City, Melville, Merrick, Mineola, Monroe, Monsey, Monticello, Napernack, New City, New Paltz, New York, Oakland Gardens, Oceanside, Old Westbury, Oswego, Parksville, Patchogue, Pittsford, Port Washington, Poughkeepsie, Rego Park, Rhinebeck, Riverdale, Rochester, Rockaway Park, Roslyn Heights, Saratoga Springs, Scarsdale, Schenectady, Southampton, Spring Valley, Staten Island, Stony Brook, Suffern, Syracuse, Troy, Valley Stream, Vestal, Water Mill, West Hempstead, White Plains, Woodbury, Woodmere, Yonkers North Carolina: Asheville, Cary, Chapel Hill, Charlotte, Greensboro, Raleigh, Wilmington Ohio: Akron, Beachwood, Cincinnati, Cleveland, Cleveland Heights, Columbus, Dayton, New Albany, S. Euclid, Solon, Toledo Oklahoma: Oklahoma City, Tulsa Oregon: Ashland, Bend, Eugene, Hillsboro, Portland, Salem Pennsylvania: Allentown, Bethlehem, Bryn Mawr, Clarks Summit, Devon, Doylestown, Fort Washington, Fox Chapel, Harrisburg, Lancaster, Media, Merion Station, Monroeville, Newtown, Philadelphia, Pittsburgh, Reading, Rydal, Scranton, State College, Stroudsburg, Wilkes-Barre, Wynnewood, Yardley, York Puerto Rico: Carolina Rhode Island: Barrington, Providence, Warwick South Carolina: Columbia, Greer, Mount Pleasant, Myrtle Beach Tennessee: Chattanooga, Knoxville, Memphis, Nashville Texas: Arlington, Austin, College Station, Dallas, El Paso, Fort Worth, Houston, Pearland, Plano, S. Antonio, South Padre Island, Sugar Land Utah: Salt Lake City Vermont: Burlington Virginia: Alexandria, Blacksburg, Charlottesville, Fairfax, Herndon, Norfolk, Richmond, Vienna, Virgin Islands: St. Thomas Washington: Bellevue, Bellingham, Edmonds, Issaquah, Olympia, Seattle, Spokane, Tacoma, Vancouver West
Virginia: Morgantown Wisconsin: Kenosha, Madison, Mequon, Milwaukee Wyoming: Jackson Ukraine: Belaya Tserkov, BelgorodDnestrovsky, Berdichev, Cherkassy, Chernigov, Chernovtzy, Dneprodzerzhinsk, Dnepropetrovsk, Donetsk, Ivano-Frankovsk, Izmail, Kharkov, Kherson, Khmelnytskyi, Kiev, Kirovograd, Korosten, Kremenchug, Krivoy Rog, Lugansk, Makeevka, Mariupol, Nikolayev, Odessa, Pervomaisk, Poltava, Rovno, Sevastopol, Simferopol, Sumy, Uzhgorod, Vinnitza, Zaporozhye, Zhitomir Uruguay: Montevideo, Punta Del Este Uzbekistan: Buhara, Samarkand, Tashkent Venezuela: Altamira, Caracas, San Bernardino Vietnam: Ho Chi Minh [16]
Campanha das Mitsvot Dez maneiras de viver uma vida mais significativa
Em todas as ocasiões possíveis, o Rebe insistia
Mitsvot são mandamentos de D’us, dados ao
na difusão da campanha da mitsvot entre os
povo judeu e especificados na nossa Sagrada
judeus. As dez mitsvot da campanha levam a um
Torá. Pelo cumprimento de cada mitsvá, trazemos
relacionamento mais profundo e significativo com
ao mundo a Vontade Divina de torná-lo aquilo que
a nossa herança judaica.
ele deve ser.
Ahavat Yisrael - Amar seu irmão judeu Passe o Shabat com pessoas, convide e esteja
Rabi Akiva (um dos grandes sábios do Talmud)
aberto para ser convidado. Fale coisas boas
explicou que o amor ao próximo é “um
sobre as pessoas, especialmente
dos princípios mais importantes da
seus irmãos judeus. Faça contato
Torá”. Cada judeu deve ter seus pensamentos,
falas
e
com as pessoas se não as vê
ações
permeados pelo interesse no
por algum tempo. Visite as
bem-estar do seu irmão judeu.
pessoas quando estiverem doentes ou hospitalizadas. Informe-se
Ser voluntário é uma das formas mais
“judaicas”
de
amor
–
certamente
há algo para você fazer na
ao
comunidade. Estar conectado é
próximo. Exemplos? Ofereça buscar
o âmago de toda estratégia de vida
pessoas para reuniões, festas ou aulas;
mais significativa. É o motor e o ímã. Pode
entregue velas de Chanucá ou Mishloach Manot
chamar de unir-se ao seu povo.
em Purim; ajude a realizar um evento na Sinagoga.
Chinuch - Educação pela Torá A campanha da educação pela Torá quer envolver cada uma das crianças judias num programa educacional que lhes ensine o que significa viver como judeu. Igualmente, os adultos são encorajados a se inscreverem em grupos de estudo e seminários, de acordo com o seu meio e conhecimentos. [17]
Prática Judaica
Estudo da Torá - Expansão da Mente Estudar Torá não é como
Chabad-Lubavitch, explicou
qualquer
estudo.
que o estudo da Torá deve
Outros estudos são meios de
estar fixado não só no tempo,
adquirir conhecimento, mas
mas também na alma, de
estudar Torá é um fim em
modo que se transforme no
si mesmo. É a experiência
ponto ao redor do qual gira
de fazer perguntas, buscar
todo o espectro da vida
as
cotidiana.
outro
respostas,
entrar
em
sincronia com as mentes dos sábios - a experiência A Torá pode referir-se apenas aos Cinco Livros
de fazer contato com um intelecto Divino.
de Moshê, mas também pode referir-se a todo o pessoas
corpo da sabedoria judaica. A Torá não deve ser
inteligentes. Temos sido um povo de livros e de
estudada somente como “História dos judeus”,
sabedoria há mais de 4 mil anos - o que soma
mas como a luz que mostra o caminho a seguir.
muito em livros e sabedoria.
É a Torá Viva, o projeto pelo qual o mundo foi
Os
judeus
são
conhecidos
como
desenhado. Tudo que existe pode ser encontrado na Torá e tem aplicação prática.
Rabi Schneur Zalman, o fundador do movimento
Tefilin - Amarre-se nesta Ideia Os tefilin são um par de caixas de couro negro
e sobre a cabeça; significa a ligação dos poderes
contendo rolos de pergaminho com trechos da
emocionais e intelectuais do indivíduo a serviço de D’us.
Bíblia. Ao colocar os tefilin, o judeu entra num espaço eterno todas as manhãs. Conectando a mente,
As tiras de couro, que vão do
o coração e a mão – acontece o
braço até a mão e da cabeça até as
supremo paradoxo: a conexão de
pernas, significam a transmissão
um ser finito com um D’us Infinito.
da energia intelectual e emocional
A ideia do tefilin é entrar no mundo
para as mãos e pés, simbolizando
diariamente como uma única pessoa
a ação.
conectada eternamente a um único Essa mitsvá é feita uma vez ao dia – de preferência
D’us.
durante as preces matinais – enquanto você A Torá descreve tefilin como um sinal, uma
recita uma passagem chamada Shema Israel. É
afirmação pública de envolvimento judaico. Os
cumprida por homens acima dos 13 anos, todos
tefilin são colocados no braço (ao lado do coração)
os dias exceto no Shabat e Yom Tov. [18]
Estantes de Livros - Um Lar Repleto de Livros Judaicos Uma casa repleta de livros judaicos contém 4 mil
um mínimo de um Chumash (os Cinco Livros de
anos de livros judaicos. Portanto, é uma casa
Moisés), um Tehilim (Livro de Salmos) e um Sidur
de 4 mil anos de idade, construída para durar
(livro de orações).
eternamente. O
Talmud
também
O ambiente ensina. O que
destaca o mérito de quem
você tem em casa ajuda a
empresta os seus livros
determinar que tipo de lar é
de Torá para que outros
o seu. Ao ter livros judaicos à
se beneficiem. Os livros
vista, sua família e os visitantes
na sua estante precisam
serão motivados a usá-los.
circular entre amigos e
Além disso, a própria presença
inspirá-los.
dos livros nos lembra de seu
indique
e
Recomende, compartilhe
conteúdo e da importância dos valores judaicos.
os tesouros dos livros judaicos, atualmente
Quanto mais livros, melhor. No entanto, é sugerido
disponíveis em diversos idiomas.
Acendendo as Velas de Shabat - Iluminando o Mundo este estado de percepção.
O mundo é um local enlouquecedor. Sua vida é um navio na tempestade. A noite de sexta-feira é um casulo de fuga para entrar num outro mundo,
A responsabilidade e a honra de acender as velas
um local de serenidade e calma. Uma calma que
de Shabat pertencem à mulher. Meninas desde
Shabat.
a idade de três anos são
E tudo começa com o
encorajadas a acender a
tremular de uma pequena
sua própria vela. As velas
chama de luz.
de Shabat são acesas 20
chamamos
de
minutos antes do pôr-doPor
sua
natureza
diferente
das
entidades
materiais,
sol.
tão
outras “Uma
a
pequena
vela
luz é muitas vezes usada
neste mundo, acesa no
para descrever introvisão
momento certo, com o
espiritual. O Shabat é um dia de luz, um dia com
objetivo certo, gera uma luz espiritual lá em cima,
um padrão e uma orientação de valores especial.
tão magnífica, tão brilhante, que pode iluminar o
O acender das velas de Shabat introduz e inspira
mundo inteiro.” [19]
Prática Judaica
Mezuzá - Nossa Maior Proteção portas de Israel”.
A mezuzá identifica uma casa, ou um recinto fechado, como sendo judaico. Ela deve estar afixada no batente direito da
Como uma mezuzá funciona? Enrolamos
porta de cada quarto ou sala (exceto o
um pequeno rolo que declara a unicidade
banheiro).
de D’us e o afixamos no batente – e aquela unicidade de D’us fica conosco,
Uma mezuzá casher é um pequeno
provendo
um
escudo
protetor
rolo de pergaminho, escrito a mão por
qualquer lugar que estejamos.
em
um escriba, contendo duas passagens bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael. No
Mezuzot e tefilin precisam ser certificados
lado oposto do pergaminho estão escritas
como casher por um escriba autorizado
as três letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud, que é
e necessitam de verificação periódica, pois com
um dos Nomes Divinos e é um acrônimo para as
o tempo o pergaminho pode desgastar-se ou
palavras hebraicas que significam: “Guardião das
danificar-se.
Tsedecá - Faça Justiça Tsedacá, embora comumente traduzida como
exceto Shabat e Yom Tov, quando antecipamos
caridade,
esse ato colocando tsedacá antes do horário de
literalmente
significa
“justiça”
ou
acendimento das velas.
“retidão”. Devemos doar aos outros por um senso de responsabilidade, porque é preciso entender que aquilo que temos também é
É melhor doar menos todos
uma caridade de D’us, que nos
os dias, do que fazer a
foi confiada com o propósito de
mesma doação de uma vez
ajudarmos aos outros.
só, porque, toda vez que suas mãos fazem a ação de
Nossa
prosperidade
é
doar, torna-se cada vez mais
um
uma “mão doadora”.
fundo que devemos dirigir e generosamente
partilhar
com Quando a caixinha estiver
aqueles que precisam.
cheia não se esqueça de enviá-la ou de entregar o seu conteúdo à instituição de sua escolha.
A campanha de tsedacá clama por um aumento na doação, bem como a colocação de uma caixa de tsedacá visível para servir de lembrete para
Nossos sábios disseram: “A tsedacá é notável,
doar com frequência, todos os dias da semana,
porque aproxima a Redençãa”. [20]
Cashrut - A Dieta Judaica E como!
O que é casher (em hebraico), kosher (em yiddish), cashrut? Querem dizer a mesma coisa: um produto
A observância da cashrut consiste em comer
apto, apropriado ao consumo. A dieta judaica faz
apenas alimentos casher em casa
bem para o corpo e para a alma.
e fora dela. Significa também Comer comida casher permite que
não comer laticínios junto com
nos
nosso
alimentos à base de carne e separar
judaísmo num nível fundamental. A
louças, talheres e utensílios para
Torá nos diz para não rejeitarmos
carne e leite.
identifiquemos
com
o físico, e sim santificá-lo. Comida casher
é
a
dieta
da
Leite e carne não devem ser cozidos
nutrição
espiritual para a neshamá, a alma judaica, trazendo
juntos ou consumidos na mesma refeição. Carne
refinamento e purificação ao povo judeu.
e frango devem ser abatidos, inspecionados e salgados segundo as leis casher. Porco, mariscos
Os alimentos citados na Torá como proibidos ao
e outros crustáceos jamais podem ser casher.
nosso consumo subtraem nossa sensibilidade
Peixes que têm escamas são casher. Alimentos
espiritual. A pessoa se torna menos sensível aos
processados precisam de supervisão casher.
sentimentos de Divindade e menos capaz de
Separamos louças, talheres e utensílios para
entender conceitos Divinos. D’us, sim, se importa.
carne e leite.
Taharat Hamishpachá - Pureza Familiar Como existimos na mente de D’us, homem e
ajudam a desenvolver uma comunicação genuína
mulher são um único todo. Portanto nenhum de
e o amor entre marido e mulher. Elas trazem
nós pode atingir integridade
ao mundo filhos saudáveis e
até recuperar aquela unicidade
amorosos.
original de corpo e alma. É por isso que a união de homem
Casais de todas as esferas
e mulher é tão poderosa. Se
da vida adotaram essa mitsvá
tratada grosseiramente e com
como um meio para realçar e
egoísmo, torna-se destrutiva e
enriquecer sua vida conjugal.
feia. Mas dentro dos limites e condições corretos, Em vez de considerar o não cumprimento de
não há nada mais belo e elevado.
outras observâncias da Torá como impedimento Taharat Hamishpachá - as atitudes e as práticas
para o micvê, considere-o como um importante
que a Torá prescreve para a vida conjugal –
passo para começar. • [21]
Prática Judaica
“Akeret Habayit “- Alicerce do Lar O Poder Feminino Tila Dubrawsy
Uma mulher “feminista” indagou a um rabino
de verdade a nossa necessidade e desejo de
renomado por seus dons oratórios, o que era
realizar algo de real significância nesta vida, ainda
que a esposa dele fazia. O rabino respondeu
que optemos por necessidade ou vontade de ter
que ela cuidava de um lar para oito crianças
mais um trabalho fora de casa.
carentes, dedicando-se inteiramente às suas necessidades, preenchendo para elas o papel de
Na minha juventude criei-me em Crown Heights,
mãe, conselheira, professora e assistente social.
no Brooklyn, no bairro do Grande Tsadic, Rebe de
A mulher ficou impressionada. Finalmente ela
Lubavitch, Rabi Menachem Mendel Schneerson.
encontrara uma esposa de rabino que fugia do
Tive o privilégio de participar das audiências
estereótipo, que não era “presa” em casa, que
especialmente dirigidas para milhares de mulheres,
tinha uma carreira.
quando o Rebe nos transmitia ideias elevadas da Torá. “A mulher é o alicerce do lar e de todo o mundo judaico”, enfatizava o Rebe.
A conversa continuou e a mulher percebeu que as oito crianças eram do rabino e sua esposa e o lar que ela cuidava era o seu próprio. Ela ficou indignada. Sentiu-se iludida. O rabino ouviu e sorriu. Ele disse: “Enquanto pensou que a minha esposa dirigia um lar para crianças da rua, estava tudo bem, você a admirava. Já quando soube que o lar que ela administra é o seu próprio, sua estima por ela diminuiu. Isso é lógico!?” Edificar um lar e ser mãe é uma carreira
Ser alicerce de um lar e, consequentemente,
digna
de toda a vida judaica não é uma tarefa fácil.
de
louvor. ao
Criar um ambiente no lar onde prevalece o amor
mundo e educá-los
a Hashem, à Torá e ao próximo é uma tarefa
para serem sãos,
colossal, que exige muita perspicácia, firmeza,
íntegros
bem
devoção e criatividade, entre outras qualidades.
equilibrados de corpo e espírito é contribuir
Abrange desde a escolha da decoração do quarto
concretamente e positivamente para o bem da
do bebê, as canções de ninar, até a investigação
humanidade. Acredito que esse papel preenche
do material de leitura e filmes que os adolescentes
Trazer
filhos
e
[22]
e os adultos tem acesso. Envolve assegurar que
sábios explicam que a ‘casa de Jacob’ refere-
cada dependência tenha uma mezuzá no seu
se às mulheres judias, e os ‘filhos de Israel’,
umbral e que haja livros sagrados para estudo
aos homens, assim Moishe Rabênu teria de falar
e oração. Inclui incentivar o hábito de recitar o
primeiramente com os membros femininos de Am
Modé Ani ao acordar, em agradecimento por um
Yisrael.
novo dia, as bênçãos anteriores e posteriores aos alimentos, e o Shemá Yisrael antes de deitar à
Entre as explicações dadas para esse fato é que a
noite. Abraça a transmissão de valores, como o
continuidade da nossa herança legada por D-us e
respeito aos pais, a prática da caridade (tsedacá),
a preservação de sua santidade depende do grau
hospitalidade e honestidade.
do compromisso da mulher. Por isso era essencial assegurar a participação feminina. Quando uma
Na nossa religião enquanto o homem é o “ministro
mulher se compromete, quando ela se envolve
do exterior”, a mulher é a “ministra do interior”,
e se dedica, ela se torna uma fonte de força e
cuidando para que nosso povo se fortaleça e
inspiração para seu marido e para sua família.
permaneça unido. A missão que Hashem entregou à mulher judia é de salvaguardar a santidade de
Nossos sábios dizem que às mulheres foi
nosso povo. Os preceitos mais sublimes que
concedida maior compreensão. Essa qualidade
afetam o próprio âmago de nossa nação, estes,
lhes dá a habilidade de conectar ideias e tecer
Hashem confiou às mulheres. Às mulheres foi
valores abstratos e princípios espirituais dentro da
concedida a responsabilidade e o privilégio do
palpável textura do ambiente do lar. Sem minimizar
acendimento das velas de Shabat e YomTov,
o papel do marido em cultivar o judaísmo no lar,
anunciando o dia santificado com todas as suas
é a mulher, a akeret habayit (alicerce do lar) que
energias espirituais, do cuidado como cashrut
nutre e molda essa atmosfera no dia-a-dia.
dos alimentos, a ingestão dos quais diretamente influenciam o nosso caráter, e da Pureza do Lar,
O estudo da Torá é um grande estímulo; desperta
um preceito sublime que assegura a própria
o nosso amor e reverência inatos para D-us e nos
continuidade do nosso povo.
lembra do verdadeiro propósito da vida. É muito importante que cada mulher estude a Torá, tanto
O papel fundamental da mulher
a sua dimensão mística, quanto
na perpetuação do judaísmo
às leis e conceitos práticos.
foi traçado por D-us desde o nascimento do nosso povo. Ao
A
pedir que Moisés preparasse
é um potente meio de nos
a jovem nação israelita para
conectarmos com D-us e pedir
o recebimento de Sua dádiva
para que os nossos esforços
preciosa - a Torá, o Todo
dentro do lar sejam coroados
Poderoso
com as Suas bênçãos. Ambos,
ordenou:
“Assim
Tefilá
–
mulheres,
também
falarás à casa de Jacob e dirás
homens
aos filhos de lsrael”. Nossos
obrigação de rezar. A mulher já [23]
e
oração,
têm
a
Prática Judaica
não necessita rezar com Minyan
de já ter acendido uma vela para
ou em horário fixo, mas, ela tem
Shabat como solteira, o momento
que louvar, agradecer e suplicar
das velas de Shabat começou a ser
a D-us, diariamente. As mulheres
ainda mais importante e precioso.
judias desde os tempos primordiais
Era natural aproveitar essa hora
apreciavam o valor da oração. Elas
de audiência especial com D-us
rezavam em silêncio, mas sabiam
para
agradecer,
compartilhar
e
que suas palavras e suas lágrimas estavam sendo
pedir, assim como tinha visto a minha mãe fazer.
ouvidas e sentidas nitidamente por D-us.
Gradativa e profundamente descobri “o segredo” das velas de Shabat.
O Rabi Yossef Yitschok Schneerson, sexto líder de Chabad, comenta nas suas escritas: “Minhag
Quando nossos filhos cresceram e começaram a
Nashim Torá” - as tradições e costumes das
acompanhar a recepção ao dia santificado foi a
mulheres judias fazem parte da Torá. As súplicas
vez deles especularem o que mamãe tanto tinha
e preces silenciosas que as mulheres oferecem:
para comunicar a D-us. Hoje, nada me dá mais
antes e depois de acenderem as velas de Shabat
satisfação do que observar as minhas meninas,
- que Hashem ilumine os seus lares com a luz da
agora, graças a D-us, casadas, e a minha querida
verdadeira Shalom Bayit (harmonia doméstica) e
nora, acendendo as suas velas de Shabat e se
Nachat de seus filhos, antes e depois de separarem
prolongando em doce comunhão com o Criador
a chala (uma porção da massa ao preparar o pão)
do mundo, da mesma forma que as gerações
- que o Todo Poderoso concede ao seu marido
justas das mulheres judias que nos antecederam
e filhos amplo sustento, permitindo que apoiem
faziam.
sábios de Torá e doem tsedacá generosamente, antes e depois da imersão na micvê - que Hashem
Junto com o estudo da Torá e a Tefilá temos o
lhes conceda filhos bons e sadios, que cresçam e
preceito da Tsedacá, que caracteriza muito o
se tornem observantes de Torá e mitsvot - todos
lar judaico. (Estes três são um tripé de valores
esses costumes e súplicas - são Torá!
básicos que sustentam o nosso mundo.)
Quando eu era criança, não conseguia entender
O Talmud relata que o grande sábio Aba Chilkiya
por que minha mãe demorava tanto com seus
e sua esposa eram ambos caridosos. No entanto,
olhos cobertos murmurando suas preces ao
quando rezavam em época de seca, as orações
acender suas velas de Shabat.
dela eram atendidas antes
Aguardava pacientemente para
das orações dele. A razão
lhe dar um carinhoso “Shabat
disso era porque, enquanto
Shalom” depois que descobria
Aba Chilkiya dava dinheiro
sua face. Muitas vezes via que
aos
os seus olhos estavam úmidos.
o
necessitados, qual
podiam
com comprar
alimentos, sua esposa dava aos pobres pão e outros
Sei que quando me casei, apesar [24]
gêneros comestíveis. Por mérito desse auxílio
“De todo ouro, prata e cobre que os judeus
mais imediato suas preces eram atendidas mais
contribuíram para o Mishkan (tabernáculo), nada
prontamente.
reluziu tanto quanto o lavatório e a sua base, que foram confeccionados dos espelhos de cobre que as mulheres judias doaram com abnegação,
Uma das minhas histórias favoritas, relacionada com o poder feminino e a tsedacá é
generosidade e alegria. Conte-me,
a respeito de Chana Rivka, esposa
onde você arranjou estas moedas?”
de
Reb
Gavriel,
um
dos
mais
Vitebsk
Reb Gavriel tinha que revelar ao Rebe
e chassid (adepto) do Alter Rebe,
sobre o seu estado financeiro e como
primeiro Rebe do Chabad, Rabi
sua mulher, Chana Rivka bat Beila,
Schneur Zalman (1745-1812). Vinte e
havia levantado o dinheiro. O Alter
cinco anos após o seu casamento, o
Rebe apoiou sua cabeça nas mãos
proeminentes
judeus
de
casal ainda não havia tido filhos. Depois, por motivo
e ficou em concentração espiritual durante um
de contínua perseguição, eles empobreceram.
tempo. Depois, ele ergueu a cabeça e concedeu a Reb Gavriel e sua esposa a bênção de filhos,
Naquela época, Reb Gavriel, recebeu um apelo
longevidade, riqueza e graça extraordinária.
do Alter Rebe para participar da mitsvá de Pidyon
Orientou o chassid para fechar os negócios
Shevuim (resgate de prisioneiros) com uma
em Vitebsk e começar a trabalhar com gemas
contribuição substancial, como ele costumava
preciosas e diamantes.
fazer em tempos anteriores. É compreensível a sua aflição em não poder atender ao pedido do
A bênção do Rebe se realizou. Reb Gavriel
Rebe. Ao tomar conhecimento do apuro de seu
Nossê Chên - Gracioso Gavriel (como veio a ser
marido, Chana Rivka vendeu as suas jóias e
conhecido) se tornou rico. Ele e sua esposa foram
levantou a quantia de dinheiro necessária. Depois,
abençoados com filhos e filhas. Ele viveu até a
ela esfregou e poliu as moedas até que elas
idade de 110 anos e Chana Rivka sobreviveu ao
cintilassem e com uma prece no seu coração para
seu marido por dois anos!
que a sua sorte (mazal) revivesse, ela embrulhou as moedas em um
“A bênção repousa no lar de um
pacote, o qual entregou ao marido
homem somente por causa de
para levar ao Alter Rebe.
sua mulher,” afirma o Talmud. O Rei Salomão disse (Provérbios): “Toda mulher sábia edifica sua
Chegando à presença de seu Rebe, em Liozna, Reb Gavriel colocou o dinheiro em
casa”. Que Hashem nos permita cumprir a nossa
cima da mesa. O Rebe pediu ao chassid para abrir
verdadeira vocação com saúde e contentamento
o pacote. Imediatamente as moedas apareceram
de coração! O futuro do judaísmo depende disso!
resplandecendo com um brilho extraordinário. (Adaptado de uma série de artigos escritos pela autora e
O Tsadic (justo) se compenetrou e depois disse:
publicados no jornal “Visão Judaica”)
[25]
Atuação do Chabad na Comunidade Arte, Criatividade e Teconologia a Serviço do Judaísmo
Tudo que D’us criou no Seu Mundo, criou-o para
mas que, com muito carisma e simpatia, os
exprimir Sua glória. (Ética dos pais (6:11)
instruía na confecção de trabalhos relacionados com temas e valores de judaísmo. Rabino Fitche
A tecnologia canaliza as forças divinas presentes
conta: “Eu tinha, desde minha juventude, muito
na natureza desde o momento da criação
prazer e habilidade em esculpir miniaturas e
(O Rebe).
gostava de atividades manuais. Sempre sonhava em canalizar esses recursos para engrandecer o
Foi imbuído desses ensinamentos que o Rabino
judaísmo. Nos meus primeiros meses em Curitiba,
Dubrawsky chegou a Curitiba há 30 anos,
eu passava muitas horas elaborando novas
ansioso por utilizar a sua criatividade particular
idéias e preparando o material para trazer para
e os recursos que encontrava a seu dispor para
as crianças do Clubinho de Tsivot Hashem, aos
divulgar o judaísmo e torná-lo acessível e atraente
domingos.”
para o maior número de pessoas. No segundo ano, em Purim, o rabino estreou seu Com esse objetivo iniciou o Clubinho de trabalhos
famoso “jogo de memória” com temas gerais de
manuais aos domingos, na Sinagoga Francisco
Cultura Judaica, repleto de efeitos sonoros para
Frischman. A cada semana, vinha um bonito grupo
a alegria e o entretenimento do grande público
de crianças que acompanharam o recém-chegado
de adultos e crianças que lotou ao salão da
rabino, ainda com dificuldade de se expressar,
Sinagoga Frischmann. Em seguida, vieram os
[26]
populares Sevivonim Piscadores, que divertiam as
nas colônias de férias, nas chácaras, atividades
crianças em muitas festas de Chanucá no CIP e
tão lembradas pelas crianças, muitas das quais
no Chabad. “Eu sempre me identifiquei muito com
hoje têm suas próprias crianças.
a necessidade das crianças de poderem aprender de forma criativa e dinâmica. Se D’us me deu a
O rabino descobriu um judeu generoso de
possibilidade de fabricar materiais didáticos para
coração que tinha uma fábrica de cerâmica. Logo
enaltecer as nossas tradições, eu sentia muita
milhares de castiçais e chanukiot estavam sendo
satisfação em dedicar meu tempo para essa
distribuídos em Curitiba e em outras cidades do
finalidade”, ressalta o diretor do Chabad.
Brasil. Ele mesmo orientou quanto ao formato das peças artesanais. Seja para decorar os ambientes para festas temáticas ou para criar necessários materiais visuais para deslumbrar as crianças nas aulas no Beit Chabad e nas festas na praça, o Rabino Dubrawsky nunca poupou esforços e, com muito talento e sensibilidade dava mais do que conta do recado.
Nos meses que antecederam a grande Expo Judaica no CIP, em 1985, o rabino ficava até altas
Em 2009, o Rabino Fitche concebeu a ideia brilhante
horas talhando pequenos objetos com minuciosos
de homenagear os 120 anos da imigração judaica
detalhes em isopor, madeira e outros materiais,
no Paraná. Confeccionou uma chanukia com 120
para confeccionar as maquetes que ilustraram as festas judaicas com todos os seus costumes e muitos dos preceitos básicos judaicos. “Choveu tão forte neste dia, mas isso não impediu que centenas de pessoas chegassem ao ginásio do CIP, onde representantes de todas as entidades organizaram com muito êxito, junto com Beit Chabad,
uma
exposição
encantadora,
que
repercutiu muito pelo Brasil e o mundo judaico afora”, admira-se o próprio responsável pelo projeto. Nos próximos anos, o rabino iria montar excelentes cenários e apetrechos para acompanhar muitas apresentações dos alunos do Clubinho do Chabad, além de usar sua criatividade para fantasiar as crianças e a ele mesmo nos momentos divertidos [27]
Atuação do Chabad na Comunidade
“tijolos” que incluíram as datas importantes de
tornará cada vez mais atual e necessária, pois o
todas as entidades judaicas presentes na cidade.
momento quando ‘o universo estará repleto com
“Fiquei horas colando os dígitos, marcando cada
o Conhecimento Divino assim como as águas
ano dos 120 anos nos tijolos, confessa o rabino,
cobrem o mar’ está se aproximando com uma
“mas tive um enorme prazer em poder enfatizar
velocidade inédita, concretizando nos nossos
a singularidade do nosso povo, através desta
tempos as palavras milenares do Profeta Isaias”,
Chanukiá, de como cada entidade judaica faz
destaca o Rabino Dubrawsky.•
parte de um grande candelabro, cuja função é espelhar a luz Divina.” Passaram as décadas e hoje os genros do Rabino Fitche, os jovens rabinos Mendi Labkowski e Mendy Stolik investem muito na tecnologia para expandir, divulgar, ensinar e dinamizar os ensinamentos judaicos. Rabino Labkowski utiliza datashow nas suas aulas e os recursos avançados para transmitir aulas ao vivo via internet. Rabino Stolik organiza o website do Chabad e, além de
( da
divulgar as programações, possibilita compras do
esq . para a dir .) e
casal
kitov “on-line” e passa informações úteis. Ele o abastece com clips interessantes, surpreendendo os navegantes com curiosidades e novidades no mundo judaico. O concurso moderníssimo “I Light” incentivou as crianças a produzirem clips sobre mitsvot na última festa de Chanucá na Praça. “Tudo indica que essa tendência de utilizar a tecnologia e todos os recursos inerentes no mundo para difundir os ensinamentos e valores da nossa Torá continuará pegando ímpeto e se
[28]
O s casais R abino M endy e T zivi S tolik ; R abino M endi e E idi L abkowski : filhas e genros do D ubrawsky que se dedicam às atividades do B eit C habad
Ganenu é Educação Judaica Infantil de qualidade Frances Baras
Os 30 anos do Beit Chabad do Paraná marcam
conectar o que está sendo ensinado com o seu
também a transformação do antigo Clubinho. Os
cotidiano, tornando o aprendizado muito mais
pais que sempre ficaram tranquilos em confiar
interessante e eficaz.
a educação judaica à instituição agora podem garantir educação infantil completa para as
Todas as matérias continuam ligadas, de uma
crianças.
forma ou de outra à educação judaica. As festas judaicas e os ensinamentos dos sábios
Um lugar para aprender sobre o judaísmo e as
são sempre o foco e o ponto de partida para os
tradições, onde os pais podiam deixar seus filhos
diversos temas. Por exemplo, aproveita-se para
com toda a tranquilidade. O Clubinho do Beit
fazer experiências científicas com o fermento
Chabad do Paraná sempre representou muito
em conexão à festa de Pessach e aborda-se o
para a comunidade judaica da capital paranaense.
assunto de segurança com fogo em relação ao
Assim como as diversas atividades realizadas na
tema da fogueira de Lag Baomer.
instituição, o Clubinho também evoluiu. Hoje é chamado Ganenu e atende crianças até 8 anos
As crianças contam também com uma biblioteca
de idade, incluindo matérias como português,
infantil judaica, mantida com a ajuda da comunidade
matemática e ciências.
e dos próprios pais dos alunos do Ganenu. Os livros são levados para casa semanalmente,
Atualmente uma das responsáveis é a Morá Eidi
estimulando não apenas a leitura, mas também
Labkowski, filha do Rabino Yossef e Tila Dubrawsky.
o conhecimento de histórias judaicas, das festas,
No currículo de Eidi estão uma temporada
dos sábios e dos valores judaicos, que passam
estudando pedagogia em conceituadas escolas
a fazer cada vez mais parte do dia-a-dia das
no Reino Unido, Israel, Áustria e Estados Unidos.
crianças.
A coordenadora conta com uma excelente equipe pedagógica comprometida com os ideais do instituto. Há cinco anos a Escola utiliza o método de ensino da “Inteligência Múltipla”, que consiste em utilizar as diversas áreas do conhecimento, como: musical, espacial, linguística, lógica, culinária, esportiva, entre outras. Dessa forma, os alunos conseguem [29]
Atuação do Chabad na Comunidade
conhecimento, absorvem o conteúdo e convivem com o aprendizado. Além de desenvolver as habilidades cognitivas, sociais e emocionais, o programa possibilita o avanço, desafiando cada aluno em seu nível. No Ganenu, os alunos são iniciados ao currículo TalAm, a partir do primeiro ano (Kita Alef), somente após a familiarização com o Alef-Bet na educação infantil pelo método tradicional.
O sistema de ensino do hebraico, tão importante para a cultura judaica, é o TALAM, Tochnit Limudim (Currículo de Estudo) Ivrit Moreshet
“Adaptamos o programa para ser aproveitado
(Hebraico e tradição) desenvolvido no Canadá
duas vezes na semana com o Ariot (Alef-Bet),
para ensinar o Hebraico e o Conteúdo Judaico
Shalom Bakita / Babait Uvachutz (conceitos
em escolas fora de Israel. O método se baseia em
sociais da vida escolar e família) e Chaguim. Para
ensinar leitura, escrita e conversação de acordo
reforçar o aprendizado, os alunos se divertem com
com o nível da criança, utilizando cores, música e
os mischakim (jogos) e atividades no machshev
outras atividades que despertam a curiosidade e
(computador). No final de cada letra estudada, os
facilitam o aprendizado, com a utilização de livros,
alunos fazem a Hachtava (ditado em hebraico),
CDs e jogos. As situações estudadas têm relação
passando antes por uma revisão através do
com o cotidiano da criança e facilitam a fluência
“rodízio” – trabalham em duplas nos centros de
no idioma.
leitura, escrita e jogos no computador. Isso permite à Morá avaliar com atenção individualizada o andamento de cada aluno.
A Morá Eidi conheceu esse currículo durante a sua formação pedagógica em Viena, Áustria, em 2002, na escola Lauder Chabad Campus,
“Estamos com a terceira turma aproveitando do
onde estudava e lecionava. Desde então, ela se
currículo. Os resultados são visíveis: os alunos
encantou com o programa e teve oportunidade de participar do curso de TalAm em Viena junto com professoras de outras escolas ao redor da Europa. Mais tarde, em 2010 participou de mais um curso TalAm na escola Beit Yacov em S. Paulo. A Morá decidiu introduzir no programa ao Ganenu, pois, durante os seus anos de experiência com alfabetização do hebraico, sentiu que este era o programa mais completo. TalAm trabalha a leitura, a escrita e a conversação de uma maneira fantástica. As crianças constroem o seu [30]
estão lendo cada vez com mais fluência. A
falam com saudade das morot, dos rabinos e dos
conversação na sala é cada vez mais em hebraico
amigos que ficaram”, completa a mãe orgulhosa.
e, acima de tudo, podemos ver as crianças felizes e estimuladas em aprender”, explica a
Para Lea, isso é resultado da forma interessante
coordenadora.
como o judaísmo é passado para as crianças. “A experiência dos meus filhos no Ganenu foi
As mães são só elogios para o método e tudo
maravilhosa. A recepção calorosa das morot, a
o que acontece no Ganenu. Lea Baras Top, que
alimentação saudável e casher, e o aprendizado
voltou a viver em Israel após 3 anos morando em
amplo que inclui desde as noções básicas que
Curitiba com a família valoriza a experiência dos
uma criança em idade pré-escolar necessita até o
filhos Rinat (7) e Dan (5) no Ganenu.
hebraico e o judaísmo”.
“Meu filhos são nascidos em Israel e achamos
Jéssica Nevel, que leva a sua pequena Isabela
muito importante manter o conhecimento do
(Belinha) ao Ganenu desde que ela tinha apenas
idioma hebraico no tempo em que passamos em
1 ano e 8 meses, diz que a principal razão para
Curitiba. O Ganenu proporcionou isso, inclusive
escolher a escola é a educação de qualidade
o início da alfabetização dos dois. Quando
aliada aos valores judaicos. “Acho importante que
voltaram a estudar na escola israelense causaram
a criança conheça os valores judaicos e conheça
surpresa nas morot. A base deles era excelente
as nossas tradições desde cedo”.
considerando que haviam passado três anos estudando fora de Israel”. A Rinat e o Dan frequentaram o Ganenu de 2008 até maio de 2011 e, segundo Lea, sempre voltavam para casa empolgados com as experiências, contando as histórias que haviam escutado sobre o judaísmo e sobre nossos sábios. “Até hoje eles praticam tudo o que aprenderam por lá e ainda
Além disso, conta que conseguiu notar um “desenvolvimento sensacional” na menina desde que começou a frequentar as aulas. “Ela adora o Ganenu e as morot. Todos os dias, chega contando que brincou com os amiguinhos e fez muitas artes”. •
[31]
Atuação do Chabad na Comunidade
Chabad Curitiba leva mais Judaísmo a Florianópolis Frances Baras
Trabalho realizado há três décadas em Curitiba
enlatados que formaram uma chanukiá para
desce a rodovia até Santa Catarina e alegra a
comemorar a Chanucá, Festa das Luzes. Esses
vida da comunidade judaica de Florianópolis, uma
alimentos se transformaram em donativos para a
cidade linda com poucos judeus e, até então,
população que ficou sem casa e sem bens após
poucas atividades ligadas ao judaísmo.
a tragédia. Seguindo até Florianópolis, o Rabino Mendy conheceu a comunidade.
Todo judeu, onde quer que ele esteja, tem o direito de vivenciar o judaísmo. É com base
Desde então, a comunidade da capital catarinense
nesse ensinamento do Rebe de Lubavitch que
tem apoio para comemorar as grandes festas
a comunidade judaica de Florianópolis, Santa
judaicas. E não são apenas os judeus de lá que
Catarina, está mais próxima das tradições e das
participam, mas também os diversos turistas
festas judaicas há cerca de cinco anos. E isso
judeus que passam pela cidade para conhecer a
tem acontecido com a ajuda do Rabino Mendy
belíssima costa do litoral sul do país. “Há muitos
Labkowski, genro do casal Yossef e Tila Dubrawsky,
jovens israelenses que fazem turismo pelo Brasil,
responsáveis pelo início das atividades do Beit
que não poderiam deixar de conhecer Santa
Chabad em Curitiba há 30 anos.
Catarina e que nos encontram para passar as festas judaicas como Chanucá e Pessach”, relata o Rabino Labkowski.
Tudo começou em 2008, quando as chuvas de verão assolaram boa parte do litoral do estado de Santa Catarina. Uma campanha de solidariedade
Sergio Iokilevitc, que é do Rio de Janeiro e mora
do
em Florianópolis com a sua esposa desde 1977,
Beit
Chabad
Curitiba
reuniu
alimentos [32]
conta que já participou com a família de diversas comemorações
de
Chanucá,
Sucot,
Purim,
Pessach e também de “um encontro próximo ao período de Yamim Noraim, quando o tema foi o significado das grandes festas de Rosh Hashanah e Yom Kipur”. “Talvez a mais marcante tenha sido a última comemoração
de
Sucot,
pois
envolveu
a
construção de uma Sucá em nossa casa. Contávamos apenas com pouco material e menos ainda com mão-de-obra, e o resultado final foi
“Fizemos isso dentro do que é possível quando
muito bom, uma Sucá casher e fruto de trabalho
se está numa cidade sem a estrutura básica que
efetivamente coletivo”, revela.
seria desejável - escola, sinagoga, clubes, número expressivo de jovens de mesma faixa etária etc. Tudo isto foi escasso, e tivemos de nos esforçar mais, do que se estivéssemos em cidades onde a comunidade judaica é maior e mais efetiva”. Por isso, segundo ele, a presença do Rabino Mendy é tão importante. “O Rabino Mendy representa um missionário da fé, no sentido de que sua dedicação encontra motivação no cumprimento de mitzvót, e age para trazer apoio e conhecimento para aqueles interessados, de forma carinhosa e solidária. É uma pessoa importante no fortalecimento e construção de nossa identidade judaica”, relata. •
A vida judaica na cidade, conta Sérgio, se dá principalmente por meio da existência da Associação Israelita Catarinense, que procura manter
conectadas
região,
enfrentando
as
pessoas
bastantes
judias
da
dificuldades
neste propósito, em função da dispersão da comunidade, assimilação etc. Sérgio, que é engenheiro elétrico, chegou a Florianópolis com a esposa logo após a universidade. O casal teve os filhos por lá e procurou dar a educação judaica que sempre tiveram.
[33]
Atuação do Chabad na Comunidade
Há 18 anos Ajudando a Manter a Tradição Judaica Bat Mitsvá Club Frances Baras
Cerca de 200 meninas de Curitiba já passaram
“Maravilha de se tornar mulher”, em parceria com
pelas atividades para B’not Mitsvá organizadas
a Naamat Pioneiras, reunindo as meninas para
pelo Beit Chabad em Curitiba. Com a chegada
atividades culinárias e a vivência de um shabaton
das redes sociais, as atividades unem tradição
coletivo. Quase 200 meninas já passaram pela
e modernidade em uma experiência única e
experiência e, com toda a certeza, lembram até
inesquecível.
hoje do que aprenderam. Muitas delas já colocam em prática em suas próprias famílias.
É fato conhecido que a mulher tem um papel fundamental na vida judaica, já que ela é a grande
Em 2003, com a ajuda da Morá Rose Muller, a
responsável por manter um lar judaico dentro das
atividade passou a ser bimensal e a ser chamada
tradições. A partir do Bat Mitzvá toda menina
do Bat Mitsvá Club. As meninas se reuniam
judia começa a se tornar mulher e deve entender a
inicialmente em Motsaei Shabat (sábado a noite)
importância desse momento para toda a sua vida.
enquanto hoje são realizados aos domingos a
Essa transição é muito mais divertida e especial
tarde. O programa inclui leitura de Salmos, uma
para as meninas de 12 anos em Curitiba desde
reflexão, uma história empolgante, uma atividade
1994.
manual, um momento musical e um lanche gostoso. As sócias recebem missões e fazem tarefas administrativas no Club.
Foi naquele ano que começaram as atividades da [34]
Em 2007 a Morá Tzivi Stolik, filha do casal Yossef
25 horas de muitas atividades, aprendizagem,
e Tila Dubrawsky, assumiu a coordenação do
músicas e diversão. Elas participam de atividades
Club integrando a sua rica criatividade e as idéias
lúdicas e fazem novas amizades”, completa Tzivi.
do BMC internacional ao programa. Hoje as atividades transcendem os encontros presenciais e chegam até as redes sociais.
É por meio do Facebook, por exemplo, que Tzivi
Para concluir as atividades, não há necessidade
se comunica com as B’not Mitzvá, avisa sobre a
de realizar uma cerimônia. “O importante é
programação dos encontros e se aproxima ainda
que elas entendam o seu papel nessa nova
mais dessas meninas da chamada “Geração
etapa e continuem seguindo o caminho com os
Z”. Para a superconectada Ilana Ida Ingberman,
ensinamentos que juntaram durante o ano”, revela.
integrante do BMC de 2011, essa interação tornou Mas nada “passa em branco”, segundo Tzivi.
tudo ainda mais divertido.
“Realizamos um encontro de encerramento para Apesar de todas as mudanças, o objetivo,
mães e filhas, para que as mães possam conhecer
segundo Tzivi Stolik, continua sendo o mesmo:
um pouco do que suas filhas viveram durante o
dar às meninas neste ano tão importante, em que
ano, mostramos um clipe especial, entregamos
elas atingem a maioridade judaica, a oportunidade
lembranças para as meninas e desejamos as elas
de conhecer, entender e vivenciar tudo aquilo
muita sorte para o futuro”, finaliza. •
que é fundamental para a mulher judia e para a continuidade da vida judaica de forma dinâmica divertida e criativa. As atividades, que acontecem no Beit Chabad, continuam baseando-se em leitura dos salmos correspondentes à idade, bate-papos e dinâmicas sobre algum tema, scrapbook e outros trabalhos manuais, ações sociais e um lanche. “Como parte do programa, as meninas também participam de um shabaton, passando o Shabat juntas, com [35]
Atuação do Chabad na Comunidade
Juventude O braço de Juventude no Chabad, coordenado
Quem não gosta de viajar? Se a viagem for por
pelo Rabino Mendy Stolik, oferece programas
sete países, melhor ainda! É por isso que o Beit
dinâmicos, criativos e educativos. Consciente de
Chabad promoveu várias viagens dentro do
que a juventude de hoje representa o futuro do
“Projeto Alicerces” e do “Projeto I Know I Go”,
judaísmo de amanhã, o Beit Chabad diversifica
para incentivar jovens a estudar nossa história e a
a programação para alcançar o maior número
conviver com jovens judeus de outras cidades do
possível de participantes.
Brasil. Essas viagens, muito mais do que estudo, abrem os olhos dos jovens por meio de atividades
“O Talmud relata que, ‘do mesmo modo que as
de integração, passando shabatot e desfrutando
faces das pessoas não são iguais, assim também
de momentos agradáveis em outras comunidades
as mentes são diversas’. É preciso achar para
judaicas do mundo ou no 770 (sinagoga do Rebe)
cada indivíduo uma maneira para ele se sentir
em Nova York.
bem e se conectar com nossa herança tão rica e profunda. Para um é uma aula de Torá e para
Em nossas festas judaicas os jovens podem
outro é uma viagem à Polônia, para ver e viver o
celebrar com amigos, seja num seder de Pessach,
estilo de vida de seus antepassados”, explica o
num encontro na suká, ou no acendimento de
rabino.
uma Chanukiá em Chanucá. As moças recebem dicas de decoração para as mesas festivas e
Toda semana há aulas de “Kiruv” em grupo e
participam de aulas de culinária, onde aprendem
particulares. Os participantes recebem uma bolsa
a fazer chalá ou uma outra boa receita típica.
de estudo e podem debater temas como “existe mau olhado?” ou “como sabemos que a Torá é
A residência do rabino está sempre aberta, seja
verdade?” São oferecidos também, algumas
para dar conselhos para os jovens, para estudar,
vezes por ano, cursos especias como “Israel 3D”,
para um jantar de Shabat ou só para hangout.
“Tour pelo Templo Sagrado” e mais.
Mesmo os jovens que estão fora, procuram o rabino para ajudar a achar e a conhecer um Beit Chabad em outra cidade ou país. Sobre os planos para o futuro o Rabino Stolik fala: “Sabemos que ainda resta muito trabalho pela frente. Networking com outros centros judaicos para ajudar os jovens a encontrarem sua alma gêmea, reuniões em residências de casais jovens, entre outras idéias. Nós precisamos sempre inovar e melhorar, porque, enfim, se trata do futuro do povo judeu”. [36]
Vejam o que tem a dizer alguns jovens que participaram de programas de estudos e viagens do Beit Chabad nos últimos três anos.•
Convivência interessante e descontraída Patríck Sasson Now that I went, I know!
Vivenciar os costumes do nosso povo Diana Parigot de Souza O projeto “I know I go” foi uma ótima experiência para conhecer e, principalmente, vivenciar o judaísmo.
Foi realmente uma experiência única ter participado desse projeto especial. Poder aproximar-se do judaísmo de uma maneira interessante e descontraída é fundamental.
Ao longo das aulas fomos relembrando, descobrindo e debatendo temas judaicos. As aulas foram de extrema importância para que todos os participantes se conhecessem e também para que aprendêssemos sobre o judaísmo e a visão do Chabad.
Foi isso que o Projeto “I know, I go” nos proporcionou. A convivência real com judeus do mundo inteiro em Nova York resultou em uma experiência inesquecível.
A finalização do programa, uma semana em Nova York, vivendo dentro de uma casa religiosa e praticando os costumes do nosso povo, foi incrível! É interessante notar como mesmo tão longe a identificação e o sentimento de “estar em casa” foi tão forte.
Uma das surpresas positivas foi, sem dúvida, nossa interação com o grupo do Rio de Janeiro. Jovens brasileiros tiveram a oportunidade de compartilhar experiências, algo que, sem esse projeto, para a grande maioria, seria inviável. Para nós, que vivemos em uma comunidade pequena, esse tipo de programa é imprescindível para possibilitar uma convivência mais próxima do judaísmo.
Eu me encantei Vanessa Gelhorn
Judaísmo íntegro Marcelo Tayah de Melo
Difícil selecionar o momento mais marcante da viagem, porque todos os momentos foram muito enriquecedores e especiais. Talvez o Shabat em Praga, onde tivemos a oportunidade de estar na Sinagoga do grande Sábio e Cabalista “MaHaRaL” (famoso pelo golem que ele criou), vivenciando toda a simbologia e as regras desse momento tão especial. Eu estou encantada! Não só pelo fato de o programa Alicerces ter-me proporcionado uma experiência de viagem com uma mágica mistura de sentimentos e emoções, um conhecimento da história dos meus antepassados, uma vivência do judaísmo. Ele me fez entender de onde eu vim e para onde eu quero ir.”
Meus avós vieram da Europa trazendo esta bagagem judaica que hoje eu levo. Pelo Beit Chabad, tive a oportunidade de conhecer mais a comunidade judaica praticante do judaísmo, além de poder realizar uma viagem a Israel, pelo Programa Taglit, em 2007, e conhecer o 770, em Nova York, com toda sua energia e mostra de uma integridade judaica nos Estados Unidos. Quero agradecer ao Beit Chabad do Paraná por me receber de braços abertos.
[37]
Atuação do Chabad na Comunidade
O Triunfo do Espírito
Homenagem aos Sobreviventes do Holocausto Numa noite memorável, em maio de 2001, mais
Os sobreviventes que moram na nossa comunidade
de 400 pessoas lotaram a sala de confêrencias
foram
no Hotel Radisson para uma homenagem a
da mão de um dos presidentes das entidades
62
judaicas do Paraná, um lindo livro de Salmos com
sobreviventes
do
Holocausto
da
nossa
homenageados
recebendo,
cada
um
capa de couro e inscrição expressando nossa
comunidade.
admiração e respeito por tudo que passaram e por O evento promovido pelo Beit Chabad como
ainda conseguirem, com muita garra, constituir
parte das comemorações dos seus 30 anos,
suas famílias e se dedicarem a continuidade do
contou com a ilustre presença da Rebetsin Esther
judaísmo.
Jungreis, oradora de renome mundial. O programa foi organizado com muito esmero pelas senhoras
A
Rebetsin
Jungreis,
nascida
na
Hungria,
Lilian Zugman e Marina Hasson e teve a valiosa
descende de uma dinastia rabínica cuja linhagem
colaboração dos jovens do Dror haBonim,
remonta ao Rei David. Sobrevivente do campo de concentração Berguen-Belsen, ela vive hoje
O cerimonial comecou com acendimento de uma
em Nova York. Ela proferiu uma comovente
vela pelos membros da familia ao lado da fotografia
palestra, acompanhada por muitos com tradução
de seu ente querido, sobrevivente, que já se foi.
simultânea, destacando, por meio de vários casos
Foram projetados no telão, com fundo musical, os
verídicos, o milagre do judaísmo ter sobrevivido a
nomes e retratos de todos esses heróis, exemplos
momentos de perseguição ao longo da História.
de fé e coragem para as novas gerações. Os sobreviventes Zichronam Livrachá que foram homenageados e lembrados: Abram Majer Apelbaum Korcfeld, Alter Nechemie Grynbaum, Arie Flaksberg, Bela Zielonogora, Bernardo Wies, Binyamin Gelhorn, Brondla Grynbaum, Bruno Macioro, Chaskiel Slud, Chaya Kulysz, David Lorber Rolnik, Eva Kohane, Fiszel Szmargowisz, Hanna Lili Sielecka, Hella Bewaski, Henik Weishof, Hinda Klein, Ita Gottfreid Hendler, Izak Baras, Jacob Krigsner, Jacob Mendelsom, Joel Bergman, José Hendler, Joseph Kohane, Julio Kohane, Leah Mamber, Leon Fajgenbaum, Mala Szniter, Malka Lorber Rolnik, Marcos Zielonogora, Marie Berthe Weishof, Mario Grynbaum, Miriam Mendelsom, Moises Bergerson, Moshe Aron Herchlikowicz, Moshe Klein, Natan Mamber, Nuchym Szniter, Rosa Baras, Samuel Klein, Schulem Krajden, Shendel Aizescu, Shimon Aizescu, Shoshana Klin, Sonia Ingberman, Szlama Kac, Yaacov Kulysz, Zeev Goldstein. Os sobreviventes, ad meia veessrim shaná, que foram homenageados: Abram Bogdanski Z”L , Bela Bogdanski, Bunia Finkel, Cila Krajden, Hella Schwarz, Marcos Bergerson, Menachem Klin, Moises Jacobson, Naftali Steinberg, Peter Aizescu, Samuel Grinbaum, Sara Gelhorn, Sara Goldstein, Vergil Terifan. [38]
Todos os participantes levaram uma lembranรงa
foi ceifada durante o holocausto, assumindo uma
com o nome de uma das crianรงas judias cuja vida
mitsvรก em honra da memรณria dessa crianรงa. โ ข
[39]
Atuação do Chabad na Comunidade
Lançamento do Talmud em Português
Testemunha Ocular de uma Noite Iluminada Ainda como parte das comemorações dos seus
informou ao público das aulas de Talmud, já em
30 anos, na noite de 28 de junho 2011, houve
andamento no Colel do Beit Chabad, frequentadas
um evento muito especial no Beit Chabad de
por jovens e adultos e sobre novos grupos que
Curitiba, iniciativa do Colel Centro de Estudos,
serão formados no futuro breve. “Hoje podemos
dirigido por Rabino Mendy Labkowski. Foi o
conciliar uma vida profissional com o estudo da
lançamento do primeiro volume do Talmud em
Torá e do Talmud. Não se torna mais necessário
Português! Na presença de mais
abrir mão de qualquer um em prol
de cem descendentes, familiares
do outro”, salientou o diretor do Beit
e amigos, receberam homenagem
Chabad.
três patriarcas de familias distintas: Mendel
O Rav Shamai Ende, convidado
Knopfholz Z’’L, Shmil Troib Z’’L e
especial da noite e o responsável
Nathan Yalom Z’’L conhecidos pelo
pela obra em português, desvendou
Yishuv Curitibano por sua devoção
os mistérios do Talmud proferindo
e erudição no estudo do Talmud.
palavras profundas e interessantes
senhores
Menachem
Uma gravura que data de 1945, emprestada pelos
a respeito da Lei Oral da Torá. Compartilhou
parentes demonstrou estes senhores saindo da
histórias verídicas de grandes sábios e seu incrível
Sinagoga Francisco Frischmann, com seus livros
domínio neste estudo da sabedoria divina milenar
de Talmud embaixo do braço, após seu estudo
que acompanha o nosso povo desde Moshe
diário. A famosa Edição Vilna do Talmud utilizado
Rabenu até nosso dias. “Todas as ciências, todas
por eles estava exposta junto com outros objetos
as novidades na tecnologia e medicina já estão
pessoais, fazendo sua presença palpável e
previstos nas páginas destes tomos”, afirmou o
marcante.
chefe da Yeshiva Lubavitch de SP, Rabino Shamai.
Três netos que levam os nomes de seus avós,
O
Mendel Knopfholz, seguido por Jaime Zlotnik,
confraternização, com comes e bebes e a venda
Sergio (Shmil) Mazer e Nathan Kulisch, prestaram
do Talmud em Português. Muitos participantes
depoimentos
compartilhando
aproveitaram a oportunidade de levarem para
lembranças suas de seus notáveis ancestrais.
casa este Clássico Judaico. O grande público
Rabino Yossef Dubrawsky destacou o grande
dispersou e um grupo de umas trinta pessoas se
mérito da comunidade em ter tido estes ilustres
aconchegou em volta de uma grande mesa para
exemplos e como hoje com a tradução desta
um farbrenguen chassídico com Rabino Shamai
grandiosa obra em línguas mais acessíveis, inglês
Ende. Ficaram mais uma hora e pouco para
e agora o português, será cada vez mais fácil para
ouvir pérolas de inspiração e histórias magníficas
a nova geração continuar a estudar. O Rabino
do Rebe de Lubavitch, próximo da data que
emocionantes,
[40]
programa
terminou
com
uma
calorosa
marcava 70 anos de sua chegada aos EUA. Um
atrevo a especular se a alegria contagiante desta
Sheva Brachot inesperado, brindando os recém-
noite não foi um reflexo de uma alegria especial
casados Jackson Guelman e Joyce Grimberg
de três almas no Gan Éden, que vibraram vendo
que vieram prestigiar o evento, finalizou a noite
a continuidade de seu esforço e das suas boas
com tom de muita benção, alegria e dança. E me
ações... •
[41]
Atuação do Chabad na Comunidade
Aulas e Atividades que Agitaram os últimos cinco anos Cursos
[42]
Crianรงas
[43]
Atuação do Chabad na Comunidade
Kitov
[44]
Almoรงos aos Domingos
[45]
Atuação do Chabad na Comunidade
Mulheres
[46]
Palestras e Fabrenguen
[47]
Atuação do Chabad na Comunidade
Festas Judaicas
[48]
Juventude
[49]
Imagens que Marcaram os 30 anos Voc锚 faz parte desta hist贸ria
Aulas Para Jovens e Adultos
[50]
Bar Mitsvรก
[51]
Você Faz Parte Desta História
Bat Mitsvá
[52]
Bat Mitsvรก
Beit Chabad no CIP
[53]
Voc锚 Faz Parte Desta Hist贸ria
Beit Chabad na escola Israelita
[54]
Educando a Nova Geração
[55]
Você Faz Parte Desta História
Educando a Nova Geração
[56]
[57]
Você Faz Parte Desta História
Educando a Nova Geração
[58]
Col么nia de F茅rias
[59]
Voc锚 Faz Parte Desta Hist贸ria
Col么nia de F茅rias
[60]
Churrasco na Chácara da Família Frenkel
Jantares
[61]
Você Faz Parte Desta História
Feiras
Hotel Mata Atlântica
[62]
Festas
[63]
Voc锚 Faz Parte Desta Hist贸ria
Festas
[64]
Casamentos
[65]
Voc锚 Faz Parte Desta Hist贸ria
Melhor Idade
Shabaton
[66]
Inaugurações
Micvê 1983
Micvê 2002
[67]
Inauguração da nova cozinha
Kitov
[68]
Kitov
Florianópolis
Bênção do Sol
Hachnassat Sefer Torá 2000
[69]
Você Faz Parte Desta História
Hachnassat Sefer Torá 2000
Hachnassat Sefer Torá 2007
[70]
Voc锚 Faz Parte Desta Hist贸ria
Jovens
[71]
Mulheres
[72]
Voc锚 Faz Parte Desta Hist贸ria
Mulheres
[73]
Palestras e Farbrenguens
[74]
Você Faz Parte Desta História
Palestras e Farbrenguens
Praça
[75]
Praรงa
[76]
Chabad: Luz Para Vidas S uperação
e
S ucesso
Cecilia Tockus Silberspitz
Peço a D-us que me conceda sabedoria para usar
O objetivo principal dessa viagem era um encontro
aqui palavras eficazes, que traduzam sentimentos
pessoal com o Rebe de Lubavitch, líder mundial
tão fortes, e que elas possam alcançar os corações
do movimento do movimento Chabad, para que,
e as almas de todos vocês.
com sua Bracha, pudéssemos reencontrar nosso caminho.
A nossa história tem início em 1980, quando tivemos que vencer a dor de perder nosso amado
Como descrever em palavras um encontro
filho Joel (Z”L). Lembro-me então das palavras do
dessa magnitude? Na hora da nossa entrevista,
Rabino Benayon que me perguntou
entramos todos juntos cada um com
como poderia ajudar. Eu lhe pedi
seus pensamentos e os corações
que nos levasse mais perto de
acelerados. Seguiu-se um silêncio
Hashem; precisávamos dessa luz.
confortante e muito choro. O Rebe começou a falar, e tudo o que ele disse hoje eu sei que é verdade.
Foi assim que conhecemos o Beit Chabad em São Paulo. Fomos
Saímos do pequeno escritório com
acolhidos pelo Rabino Alpern, sua esposa dona Esther (Z”L), nossa
R abino A lpern , M anfred Z”L, C ecilia e S usi
grandes esperanças e seguimos
grande amiga, e seus filhos. Essa foi uma amizade
o caminho que ele nos indicou. Aquele rápido
que ficou para sempre. Com sua força e sabedoria
momento, que foi um grande privilégio, passou
reaprendemos a caminhar pela vida com mais fé.
para a eternidade de todas as formas.
Meses depois, uma vez mais amparados pelo
Pouco tempo mais tarde, estávamos diante de
carinho dos Alperns, toda a nossa família vivenciou
um desafio ligado às palavras do Rebe: existia
uma experiência única e diferente de tudo que
a possibilidade de o Beit Chabad se instalar em
conhecíamos. Fomos a Nova York, mas não à
Curitiba. A família designada pelo Rebe para
ilha de Manhattan, e sim a um universo de outros
fundar o Beit Chabad no Paraná era a família
valores: convivemos com a comunidade religiosa
Dubrawsky, o Rabino Fitche, sua esposa Tila e
Chabad de Crown Heights por alguns dias.
seus dois filhos, Guity e Sendy.
[77]
Chabad: Luz Para Vidas
Hoje, quando lembro das dúvidas, medos e
da globalização total, mas a essência humana
inseguranças de todos, Baruch Hashem, só tenho
continua a mesma, e a nossa essência como
certezas.
povo é o judaísmo. Como judeus temos uma visão diferente da vida, com valores e princípios
Trinta anos se passaram e o tempo trabalhou a
que fazem parte da nossa herança, que queremos
nosso favor. Eu só me pergunto quanta coragem
deixar intactos, ou melhor, fortalecidos para as
e determinação estavam naquela bagagem! Todos
gerações futuras. Este é justamente o foco do
nós sabemos como é difícil cada começo e como
Chabad.
são necessários bons parceiros para um novo projeto. Com o passar do tempo, muita gente se
Hoje o Beit Chabad já está na segunda geração
envolveu, tornando mais fácil toda a trajetória.
de ¨shluchim¨, com a volta das filhas Eidi, Tsivi e
Tenho certeza de que o Beit Chabad do Paraná é
seus maridos ¨Mendys¨ (como são conhecidos).
uma conquista de todos nós.
Eles e seus filhos são a certeza da continuidade, somando forças e novas ideias. Imagino como
Os anos foram passando, a família Dubrawsky
serão os próximos 30 anos. Com certeza o que
cresceu com a chegada de mais duas filhas,
for plantado será colhido.
Eidi e Tzivi. Cresceram também as atividades do Chabad. Eram muitas novidades para a cidade:
Moro há quase 20 anos em São Paulo e é com o
uma micvê, um clubinho para as crianças terem
maior orgulho que acompanho todas as conquistas
mais contato com a religião, uma cozinha e um
da comunidade de Curitiba, com coexistência
buffet casher, uma Chanukiá gigante em praça
harmoniosa, em que todas as diferenças são
pública, castiçais de Shabat e de Chanucá, festas
respeitadas. Parabenizo a todos!
de Sucot e de Purim sempre com bastante alegria e novidade, semana da Mulher Judia e tantas
Por meio dos ensinamentos do Chabad inúmeros
outras realizações. Os avanços foram tantos que
destinos foram mudados e tantas vidas foram
não poderíamos descrevê-los com detalhes.
tocadas. A Brachá do Rebe se transformou nesta realidade.
Nestas últimas três décadas quase tudo no Tudo começou com um sonho, um sonho viável.
mundo mudou. Vivemos na era da tecnologia e
Sempre soubemos que, para realizá-lo era preciso um trabalho constante, diligente e árduo. A família Dubrawsky provou, que, com muita fé, é possível transformar o mundo! Minha querida filha Susi: juntas vivemos essa história e juntas a escrevemos, obrigada pela ajuda. Dedicamos essas lembranças aos meus C ecília ( acima
filhos e netos, que são o brilho dos meus olhos,
á esq .) durante o jantar da
com a presença da
R ebetsin E sther
S emana da M ulher J udia A lpern Z’’L ( sentada à esq .)
e ao nosso querido Manfred Z”L. Sem ele, nada [78]
disto teria sido possível.
projeto.
Nossos agradecimentos a Hashem pelos milagres
Pelos 30 anos de dedicação, nossa eterna
e ao Rabino Alpern, que foi o arquiteto deste
gratidão. Pelo sucesso alcançado, MAZAL TOV! •
S usi , H erta , M ichelle C ecília
R abino F itche
e
S imone , J oel , C ecília , S usi ,
C ecília T ockus S ilberspitz
e
seu marido
S imone
J osé
e
M ichelle
“Da nossa Caixa de Mensagens: Famílias Resnick e Serrulha” Aos amigos da Sinagoga que fizeram o Hélio
Não existe nada neste mundo que possa
feliz e uma pessoa importante:
retribuir o carinho, a atenção e dedicação dos amigos. Obrigada a todos vocês por tudo que
Fazer amigos era o grande talento do Hélio;
fizeram e estão fazendo por nós.
encantar as crianças com suas histórias era seu talento; escrever um bom texto era seu talento;
Sol, Priscilla e Bernardo; Rachel Resnick, Gilda
ocupar o espaço om alegria, gargalhadas era o
Serrulha e José Serrulha
seu talento; nos deixar muitas saudades foi o seu talento.
Agosto/2009
[79]
Chabad: Luz Para Vidas
C uritiba R espira J udaísmo Roland Hasson
O Beit Chabad em Curitiba, foi
E assim foi, pede uma doação
aquele susto.
aqui, outra ali, e quando vimos, uma casa própria, a qual se
O Rabino Fitche, de barba,
transformou,
sempre de preto, com o seu
depois de um pedido aqui, outro
chapéu...
estava
ali, em uma linda Sinagoga.
acostumado a ver um Rabino
Seus filhos cresceram e eles
assim; pelo menos em Curitiba.
conseguiram
Ninguém
obviamente,
trazer
para
Curitiba os seus dois genros, Muita resistência, diz-que-diz-
que rapidamente se puseram a
que e o tempo foi passando,
trabalhar: aula de Torá, aula de
passando, passando, e o Rabino
Cabalá, aula de cashrut e por aí
Fitche com a Rebetsin Tila,
afora, e também a Rebetsin Tila
cativando.
um
e suas filhas dando aulas. Lá
lugar alugado para desenvolver
se vão 30 anos! Temos hoje até
Conseguiram
as atividades. A Rebetsin Tila, sua grande
uma loja com produtos casher, chalot de Shabat
companheira, dando aulas para as crianças,
etc.
providenciando a comida do Shabat e o Rabino dando aulas, rezando, convidando os judeus para
Em Curitiba, pode-se dizer, respira-se judaísmo e,
rezar, aparecendo nos eventos, mas mais que
se assim é, muito devemos à Rebetsin Tila e ao
isso, fazendo eventos. A Chanukiá da Praça 29
Rabino Fitche. Só nos resta agradecer e pedir 120
de Março (1986), em Curitiba... quem diria?!
anos de vida para eles! •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Família Galbinsky” Contando com Apoio no Momento Certo. Nos
momentos
Sempre
mais
na
hora
exato
e
difíceis de nossas vidas,
no
lá estava o Beit Chabad.
precisamos pudemos contar
O Rabino Fitche e sua
com seu apoio. Seu trabalho
família sempre trazendo
é admirável e só merece
um alento, uma palavra
nossos elogios e votos de
amiga, um livro, uma
muito
chalá.
empreendimentos. [80]
momento
certa
sucesso
em
que
seus
A travessando G erações Rebeca (Rivkale) Kalter Acherman Desde que tinha 3 anos, minha família e eu
colônias de férias. Nunca foi uma obrigação, mas
começamos a frequentar o Beit Chabad em
sempre um enorme prazer.
Curitiba. O Rabino Fitche nos incentivava a vir e a participar do Cabalat Shabat, receber o espiritualismo e os ensinamentos e aproveitar o ambiente do Dia Santificado enquanto estivéssemos ali, mesmo sabendo que na saída iríamos a uma discoteca ou algo do gênero. Muito judaísmo recebi dos meus pais, mas, R ebeca
com
3
anos no
C lubinho
do
B eit C habad
em
C hanucá
graças ao Chabad, observo hoje muitas mitzvot
Um casal jovem, vindo dos Estados Unidos,
na minha casa em Israel, inclusive cashrut. Se
chegara à cidade com a missão de aproximar
D-us quiser, em breve minha primeira filhinha, Lia
os judeus da comunidade ao judaísmo e sempre
Guital, começará a frequentar o jardim de infância
nos recebiam com os braços abertos. Havia um
do Chabad, em Kfar Saba.
respeito mútuo muito grande. Não consigo descrever minha infância sem falar do Chabad de Curitiba como minha segunda casa. Aprendi o Alef-Bet, as rezas, o significado e as regras dos chaguim, tziniut e muito mais: amizades, brincadeiras, colônias de férias, artes e até a técnica de fazer “chalot” para Shabat. Frequentava o clubinho de segunda a quinta, Cabalat Shabat e até shabaton na casa da Morá
B runo , L ia G uital
Tila, do Rabino Fitche e da minha amiga de
e
R ebeca
em frente ao
K otel
em
J erusalém
Posso dizer que a Morá Tila e o Rabino Fitche são
infância, filha do casal, Guity.
um exemplo de shluchim do Rebe, que recebem Quantas peças de teatro e apresentações fizemos,
a todos com muito amor, carinho e ensinam os
inclusive com minha adorada Babe Dora Z”L nos
verdadeiros valores que a Torá representa para
acompanhando ao piano!
nossas vidas.
Com o tempo, cresci e passei a ser madrichá nas
Obrigada por tudo! • [81]
Chabad: Luz Para Vidas
J udeus
do
S éculo XXI
Ricardo Sasson Recebi com alegria o telefonema do Rabino
POVO-TERRA-D`US. Se temos a TERRA, ISRAEL,
Fitche falando que o Beit Chabad do Paraná
e o povo JUDEU, faltava D`US. Assim que somente
estava completando 30 anos, e gostaria de
somos completos com as três pontas do triângulo.
contar com minha colaboração para esta revista
E a terceira ponta é o cumprimento da Torá.
comemorativa. Um pequeno grupo de cinco pessoas, do qual Quando desliguei, “caiu minha ficha” de que se
eu fazia parte, juntou-se para estudar Torá, no
passaram 30 anos, desde que aquela simpática
Beit Chabad, no final da década de 90. Aquele
família chegou a Curitiba. É incrível lembrar que
momento foi de muita importância na minha
vivenciei a passagem deles por todos esses anos!
vida. Éramos todos pessoas de casas não religiosas, que estavam sentadas, semanalmente,
Hoje tenho muita hakarat hatov (gratidão) para
estudando Torá. Daquele momento em diante, a
o Rabino Fitche. A receptividade e a forma
Providência Divina foi monstrando-me o caminho,
que mostrou como podemos ser religiosos e
levando-me a viajar a trabalho, a diversos países,
viver no século 21, sem nenhum conflito, foram
e habituando-me a ver, cada dia, que a religião
determinantes na minha vida.
é parte inseparável da vida de um judeu. E mais ainda: a religião somente facilita nossa vida e não dificulta, como muitos podem pensar.
Apesar de não ter nascido em uma família religiosa, meus pais e avós me transmitiram forte ligação com
Minha vida profissional exige muitas viagens,
o judaísmo, que por muitos anos se manifestou por meio da militância comunitária. Dediquei muitos anos de minha juventude ao Ichud, CIP, Escola Israelita e ao folclore. Éramos poucos, mas eu também frequentava o Cabalat Shabat da saudosa Sinagoga Francisco Frishmann. Tenho também muito viva em minha memória uma apostila que usei para preparar uma peola no Ichud (atual Habonim Dror), que descrevia que o Judaísmo era composto por um triângulo,
R icardo ( ao centro ) com seus alunos da 8ª série da E scola I sraelita B rasileira S alomão G uelmann durante uma viagem de formatura a P arati [82]
inclusive ao exterior, onde, em cada parada, um Beit Chabad sempre está presente. Lembro-me de um Yom Kipur em Offenbach, na Alemanha, ou um Rosh Hashana, em Milão. Já há muitos anos viajo à China frequentemente. Fui o primeiro brasileiro a passar um Shabat no Beit Chabad de Shanghai. Nessas viagens, sempre encontro pessoas de diversos países, que, ao sentarem-se à mesa de Shabat, parecem ser todos familiares, pois sabemos por que estamos ali e que temos muito em comum. A cada dia que passa mais pessoas encontram o judaísmo autêntico, aquele que o Criador nos passou de forma clara na Torá, e eu posso vivenciar isso não só no exterior, como aqui mesmo em São Paulo, onde vivo hoje. Uma cidade que pulsa em suas sinagogas, nas escolas judaicas, nos restaurantes casher, e, por que não mencionar, no
R icardo
primeiro supermercado casher, de propriedade do
com sua esposa
N atalie
e os filhos
A lessandra
e
J oe
amigo Maurício Majtlis, daquele grupo de cinco já mencionados, que se aproximou da Torá em
Como o Maurício e eu, todos daquele grupo hoje
Curitiba.
vivem uma vida judaica plena, sem abdicar das tarefas profissionais e da rotina comum a todas as pessoas. Contamos com um único ponto que nos diferencia: desfrutamos da proximidade com o Criador, com uma vida plena de valores judaicos. Se D’us quiser, esse diferencial será transmitido para as minhas próximas gerações, através da educação que dou aos meus filhos. Que o Beit Chabad do Paraná continue sendo fonte de inspiração e de aproximação à Torá para toda a comunidade! •
R icardo
completa uma letra na
T orá
[83]
Chabad: Luz Para Vidas
F amília S egall
Uma História de Mitsvot, Desafios e Alegrias Kutzi Segall
O Rabino Yossef Zukin certa vez escreveu: “O
Torá. Foram enfrentados muitos desafios nessa
judaísmo é uma religião muito profunda e complexa,
caminhada de 30 anos, mas sempre se contou
por outro lado, é muito simples: acreditar em D’us
com o incentivo e a orientação do Rebe.
e fazer o que Ele pede. Mas isso requer uma mudança total em nossas prioridades de vida,
Essa motivação foi transmitida pessoamente pelo
pois, de repente, percebemos que o verdadeiro
Rebe, enquanto distribuía um dólar de tzedacá
‘eu’ é a nossa conexão com o Criador (...) ” (Torah
nas intermináveis filas formadas por judeus de
Mail - Parashat Devarim [5772])
muitas partes do mundo, ansiosos por receber uma B’rachá de saúde e sucesso. Mesmo hoje,
Então o sucesso profissional
quando ele não mais se
e a estabilidade material
encontra
e financeira passam a ter
entre nós, o Rebe é
outro valor e significado,
consultado por meio
o foco na vida muda para
de
o fortalecimento de nossa
orientação.
fisicamente
cartas
pedindo
conexão com D’us. O Beit Chabad tem Na nossa família, isso vem processando-se há mais de
sido nosso farol todos S ergio
e
B en A mi
esses anos, aqui em
30 anos. Meu irmão, o Ben Ami, teve o mérito
Curitiba e nos Estados Unidos, em Crown Heights
de junto com o cunhado, o médico e deputado
(bairro do Brooklyn onde morava o Rebe) e em
Dr. David Federmann, de abençoada memória,
outros locais onde membros da família foram
serem recebidos pelo Rebe de Lubavitch, Rabi
morar, trabalhar, estudar: São Paulo, Flórida, Las
Menachem Mendel, em audiência particular.
Vegas, Israel, França, Itália, Alemanha.
O meu irmão contou, mais tarde, que foi uma experiência extraordinária e que tocou muito
A família cresceu, porém todo tempo se esforçou
fundo no seu coração.
para manter forte o judaísmo que nos conservasse conectados com o que nosso Criador espera de
Quando retornou a Curitiba, assumiu para si a
um judeu. O Beit Chabad tem nos proporcionado
tarefa de motivar a família para mudar o nosso
os meios para observar esse foco e crescer
estilo de vida - mudanças que não foram fáceis -
espiritualmente.
e adotar um estilo mais significativo sob a luz da [84]
Claro que não faltaram dificuldades, pois elas
de honrar pai e mãe, visitando-os diariamente e
fazem parte de nossa vida material, mas, com a
estando sempre pronto para ajudar no que for
luz da Torá foram superadas.
necessário.
O meu avô era um ilustre rabino e professor na Romênia, mas meu pai, que veio para a América à procura de melhor qualidade de vida, foi perdendo contato com a religião, como aconteceu com outros judeus. Agora a família é grande, cresceu muito e é a contribuição dos Segall para aumentar a população judaica do mundo... recebendo educação judaica religiosa. A riel
com os sobrinhos
S hmuel
e
P inchas S hloime
Contar alguns fatos atuais acho que expressa o que aconteceu com a família nesses 30 anos. Yehuda e Ariel são os primeiros filhos de meu irmão e a sua esposa Beti. Yehuda começou a sua jornada de volta às suas raízes numa viagem para Israel, fazendo um curso na Universidade de Bar Ilan e continuou em uma Yeshiva. Os seus dois filhos mais velhos estão em Israel. Pinchas Shloime (tem o nome de meu pai z”l) estuda na Yeshiva de Tzfat e Shmuel, em Yerushalaim, na Yeshiva Torat Emet. Ariel foi o filho “corajoso”, resolveu estudar na Yeshivá de Petrópolis quando ainda cursava o colegial no Cefet Paraná. Ele ajudou os irmãos menores a colocarem o judaísmo em prática, sempre trazendo novidades da Yeshivá, quando vinha passar finais de semana com a família. Foi ele quem incentivou a casherização da cozinha (30 anos atrás era mais difícil) e ajudou na realização do primeiro (de muitos) sedarim casher lePessach da família. Tudo isso graças ao conhecimento que ele adquiriu na Yeshiva de Petrópolis. Atualmente
Y ehuda ( na foto acima ), casou - se com P nina , nascida em I srael , e atualmente moram em C rown H eights . N as duas fotos , os dez filhos do casal
mora na Flórida, próximo de meu irmão e cunhada. Ele cumpre com muita dedicação o dever sagrado [85]
Chabad: Luz Para Vidas
B en A mi , E thel
e
B eti Y ehoshua ,
Ethel também é filha do meu irmão Ben Ami.
sua esposa
G ili
família reunida com tia
Ethel estudou na Escola Israelita, em Curitiba.
e seus oito filhos .
K utzi ( à
dir .) em
N a foto abaixo , C rown H eights
a
Era adolescente quando começou a frequentar o Clubinho do Beit Chabad. Essa experiência foi marcante na formação de seu caráter e, mais tarde no seu projeto de vida como mulher judia. É casada com o rabino Shimon Brand e são shluchim em São Paulo. Eles falam de sua alegria com os frutos que o casal vem colhendo no seu esforço em aproximar os judeus às suas raizes e também na área de educação onde são professores. O Yehoshua (Itamar) é o filho mais novo do Ben
Ananda (Simcha), neta de meu irmão Sérgio, mora
Ami e estudou aqui, na Escola Israelita. Lembro
em Israel. Ela cresceu afastada do judaísmo até
que quando, chegou o momento de ir para a
os 18 anos de idade. Residia em Rezende, RJ,
Yeshivá de Petrópolis, no Rio de Janeiro, estava
e veio para Curitiba continuar os seus estudos
com 12 anos de idade e sentiu receio da mudança:
e trabalhar. Entrou em contato com o judaísmo
ficar longe da casa de seus pais e viver em um
participando dos projetos para jovens, promovidos
ambiente totalmente religioso, mas descobriu os
pelo Beit Chabad. Quando compreendeu o que
benefícios desta experiência e seguiu em frente.
é ser judeu e o papel da mulher na família e na
Hoje é rabino e professor em Las Vegas. Cursou
comunidade, assumiu esse papel com convicção,
Educação Especial, para poder atender crianças
com toda sinceridade e força. O seu esposo, Allan,
que precisam de uma ajuda diferenciada. Está
é um grande parceiro nessa decisão. Agora eles
orgulhoso com a participação do filho Mendel
tem três filhinhos que estão recebendo educação
no coral da Yeshivá, onde fez um solo. Também
judaica religiosa desde pequeninos. Ela trabalha
pelo Bar Mitsvá de seu segundo filho, Motti, que
como esteticista e está completamente integrada
colocou tefilin no dia 16 de Tamuz de 5772 (6 de
à vida israelense.
julho de 2012) na sinagoga do Rebe, em Crown Heights, onde a família se reuniu para comemorar
Aqui no Paraná nossa família também segue
esse momento da vida do Motti.
crescendo em judaísmo: o André, filho do meu [86]
A nanda ,
A ndré
allan e seus três filhos
e seu filho
G abriel ,
com um tefilin de
brinquedo para imitar o pai
irmão Sérgio, até 14 anos atrás não queria nem
São muitos os sobrinhos e sobrinhas-netas, baruch
ouvir falar da Torá. Nessas voltas que a vida dá
Hashem (graças a D’us). Poderia escrever muito
ele teve um acidente, precisou de cirurgia e foi
sobre cada um deles, mas vou resumir afirmando
visitado no hospital pelo Rabino Dubrawsky.
que a identidade judaica e o amor à Torá são as
Foi lá, numa cama de hospital, que o André fez
principais características de suas vidas. Tudo isso
o seu “Bar Mitsvá” aos 39 anos, com o tefilin
aconteceu com a ajuda do Rebe, do Beit Chabad
pela primeira vez no braço esquerdo e o soro no
e começou bem aqui, em Curitiba.
braço direito. Saindo do hospital decidiu retribuir a visita do rabino indo ao seu primeiro seder de
Acredito que meus pais, de abençoada memória,
Pessach - e daí em diante nunca mais parou de
estão muito felizes com o rumo que tomaram os
perguntar, aprender e participar das atividades
seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos (várias
do Beit Chabad. Hoje ele e sua esposa, Michele,
gerações). Rumo que nos trouxe de volta às
conciliam a sua vida profissional com uma vida
nossas raízes. •
judaica aqui mesmo em Curitiba, comendo 100% casher, guardando o Shabat e educando os seus filhinhos Hanna e Gabriel nos caminhos da Torá. Arie Leib e Yossef são filhos de Ethel e Rabino Shimon. Arie estuda na Yeshivá de Brunoy, na França. Yossef concluiu seus estudos em Frankfurt e depois de Rosh Hashaná 5773 faz a smichá (estudo para obter o diploma rabínico), provavelmente, se D’us quiser, em Israel em Tzfat. H enry ,
[87]
primeiro neto de meus pais , escrevendo uma letra no
S efer T orá ,
pela primeira vez
(2010)
Chabad: Luz Para Vidas
I diche N aches Dora Goldberg
Meu nome é Dora Goldberg, sou carioca e resido
preparávamos o seder de Pessach, celebrávamos
em Curitiba há 30 anos. Em 1982, eu, meu marido
Rosh Hashaná, observávamos Yom Kipur e, às
e meus três filhos nos mudamos para Curitiba,
sextas-feiras, sempre que possível, o Hélio ia com
pois meu marido havia sido transferido pela
as crianças à sinagoga e pronto. Assim foi por
empresa em que trabalhava.
vários anos.
Meu marido, Helio Goldberg Z’’L, foi um ativista
Há mais ou menos 15 anos, a Ilana e a Daniela
na comunidade judaica de Curitiba onde, por
resolveram que só comeriam carne se fosse
vários anos, exerceu a vice-presidência da
casher. Aí começou a “ batalha”. Carne casher???
Federação Israelita do Paraná, além de ser o
Em Curitiba? Além da possibilidade de comprar
mentor da Semana de Israel e das Macabíadas
produtos casher, inclusive carne, no Beit Chabad,
Estudantis, dentre
projetos.
o Hélio Z’’L, pai zeloso que sempre apoiava os
Acentuo a ligação forte e o respeito reverencial
filhos, trazia de São Paulo caixas e mais caixas
que ele nutria pelo Rebe de Lubavitch, a quem ele
para que elas pudessem respeitar a cashrut.
vários
outros
enxergava como exemplo e fonte de inspiração. As meninas compraram seus talheres e panelas. Meus filhos estudaram na Escola Israelita e depois
Daí em diante, as comidas passaram a ser feitas
cada um seguiu seu caminho. Graças a D-us,
separadamente. Eu nem imaginava, mas isso foi
todos estão casados e hoje tenho cinco lindos
apenas o primeiro passo.
netos. Num certo dia as duas resolveram estudar o Um fato interessante é o caminho que meus
Judaísmo mais a fundo por alguns meses em
filhos decidiram seguir. Sob o meu ponto de vista,
Israel. A partir daí, elas se tornaram judias mais
vivíamos como “judeus tradicionais”, ou seja,
observantes, respeitando Shabat e realizando
A ndré
no dia de seu
H elio Z’’L
e
B ar mitzva com R abino F itche
seu pai
D aniela
e I lana ( da esq . para a dir . a segunda e a quarta , respectivmente ), em uma
F esta
[88]
de
C hanucá
organizada pelo
B eit C habad
no
CIP
alunos. Eles seguem comendo somente carne
muitas outras mitzvot.
casher. Hoje a Ilana é casada e tem três filhos lindos que estudam na Escola Beit Menachem (Escola do
Meu filho André é recém-casado, estuda judaísmo
Beit Chabad que possui cerca de 100 alunos). Ela
com cada vez mais profundidade, esforça-se para
e a família são ortodoxos (na verdade eles são tão
cuidar da cashrut em seus vários detalhes e está
próximos de mim e levam uma vida tão “normal”
crescendo espiritualmente, juntamente com sua
que essa palavra nem faz mais sentido para mim,
esposa.
prefiro trocar por shomrei mitzvot), vivem no Rio de Janeiro e, apesar das diferenças entre o meu
Hoje, apesar de o meu marido ter falecido
modo de vida e o deles, percebo que são muito
precocemente, eu agradeço muito a Hashem
felizes.
pela família que tenho. Com o apoio e o carinho do Beit Chabad, por meio dos emissários do
Da mesma forma, a Daniela vive no Rio de Janeiro,
Rebe em Curitiba, Rav e Rebetsin Dubrawsky,
tem duas princesinhas alunas do colégio Bar-
conseguimos criar filhos maravilhosos, que são
Ilan, que também é uma escola que proporciona
motivo de muito orgulho, não só para mim, mas,
conteúdo verdadeiramente judaico aos seus
tenho certeza, para todo o Am Israel. •
I lana
D aniela ,
e sua família
marido e filhas
“Da nossa Caixa de Mensagens: Yvelise dos Santos Furtado” A Arte de Se Doar ao Próximo.
Espaço da Mulher: o nome já diz tudo. Para
No Espaço da Mulher ainda há o
mim, representa o meu momento, a minha
“espaço arte”. Já aprendi desde
vontade
culinária a decoração. Mas isso só
generosas
de e
estar
com
divertidas.
pessoas É
o
amáveis,
momento
de
acontece porque existem pessoas que se doam
absorver conhecimento, por meio das leituras
para nós e espero estar aprendendo essa arte
e explicações da Rebetsin Tila, que o faz
também, que é se doar ao próximo. Com isso
com clareza, acrescentando histórias muito
quero agradecer a todos que participam desse
interessantes.
momento semanal. Obrigada!!!
[89]
Chabad: Luz Para Vidas
E star
nas
N uvens
Tamara Aronis
Sempre tive uma educação judaica básica. Estudei
não sabia o que fazer. Como iria comer? Onde
quando pequena no gan do Beit Chabad e, em
passaria Shabatot e chaguim?
casa, observávamos um pouco as tradições: um pouco de Shabat, um pouco dos chaguim, Yom
B”H, todos esses problemas se resolveram. Meus
Kipur... Essa foi toda a minha vida religiosa até
pais, para me receber, tornaram a casa casher
que vim para Israel, onde tive a oportunidade de
com a ajuda do Rabino Fitche (foi uma escolha
me aprofundar mais.
deles e eu fiquei muito grata, pois esta é uma decisão difícil e eu nunca iria impor algo assim).
Passei dois anos estudando muito a Torá. Desde
Eu trabalhei no Ganenu, onde pude relembrar um
então sou observante de mitsvot e consigo
pouco do meu tempo de gan e também passar
perceber a diferença entre a “Tamara antiga”
o conhecimento adquirido em todos esses anos.
e a “nova”. Com o estudo da Torá eu sinto que
Shabatot, passei vários na casa dos rabinos
estou preenchendo um buraco cuja existência
do Beit Chabad, para poder estar nas rezas da
eu ignorava até então. Não tenho como explicar
sinagoga e também em minha casa. Tenho certeza
esse sentimento. Acho que cada um deve ter
de que, sem a ajuda e o apoio da minha família e
essa experiência, pois é fantástico sentir-se mais
do Beit Chabad, esse tempo teria sido muito mais
perto de Hashem, cumprindo as mitzvot. Como as
difícil. Fico tranquila em saber que toda vez que
pessoas dizem, é estar nas nuvens!
voltar ao Brasil, seja para férias ou para algum tempo mais longo, terei o meu lugar e a minha família me esperando.
O mais importante de tudo isso foi perceber que, para ser religioso não é preciso se fechar em algum lugar, estar distante de todos e perder os
Moro em Israel (com identidade israelense) há um
amigos. É possível fazer isso em qualquer lugar.
ano e já tive algumas experiências aqui. Comecei a
Quando estive em Curitiba, antes da minha aliá,
estudar enfermagem em uma faculdade religiosa, só para mulheres, onde se
mescla
codesh (técnico).
o
(Torá)
estudo e
Estudei
chol um
semestre e saí. Fui fazer sherut leumi, o serviço nacional que as meninas religiosas
cumprem
durante um ano ou dois, T amara ( em
primeiro plano , terceira criança da esq .) durante uma apresentação musical da
E scolinha
do
B eit C habad (1995)
[90]
em vez de fazer a tzava
nossos amigos, somos como família, sempre ajudando uns aos outros em todos os momentos. Tenho várias amigas casadas na casa de quem, normalmente, estou no Shabat e, claro, famílias brasileiras ou não, que nos recebem de braços abertos. Estou quase sempre em um meio religioso, onde N a M idrasha ( instituto
estudamos juntas, escutamos shiurim, estudamos
de estudos judaicos para moças )
chol, trabalhamos. Levamos uma vida muito boa! É uma felicidade incrível!
(exército) que é obrigatório em Israel. Comecei em julho no hospital Sharei Tzedek em Jerusalém. O contato com todo tipo de gente é incrível e necessário. Vejo que muitas coisas que aprendi com a religião me ajudam no trabalho: ter muita paciência, não ficar irritada ou brava com as pessoas etc. Eu moro em um apartamento com uma amiga também brasileira. Nós nos conhecemos na midrasha (lugar de estudo), onde participávamos da Hachshara do B’nei Akiva, um movimento
T amara ( em
primeiro plano , segunda da esq .) com seus amigos de
religioso, em 2010.
B’ nei A kiva
Quando terminar o meu sherut pretendo voltar a Em Israel tenho somente uma tia e dois primos.
estudar, BeEzrat Hashem (com a ajuda de D’us),
Aqui aprendemos o que realmente significam
trabalhar, casar.... Essa é minha vida, tudo o que planejo tem sempre Eretz e Am Israel no meio. Parabéns ao Chabad pelos 30 anos no Paraná! Que possam continuar com esse lindo trabalho, somente ouvindo boas notícias até a vinda próxima de Mashiach, BeEzrat Hashem! •
T amara ( à
esq .) no casamento de uma amiga
[91]
Chabad: Luz Para Vidas
A legria
de
V iver
Myriam Raquel Kopenhagen Spach
Eu nasci em S. Paulo, mas ainda pequena vim
aventuramos. Não sei se foi a saudade, mas em
com meus pais e minha irmã para Curitiba e aqui
seis meses estávamos de volta. A experiência
nós nos estabelecemos.
foi boa, ficamos num kibutz, eu fiz Ulpan e conhecemos lindos lugares.
Fomos bem recebidos pela comunidade israelita e participamos sempre das grandes festas. Meu
Na volta viemos novamente para Curitiba e me
pai sempre esteve pronto a cooperar nas grandes
filiei às Pioneiras por vários anos. Apesar de já ser
campanhas e compareceu a vários congressos
avó, resolvi fazer um curso superior e me formei
em Israel.
em Letras Anglo-Portuguesas.
Casei-me e fui morar em S. Paulo. Tive três filhos
Quis o destino que a esposa do Rabino
e hoje tenho sete netos e três bisnetos. Alguns
Dubrawsky, a Rebetsin Tila, viesse me procurar na
moram no exterior e nos amamos muito.
minha moradia, para me entregar pessoalmente Mishloach Manot, em Purim, dois anos atrás.
Por influência da minha mãe, dediquei-me a ser
Nasceu desse encontro a nossa amizade e, a
Chavera da Naamat Pioneiras em S. Paulo e fui
convite da Tila, comecei a frequentar todas as
ativa ao lado da minha mãe durante anos. Nesse
semanas o Espaço da Mulher, no Beit Chabad.
período, eu estava sempre a par do que acontecia em Israel. Isso despertou em mim um grande
A minha participação no espaço da Mulher no
amor pela Terra Santa. Consegui influenciar meu
Chabad foi um presente de D’us, pois lá encontrei
esposo e meus filhos a fazer aliya em 1962.
senhoras da melhor idade, que me aceitaram e hoje somos todas grandes amigas. Tenho recebido tanta demonstração de carinho, respeito e amizade
Dissemos adeus aos parentes, amigos e nos
(e procuro retribuir)! Tenho tido oportunidade de aprofundar-me em muitos temas interessantes de judaísmo e aprecio muito as aulas com os rabinos e a leitura dos Salmos. O ambiente no Beit Chabad é tão acolhedor, que só tenho palavras para agradecer as horas felizes que tenho passado com vocês, minhas queridas amigas!
M yriam S pach
“P urim C habad
durante festa de
em
J erusalém ”
no
Shalom para todos!
B eit [92]
Uma observação sobre os caminhos de
Curiosamente, chegamos dois dias antes de Purim
Hashem:
e nossa primeira atividade junto à comunidade foi uma festa alegre, na Sinagoga Frischmann.
Recentemente a dona Myriam nos contou que quando era jovem a família dela era vizinha de
Enxergamos aqui os caminhos de Hashem e um
Kurt e Herta Tockus Z”L e que ela se lembra do
círculo de bondade se fechando (ainda que os
dia em que ajudou a mãe dela a preparar a casa
efeitos ondulares do bem e da bondade sejam
de dona Herta para o retorno dela da maternidade
eternos). A jovem Myriam se alegrou com a
com a nova filhinha, Cecilia.
chegada da pequena Cecília. A dona Cecília se alegrou com a chegada do casal Dubrawsky e o
Quando ouvi isso, eu contei para ela que tinha
casal Dubrawsky pode causar novos motivos de
sido a Cecília e o seu marido Manfred Z”L, que
alegria á dona Myriam muitos anos depois, por
prepararam o caminho para o Beit Chabad vir
meio de um projeto de Purim! •
para Curitiba e que tinham nos dado muito apoio.
“Da nossa Caixa de Mensagens: Paulina de Hirsch” A visita ao Rebe foi um momento mágico. Incrível já estamos comemorando os 30
marido Leon tivemos, aconteceu vários
anos do Beit Chabad em Curitiba.
anos atrás. Estávamos em Nova York e fomos visitar o “Rebe” para receber sua
Eu não poderia deixar passar esta
benção. Experimentamos ali a maravilhosa
oportunidade de parabenizar a família
sensação de estar na presença de um
Dubrawsky e as crianças de ontem,
grande homem.
hoje transformadas em novas e queridas famílias. Sempre colaborando, ensinando
Foi um momento mágico, eterno, que
e mostrando a beleza e a grandeza de
levamos
nossa milenar História.
nossos corações.
Gosto muito das aulas da Rebetsin Tila, no Shabat, na sua residência e também as de terças-feiras, no Beit Chabad. São aulas instrutivas e divertidas, pois passamos bons momentos aprendendo algo importante e trocando idéias com as amigas. Uma das maiores emoções que eu e meu
[93]
guardado
para
sempre
em
Chabad: Luz Para Vidas
A legria
nos
D etalhes
Thatiana Wencik
temos
dividiu suas alegrias em tantos
professores para quase tudo:
Bar Mitsvás e Bat Mitsvás e
para alfabetização, para música,
muitos casamentos. Tenho o
para direção, para faculdade...
privilégio de auxiliar a Divisão
e até de judaísmo. Saber sobre
Feminina do Chabad. Sempre foi
judaísmo não nos faz mais ou
uma experiência incrível, embalar
menos judeus. Nascemos assim
e
Ao
longo
da
vida
e iremos deste mundo assim.
T hatiana ( à
dir .) prepara kits de M anot
M ishloach
distribuir
as
encantadoras
Mishloach Manot de Purim aos idosos da comunidade.
Mas o Beit Chabad, com o seu trabalho, vai além de nos ensinar. Diariamente nos faz sentir o
Houve anos em que conheci idosas maravilhosas,
judaísmo até em pequenos detalhes. Aprendemos
pessoas que só comemoram o Purim graças a
que um simples “bom dia”, sincero e espontâneo,
essa delicada lembrança. E esse ano tive o prazer
pode conter tantos nachas quanto desejamos dar
de entregar a uma senhorinha, avó de minha
ou receber de alguém. O Beit Chabad em Curitiba,
amiga e irmã de coração que está morando fora
nesses anos, não só cresceu: ele floresceu,
do Brasil, e pudemos matar juntas as saudades.
expandiu sua sabedoria em muitos galhos, famílias
Quantas alegrias com uma simples Mishloach
que lá buscaram conforto espiritual, financeiro;
Manot, que o Beit Chabad motivou a distribuir! •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Mira Kupper” Ambiente Harmonioso e Alegre Acho importante os encontros das terças-feiras, organizados pela Rebetsin Tila, no Beit Chabad,
adoentadas, ou que estão passando por alguma
pois aí nos relacionamos com senhoras de todas
dificuldade.
as idades, num ambiente harmonioso e alegre, trocando idéias, estudando, tirando dúvidas a
Ainda temos palestras com pessoas convidadas
respeito de diversos assuntos sobre os Tehilim
como: nutricionistas, psicólogas, professoras
(Salmos), ou assuntos religiosos.
de academias e também atividades de trabalhos manuais. Terminamos sempre com um delicioso
Além de lermos os Tehilim, relacionados ao
lanche casher e um bom papo. Assim sendo
dia do mês hebraico, rezamos com muito
saímos revigoradas e pensando na próxima
carinho pela melhora da saúde de pessoas
terça-feira.
[94]
D e C uritiba
a
J erusalém
Relato de uma Jornada Silene Sarah Bohadana
nos acolheu com seu jeito doce e caloroso.
A época é o inicio dos anos 1980. O local é a cidade de São José do Rio Preto, São Paulo, onde chegamos vindos de Nancy, na França.
Enquanto Abraham se entendia perfeitamente com
Naquela cidade meu marido Abraham trabalhava
o Rabino Fitche, nossos filhos Eliahu Abraham,
como médico pesquisador. Apesar do ambiente
Dan e David logo se sentiram como peixinhos no
acolhedor, Rio Preto apresentava um problema
mar! Esse período foi curto mas intenso e rico
sério: a inexistência de uma comunidade judaica,
deixando marcas (uma grande inspiração para os
o que gerava uma situação insuportável.
anos que viriam) e saudades!
Felizmente, o Abraham recebeu um convite para
Menos de dois anos mais tarde, em 1992, partimos
passar uma temporada nos Estados Unidos, onde
de novo, dessa vez rumo à França, para onde o
ficamos quase dois anos. Durante esse tempo,
trabalho do Abraham nos levaria - e dessa vez por
concluímos que teríamos que mudar tudo na
mais de 20 anos. De qualquer forma, a semente
volta ao Brasil e, após uma busca minuciosa e
estava plantada. O tempo passado em Curitiba
muitos contatos, fomos para Curitiba. Em nossa
tinha sido fundamental não apenas para a nossa
pesquisas, soubemos que havia um Centro
evolução como judeus, mas também para nossos
Chabad na cidade, o que nos animou bastante.
filhos. As horas passadas no Talmud Torá com Rabino Fitche e Tila deixaram marcas indeléveis.
Nosso encontro com Tila e Yossef Dubrawsky foi
Mais que um rabino ou professor, o meninos viam
amor à primeira vista! Ainda me lembro do primeiro
nele o amigo mais velho com quem aprendiam
encontro com a Tila. Batemos em sua porta e ela,
Torá com a marca registrada do Chabad: alegria.
cercada por seus flihos então ainda pequenos,
E liyahu , D an
e
D avid B ohadana [95]
quando eram crianças
Chabad: Luz Para Vidas
Revigorados pela experiência de Curitiba, nossos
e da influência de ambos no florescimento da
filhos, especialmente o David, logo se integraram
nossa alma judaica. Foi, sem dúvida, um encontro
à comunidade de Nancy. Paralelamente, Abraham
fundamental, sem o qual certamente não teríamos
e eu começamos a estudar cada vez mais os
descoberto as maravilhas da nossa Torá sagrada.
textos sagrados e a avançar no nosso processo de
Os frutos desse encontro são visíveis hoje.
Teshuva. Com o tempo, Eliahu, Dan e David foram integrando-se cada vez mais à vida comunitária,
Nosso
filho
Eliahu
Abraham
formou-se
em
participando das atividades sociais, da segurança
engenharia e vive em Paris, onde, juntamente
e dos ofícios religiosos.
com nosso Dan, médico residente não muito longe, em Caen, frequenta a sinagoga Chabad
Embora observantes, nossos filhos se encontram
da rua Lamartine quando não está ajudando o
em estágios diferentes de prática religiosa. O
rabino Levy Asseraf, do Chabad Opera. Por sua
mais precoce e que, de certa forma, nos guiou
vez, nosso David, após quatro anos em Toronto,
a todos foi o David. Ainda me lembro do dia em
onde obteve seu diploma de Concept Artist,
que, vendo-o ainda adolescente fazer Havdalah
acaba de se casar com uma jovem de Montreal,
sozinho em nossa casa, decidimos, a partir
também seguidora de Torá. Em breve, eles devem
daquele dia, guardar o Shabat. Esse processo
instalar-se em Jerusalém.
tem sido progressivo, acrescentando aos poucos tzniut, cashrut etc.
Jerusalém é exatamente o lugar onde eu e Abraham
Recentemente, o trabalho do Abraham nos levou
estamos há três meses. Abraham trabalha como
a novas aventuras em Montreal, Canadá. Lá
médico no Hospital Sharei Tzedek e eu me
encontramos outro Centro Chabad dirigido pelo
preparo para começar o Ulpan. No momento em
Rabino Yossi Shanowitz, onde passamos três anos
que desencaixotamos nossos pertences recém-
maravilhosos. Muitas vezes tivemos ocasião de
chegados da França, agradecemos a Hashem por
evocar nossa passagem por Curitiba e ressaltar a
todas as maravilhas com que ele nos premiou,
importância do encontro com o casal Dubrawsky
imerecidamente, desde que nascemos. E entre uma velha foto e outra, lembramo-nos dos momentos de alegria e de Ahavat Israel passados em Curitiba, e, uma vez mais, agradecemos ao Todo Poderoso por ter colocado o Rabino Fitche e a Tila no nosso caminho. Para terminar quero enviar, em meu nome e da minha família, nossos parabéns pelos 30 anos do Chabad, e pedir a Hashem que abençoe a todos com bênçãos de Briut Nechona (boa saúde), Parnassá Tová e Teshuva (retorno ás nossas raizes). Que a equipe dos Shluchim possa continuar
A F amília B ohadana
nos dias atuais
[96]
“Da nossa Caixa de Mensagens:
seu trabalho inspirado pelo exemplo do Rebe de
Frida Berenstein”
Lubavitch, até 120! Silene é artista plástica, produzindo trabalhos em vários suportes, como tela, tecidos, papel, usando seu talento para enfocar temas judaicos. •
Resgate do Bem Espiritual Gostaria de consignar como relevante, o acolhimento cálido e benfazejo com que o Beit Chabad se manifesta por meio de suas várias atividades sóciorreligiosas e educacionais. O Beit Chabad promove um vigoroso resgate, da forma mais genuína, do mais precioso bem espiritual que cada judeu possui.
na foto acima ,
J essica ( à dir .), filha de F rida , B eit C habad em 1982. abaixo , na extrema direita da foto , está isabella , neta de F rida e filha de J essica , hoje em dia , aluna do G anenu participa de atividade do
[97]
Chabad: Luz Para Vidas
P essach
por um
Ariel Gandelman
F io
Pessach é uma época sempre corrida. Limpar a
Respondeu-me que ela e seu marido eram
casa, comprar comida não fermentada... Neste
israelenses recém-casados e estavam “fazendo
ano, a Páscoa Judaica caiu numa sexta-feira à
mochilão” pela América do Sul, como lua-de-mel.
noite. Como estava cheio de provas da faculdade
Seu marido estava na Rodoferroviária tentando
até a véspera, deixei muita coisa para fazer na
comprar passagens para passarem o fim de
própria sexta-feira, que era um feriado nacional
semana na Ilha do Mel.
também. A moça queria saber onde poderia comprar Depois de acordar cedo, ir ao minyan do Chabad
pão, pois estava com muita fome. Ela não falava
e fazer a queima do chamets, sabia que precisava
nenhuma palavra em português e também não
dos ingredientes simbólicos da Keará de Pessach.
encontrava estabelecimentos abertos no feriado.
Ainda faltavam nozes, raiz forte e alface romana. Assim, fui correndo ao Mercado Municipal de
Quando ouvi isso, respondi imediatamente: ”Como
Curitiba e, ao chegar lá, fiquei parado perto de
assim pão? Hoje à noite é Pessach! Nosso povo
uma das portas para tentar localizar em quais
há mais de 3300 anos faz uma viagem no tempo
barracas deveria ir.
e vivencia a saída do Egito. A sua viagem já está marcada e não é mais para o litoral.”
De repente, ouço ao meu lado: “Atá medaber Ivrit (você fala hebraico)?” Uma jovem com uma
Nesse momento dei a ela o telefone e o endereço
mochila gigantesca nas costas e típicas sandálias
do Beit Chabad: “Seu lugar na mesa está reservado
israelenses me abordou.
nesse endereço, onde todos os judeus do mundo estarão unidos, é a sua casa!”
Perguntei de onde era e o que fazia aqui. No dia seguinte quando fui para a reza no sábado de manhã, tive a maior surpresa. O casal havia passado um seder maravilhoso e superparticipativo. Eles também haviam ficado hospedados no Beit Chabad. Uma dúvida restava. Como é que fui reconhecido pela moça no Mercado, já que minha kipá se camufla no meu cabelo? Ela contou que percebeu que um dos fios do meu tzitzit (que costumo usar por dentro das calças), estava visível. Então ela [98]
não teve dúvidas de que se tratava de um judeu.
também mostra o incrível trabalho do Beit Chabad do Paraná, que serve literalmente como uma casa
Tudo é Providência Divina. Qual era a chance de
para cada judeu de todas as partes do mundo,
haver encontrado a tal moça? E ainda por um
resgatando e levando a luz da Torá a todos os
mero fio do tzitzit que não estava oculto. Isso
dispersos do nosso povo. •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Ismar Strachman” Ser judeu e agir como tal em meu dia a dia é minha grande vitória, é ganhar uma medalha de ouro e agradecer a D’us por tudo que Ele nos faz. Essa minha percepção aconteceu durante as aulas de Bar Mitsvá de meu filho Henry ém 1988 no B. Chabad da rua Vicente Machado, com o Rabino Fitche sempre acompanhado da Rebetsin Tila. Recolocar Tefilin, frequentar com mais assiduidade o
H enry , F itche , R enato
e I smar
Shabat, acender velas com a minha Gilza e poder passar todos ensinamentos aos
Parafraseando o Rabino Dovi Goldberg
dois filhos, Henry e Renato, foram e são os
(Chabad Morumbi): ”Se nos concentrarmos
maiores ensinamentos que aprendi.
desde o início, só temos a ganhar o jogo!“
[99]
Chabad: Luz Para Vidas
N ão
estava
A lucinado
Rabino Yossef Dubrawsky
Alguns anos atrás, viajei a Maringá, antes de
um senhor alto e robusto, que entrava com
Chanucá, para visitar uma indústria de fécula
frequência na cabine dos pilotos. Percebi que ele
de mandioca e aprovar o seu produto para o
tinha intimidade com os tripulantes. A certa altura,
comércio internacional casher. Como Shliach
quando saía da cabine, ele se virou para mim:
do Rebe, aprendi a sempre levar alguns artigos - Shalom, ma nishma? (Olá, o que há de novo?)
judaicos nas minhas viagens, e dessa vez apanhei três caixinhas de velas de Chanucá e o mesmo número de Chanukiot simples de alumínio. As
Começamos a conversar em hebraico e ele me
chances de encontrar judeus eram escassas, mas
contou que era piloto no exército de Israel e
nunca se sabe quem D’us vai colocar no nosso
hoje trabalhava no Brasil com a Azul. Ele estava
caminho.
a caminho o seu próximo trabalho, em que iria pilotar um avião.
Uma hora depois, embarquei no meu vôo, Azul, de porte menor, e me acomodei na primeira fileira
Perguntei-lhe se sabia que logo seria Chanucá e
do lado esquerdo do avião. Do lado direto sentava
ele me disse que não sabia onde estaria nessa festa. Saquei da minha mala de mão uma caixa de velas e uma Chanukia e dei-lhe de presente. Ele ficou feliz e disse que iria usar. Pousamos, fui ao meu destino para fazer a supervisão na indústria e algumas horas depois estava de volta ao aeroporto, para uma espera um tanto longa até meu vôo. Fiquei de pé para fazer a reza vespertina de Minchá quando senti um mochileiro me rondando. Alguns minutos depois, ele juntou coragem e me perguntou se era do Chabad. A conversa transcorreu em diversos sentidos. Por fim, conduzi o assunto à festa de Chanucá. Perguntei se podia entregar-lhe uma lembrança de
O R abino F itche
C hanucá , projeto P araná , junto com os alunos da E scola B rasileira S alomão G uelmann
prepara anualmente as caixas das velas de
de todas as entidades judaicas do
I sraelita
[100]
Chanucá. Ele aceitou de bom grado e me agradeceu profusamente.
Com a longa espera, estava ficando entediado e
Chabad na Finlândia. Não havia muito tempo que o
resolvi dar umas voltas pelo saguão do aeroporto.
filho comemorara o Bar Mitsvá. Ela não imaginou,
Decidi despachar a minha mala de mão pensando
nem nos sonhos mais loucos, que encontraria
que não teria mais clientela e poderia passear
um rabino naquelas paragens. O assunto foi para
mais á vontade. Andando pelo aeroporto passei
Chanucá e fui logo recuperar temporariamente
por uma família de turistas estrangeiros e me
a minha mala de mão. Como tudo era perto e
chamou atenção um rapaz jovem, loiro, com rosto
de estrutura simples, sem muita formalidade,
pálido e pano amarrado na testa.
rapidamente consegui reaver a mala e apanhar a última caixa de velas e a Chanukia. Entreguei tudo à família desejando melhoras ao rapaz.
Voltei para sentar no meu lugar na área de espera quando, de repente, fui abordado por uma mulher
No vôo de volta, não podia deixar de me maravilhar
que falou em inglês:
com a Mão Divina que me havia encaminhado três - Graças a D’us que você é de verdade.
destinatários para desfrutar dos presentes de
- Eu sou – disse - mas o que você quer dizer com
Chanucá que levara, “caso precisasse”. Pensei na
isso?
minha agenda do dia; sabia que havia marcado um encontro numa indústria alimentícia de fécula
Ela me contou que eram judeus turistas da
de mandioca, para fazer um trabalho ligado à
Finlândia, e o filho dela, que estava com muita dor
cashrut. Ainda assim, D’us tinha outra missão
de cabeça, havia dito que teria visto um rabino
para mim na Sua agenda: a de trazer a lembrança
no aeroporto. A pobre mãe, temerosa de que o
de Chanucá e a mensagem do triunfo da luz sobre
seu filho de tanta febre estivesse alucinado, agora
as trevas para três patrícios, companheiros de
estava aliviada! A mulher contou que conhecia o
viagem! •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Salmo Zugman” Estudo Torá no Beit Chabad de Curitiba Quando digo Torá, não
em grupo. O estudo fica mais dinâmico e
estou me referindo apenas
nos surpreendemos com as abordagens e
aos cinco livros sagrados
questionamentos dos diferentes colegas, o
do Chumash, mas também
que aumenta a nossa compreensão sobre o
ao Talmud e à Chassidut.
tema.
O povo judeu, de geração
Desde que comecei a estudar Torá, acredito
séculos.
que assimilei um pouco da maneira de pensar
Estudando Torá me sinto unido a esse esforço
particular do povo judeu. Com isso aumentou
coletivo milenar. A Torá pode ser estudada
o orgulho por minha identidade judaica.
individualmente, mas é vantajoso estudar
Recomendo a todos.
em
geração,
estuda
Torá
faz
[101]
Chabad: Luz Para Vidas
P or
este
P essach : D ayenu Alexandre Hojda
Antes da nossa mudança para Curitiba, tivemos a
solicitado que pudesse falar o Ma Nishtaná em
oportunidade de passar diversos chaguim no Beit
Yiddish. Porém um comentário do Rabino Fitche
Chabad do Paraná e gostaria de descrever uma
me marcou muito: “só por ouvir aquele Ma Nishtaná
certa experiência.
em Yiddish já valeu todo esforço da organização do Pessach... “DAYENU”!
Em um Pessach, estivemos no seder coletivo, muito bem organizado e muito agradável. Em um
Eu fiquei muito impressionado com aquele
certo momento, notei a presença de uma pessoa
comentário e a forma como do rabino expressou
diferente na mesa do Rabino Fitche, mas como eu
seu sentimentos. Assim, eu me apropriei desse
não era da cidade, era comum sempre ver rostos
“DAYENU”!
novos naquelas ocasiões. E quando penso que agora tenho contato com Em uma determinada altura
um judaísmo que eu não
do seder, o Rabino Fitche
conhecia: DAYENU.
contou uma história pessoal e convidou essa pessoa para
Quando penso que agora
falar o Ma Nishtaná. Enfatizou
tenho uma noção do elo
que seria em Yidish e, na
que me liga com minha
sequência da cerimônia, o
história: DAYENU.
rabino
foi
explicando
os
diversos pontos, passagens,
Quando
dentre os quais o “DAYENU”
agora tenho uma família
cujo significado é: mesmo as coisas mais simples que
A lexandre
com sua esposa , T atiane , e a pequena L ea , filha do casal
D vora
penso
que
que segue os costumes judaicos:
DAYENU.
D’us faz por nós já seriam suficientes, nem Quando penso que agora tenho um ambiente
precisaríamos esperar por mais nada.
não onde me sinto bem, mas do qual faço parte: DAYENU.
Passados alguns dias, perguntei ao Rabino Fitche quem era aquela pessoa. O Rabino respondeu que era uma pessoa que o havia procurado para
Quando penso que agora temos nossa filha Dvora
vir ao seder e que apesar de ter um contato com
Lea: DAYENU. •
o judaísmo mais espaçado hoje em dia, tinha
[102]
J úbilo
da
C olheita
Yariv Yonayov
D epoimento
de um aluno que cresceu em C uritiba e hoje mora em I srael . Y ariv Y onayov agradece pelas sementes que foram plantadas que o ajudaram a encontrar um caminho íntegro dentro do judaísmo observante .
Q uando
Y ariv
A
criança , durante uma colônia de férias do B eit C habad ( á dir .)
e seus filhos ,
A vraham D avid
e
Y ehuda O sher
esposa de
Y ariv , C haya O r T al
A vraham D avid
[103]
e
Y ehuda O sher ,
e seus filhos
filhos de
Y ariv
Chabad, Sua Casa Longe de Casa Encontrando Meu Destino David Coifman
Quando decidi que iria para a
Durante o jantar, foram servidas
Austrália, fui conversar com o
comidas tradicionais judaicas,
Rabino Fitche, a fim de pedir a
além de toda a animação de
ele os dados do rabino do Beit
uma mesa de Shabat, como
Chabad em Brisbane, cidade onde
músicas, histórias e piadas.
ficaria por um ano.
Depois de me sentir só em um país diferente, vi-me rodeado de pessoas que compartilhavam as
Alguns dias após ter conversado com ele, recebi um e-mail com os dados do Rabino Levi Jaffe. Recebi
D avid
mesmas crenças e costumes em seu bar mitsvá com o
R abino F itche
que eu.
também um e-mail do Rabino Jaffe, colocandose à minha disposição. A princípio, não tinha
Senti que estava em um ambiente de família. Ao
pensado em procurá-lo de imediato, porém seria
sair do jantar, fui invadido por um sentimento de
bom ter os seus dados, caso eu necessitasse.
felicidade e conforto. Decidi que frequentaria a sinagoga semanalmente.
Após duas semanas na Austrália, eu me sentia só, uma vez que não tinha amigos no país e ainda
Sempre após as rezas eu era convidado a
sentia um pouco de dificuldades com o inglês.
participar do jantar de Shabat. A casa do rabino
Numa sexta-feira, cheguei à casa da família onde
era pequena, porém muito reconfortante. Sempre
estava hospedado e entrei em contato com o
havia estudantes estrangeiros, pessoas que
rabino, para perguntar o endereço da sinagoga
estavam na Austrália a negócios ou a passeio.
e o horário da reza. Com extrema simpatia, o
Além disso, seus sete filhos corriam de um lado
Rabino Jaffe me passou as informações e me
para o outro da casa, brincando e interagindo
convidou para jantar na sua casa após a reza. No
com os convidados. Para muitos, parecia ser uma
caminho para o jantar, conheci outros estudantes
bagunça, mas eu sempre vi aquele lugar e aquelas
e estrangeiros que viviam no país sem família,
pessoas como minha casa e minha família.
que frequentavam a sinagoga e a casa do rabino. Posteriormente, essas pessoas passaram a ser os
Como a comunidade de Brisbane era pequena,
meus melhores amigos na Austrália.
o rabino pediu que os estudantes homens [104]
ajudassem com o miniam nos
enquanto
ele
atendia
dias de semana. Morando perto
compromissos.
da sinagoga, passei a assistir aos
convidados para os aniversários
serviços religiosos das quintas-
dos seus filhos. Como participei do
feiras de manhã, para a leitura da
movimento Habonim Dror, sempre
Torá.
gostei de brincar com crianças e
Também
a
alguns éramos
isso fez com que eu estabelecesse Oito meses se passaram e eu frequentava semanalmente a casa
E m B risbane ,
com
K arina , R abino J affe
e parte de sua família
um ótimo relacionamos com todos os sete filhos do rabino.
do rabino. Um dia, estava cumprimentando as pessoas na saída da sinagoga, quando me deparei
No meu último Shabat em sua casa, antes de
com uma estudante carioca que nunca tinha visto
voltar ao Brasil, fiquei muito emocionado ao me
lá. Seu nome era Karina Kaufman. Conhecíamos
despedir dessa família que para mim significou
diversas pessoas em comum e ela pareceu ser
tanto durante aquele ano que passei na Austrália.
muito simpática. Trocamos telefones e, em duas A Karina ficou mais seis meses lá e continuou
semanas, já estávamos namorando.
frequentando semanalmente a casa deles. Por fim, Em algumas ocasiões, o Rabino Jaffe pediu
ela veio morar em Curitiba. Atualmente estamos
que fôssemos a sua casa cuidar das crianças,
noivos, nos preparando para casar.•
Chabad nos lugares mais distantes Alexandre Hertz
O Beit Chabad esteve sempre presente em minha
uma pessoa no trem, usando trajes ortodoxos.
vida. Pertenci às primeiras turmas do “clubinho” de
Imediatamente nos identificamos e começamos a
Curitiba, fiz o meu Bar Mitsvá com o Rabino Fitche
conversar com ele. Ele nos contou que em Yiwu
e sempre gostei de frequentar o Beit Chabad.
havia um Beit Chabad, assim como em Xangai. Ficamos muitos surpresos com essas notícias.
Em julho deste ano, meu amigo Fábio Camlot e eu resolvemos fazer uma viagem para um lugar diferente.
Na sexta-feira, apesar de termos
Fomos para a China com a intenção
uma agenda lotada de programas,
de visitar os principais pontos turísticos e as principais cidades:
A lexandre , quando criança . no C habad ( primeiro à esq . olhando para a câmera )
clubinho do
Pequim, Xi An, Xangai, Macau e Hong Kong.
não pensamos duas vezes e fomos ao Beit Chabad. Queríamos muito
passar um Shabat em um ambiente judaico. Procuramos no google o endereço do Beit
Em uma quarta-feira, estávamos voltando de uma
Chabad de Xangai e fomos em frente. Como
feira de negócios na cidade de Yiwu para Xangai
vocês podem imaginar, encontrar algum endereço
e,
na China não foi uma tarefa fácil. Chegando
coincidentemente
(ou
não),
encontramos [105]
ao Beit Chabad ficamos muito
que em lugares tão distantes do
surpresos com as boas instalações,
mundo existem emissários do Rebe
com a grande quantidade de judeus
praticando judaísmo e que, em
que encontramos e com a enorme
qualquer lugar do mundo, somos
hospitalidade do rabino e de sua
um único povo, compartilhando os
esposa.
B eit C habad
de
mesmos valores e ideais.
X angai
Nós nos apresentamos e contamos que, em nossa
Após aquele Shabat memorável, teríamos mais
cidade também havia um Beit Chabad. Fomos
uma semana de viagem na China. Verificamos que
convidados a jantar e nos sentamos em uma
estaríamos em Hong Kong no Shabat seguinte.
mesa com judeus de diversos lugares do mundo.
Não pensamos duas vezes: entramos no google
Não posso deixar de falar que a
e anotamos o endereço. Passamos
comida estava maravilhosa. Após
nosso
15 dias comendo comida chinesa,
Chabad de Hong Kong e também
sentíamos falta de uma comida
foi formidável! É muito bom saber
ocidental,
que nos lugares mais distantes do
ou
melhor,
Yiddish.
Nós nos sentimos em casa! Foi um Shabat inesquecível por saber
A lexandre ( à
dir .) em férias na
com seu amigo
C hina
F ábio
último
Shabat
no
Beit
mundo sempre existirá um Beit Chabad! •
Chaguim na França com o Beit Chabad Michele Nudelman Rosenberg
Em 2010, fui estudar na França, por meio de
sempre me convidava para um almoço ou jantar
um sistema de intercâmbio para alunos do
de Shabat. Nesses dias, havia também outros
ensino superior. No 1º semestre,
jovens em sua casa, franceses ou
morei em Toulouse, no sudoeste
intercambistas como eu. Assim
francês. Quando chegou a época
fiz diversos amigos e comecei a
de Pessach, consegui um contato
participar de um encontro de jovens
com o Beit Chabad do Paraná para
judeus em Lyon, entrando na sucá,
que eu pudesse participar de um seder em Toulouse. Fui muito bem
M ichele ( primeira de férias do
da esq .) na colônia
B eit C habad
recebida no jantar. O
mesmo
aconteceu
em shabatot, indo ao “chanucá na praça” e participando de encontros em bares e de viagens.
no
2º
O contato do Chabad me possibilitou
semestre, quando eu estava em
uma experiência judaica na Europa,
Lyon. Passei Yom Kipur com a
além de me deixar um pouco mais
irmã do Rabino Fitche e, a partir
“perto” de casa, seguindo nossos
daquele dia, uma de suas noras
E m L yon , na festa de C hanucá ( segunda da esq .) [106]
costumes. •
Platina
O B eit C habad
do
P araná A gradece S eu A poio
BEIT YAACOV ASSOCIAÇAO CASA DE CULTURA
Ari Zugman Bernardo Jacobson Elie Horn Haroldo Jacobowicz Julio Zugman Luiz Claudio Goldner Marcos Slud Meyer Nigri Moysés Becher Saul Zugman Sergio Mazer Vitor Hertz Yaacov Reicher [107]
Rubi
O B eit C habad
do
P aranรก A gradece S eu A poio
Banco Safra Helcio Kronberg Jaques Rigler Jean Pierre Akiva Brami Kutzi Segall Marcelo Bergerson Mauricio Hertz Roland Hasson Sara Burstein Samuel Teig [in memoriam] Silvia Kozminski
[108]
Ouro
O B eit C habad
do
P araná A gradece S eu A poio
André Kriger Andre Segall Ciro Kessel Daniel Benzecry David Becher Diego Dourado Flavio Barbalat Ismar Strachman Nelson Barbalat Salmo Zugman Salomão Figlarz
[109]
Prata
O B eit C habad
do
P araná A gradece S eu A poio
Alfredo Franch Anna Kleiner Avi Arkader Avram Fiselovici Bernardo Katz Celia Galbinsky e filhas Izhak Polikar Ivone Ehrlich Joel Kriger Joel Troib José Aker e Família Leandro Knopfholz Márcia Melzer Frischman Melvin Kohane Roberto Carlos Goldman Salmo Teig Samuel Zugman Tânia Slud [110]
Participem das Atividades do Beit Chabad do Paraná Todos são muito bem vindos!
Aniversário Judaico
Colônia de Férias
Kit de Shabat
Oneg Shabat para Mulheres
Assistência Social
Educação e Recreação Infantil
Kit para recém-nascidos
Orientação para Noivos
Aulas para Bar Mitsvá
Cursos de Culinária e de Hebraico
Kiruv e Projeto Alicerces para universitários
Orientação Rabínica
Aulas para adolescentes
Espaço da Mulher
Ki Tov: Cozinha, Loja e Salão de Festas Casher
Refeições Casher
Biblioteca
Excursões para SP e NY
Kol Chabad
Revisão de Mezuzot e Tefilin
Caixas de Velas em Chanucá
Farbrenguen Reuniões Chassídicas
Lembretes de Yahrtzeit
Seminários e Palestras
Chanucá na Praça
Feiras: Alimentos Artigos Judaicos, Livros
Matsá Shmurá em Pessach
Sinagoga: Minian diário
Clube de Bat Mitsvá
Gift Shop: Livros e Artigos Judaicos
Micvê
Terceira Idade: eventos e visitas
Colel Centro de Estudos
Jantares comemorativos
Mishloach Manot em Purim
Visitas a doentes
Kol Chabad
Quer Colaborar?
10 receitas para você fazer parte Encha sua caixinha de Tsedacá Não importa quanto e sim quando: sempre! Busque o seu na secretaria com Silvia. Mandamos buscar quando tiver cheio.
Kidush Patrocine um kidush de Shabat em suas datas especiais. Fale com Tila: 3023-1398 ou tila@chabadcuritiba.com
Kol Chabad Patrocine nosso boletim semanal em homenagem a alguem especial. Fale com Silvia: 3023-1398 ou silvia@chabadcuritiba.com
Doação mensal Combinamos a melhor forma para você poder contribuir. Fale com Victor Hertz: 3224-5692/3039-0522
Biblioteca Infantil Doe um livro a nossa biblioteca infantil. Fale com Eidi: 3079-1338 ou ganenu@chabadcuritiba.com
Espaço da Mulher e Oneg Shabat Ofereça o lanche de uma tarde das mulheres. Fale com Kutzi: 3253-5178
Fundo Dignidade Fundo do Rabino que ajuda com discrição pessoas necessitadas. Fale com Rabino Mendi Labkowski : 3079-1338 ou colel@chabadcuritiba.com Véspera de festas judaicas Faça uma doação aos nossos projetos. Fale com Rabino Mendy Stolik kiruv@chabadcuritiba.com
Patrocine uma palestra ou aula de Torá Fale com Rabino Mendi Labkowski: 3079-1338 ou colel@chabadcuritiba.com
Almoço Casher Combine com seus amigos para almoçarem juntos um domingo ao mês no Beit Chabad e colabore com nosso instituto. Avisamos por e-mail e pelo site chabadcuritiba.com as datas dos almoços. Reservas com Eva: 3023-1398 [111]