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8 – BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Novembro, 2009

BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Novembro, 2009 –

Eletricidade

Biblioteca

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entro de um sistema formado por 33 bibliotecas, a Biblioteca Central da UFPA coordena um acervo total próximo a um milhão de volumes na forma de livros, periódicos, folhetos, coleções, catálogos, dissertações, teses, obras de referências, fotografias, fitas de vídeo, CDs, DVDs, entre outros tipos de documentação. Grande parte deste acervo está automatizada e conectada com o mundo por meio do catálogo on-line, no site da Biblioteca Central, no Portal da UFPA. Os interessados podem consultá-lo de qualquer computador. Isso explica, por exemplo, a vinda à Biblioteca Central de um pesquisador do Rio Grande do Sul interessado em estudar as 12 cartas particulares do naturalista Karl Von Martius, escritas em alemão, entre os anos de 1821 e 1858. Ou mesmo a presença da pesquisadora carioca para estudar a coleção particular Eneida de Moraes, não no seu todo, mas apenas a parte do acervo formada pelos 1500 livros enviados à escritora paraense, com dedicatórias de seus autores, que são, de fato, o objeto de interesse da pesquisadora. Vem das áreas das Ciências Humanas e das Letras a maioria dos usuários interessados no acervo de

Alexandre Moraes

Cadastro on line atrai pesquisadores em busca de obras raras

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Investimento garantiu melhor infraestrutura e ampliação da bibliografia básica de diversos cursos obras raras da Biblioteca Central, que reúne não só livros, mas também documentos manuscritos, como as já citadas cartas do naturalista Von Martius ou as de Theodor KochGrünberg, etnólogo alemão que realizou viagem pelo Norte do Brasil

até a Venezuela durante os anos de 1911 a 1913. Entre os tesouros do setor de Obras Raras está abrigada a monumental Hiléia Amazônica, do escritor carioca Gastão Luís Cruls, nascido em 1888 e falecido em 1959. Médico

Ao contrário do acervo geral localizado no andar térreo, formado por livros constantes das bibliografias básicas dos cursos de graduação, as obras raras são de acesso restrito, ou seja, não estão disponíveis para empréstimos. No entanto, estão ao alcance de qualquer interessado. O usuário é atendido por um bibliotecário que faz a identificação da obra e a disponibiliza para consulta em sala específica, na sua presença. Em 2004, teve início a automação das obras raras, disponibilizando todos os exemplares por meio do sistema Pergamum, software utilizado no gerenciamento dos acervos do Sistema de Biblioteca da UFPA. Também no setor de Obras Raras, o usuário tem acesso aos acervos de bibliotecas particulares

doados à UFPA, em número de seis: Coleção Frederico Barata, adquirida em 1962, com enfoque em Antropologia, Etnologia, Arte, Folclore, além dos relatórios da Comissão Rondon; Coleção Eneida de Moraes, adquirida em 1972; Coleção Jayme Cardoso (embaixador brasileiro), incorporada ao acervo em 1975, contendo livros de História, Filosofia e Literatura; Coleção Santana Marques, incorporada em 1975 por doação da família do jornalista; Coleção Albeniza Chaves, formada por quatro mil exemplares ainda não processados; Coleção José da Silveira Netto, a maior, com cerca de 10 mil exemplares. Toda a Coleção Brasiliana, da coleção Silveira Netto, já está disponível no catálogo on-line.

n Teses e dissertações já podem ser consultadas Em breve, a Biblioteca Central disponibilizará à consulta dos usuários todo o acervo de teses e dissertações defendidas na UFPA. Um projeto está sendo executado com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia para formação da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. O usuário não precisará mais se dirigir à Biblioteca Central para ter acesso ao conteúdo completo dos textos: eles estarão, na íntegra, on-line. Os interessados poderão imprimir, no

Lâmpadas aumentam o consumo e diminuem vida útil de equipamentos Glauce Monteiro

n Obras raras estão disponíveis para interessados O acervo do setor está organizado pelo ano de publicação para facilitar a consulta dos pesquisadores. A metodologia foi colocada em ação em função da longa experiência da bibliotecária Lucila Maia no setor. São quase trinta anos de trabalho com obras raras. O usuário das obras raras, segundo a bibliotecária, é diferenciado. "Percebe-se sua preocupação e cuidado ao manusear os livros, quase sempre muito antigos. Em geral, são pesquisadores, muitos amam a história, vivem a história", diz Lucila, citando, como exemplo, um pesquisador que estuda a obra de Tavares Bastos. "Às vezes, ele levanta os olhos do livro e parece ficar ausente, num processo que é de pura descoberta e imaginação", conta.

Fluorescentes provocam desperdício

todo ou em parte, diretamente de seu computador. Para tornar os textos acessíveis aos usuários, a Biblioteca Central, desde o ano de 2000, passou a solicitar às secretarias dos cursos e de programas de pós-graduação o envio de cópias dos trabalhos em meio impresso e digital. Mas seus autores precisam assinar um termo de autorização, disponível no site da Biblioteca. Todas as dissertações e teses já disponibilizadas para consulta passaram por esse

processo. Há, no entanto, algumas que deverão levar mais algum tempo, caso específico das que estão em processo de patente. A maior dificuldade está relacionada aos trabalhos de pósgraduação anteriores a 2000, fase em que não era solicitado o envio por meio digital. O Instituto de Ciências Jurídicas, no entanto, resolveu contribuir para eliminar o problema na sua área: contratou uma empresa para digitar toda a sua produção de teses e dissertações.

sanitarista, geógrafo, astrônomo e romancista, Cruls retrata, nesta obra de 1944, a região sob os aspectos da fauna, flora, etnografia e arqueologia. O setor abriga, também, um tesouro mais antigo: uma edição de Dom Quixote de La Mancha do século XVII.

n Investimentos de R$ 1 milhão Para Sílvia Bitar Moreira, diretora do Sistema de Bibliotecas e da Biblioteca Central, até julho deste ano, o marco mais significativo do setor foi a reestruturação organizacional, com a aprovação do novo Estatuto e do Regimento Geral da UFPA. Outra meta importante foi a melhoria na infraestrutura das bibliotecas e a contratação de bibliotecários para todas as 33 bibliotecas do sistema. "Hoje, não há nenhuma biblioteca que não seja coordenada por bibliotecário profissional", afirma Sílvia Bitar. Com o aumento dos investimentos para aquisição de livros para a graduação, os quais passaram de 200 mil reais no ano 2000 para um milhão em 2009, foi possível disponibilizar as bibliografias básicas das disciplinas, desde que estivessem vinculadas aos projetos pedagógicos dos cursos. A exigência visava eliminar a compra de livros não recomendados por docentes ou não indicados nas bibliotecas básicas dos cursos. Alunos que emprestam livros e não devolvem estão sendo obrigados a efetuar a devolução sob pena de terem suas matrículas bloqueadas. As faculdades recebem relatórios com os nomes dos inadimplentes e somente com a apresentação de “nada consta" da biblioteca é que eles poderão efetivar suas matrículas. Os que estão se formando só receberão o diploma depois de resolverem suas pendências.

la entra todos os dias em nossas casas. Acende a luz na sala, liga a geladeira, nos deixa assistir à televisão, torna os pontos turísticos luminosos e ajuda as ruas a ficarem bem mais bonitas durante o Natal. É quando a noite cai e a cidade escurece que a energia elétrica mostra todo o seu potencial assegurando luz em praças, ruas e avenidas. A iluminação pública ajuda a garantir segurança, transitoriedade para pessoas e veículos e incentiva o uso de espaços de lazer na ausência da luz do sol. De acordo com as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), há 15 milhões de pontos de iluminação pública no País, o que corresponde a 3% do consumo nacional de energia e a uma demanda de 9,7 bilhões de kWh/ano. A Eletrobrás incentiva a substituição das lâmpadas da iluminação pública que funcionam com vapor de mercúrio por aquelas que usam vapor de sódio, pois podem reduzir o consumo de energia de 5 a 40%. Entre os anos de 2002 e 2003, pesquisadores do Laboratório de Qualidade de Energia e Eficiência Energética (Labquauli) do Núcleo de Energia, Sistemas e Comunicação (NESC), do Instituto de Tecnologia (ITEC) da UFPA, analisaram a eficiência e a vida útil de marcas, modelos e tipos diferentes de lâmpadas utilizadas na iluminação pública na capital paraense, o funcionamento de pontos de iluminação em quinze lugares da cidade e estimaram os danos ambientais que podem ser causados pelo descarte inadequado desse material.

EM DIA

Wagner Meier

Acervo guarda tesouros e raridades Walter Pinto

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Genética No Centro de Convenções da UFPA, nos dias 20 e 21, acontecem o II Simpósio Nacional sobre Atendimento em Genética Médica e Laboratorial e a VII Jornada Paraense sobre Doenças Metabólicas Hereditárias. Mais de 400 participantes discutirão a interface entre a Genética Médica e o Sistema Único de Saúde. A programação completa está disponível no site www.ufpa.br/leim Pesquisa analisou a eficiência da iluminação pública em Belém Apesquisa constatou a existência de um lado negativo na substituição de lâmpadas. “Um tipo de desperdício de energia diferente é causado pelas chamadas distorções harmônicas ou harmônicos, espécie de sujeira gerada por equipamentos mais eficientes, como lâmpadas fluorescentes e eletroeletrônicos com dispositivos da eletrônica de potência, que prejudicam o funcionamento adequado dos aparelhos, seja uma lâmpada, seja um computador”, explica Maria Emília Tostes, professora de Engenharia Elétrica da UFPA. Se imaginarmos que a energia elétrica é como a água que chega as nossas casas, os canos seriam os cabos e as torneiras, tomadas. Então, uma distorção harmônica na corrente elétrica seria como se, ao ligar a torneira para

lavar louça, junto com a água, também tivéssemos óleo e lama. O harmônico acontece quando, junto com a frequência da corrente elétrica de 60 hertz, passam no circuito outras frequências que prejudicam o desempenho e a vida útil dos aparelhos e lâmpadas. Como um prato lavado com água e óleo de cozinha sujo. Constatou-se que os harmônicos são gerados mais por lâmpadas eficientes. “Economizamos com lâmpadas e aparelhos que requerem menos energia, mas, ao mesmo tempo, estamos jogando no sistema elétrico uma lâmpada que provoca perdas de energia decorrentes das distorções harmônicas. Se em canos de água, o acúmulo de ‘sujeira’ provoca vazamentos, neste caso, provoca perda de energia”, diz a professora.

n ‘Sujeira’ prejudica vida útil de equipamentos Os pesquisadores também verificaram a eficiência da iluminação pública em quinze pontos de Belém. Observando a ocorrência das distorções harmônicas em circuitos elétricos de diferentes tipos, ou seja, em lugares onde a energia era direcionada apenas para a iluminação pública e em situações em que a eletricidade abastecia, ao mesmo tempo, postes de iluminação, sinais de trânsito, residências e comércios. “Constatamos que nos locais onde a rede elétrica de iluminação pública também estava ligada a outros tipos de consumo de energia, como casas, comércios ou semáforos, estes outros ‘consumidores’ também eram

afetados pelo problema de ‘sujeira’ na corrente elétrica, que aquece os cabos por funcionar com equipamentos que permitem a existência de outras frequências de corrente elétrica e, por isso, provoca o aumento do consumo de energia”, detalha a pesquisadora do NESC, Maria Emília Tostes. O resultado é perceptível a longo prazo. “É difícil para a população perceber que algo está acontecendo e tomar uma providência, pois ela nem desconfia de como estes processos se dão. O que notamos, cotidianamente, são lâmpadas que deveriam durar um ano e que ‘queimam’em poucos meses, entre outros fatores, por esses proble-

mas do sistema elétrico”, conta. A pesquisadora defende que os governos têm um papel central na prevenção deste processo. “Não há uma legislação que obrigue os fabricantes a utilizarem, nas lâmpadas, componentes que gerem menos harmônicos. Mas se houver uma preocupação maior dos governantes em limitar a produção de distorções harmônicas pelos equipamentos com leis e uma fiscalização mais eficaz, o efeito disso seria a melhoria de todo o funcionamento do sistema elétrico. Então, os equipamentos, lâmpadas e eletroeletrônicos teriam uma vida útil mais próxima da descrita na embalagem”, acredita.

n Descarte de lâmpadas polui meio ambiente A eficiência das lâmpadas está relacionada ao tipo de material utilizado para a fabricação de seus componentes. As chamadas lâmpadas de descarga conduzem eletricidade entre dois filamentos com a ajuda de um gás, o que produz energia luminosa visível ao olho humano. Entre os elementos mais utilizados para este fim, estão os vapores de argônio, de sódio e de mercúrio ou, ainda, misturas desses e de outros metais pesados em estado gasoso.

Intactas, as lâmpadas não oferecem maiores riscos, mas quando se quebram, elas liberam o vapor de que são feitas. No caso do mercúrio, uma vez inalado ou ingerido, ele pode, por exemplo, debilitar o sistema nervoso humano. Segundo a REDE Celpa, em 2002, 37 mil lâmpadas da iluminação pública foram descartadas em Belém. Se todas elas quebraram, isso significa a emissão de 883 gramas de vapor de mercúrio no meio

ambiente apenas pela iluminação pública. “O impacto ambiental causado pelo mercúrio de uma única lâmpada não parece assustador. Mas, quando são descartadas, sem tratamento adequado, o material prejudicial à saúde se acumula em lixões e aterros, afetando o solo e os lençóis d’água e daí chega às pessoas. O ideal seria termos pontos de arrecadação para que as lâmpadas fossem descartadas adequadamente”, acredita Maria Emília Tostes.

Áreas Protegidas A quarta edição do Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (IV SAPIS) terá como temática central “Amazônia e os desafios da proteção da diversidade biológica e social”. Estão convidados a participar estudantes, pesquisadores e profissionais que trabalhem com o tema. O evento ocorre entre os dias 22 e 25 de novembro, na UFPA. Informações no site http://redesapis.org/

Guia do Estudante I 26 cursos de graduação da UFPA receberam o V Prêmio Melhores Universidades, concedido pela Revista Guia do Estudante, da Abril Cultural. Entre os premiados, estão seis cursos dos campi do interior. Engenharia Sanitária e Ambiental, Pedagogia (Altamira), Biblioteconomia, Medicina Veterinária, Enfermagem, Pedagogia (Marabá), Estatística, Pedagogia (Bragança), Pedagogia (Breves) e Ciências Econômicas receberam a premiação de três estrelas.

Guia do Estudante II Os Cursos Filosofia (Belém), Ciências Sociais (Marabá), Comunicação Social -Publicidade e Propaganda, Engenharia Mecânica, Pedagogia (Abaetetuba), Odontologia, Medicina, Farmácia, Química, Engenharia Civil, Comunicação Social - Jornalismo, Engenharia Elétrica, Serviço Social e Ciência da Computação receberam quatro estrelas e os cursos de Geografia, Pedagogia (Belém) e Ciências Sociais (Belém) receberam cinco.

Pescadoras O Laboratório de Estudos de Ecossistemas Amazônicos (LEEA) da Faculdade de Biologia, do Campus de Santarém, receberá R$ 200 mil do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para realizar pesquisas sobre organizações produtivas femininas. O projeto prevê a promoção de atividades voltadas para o desenvolvimento sustentável à luz da economia feminista.


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