Carlie ferrer o assassino o quanto você se arriscaria por amor

Page 53

-O que ele fez? -Vamos fazer um trato Maria, você me conta a verdade sobre onde viu Alessandra e eu te digo o que Inácio Edenhal é de verdade. Você viu alguma foto dela no castelo? -Não senhora. Eu sonhei com ela algumas vezes, me pedindo ajuda, mas as primeiras fotos que vi dela, foram aqui na sua casa. Lucena ficou agitada e Maria precisou segurá-la para que não se levantasse. -Sonhou com ela? Sonhou com minha menina? -Ela me pedia para tirá-la do castelo. Por isso fiquei tão curiosa. Por isso tenho ido lá. Lucena estava visivelmente emocionada. -Ela está presa no castelo? – Perguntou Maria. Lucena negou, as lágrimas saindo de seus olhos. -Não mais. Eu vou te contar. Maria esperou um tempo até Lucena se recuperar. Depois, Lucena começou a falar. -Na década de 80 eu morava no castelo dos reis de Edenhal, trabalhava como uma das camareiras da rainha Marrie. Alessandra, minha filha, cresceu naquele castelo, na ala de empregados, é claro. Ela era apaixonada desde menina pelo sobrinho do Conde de Edenhal. Eu dizia para ela que tirasse essa ideia da cabeça, que eles pertenciam a mundos diferentes. Com o tempo percebi que o sobrinho do conde, o jovem conde Inácio Edenhal retribuía os olhares de minha filha. Ele estava com quase tudo pronto para assumir o lugar do tio na realeza, quando o romance dele com minha filha foi descoberto. Ele pretendia se casar com ela, mas a família, é claro, foi contra. Ninguém aceitava que ele se casasse com uma plebeia, filha de empregados. Como castigo por eu ter permitido que isso acontecesse, me mandaram embora sem direito a nada e sem um centavo no bolso para voltar para cá. Achei que seria nosso fim, mas o jovem Inácio escolheu Alessandra. Ele largou seu titulo, a realeza, a família. Nos encontrou e veio para o Brasil conosco, terra onde ele nasceu e morou por alguns anos quando era criança. Eles pareciam completamente apaixonados. Inácio atendia cada um dos caprichos de Alessandra, e ela o adorava. Compraram uma casa para mim em São Paulo, mas numa visita nossa a essa cidade, para que eles conhecessem onde eu nasci e fui criada, Alessandra se encantou pelo terreno da Rua Londrina. Ela achava bárbaro ter um riacho no quintal. Imediatamente, Inácio comprou para ela o terreno, e a casa mais próxima a ele para que eu morasse por perto. Alessandra temia que Inácio sentisse falta da realeza, do lugar onde morava, e fosse embora, então mandou construir uma réplica do castelo real de Edenhal, bem menor, claro, mas com a mesma riqueza de detalhes. Inácio e eu achamos meio exagerado, mas sempre era feita a vontade dela. Quando o castelo ficou pronto, eles se casaram e se mudaram para cá. Eu fiquei ainda em São Paulo resolvendo algumas coisas, mas viria morar aqui dentro de um ano, ou dois. Pelas ligações de Alessandra e o que eu achava que conhecia de Inácio, eles eram muito felizes. Alessandra fez amigas aqui, adorava a calmaria da cidadezinha. E Inácio se sentia feliz onde quer que fosse desde que fosse com ela. – Lucena parou de falar, não parecia querer contar a história a partir daí, mas Maria precisava saber o que havia acontecido com Alessandra. -Eu não entendo, se eles eram tão felizes, por que o odeia tanto? Lucena deu um longo suspiro. -Não podemos julgar as pessoas Maria. Nunca podemos achar que conhecemos alguém. As pessoas quase nunca são o que parecem. Um dia, Alessandra me ligou tão feliz, pedindo que eu viesse morar aqui urgentemente, que precisaria de mim. Ela não parava de falar, emocionada, estava esperando um filho de Inácio. Rapidamente dei um jeito de vir para a cidade. Ela tinha me dito que esperaria a minha chegada para contar ao Inácio, mas acho que não conseguiu segurar. Ela estava tão


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.