Crise de migração na europa e campos de refugiados no Norte de França Criação de um centro de acolhimento integrado para crianças refugiadas na cidade de Calais.
Com o campo de refugiados de Calais menos lotado mas ainda assim com uma perigosa falta de organização, o tribunal administrativo de Lille ordenou o desmantelamento da zona sul do campo, para que este pudesse ser concentrado numa área mais pequena com melhores condições de salubridade e segurança. Esta ordem deu origem a muito descontentamento por parte dos migrantes, sendo a sua execução atrasada por tumultos e protestos. A meio deste ano, eram estimados 4.500 refugiados a viver na selva, tendo este numero dobrado no espaço de apenas dois meses. Em Agosto, as associações chegaram ao ponto de distribuir 10.000 refeições diárias, um número nunca antes registado. Este rápido crescimento incentivou o governo a acelerar as medidas de distribuição dos refugiados pelos vários centros do país, criando inclusivamente dois centros na capital – um para homens e outro para mulheres e crianças – e em Setembro do mesmo ano anunciou que se iria proceder ao desmantelamento total da Selva. No mês seguinte, as operações de evacuação tiveram início entre confrontos e manifestações e uma presença policial muito intensa. Os mais de 6.000 refugiados registados até então foram encaminhados para 450 centros de acolhimento espalhados pela França, com a obrigação de escolher um local para pedir asilo ou sair do país, à exceção dos menores não acompanhados que foram encaminhados para centros de acolhimento temporários onde, após a avaliação da sua situação seriam ou não enviados para o território britânico. Poucos refugiados conseguiram fugir às evicções, já que na mesma altura começou a ser erguido um muro em toda a extensão oeste do campo – “The Great Wall of Calais” – que lhes vedou assim o acesso à autoestrada na qual poderiam entrar num veículo que os levasse além da fronteira. Os que não conseguiram fugir foram enviados para centros de detenção, para posteriormente serem expulsos do país (Rahman-Jones 2016).
Figura 132: The Great Wall of Calais.
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