Revista Lupa #13

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Receita de sucesso

Aliada à antiga fórmula dos reality shows, formato que explodiu no início dos anos 2000 com o Big Brother, criado pela produtora holandesa Endemol, a regionalização fez com que o programa ganhasse um tom de novidade, chamando atenção não só do público baiano, mas também da mídia de todo o país. Tudo tinha um toque de baianidade: as festas eram animadas por bandas baianas e as provas a que os foliões eram submetidos remetiam à cultura carnavalesca. A ideia inicial era criar um novo programa que chamasse a atenção do público e gerasse mídia espontânea, disse Vieira. Parece que deu certo. O projeto foi comentado por artistas, inclusive de emissoras concorrentes, nas mídias sociais e ganhou posição de destaque em alguns sites e revistas. O ineditismo do caráter regional dado ao programa pode ter sido positivo para a divulgação, mas acarretou algumas dificuldades para a produção. Mariana Gomach, produtora de rotina de O Trio Reality, contou que foi um desafio, considerando que a ocorrência de imprevistos era muito grande e não havia o benefício da edição o tempo inteiro, já que havia a transmissão ao vivo, 24 horas, pela internet.

A folia chega ao fim

Após os 28 dias de competição, Rosiane Pinheiro se consagrou a grande vencedora desse carnaval produzido pela TV Aratu. Com 48% dos votos, a dançarina foi escolhida pelo público, desbancando a vereadora Léo Kret, que ficou com a segunda posição. Para que um programa como o Trio Reality, ainda que com problemas, seja produzido, é necessário o envolvimento de uma grande equipe de comunicação. Com o advento da segunda edição, uma equipe ainda maior irá participar da produção, gerando um know-how inédito na televisão baiana até então. A segunda edição está programada para ser lançada ainda no segundo semestre de 2012 e terá como uma das novidades a saída do trio para pontos estratégicos da cidade.

Uma dose de realidade O gênero reality television surgiu com a intenção de retratar situações reais com pessoas normais e sem roteiro prévio. Presente na programação da televisão americana desde An American Family, exibido em 1973, o formato explodiu nos anos noventa com o programa da MTV The Real World, transmitido em 1992 e exibido no Brasil com o nome Na Real. Em 1999, John de Mol, sócio da empresa holandesa Endemol, bolou a ideia de um programa onde os participantes, pessoas comuns, seriam confinados em uma casa vigiada por câmeras 24 horas por dia. O programa recebeu o nome Big Brother, que faz referência ao livro do escritor inglês George Orwell, 1984. No livro, as pessoas têm a rotina observada pelo Grande Irmão em tempo real. No Brasil, o fenômeno dos reality shows começou com o No Limite, versão adaptada do programa Survivor, no ano 2000. Em 2001, o SBT saiu na frente da Rede Globo, que já esboçava a sua versão do reality show da Endemol, e transmite o programa Casa dos Artistas, que seguia o formato do Big Brother, mas com famosos. O programa foi um sucesso, rendendo a maior audiência da história da emissora, mas foi perdendo relevância e durou até o ano de 2004. Em 2002, algumas semanas depois do fim da Casa dos Artistas, a Rede Globo deu início à exibição do Big Brother Brasil, o reality show de maior sucesso do país e que já tem a sua décima terceira edição programada para o ano de 2013.

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