BUR(r)OCRACIA
no mar da papelada nado de braçadas azul esferográfica assinaturas timbradas ordem de fachada
em coro grampeadores pregaram as areias da ampulheta para nascer foram necessárias três vias autentificadas em cartório não podemos fazer nada não há nada a fazer diz a voz de taquara rachada aos infernos! aos infernos! por acaso meus braços estão amarrados? é que a tinta do carimbo acabou e a próxima remessa está datada para daqui dez dias PUTA-QUE-LHE-PARIU! PEGUE A CANETA, O CARIMBO, O CARALHO ENFIE NO OLHO afoguei-me por não saber nadar