Construção Magazine 58

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construção em áfrica na atualidade

em que o travamento da contenção fosse conseguido à custa do tampão de fundo e de diafragmas de travamento, constituídos por troços de laje horizontais e por treliças metálicas onde, por razões arquitetónicas, não puderam ser executadas as lajes horizontais. Procurou-se, com a referida redução dos trabalhos de execução de ancoragens, bem como com a realização do tampão de fundo, garantir uma maior previsibilidade do comportamento da obra e, sobretudo, um maior controlo sobre o processo de escavação e da programação da obra [Pinto & Pita, 2011]. Os diafragmas referidos consistiram, assim, num conjunto de vigas que, na globalidade, formaram um quadro fechado e rígido, à mesma cota, e desta forma resistiram aos impulsos atuantes na contenção. De modo a facilitar o processo construtivo e a permitir uma maior economia, adotaram-se, no referido quadro fechado, sempre que possível, elementos estruturais que integraram, na fase definitiva, a estrutura dos pisos enterrados do edifício. Em particular, adotaram-se troços das lajes dos pisos enterrados funcionamento como vigas do travamento provisório da contenção (Figuras 2 a 6). A laje de tampão de fundo, para além da função de limitação da permeabilidade do fundo da escavação, desempenhou ainda a função de travamento da contenção, materializando um apoio elástico, localizado ao nível do fundo da escavação, e equilibrando, assim, parte do impulso hidrostático vertical e do impulso do terreno contido pela parede de contenção. No enquadramento descrito, o travamento tipo da contenção consistiu num quadro fechado, constituído, em geral, por troços de laje com 0,30m de espessura e largura de 6,00m nos alçados de maior dimensão e de 4,0m nos restantes. Os troços de laje foram apoiados, durante a fase de escavação, na parede de contenção e em perfis metálicos do tipo HEB, os quais foram instalados em conjunto com a execução das barretas de fundação, ficando embebidos no interior destas. Porém, no alçado confrontante com o edifício vizinho, considerou-se importante a realiza-

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ção de um nível de ancoragens, localizado na viga de coroamento e acima do nível freático, de modo a melhor controlar as deformações da parede. Em fase definitiva, no que toca ao equilíbrio das paredes de contenção, a própria estrutura das lajes das caves foi responsável

> Figura 4: Perspetivas do sistema de travamentos da parede de contenção periférica. > Figura 5: Vistas da execução das barretas de fundação e evolução da escavação para a cota do piso -4. > Figura 6: Vista da escavação à cota do piso -5 e do início da construção da estrutura dos pisos enterrados.

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NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013

pela estabilidade das referidas paredes, face aos impulsos provocados pelo terreno, pelos edifícios vizinhos e pelas sobrecargas rodoviárias, sendo os sistemas de escoramento provisórios, com exceção dos troços de laje de travamento, desativados após conclusão


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