Revista Automotive Business - edição 37

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PAULO BUTORI presidiu o Sindipeças pela primeira vez em 1994

MURAO

LUIS PRADO

NEGÓCIOS

DAN IOSCHPE assume em março

ENTIDADE

BUTORI DEIXA COMANDO DO SINDIPEÇAS APÓS 22 ANOS

A

pós sete gestões consecutivas em 22 anos à frente da presidência do Sindipeças, o engenheiro paulista Paulo Butori decidiu não concorrer à reeleição. Em chapa registrada no início deste ano, Dan Ioschpe foi candidato único, formalizado presidente em eleição em fevereiro. Butori também compõe a mesma chapa única para continuar como um dos conselheiros da entidade, que reúne 470 empresas fabricantes de autopeças no País, que faturaram cerca de R$ 63 bilhões, empregaram 165 mil trabalhadores e exportaram o equivalente a US$ 7,6 bilhões em 2015. Butori assumiu em 1994 pela primeira vez a Sindipeças e da Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças), quando já era diretor da entidade e foi aclamado pela diretoria a assumir o posto quando Cláudio Vaz renunciou um ano antes do término de seu mandato. Depois, desde 1995 ele vinha sendo reeleito em chapa única para gestões sucessivas de três anos cada uma. Em pouco mais de duas décadas como presidente do Sindipeças, Butori se notabilizou pela defesa enfática da indústria nacional diante da forte concorrência internacional na cadeia de suprimentos do setor automotivo brasileiro, que durante suas gestões na entidade passou a ser dominado quase integralmente por gigantes multinacionais.

O dirigente conseguiu manter os associados do Sindipeças unidos, apesar das enormes diferenças entre eles, mostrou aos grandes sistemistas de capital estrangeiro que era necessário trabalhar pelo fortalecimento de toda a cadeia, e assim traçou políticas voltadas a ajudar especialmente as empresas de médio e pequeno portes a atravessar as duras transformações do mercado. Fundador e sócio da Fupresa, fabricante de peças fundidas de precisão, Butori sempre disse ser um empresário “muito nacional”, em contraponto à dominância “multinacional” do setor. Embora com estilo mais contido, o gaúcho Dan Ioschpe deve seguir a mesma linha de defesa da indústria nacional adotada por Butori, até porque desde 2007 é um dos conselheiros do Sindipeças e nos últimos anos esteve envolvido nas negociações entre a entidade e governo para a adoção do sistema de rastreabilidade e de políticas para elevar a competitividade do setor. Ioschpe também pode se considerar um empresário “muito nacional”, pois é sócio e presidente do conselho de administração do Grupo Iochpe-Maxion, um dos poucos fabricantes de autopeças de capital nacional que restaram no Brasil – e o mais multinacional deles, com cerca de 20 fábricas de estampados, longarinas, chassis e rodas em uma dúzia de países. (Pedro Kutney)

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