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João Pessoa, Paraíba - SÁBADO, 5 de abril de 2014

DENGUE Paraíba tem 52 municípios com risco de epidemia Cleane Costa cleanec@gmail.com

A Paraíba possui 52 municípios com risco de epidemia de dengue, representando 43,3% dos 120 municípios que realizaram no mês de março o 2º levantamento de índices para avaliar a infestação predial pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Riacho dos Cavalos foi o que registrou o maior índice (24,0). João Pessoa apresenta médio risco, com 16 bairros em situação de alerta. O Índice de Infestação Predial (IIP) equivale à relação entre o número de imóveis onde foram encontradas larvas do mosquito e o montante de residências pesquisadas. É considerada situação satisfatória quando o índice fica abaixo de 1%; em alerta de 1% a 3,9%; e com risco de surto de dengue acima de 4%. Esses municípios com risco de epidemia da dengue deverão receber o tratamento a Ultrabaixo Volume (UBV), que consiste na aplicação espacial de inseticidas a baixíssimo volume, mais conhecido como carro Fumacê, usado para eliminação do mosquito adulto transmissor da dengue, de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Durante a passagem do veículo, a Secretaria de Estado da Saúde recomenda que a população abra as portas, inclusive as dos quartos, e movimente objetos que possam servir de esconderijo do mosquito, para facilitar a exposição deles ao inseticida. Isso é necessário para se atingir a mortalidade esperada, que é de 80% da infestação do vetor na área onde o veículo está circulando. Levantamento Segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, 120 municípios realizaram o 2º levantamento de índices para avaliar a infestação predial pelo Aedes aegypti, através do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti) e LIA (Levantamento de Índice Amostral), este último para municípios que possuem até 2000 imóveis. Segundo dados enviados pelos municípios, além dos 52 com risco de epidemia de dengue, ou seja, índices maiores que 4% (mais de quatro imóveis infestados para cada

Alerta A Secretaria de Estado da Saúde renova o alerta para que a população e os municípios deem continuidade às ações preventivas contra a dengue, bem como a manutenção dos ambientes públicos limpos, com o recolhimento regular de lixo nas vias e a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias. “Com as temperaturas mais baixas geralmente ocorre um descuido por parte de uma boa parcela da população e de gestores públicos, que tendem a minimizar o perigo. Mas é durante esse período que se acumulam criadouros que mais tarde, do final da primavera até meados do outono (quando as temperaturas são mais elevadas), contribuirão de forma decisiva para a ocorrência de nova epidemia, expondo toda a população ao risco de contrair a doença, inclusive nas formas graves”, explicou Talita Tavares.

Temperatura baixa favorece para o acúmulo de criadouros de mosquitos que contribuirão para a ocorrência de epidemias Prédio no centro da capital apresenta ambiente (água acumulada) propício para a reprodução do mosquito da dengue

Redução das notificações Embora 75% dos 120 municípios analisados estejam em situação de alerta e risco, o número de notificações registrou uma redução de 64,3% de janeiro até o dia 22 de março deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, foram notificados 962 casos suspeitos de dengue na Paraíba de janeiro a março deste ano, sendo 145 descartados e 281 confirmados; 536 casos estão em aberto e/ou inconclusivos. No ano passado foram 2.695 notificações. Do total de casos notificados, 156 casos foram classificados como dengue, três como casos de Dengue com Sinais de Alarme e dois como dengue grave. Ainda foram notificados dois óbitos no período, nos municípios de Patos e Campina Grande. Houve um caso de óbito em João Pessoa, que inicialmente havia sido classificado como dengue grave, mas após realizada a análise da área técnica foi descartado para dengue. No mesmo período de 2013 foram confirmados quatro óbitos por dengue, o que representa uma redução de 50%.

Foto: Ortilo Antônio

100 pesquisados), 38 apresentam situação de alerta (de um a três imóveis infestados para cada 100 pesquisados) e 30 apresentaram índice satisfatório (menos de um imóvel infestado para cada 100 pesquisados). Conforme os resultados, 75% dos municípios avaliados apresentam situação de alerta e risco. A gerente de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, considera importante que a população tenha acesso aos dados sobre o Índice de Infestação Predial, para que possa contribuir contra a proliferação do mosquito. “Se a população não tem acesso aos dados sobre o índice de infestação predial e do número de casos suspeitos e confirmados do bairro onde mora, ela não se sente mobilizada nem incentivada para a eliminação dos focos do vetor”, ressaltou.

“Esses dados demonstram o resultado do trabalho realizado pelo Estado no ano passado, quando foram executadas várias ações, dentre elas, a qualificação no manejo clínico da dengue oferecido para profissionais da assistência, trabalho esse que segue também sendo realizado em 2014”, explicou a gerente executiva de Vigilância em Saúde, Talita Tavares. A técnica responsável pela dengue na SES, Izabel Sarmento, adiantou que este ano a qualificação no manejo clínico da dengue está sendo intensificada nas Gerências Regionais de Saúde. No ano passado, foram qualificados 502 profissionais e a meta para este ano é que mais de 1.000 profissionais sejam qualificados, entre médicos, enfermeiros e coordenadores de vigilância epidemiológica. Izabel Sarmento explicou que, durante a qualificação, os profissionais adquirem conhecimento sobre o mosquito, a dengue, sinais e sintomas, tratamento, fluxos laboratoriais, assistenciais e ainda a Nova Classificação da Dengue. Ainda faltam receber qualificação os profissionais das 1ª, 2ª, 3ª e 4ª gerências.

João Pessoa apresenta situação de alerta A cidade de João Pessoa apresenta risco médio para dengue, com um índice de infestação predial de 1,2%, ou seja, em situação de alerta. Segundo o diretor de Vigilância Ambiental do Município, Sílvio Ribeiro, das 28 áreas selecionadas para realização do LIRAa, 12 foram consideradas de baixo risco (menos de 1%) e 16 com médio risco (1% a 3,9%). Ele ressaltou que a maioria dos casos de infestação teve como causa a forma de armazenamento de água e materiais descartáveis que servem como criadouro do mosquito transmissor da dengue, além de descarte de pneus. Dos bairros em situação de alerta, os mais infestados são Alto do Mateus, Jardim Veneza, Valentina Figueiredo, Planalto, Boa Esperança, Mangabeira, Varadouro, Ilha do Bispo, Jardim Oceania, Manaíra e Tambaú. Notificações Embora esteja em situação de alerta, João Pessoa registrou uma redução de 41,36% nas notificações de casos de dengue, segundo dados da Vigilância Ambiental. De janeiro a 2 de abril, foram notificados 285 casos contra 486 registrados em igual período do ano passado. Do total de casos notificados neste ano, apenas 29 foram confirmados, enquanto no ano pas-

sado 344 casos foram confirmados, ou seja, mais de 70% dos casos registrados. Nenhum caso de óbito por dengue foi registrado até agora em João Pessoa, enquanto no ano passado, de janeiro a 2 de abril, houve um óbito motivado pela doença. Sintomas Para qualquer um dos quatro tipos de dengue existente o indivíduo pode apresentar febre, com duração menor que uma semana, associada a dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares, dor atrás dos olhos, dor nas juntas, sensação de cansaço e manchas avermelhadas espalhadas pela pele. Todo paciente com esses sintomas deve procurar um médico para avaliação, pois somente com o exame físico e laboratorial poderá ser feito o diagnóstico e tipo de tratamento adequado, internado ou domiciliar. Tratamento Não existe tratamento específico para a doença. De maneira geral, é prescrito ao paciente hidratação rigorosa e controle a cada uma das possíveis complicações. O uso de medicamentos como AAS e outros salicilatos e anti-inflamatórios pode desencadear sangramentos e agravar o quadro.


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