Mulheres quilombolas fazem de sua produção a luta por um bem maior: serem sujeitos/as de direito

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Ano 7 • nº1436 Dezembro/2013

Queimada Nova Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Mulheres quilombolas fazem de sua produção a luta por um bem maior: serem sujeitos/as de direito O semiárido nordestino é palco histórico de grandes transformações da estrutura econômica agrária e social em distintos momentos políticos do país, é também o espaço onde se desdobra a história de duas comunidades quilombolas do sertão piauiense, os quilombo Tapuio e Sumidouro, localizados a 13 km da sede do município de Queimada Nova – PI. A história que será contada aqui pertence a um grupo de mulheres dos Quilombos Tapuio e Sumidouro que decidiram lutar por um bem maior: seus direitos sociais em nome de suas comunidades. Elas se juntaram, e entre uma reunião e outra decidiram produzir para que seu movimento pudesse ter mais autonomia e fortalecer a infraestrutura da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas. O grupo foi dividido em dois, cada uma delas passou a fazer produtos extraídos da terra. Um de seus projetos foi a produção do sabonete feito de aroeira iniciado há 10 anos. A ideia surgiu através da necessidade que as mulheres do quilombo sentiram com a falta do sabonete. “A gente comprava o sabonete de uma senhora em Simões. Um dia chegamos lá e não tinha mais sabonete. Então a senhora disse que se quiséssemos aprender a fazer o sabonete era só trazer a pessoa que ela ensinava. Então na semana seguinte enviamos duas pessoas para aprender com ela a produzir o sabonete e repassar pra gente aqui do Quilombo. Então começamos a produção” comenta Dona Luzia. O processo de produção envolve quatro mulheres, que da extração da casca de aroeira retiram o produto final: o sabonete. A forma que é produzida não foi informada pelo grupo de quilombolas por ser de uso restrito das comunidades, mas elas afirmam que todo o processo é feito manualmente pelo grupo. Há pouco mais de 5 anos as mulheres quilombolas decidiram mostrar o verdadeiro potencial nativo do semiárido: o umbu. A extração do umbu teve


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