Ano 8 • nº2019 Julho/2014 Madalena-CE
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Aguida e Luzia: um exemplo de vida e Resistência no Semiárido. Na comunidade de Cândidos, município de Madalena no Ceará vive o casal Seu Zezito e Dona Maria e as filhas Aguida e Luzia, duas amantes da agricultura e da vida no campo, elas chamam a atenção dos vizinhos e de quem conhece sua história pela coragem que têm em lutar por boas condições de vida no Semiárido. A família de Seu Zezito e Dona Maria conquistaram uma cisterna- enxurrada do Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2) que além de garantir água para a produção de alimentos e para consumo dos animais servirá para dar sustentação à floresta agroecológica que ao longo dos anos Aguida e Luzia preservam em seu quintal. A variedade é grande: coqueiro, bananeira, cajueiro, goiabeira, pé de graviola, acerola, laranja, mamão, sem esquecer as mangueiras, que pelas contas de Aguida somam mais de seis espécies variadas que foram adquiridas, plantadas e regadas com amor e dedicação. A água que abastece o consumo da família vem de um pequeno cacimbão construído há mais de 40 anos, mas o mesmo está secando, não dá mais para aguar as plantas como Aguida e Luzia no alpendre. antes, Seu Zezito insiste com as filhas que a água deve ser guardada para o consumo dos animais: “O papai disse pra deixar a água só pros bichos, aí a gente aguava as plantas escondido porque as bichinha não podia morrer de sede também”, lembra Aguida. As duas contam com muita satisfação sobre o trabalho no campo, destacando como o verão é dificultoso pela falta de chuvas, pois as fruteiras necessitam de água. Depois de um problema de saúde, Luzia fez um grande esforço para não deixar morrer suas fruteiras: “Com fé em Deus eu não desisti e não vou desistir, aguei as fruteiras de baldinho em baldinho e hoje fico muito feliz em ver tudo grande e verde”. A cisterna vai ficar mais perto das fruteiras, onde a Aguida mostrando a variedade de seu quintal. terra é muito boa. “No curso a gente fez uma visita e eu vi uma cisterna, fiquei muito animada, quando a daqui vier, nenhuma planta vai mais morrer porque as que morreram não foi por falta de cuidado, foi por falta d'água, relembra Aguida. Em uma gargalhada Luzia ainda completa: “Já hoje eu plantei um pé de manga esperando por essa cisterna”.