“a arte toda, não é mais o lugar da metáfora, mas da metamorfose, que leva a um comportamento ativo e interrogativo, móvel e modelável, interativo , de natureza que convida ao jogo, à manipulação, à transformação, ao ensaio e à mudança, à experimentação e à invenção de outras regras estéticas.” (PLAZA; TA VARES; 1998, p.199)
Não havendo distinção clara nos limites, o que está em jogo é a qualidade do discurso, a coerência nas escolhas e interações entre linguagens em função da poética do artista. Podemos pensar como exemplo, no trabalho de Cindy Sherman (FIG.1) onde a pintura e a fotografia se interpenetram para reconfigurar a tradição do autorretrato. Ou no trabalho de apropriação de imagens publicitárias e o uso da palavra no trabalho de Bárbara Kruger (FIG. 2).
FIGURA 1: Untit led #224, 1990
FIGURA 2: Untit led, 1986
O artista contemporâneo é multidisciplinar, tomando as técnicas e estruturas de diversas linguagens com desenvoltura para construir sua obra. Lembremos do trabalho de Matthew Barney, que desenvolve desenhos com uma forte carga performática, como na série Drawing Restraint (FIG. 3), onde a imagem surge a partir de configurações de ação limitantes pré-estabelecidas pelo artista. Barney ao mesmo tempo desenvolve filmes, como os da série Cremaster Cicle (FIG. 4) onde mescla e incorpora elementos da pintura, da música, cultura pop e mitológica, criando personagens híbridos que não seguem uma estrutura narrativa típica do cinema.
696 Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, Brasil. 9 , 10, 11 de outubro de 2012 – ISBN: 978-85-62309-06-9