Revista arqa #113

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Foto: Délio Jasse

Foto:José Pedro Cortes

Foto: Letícia Ramos

Aires Mateus vencedor de nova Mesquita em Bordéus

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O atelier Aires Mateus foi o vencedor do concurso por convite para o Centro Muçulmano de Bordéus, em França, numa zona nova junto ao rio Garona. Uma obra promovida pela Fédération Musulmane de la Gironde, de cerca de 12.000m2, com o valor de 24,5 milhões de euros, dedicada ao culto e à cultura muçulmana. Para além de Aires Mateus, participaram também os ateliers Poly Rythmic Architecure (autores de uma mesquita na Arábia Saudita); Lion Associés (autores do plano urbano envolvente à Grande Mesquita de Meca); os locais Marjan Hessamfar-Joe Verons Architectes e o arquiteto Éric Lapierre. Na sua proposta, o atelier português procurou “um espaço absoluto, uma topografia contínua, uma arquitetura onde tudo está ligado: os diferentes usos, os percursos que os relacionam, a luz filtrada que os caracteriza. Um todo sem partes”. O piso térreo é aberto à circulação, com diversas lojas que servem a cidade, e na área superior estão as áreas culturais, com salas de aula. Entre estes espaços está a zona aberta, em vidro, dedicada ao culto (uma sala com 350 lugares, para uso diário, e outra com 4 mil, para uso semanal). A ideia de continuidade, onde a religião se funde com a vida social e quotidiana, foi central nesta proposta, a primeira obra de características religiosas a realizar pelo atelier. www.airesmateus.com

BES Photo 2014

MVRDV vence transformação da Fábrica Serp & Molot

Délio Jasse (AO), José Pedro Cortes (PT) e Letícia Ramos (BR) são os candidatos da 10ª edição do Prémio BES Photo, nomeados pelo júri internacional deste ano, composto por Jacopo Crivelli Visconti (BR), crítico e curador; João Fernandes (PT), subdirector do Museo Reina Sofia, Madrid; e Bisi Silva (NG), Centre for Contemporary Art, Lagos. Um conjunto de obras inéditas dos artistas está em exposição no Museu Coleção Berardo. Mais convencional na sua forma, o projeto “Um Eclipse Distante” de José Pedro Cortes trabalha os sentidos de privado e de público, num conjunto onde se distinguem imagens de corpos femininos e imagens de objetos ou “arquiteturas” do quotidiano da cidade onde vive, Lisboa. É uma análise sobre o seu próprio trabalho, explorando a relação fotógrafo-modelo, na busca da imagem “perfeita”. De caráter arquivista, “Ausência Permanente” é uma série onde Délio Jasse criou imagens pela sobreposição de várias histórias de arquivo: retratos anónimos de épocas passadas, carimbos de passaporte, fotografias da era colonial, etc. As imagens são fusões de retalhos de memórias que originam novas identidades, apresentadas imersas em água, em caixas no chão, onde uma luz foca cada peça. Letícia Ramos apresenta “Nós sempre teremos Marte”, partindo do questionamento e pesquisa do que pode ser a imagem científica, a informação e o registo da história do Homem. O conjunto de peças apresentadas têm origem numa ficção criada pela artista, onde várias imagens feitas a partir de microfilme nos parecem imagens científicas credíveis. A peça central é a sua sedutora curta-metragem Vostok, representando uma exploração de um submarino na Antártica. O premiado será conhecido no dia 2 de julho. A exposição está patente no Museu Coleção Berardo, no CCB em Lisboa, até 7 de setembro. Depois, os trabalhos viajam até São Paulo, onde serão apresentados no Instituto Tomie Ohtake, entre 23 de outubro 2014 e 11 de janeiro 2015. A exposição é acompanhada de um catálogo com um volume para cada artista. Centram-se nos projetos apresentados e são complementados de entrevistas e da contextualização das suas obras, através de trabalhos anteriores. www.pt.museuberardo.pt

A proposta dos holandeses MVRDV foi a vencedora do concurso para a transformação da fábrica Serp & Molot (Hammer & Sickle), localizada a este do centro de Moscovo. O seu conceito urbano respeita a estrutura industrial dos 58 hectares e cria espaço para 1,8 milhões de m2 de uso misto. A Development Corporation Donstroy prevê um investimento de 180 biliões de rublos e a finalização em 2021. A fábrica de aço original, datada de 1884 e um elemento importante durante a Revolução Russa, tinha ultimamente caído em decadência. A proposta de MVRDV preserva as características fabris do local, integrando-as nas novas estrutruras. Grandes espaços fabris são substituídos por novos blocos urbanos e pátios ajardinados, os pisos térreos são reservados para infraestruturas públicas e comércio. Um circuito de transportes existente será transformado num parque, que funciona como diretriz tridimensional da nova área. O novo espaço urbano acolhe espaços de lazer e desporto, mercados ao ar-livre e pavilhões. Escolas e centros de dia abrem sobre este parque. No topo do circuito de transporte há uma passagem aérea, entre as copas das árvores e vista sobre a envolvente. Junto às habitações há escritórios e comércio, escolas e um hospital local. A área será desenvolvida em fases, criando espaço para 19.000 habitantes e 16.000 locais de trabalho. Os finalistas deste concurso incluem também LDA Design (UK), Ateliers Lion Associés (FR), Mega Project (RU) e De Architecten Cie. (NL). www.mvrdv.nl

arqa maio|junho 2014


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