Edição 184 - Novembro 2012

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A RELÍQUIA

- Novembro de 2012

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ÉDOUARD MANET - Naná (1877), ost 154 x 115 cm. O artista mostra a moda íntima. Foi recusado no salão de 1877.

PIERRE AUGUSTE RENOIR Danse à la ville (1882-1883), ost 179 x 90 cm

Para as estações menos clementes e para receber amigos para o chá, hábito inglês que se desenvolvia, era conveniente usar roupas de cidade, às vezes, muito elegantes, em seda, guarnecida de panejamentos e rendas, o que era a última moda e demandava um conhecimento de uma modista. Essas roupas podiam eventualmente ser usadas na saída para o teatro ou jantares onde se ia de carro, mas envoltas em uma capa ou xale. A silhueta da mulher é formado por dois acessórios característicos: o espartilho que afina a cintura e o sutiã que destaca o peito. Para combater as marcas na pele, a mulher coloca uma camisa por baixo. Ela iria esconder o espartilho sob uma peça de lingerie. Sobre suas pernas, ela usava meias presas por ligas no joelho, e uma saia com babados equipada com cordas para segurar. Às vezes, a cauda saía e a parte inferior seria destacável.

Sair à noite

FRÉDÉRIC BAZZILLE - Pierre Auguste Renoir (1867), ost 61 x 50 cm. Os dois pintores dividiram um studio e pintaram retratos um do outro

baile e um vestido para uma estréia na ópera seria usado com um chapéu, que precisava ser pequeno, para não bloquear a visão dos vizinhos. Anáguas eram usadas para armar os vestidos, que eram rebaixadas na frente, enquanto a parte traseira era inflada com almofadas. Vestidos de jantar e teatro não eram geralmente muito decotados, nem se usava despir os ombros, usando-se mangas três-quartos ricamente decorados à mão - ou rendas feitas na máquina, e qualquer costureiro poderia obter nas lojas uma vasta gama de adornos: pregas, listras, e franjas de duas cores enroladas. Para a noite de gala na ópera, o vestido poderia ter um decote redondo, o cabelo seria decorado com flores ou joias, ou outros acessórios. As cores escolhidas para estas peças de vestuário eram variadas, não sendo determinadas as preferências ao longo do tempo. As cores também variavam dependendo do gosto e da idade do cliente. Cor de rosa, azul e branco eram cores escolhidas pelas mulheres. O gosto pelo preto, comum em trajes na cidade, também foi encontrado em vestidos de noite, sendo considerado elegante, como no retrato Madame

Na época dos impressionistas, ao se vestir para um baile, uma noite na ópera ou teatro, toda ousadia era permitida à mulher. Para a noite, sob as luzes da rua ou dos candeeiros a gás - e ampliado pela moda - a beleza das mulheres torna-se completamente deslumbrante. A silhueta sinuosa com saias longas, os ombros descobertos e o rosto maquiado, emoldurado por um estilo de cabelo complicado, complementado por um decote amplo e muitas vezes quadrado. Havia uma série de roupas para cada grupo de idade e situação. Um vestido para participar de um banquete era bastante Conjunto de verão (1867), Museu de diferente de um vestido de Moda de La Ville de Paris

CLAUDE MONET - L'Homme à l'ombrelle (1867), ost 100 x 61 cm

Charpentier et de sés enfants (página 7), de Renoir. No verão, após a grande voga para o manto de seda durante 1865-70, passou a ser usado um lenço amarrado à moda de Maria Antonieta.

Os homens e a moda

"Os impressionistas, apaixonados pela modernidade, se interesam pela moda, fenômeno que estava nessa época em pleno auge, com o desenvolvimento das revistas especializadas e das grandes lojas", disse Gloria Groom, curadora da exposição. A presença masculina é marcante na pintura impressionista. Inicialmente nas pinuras se sobressaem grandes áreas de preto e cinza com manchas brancas. Para apreciar apenas em que medida o impressionista conseguiu reproduzir a silhueta e o comportamento do morador da cidade, apesar das dificuldades decorrentes da visão, temos de nos lembrar como foi realmente a moda masculina. O esboço geral e as cores de roupas masculinas mostram grande estabilidade. Ainda relevante durante as décadas que antecederam à Primeira Guerra Mundial, era este o comentário no Journal des modes d'hommes em janeiro de 1867: "Considere atentamente um cavalheiro muito inteligente de acordo com o gosto do nosso tempo, vestindo um casaco solto, e examine de perto as várias partes de sua roupa de baixo para cima: dois tubos retos contêm as pernas a se perder em um tubo coletor, dos quais dois anexos escapam, de novo com a forma de tubos em que os braços são colocados, e a coroa do edifício, uma calha que chamamos um Vestido de verão (1868) Acervo Les Arts chapéu". >>> Decoratifs (Paris)


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