ARAUTO - AGOSTO 2024

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Boletim Informativo da Casa do Povo de Vilarandelo - Concelho de Valpaços

Direct. Edit.: DIREÇÃO DA CASA DO POVO DE VILARANDELO - Comp. Luís Cancelinha | Imp. Gráfica Sinal - Chaves

AGOSTO 2024 | II SÉRIE | NÚMERO 75 | Desde Março de 1974

Caros(as) leitores,

O ser humano procurou construir um sentido para a sua existência no mundo, através da luta pela sobrevivência, da conquista de diversos territórios e através da constituição das primeiras comunidades primitivas e, desta forma, foi obtendo consciência das suas particularidades em relação às outras espécies, acabando, assim por desenvolver um meio onde foi possível assegurar a sua presença no mundo e dar sentido à mesma, construindo valores, tradições, gerações para transmitir tudo aquilo que foi construindo.

O objetivo de todas estas conquistas é a felicidade. O propósito de Deus ao criar o Homem foi o da felicidade como consta na Bíblia (Eclesiastes 3:11-12) “Ele fez tudo belo a seu tempo. Também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este consiga compreender a obra que Deus fez do começo ao fim. Sei que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.”

A Felicidade pode conter várias e diferentes definições podendo assumir, também, diversas formas. Discutir sobre a felicidade significa discutir e analisar a reflexão sobre as coisas mais importantes que existem na vida do ser humano, tanto de uma forma individual como de uma forma mais coletiva, uma vez que a felicidade é algo mais pessoal, onde cada pessoa e cada sociedade vive de acordo com os objetivos e realizações delineadas.

Se entendermos a felicidade como uma emoção primária, caracterizada por um estado emocional positivo com sentimentos de bem-estar e prazer, a sua intensidade pode ser ampliada ao realizar tarefas e objetivos que sejam agradáveis de se cumprir.

Atualmente o indivíduo vive o dia-a-dia num sucessivo excesso de stress, deixando para trás o conceito que tinha sobre o sentido de vida, vivendo a vida de uma forma materialista, os principais impulsos estão relacionados com o prazer e, desta forma, dar um sentido à vida tem como significado ter um determinado poder de compra, provocando um desequilíbrio no indivíduo.

ARAUTO

Talvez nunca este tema tenha sido tão exaltado quanto nos tempos atuais. Sintoma indicativo, por um lado, da sofreguidão de um mercado de euforia centrado em questões secundárias, desconectado do Essencial, de onde emana a verdadeira felicidade. Por outro, de um legítimo anseio pela realização do potencial humano de florescimento.

Quando pensamos em felicidade, à nossa mente afloram imagens de pessoas ricas, bonitas, bem vestidas, festas, riqueza, manjares, viagens e locais exóticos e distantes. Mas se fizermos o exercício de introspeção às nossas experiências, vamos identificar coisas bem diferentes. As nossas recordações de felicidade levam-nos aos nossos familiares e amigos, à nossa infância, a um local ou acontecimento, a momentos em que de facto não tivemos que pensar ou fazer um grande esforço.

As boas memórias dos locais podem desencadear uma resposta significativa em partes do cérebro associadas a sentimentos positivos: alegria, calma, felicidade ou excitamento, talvez por essa razão regressamos a locais onde fomos felizes.

A felicidade não é um estado permanente, esta aspiração por si só já é a primeira condição para que ela não exista. Este sentimento de satisfação que chamamos de felicidade é algo que só ocorre ocasionalmente. Aceitar esta realidade proporciona sentir satisfação com mais frequência. Esforçamo-nos tanto para conquistar coisas que julgamos nos vão trazer felicidade que deixamos de ter tempo para apreciar a verdadeira felicidade. Termino esta reflexão com uma citação de Thomas Chalmers: “Mantenha seus sonhos e projetos vivos, ame o que você faz e quem está ao seu lado, ajude e compartilhe conhecimento e sabedoria! E não se preocupe, com estas atitudes sua espera será recompensada!”

Votos de uma boa leitura.

A Presidente da Direção da Casa do Povo de Vilarandelo, Isabel Sequeira

JUNTA DE FREGUESIA DE VILARANDELO

Caros Leitores Nesta edição do Jornal gostaria de vos informar sobre o arranjo da Zona Envolvente à Escola Professor José Ribeirinha Machado:

O edifício foi objeto de três intervenções nos últimos anos, tendo sido levado a efeito a substituição das coberturas de amianto, substituição das caixilharias e remodelação do Pavilhão Desportivo.

Na envolvente da escola, o parque de estacionamento não tinha qualquer tipo de pavimentação, tornando a obra necessária de modo a melhorar as condições de estacionamento e acessibilidade dos seus utentes: os alunos, encarregados de educação e funcionários; os utentes e funcionários da APPACDM aqui instalada e os atletas, dirigentes e apoiantes do Clube de futsal, que ali desenvolvem as suas atividades futebolísticas.

Será também uma mais valia para a festa da vila e fará parte da solução para resolver o problema das areias acumuladas na rotunda.

Este arranjo teve um custo de cerca de 50 mil euros e foi financiado pelo município de Valpaços. Também já foi adjudicada, pelo Município, a obra do “Arranjo Urbanístico do Santuário do Nosso Sr. dos Milagres” que será um complemento a esta obra, com a colocação de cubo nas ruas laterais ao mesmo. O custo será de dez mil euros.

Está ainda a ser construído um Parque Infantil interior, para satisfação das crianças que frequentam o pré-escolar e o primeiro ciclo, no valor de 20 mil euros.

Informo, também, que O Museu do Lagar de Azeite de Vilarandelo foi recentemente intervencionado por risco de queda de um muro exterior. Esta obra teve um custo de cerca de 7500 euros financiado na totalidade pelo município.

A Presidente

Sónia Barreira

Banda Musical da Casa do Povo

Clube Automóvel de Vilarandelo

de Vilarandelo

Foi celebrado no passado mês de junho mais um aniversário da nossa banda musical de Vilarandelo completando assim o centésimo nonagésimo quarto aniversário (194 anos de existência!).

Nesta longa e bonita idade, a nossa banda provavelmente teve bons e maus momentos, mas através da persistência e dedicação das inúmeras direções que sempre fizeram o melhor que podiam e sabiam, mas sempre com o propósito de dignificar o nome de Vilarandelo. Depois desta longevidade da nossa banda eis que chegamos aos dias de hoje a percorrer cidades, vilas e aldeias deste país e onde é reconhecida a qualidade da nossa banda, que muito nos orgulha. Mas o facto de a nossa banda hoje atingir patamares acima da média, devese a todo o trabalho realizado pelas anteriores direções. Tenho a certeza que todas elas deram o melhor de si para o crescimento da nossa banda. Nestes dias que vivemos dificuldades, é importantíssimo todo o apoio que recebemos de todos os colaboradores e patrocinadores. Quero deixar aqui também uma palavra de agradecimento a todos os vilarandelenses pelo apoio prestado. Que sejamos cada vez melhores. Quero assim realçar o apoio de um conterrâneo nosso que mais que uma vez já se disponibilizou a ajudar esta instituição no dia em que celebramos mais um aniversário. Falo então do Sr. João da Rosa Mairos que ofereceu à banda 1000€. Em nome de toda a direção o nosso muito obrigado. Por fim não posso esquecer para que tudo isto seja uma realidade há todo um trabalho de uma estrutura muito sólida. Em primeiro lugar a todos que fazem parte da direção, à equipa técnica o maestro José Guedes, à nossa professora Elisabete Guedes que é responsável pela formação musical e por fim uma palavra especial para todos os músicos que por cá passaram e aqueles que neste momento fazem parte da nossa banda. Sem eles nada disto seria possível, pois são eles os verdadeiros artistas que tão bem dignificam o nome de Vilarandelo. A todos muito obrigado.

O Presidente

Ildeberto Pires Martins Coroado

RANCHO FOLCLÓRICO DA CASA DO POVO DE VILARANDELO

XXXVIII.º FESTIVAL DE FOLCLORE DE VILARANDELO

O Rancho Folclórico da Casa do Povo de Vilarandelo vai realizar este ano no dia 17 de Agosto (sábado) o seu XXXVIII.º FESTIVAL DE FOLCLORE. Será mais uma noite de Folclore recheada de bons grupos nacionais: - Rancho Folclórico “Os pescadores de Matosinhos” – MATOSINHOS

O Clube Automóvel de Vilarandelo vai, como habitualmente em todos os anos, realizar a Prova de Perícia a contar para o Campeonato Nacional de Perícias, que se realizará Sábado dia 17 de Agosto no local habitual (no largo do toural) a partir das 15H. Contudo, este ano e porque os Vilarandelenses merecem sempre o melhor, decidimos realizar um evento diferente para preencher ainda melhor o nosso tão esperado mês de Agosto, que tanto ansiamos durante todo o ano. Iremos realizar o 1 Motor Show (Drift) onde vamos poder apreciar a adrenalina de pilotos federados a abrilhantar a tarde do dia 24 de Agosto, pelas 15H (no largo do toural). Será uma prova diferente, que apostamos ser um espetáculo em que todos poderão desfrutar de uma tarde inesquecível. Esperamos que gostem e convidamos toda a gente a estar presente neste dia. Agradecemos a todos os patrocinadores, empresas, Câmara Municipal de Valpaços e Junta de Freguesia de Vilarandelo, pois estes eventos dependem inteiramente da vossa colaboração. O Clube Automóvel de Vilarandelo deseja a todos um excelente verão.

A Direcção do CAV

Aproveitamos para dar um grande abraço a todos os Vilarandelenses e em especial aos emigrantes que nos visitam para matar saudades da nossa terrinha!

A direção

- Rancho Folclórico “os camponeses da Beira Ria” – AVEIRO
- Rancho Folclórico “Os Azeitoneiros de Alvorninha” – CALDAS DA RAINHA
- Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Vilarandelo – VALPAÇOS

Clube de Futsal da Casa do Povo de Vilarandelo

Caros amigos e conterrâneos, Esperamos que todos se encontrem bem e preparados para desfrutar da época festiva que se aproxima.

O clube de futsal finalizou mais uma época desportiva em junho. Embora tenha sido um ano difícil, como nos anos anteriores, de forma geral, os resultados foram satisfatórios. Participaram nas competições os escalões de petizes, traquinas, benjamins, infantis, juniores e seniores amadores (estes últimos competindo na liga de desporto amador de Valpaços).

Nos escalões mais jovens, os resultados são menos importantes, mas, na maioria das partidas, o nosso emblema saiu vitorioso. Entre os juniores, enfrentamos desafios devido à saída de vários jogadores que começaram a trabalhar ou ingressaram na universidade. Nos seniores amadores, embora tenhamos tido um desempenho abaixo do esperado, reconhecemos que poderíamos ter feito mais em algumas partidas. Além disso, fatores externos também nos afetaram diretamente, mas, como se costuma dizer, as ações ficam para quem as pratica. Vale destacar que esta época envolveu cerca de 75 pessoas.

A prática desportiva nestes moldes tem custos elevados e exige muito trabalho. Assim, já estamos a preparar a nova época com máxima dedicação. Queremos apostar na formação, pois acreditamos que as crianças são o futuro. Pretendemos formar escalões de petizes, traquinas, benjamins, infantis e iniciados, e para isso contamos com o apoio dos pais. Manteremos a equipa de seniores amadores, esperando melhores resultados no próximo ano.

A novidade para a próxima época é o retorno de uma equipa sénior para competir na distrital de Vila Real, após dois anos sem este escalão. Uma equipa sénior é a imagem de qualquer clube, e esperamos que os jogos em casa atraiam um grande público, recompensando e motivando todos os envolvidos. Planeamos também criar uma equipa de veteranos para encontros pontuais. Desde já, convidamos todos a fazerem parte desta nova equipa. Mais informações sobre as captações serão divulgadas em breve nas redes sociais do clube.

Gostaríamos de lembrar que o torneio de verão vai decorrer de 10 a 15 de Agosto e convidamos todos os amigos desta terra a participarem ou assistirem. Para aqueles que não gostam de futebol, haverá um serviço de bar permanente, garantindo o convívio.

Por último, deixamos um agradecimento muito especial aos nossos patrocinadores, equipas técnicas, jogadores, staff e ao grupo de pais sempre disponíveis para ajudar.

A todos vocês, estamos profundamente gratos.

Diretor Felipe Teixeira

FELIZES MEMÓRIAS

Foi com enorme satisfação que pude outro dia, tomar contato com o último número do ARAUTO. Logo na primeira página o cabeçalho que eu próprio desenhei em 1974, a pedido do meu tio Manuel Moura. Os computadores ainda haviam de vir anos mais tarde, o que levou a que todo ele fosse desenhado a lápis e passado a tinta-da-china em vegetal de engenharia. Apenas me foi pedido manter a estrutura base com o logotipo de Vilarandelo, do “Progresso”, o jornal anterior e desenhar as letras com uma letra bonita e de fácil leitura. Eu frequentava na ocasião o meu curso técnico, no qual tive uma disciplina

de desenho de máquinas, da qual fazia parte o desenho de letras. Mas faria eu lá ideia na ocasião, o que seria a fonte “Times New Roman”, Arial, ..., ou mesmo a Antiqua. Hoje, tudo seria muito mais fácil. Desde a composição do cabeçalho, desenho “virtual”, gravação e posterior e envio por mail para a gráfica. Tudo isso, derivado dos avanços que nos últimos 30 anos se deram nas tecnologias, em que a informática não foi exceção.

Ao “ARAUTO” os meus votos de boa continuação, quiçá, até renovação.

A todos os colaboradores, o meu “muito bem hajam”.

Abraço amigo, António Magalhães

O DESTINO E AS SUAS CANDURAS

Há cinquenta anos, quis o destino que eu e a Etelvina nos conhecêssemos casualmente!

Porque servimos de padrinhos de casamento dum casal amigo: isto em Angola.

Esse encontro foi como um íman muito forte, que nos uniu e, como estávamos deslocados das famílias, esse elo de ligação foi mais forte, firme e sem vacilar.

Se o amor é a mola real da vida, nós tivemos uns meses de namoro lindíssimo, que acabou num casamento divinal na Igreja de S. Paulo em Luanda. Casamos em clima de guerra, se não tivemos familiares para nos ajudar, também não tivemos para incomodar. Fomos nós e só nós a assumir despesas e responsabilidades.

O banquete foi com pompa, num restaurante na estrada de Catete, mas com tempo limitado para os convidados, porque havia recolher obrigatório. A nossa lua de mel foi uma viagem ao Huambo, Lobito e Benguela, à boleia de um casal amigo! …

O regresso de Angola foi precoce, por causa da intensidade da guerra e do nascimento do meu filho Paulo.

Por cá vida não foi plana. Teve altos e baixos, mas, com a nossa tenacidade, conseguimos contornar, vencer e ultrapassar os problemas do dia a dia.

O nascimento dos filhos, a sua formação com a sua preciosa ajuda, os seus casamentos e as suas famílias com noras e netos

Como se vivia antigamente A vida de um pastor

Aqui em Vilarandelo havia 4 ou 5 rebanhos de gado. Os pastores viviam no campo com o gado e 2 cães com umas coleiras de picos para se defenderem dos lobos. O pastor dormia no carreto, que era uma casa feita em madeira e palha e tinha 2 rodas para todos os dias a mudarem para estrumar as terras para depois os lavradores semearem os cereais.

maravilhosos. Porque a família é a base fundamental da sociedade, se a família se degrada, a sociedade degradada está.

Nós pertencemos a uma geração, como uma espécie de funil, recebemos tudo pela parte estreita e procuramos dar tudo pela parte larga.

E assim fazemos cinquenta anos de casados, parece que ainda foi ontem, o nosso lema é: nenhum deixa para o outro aquilo que ele pode fazer.

Os ingredientes para a longevidade conjugal são: muito amor, toda a verdade, tolerância e respeito mútuo! …

Se tivesse que voltar atrás, fazia tudo precisamente da mesma maneira.

Obrigada Etelvina, porque sem ti, nada disto era possível…

Etelvina mulher coragem

Mãe extremosa

Insigne na enfermagem

E avó amorosa

Angola terra de magia

Chão vermelho entapetado de capim verdejante.

Os embundeiros pareciam tocar o céu

O contornar a guerra, dava-nos poder de sobrevivência.

Mas compensavam as praias quentes da Mutamba e do Mussulo.

Em que os corpos ardentes davam aso á felicidadeObrigado Angola fomos lá muito felizes.

À noite vinha a esposa com a comida no braço e um cobertor à cabeça para o pastor dormir no carreto. O gado ficava nas cancelas com os cães. Hoje é tudo muito diferente.

Amélia Magalhães (99 anos) Utente da ERPI

Casa do Povo de Vilarandelo

ADOLESCÊNCIA

Década de 40/50 século passado

A primária já se fez

E nós no meio de tudo

O que temos ao nosso lado

É tudo surdo e mudo

É a etapa da vida

Que nos dá mais que pensar Já vemos passar os anos

E nós no mesmo lugar

A nossa cabeça dá voltas Onde só há fantasia

Começa a nossa revolta

Qual será o nosso trabalho De noite, ou mesmo de dia

Vamos para a Capital

À procura de emprego

Mas damos voltas e nada Isto aqui é muito negro!

Chegamos à beira mar Onde habitam TUBARÕES

Andam muito bem vestidos

Serão os nossos patrões?

Nunca vemos os patrões Pois ficam sempre para trás

E quem os representa

É o velho capataz

O velho capataz

É uma pessoa esperta

Para aguentar o seu posto Não larga o trabalhador

E é sempre aperta-aperta!

O trabalho é violento

E a gente já está farta Que trabalhem os patrões Vão pro raio que os parta!

a 10-01-1930

A Segada

Efetuada normalmente no mês de julho, a segada é uma tarefa que consiste na ceifa do trigo e do centeio, outrora com recurso a foices e à força de braços, hoje em dia substituídas por máquinas. A ceifa concentrava-se sobretudo no centeio, cereal de maior abundância nesta região. Nas aldeias, as pessoas uniam-se e ajudavam-se mutuamente num perfeito trabalho comunitário chamado “torna jeira” no qual não se desperdiçava nenhuma ajuda, mesmo dos mais novos.

Enquanto homens e mulheres ceifavam o trigo e o centeio, cantavam as “cantigas da segada”, muitas vezes escolhidas a dedo e também com alguma malícia. Para minimizar a garganta que ficava seca, vinha sempre alguém com a remeia que levava água e a cabaça com vinho, a segada era uma festa…

Conforme iam ceifando, deixavam pequenos

DIÁRIO DE FUNCIONÁRIA DE LAR

Eu saí de minha casa

E pus-me logo a pensar

Vou deixar a minha terra

E trabalhar para um lar

E ir para muito longe

É sempre um sacrifício

Não posso fazer mais nada

São os ossos do ofício!

E quando lá chegamos

Oh que grande confusão!

Uns em cadeiras de rodas

E outros num cadeirão!

Por tudo aquilo que vemos Nós temos que ser amáveis!

É aquele o nosso trabalho

Temos que ser responsáveis!

E vamos lá começar

Mas muito devagarinho

Afinal o que precisam

É de muito amor e carinho

Agora que conhecemos

Todos os que lá estão

Já sabemos compreender

O que é a SOLIDÃO!

Nós damos a volta ao texto

E começamos a andar

Venham para aqui mandriões

E vamos todos cantar!

E todos com alegria

Se juntam à nossa roda Venha para aqui senhora

E cante mais uma moda!

Logo que terminou

Com alguma surpresa

Eu presto a minha homenagem

A essa mulher portuguesa!

Armando Martins Coroado

Mensagens I - 2021

De: Uma humilde pessoa

Vilarandelo, Trás-os-Montes, Portugal

Para: O Mundo

I

Vida, verdade e justiça, Perdão, paz e eterno amor, Oração e comunhão na missa, Só c’o doce Jesus salvador!

II

Amor filhos com humildade

E a floresta verde da serra, P’ra sobreviver a humanidade, Salvemos o planeta Terra!

III Portugueses com cuidados, Respeitando a natureza, Podemos dizer honrados, Portugal é uma beleza!

IV Vilarandelo meu canto, Amo-te muito na vida, Quase te quero tanto Como à minha mãe querida!

V

Que Deus Nosso Senhor me perdõe

P’ra minha alma ter alento

E que Jesus Cristo me abençõe

A suportar meu sofrimen o!

(IV - adaptação popular)

Um filho de Deus que procura ser um bom cristão.

Francisco José Lino Moura

montes a que se dava o nome de molhos que depois eram atados com uma espécie de entrançado feito de palha. Esta tarefa competia aos homens por terem mais força para apertar o molho. Todos os molhos feitos eram depois colocados em “rolheiros”, pequenos montes circulares com a espiga voltada para o interior para a proteger tanto do calor excessivo como da chuva que pode aparecer de repente entre raios e trovões.

No final da segada e depois de colocados os molhos nos carros de bois que rumavam depois às eiras, fazia-se a merenda caprichada onde não podiam faltar as azeitonas, o pão centeio, as filhoses, a punheta de bacalhau, tudo acompanhado com o bom vinho.

Sofia Barreira

Armando Martins Coroado nascido em Vilarandelo

27 ANOS DE SAD

O Serviço de Apoio Domiciliário na Casa do Povo de Vilarandelo iniciou em 1997, apenas com duas colaboradoras, que ainda hoje trabalham na instituição, Maria Cândida Pascoal e Ana Isabel Cavalheiro, a apoiar apenas utentes na vila de Vilarandelo. Na época, o primeiro serviço prestado foi a higiene habitacional e as deslocações para os domicílios eram feitas a pé. Sendo novidade na comunidade, as pessoas não eram recetivas. Sentiam que era uma invasão nas suas casas e consideravam não precisar porque “sempre deram conta do recado”. Para eles tudo estava bem.

Para divulgar o novo serviço disponível na comunidade, a D. Amélia Coroado, andava de porta em porta a dar a conhecer o que se fazia e a sensibilizar as pessoas para os inúmeros benefícios.

Com a abertura do Centro de Dia em 1999, o SAD que até então funcionava nas instalações do Jardim de Infância “São Francisco de Assis”, passou a funcionar neste edifício. O número e tipo de serviços prestados aumentaram assim como as colaboradoras. Começamos a confecionar e distribuir refeições com uma carrinha que havia sido doada por uma pessoa amiga.Alargou-se a área de atuação às freguesias limítrofes e aumentou também o número de utentes.

Ao longo destes 27 anos de ação, podemos observar as transformações que ocorreram nas habitações (água canalizada, luz, saneamento, casas de banho, salubridade…) nos acessos às habitações, nas redes de cuidados (mais e melhor acesso à saúde). Também nas diferentes necessidades e exigências dos utentes. Demos apoio a centenas de pessoas, inclusive ainda permanece ativa uma das primeiras utentes, que já conta com o serviço há 25 anos. Outro facto curioso, verificamos que utentes atuais são filhos das primeiras pessoas a ter SAD. Através da ação do SAD ao longo dos anos, concluímos que este apoio tem vindo a melhorar a qualidade de vida dos utentes, por todos os cuidados prestados, além da presença regular das colaboradoras que promovem a autoestima, a amizade e o combate à solidão/ isolamento em que muitos se encontram.

A Equipa Técnica SAD

Dia Mundial da Dança 2024

No dia 29/04/2024 realizou-se o dia Mundial da Dança com os utentes do ERPI e do Centro de Dia. Neste dia contamos também com a participação dos utentes da APPACDM de Vilarandelo. Foram apresentadas várias coreografias, onde todos dançaram e se juntaram num grande lanche.

Sara Moreiras

Animadora Sociocultural

Dia do Abraço 2024

No dia 22/05/2024 realizou-se o Dia do Abraço um momento de carinho, partilha e alegria com os utentes do ERPI e do Centro de Dia. Recordo que um abraço vale mais que mil palavras. Esse dia fez alegrar o coração de toda a gente.

Sara Moreiras Animadora Sociocultural

Dia Mundial da Atividade Física

O Dia Mundial da Atividade Física celebra-se anualmente a 6 de Abril e tem por objetivo promover a prática da atividade física junto da população, bem como demonstrar os benefícios da prática da atividade física regular. Este ano comemoramos este dia com uma atividade onde participaram os utentes do ERPI, Centro de Dia e Crianças da Creche. Foram realizados exercícios adaptados para que pudessem ser realizados por idosos e crianças. Para os nossos utentes é sempre um gosto receber as crianças e estes momentos de partilha preenchem os seus corações de alegria.

Sandra Oliveira Técnica Superior de Desporto

Celebração da Páscoa

No dia 28/03/2024 foi celebrada a Páscoa com a entrega dos ovos de chocolate para os utentes do ERPI e do Centro de Dia. Foi um momento de partilha e de muita gulodice pois todos queriam comer um ovinho de chocolate. Um momento doce, um momento de alegria e de partilha.

Sara Moreiras Animadora sociocultural

Peddy-Paper

Dia 16 de Maio um grupo de utentes do ERPI e Centro de Dia realizaram uma prova de PeddyPaper. Esta atividade consiste na realização de uma prova pedestre de orientação em equipa, onde os intervenientes têm de dar resposta a um conjunto de perguntas. Este Peddy-Paper teve por objetivo promover o convívio entre os utentes de diferentes respostas sociais e em simultâneo promover a aquisição de conhecimentos.

Sandra Oliveira

Técnica Superior de Desporto

Passeio Praia Fluvial do Rabaçal

No dia 15/07/2024 realizou-se um passeio com os utentes do ERPI e Centro de Dia na Praia Fluvial do Rabaçal, os utentes adoraram passear pelos lindos passadiços de madeira e comer um lanchinho junto do Rio onde todos passaram um momento de alegria e divertimento.

Sara Moreiras Animadora Sociocultural

ARAUTO

Diabetes

No dia 28 de Maio de 2024, realizou-se uma acção de sensibilização da Diabetes no Lar de Idosos da Casa do Povo de Vilarandelo, dirigida aos utentes do Lar e Centro de Dia da Instituição.

A Diabetes é considerada uma das grandes epidemias mundiais do século XXI e é considerado um problema de saúde pública, tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento. O aumento de incidência e da prevalência da Diabetes é atribuído à maior longevidade da população, aos avanços terapêuticos no tratamento da doença, porém, especialmente, ao estilo de vida actual, caracterizado por sedentarismo e hábitos alimentares que facilitam o acúmulo de gordura corporal.

A diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Existem vários tipos de diabetes:

Diabetes tipo I - também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente é mais rara (a sua forma juvenil não chega a 10% do total) e atinge na maioria das vezes crianças ou jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos; Diabetes Tipo II - É, sem dúvida, o tipo mais comum de Diabetes. É causada por um desequilíbrio no metabolismo da insulina. A Diabetes tipo 2 tem como principais factores de risco a obesidade, o sedentarismo e a predisposição genética. Na Diabetes tipo 2 existe um défice de insulina e resistência à insulina, significa isto que, é necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue.

Diabetes Gestacionais - A Diabetes Gestacional é a que ocorre durante a gravidez. Esta forma de diabetes surge em grávidas que não tinham Diabetes antes da gravidez e, habitualmente, desaparece quando esta termina. Outros tipos de Diabetes - Existem alguns tipos de Diabetes que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores, e que são pouco frequentes.

São causados por alterações conhecidas como defeitos nas células beta, alterações na acção da insulina, doenças do pâncreas, endocrinopatias diversas, entre outros.

A Diabetes exige cuidados que são para o resto da vida, tanto para o paciente, quanto para a família. Devem ser tomadas uma série de decisões em conjunto com as equipas de saúde, relacionadas com o tratamento da diabetes: avaliar a glicemia, controle e toma de medicação, realização de análises e exames, promover o exercício, ajustar os hábitos alimentares e incentivar a hidratação.

Embora a Diabetes não tenha cura, um bom controlo da glicemia vai permitir que tenha uma vida perfeitamente normal e saudável.

A prevenção e o controlo da Diabetes envolvem cinco pontos importantes: conhecer bem a Diabetes, adoptar uma alimentação saudável e equilibrada, praticar exercício físico de forma regular, controlar periodicamente os níveis de glicemia no sangue e tomar a medicação quando prescrita pelo médico.

É importante que o diabético conheça bem o seu tipo de Diabetes, só dessa forma pode cumprir e melhorar o tratamento.

A forma como lida com a sua doença será o principal factor de sucesso no seu tratamento.

Enfª. Amy Antunes

Enfª. Leonor Cancelinha

Dia 24 de Junho os nossos utentes tiveram a oportunidade de Celebrar o São João. Neste dia não faltou alegria, partilha e emoção. Dançamos as marchas populares, cantamos, rimos e sonhamos. Terminamos a tarde com um lanche convívio, onde não faltaram as iguarias típicas desta festividade, fêveras, sardinhas, entremeada e um belo de um caldo verde.

Sandra Oliveira

Técnica Superior de Desporto

Curiosidades da Vila

Bairros com vida

Após a requalificação do Largo da Barreira, os seus moradores têm lhe dado vida, através de decorações alusivas a várias temáticas e festividades. Ficam aqui algumas fotografias exemplificativas dessa animação! Parabéns pelas iniciativas!

Patrícia Doutel

A Junta de Freguesia de Vilarandelo organizou, no passado domingo, 23 de Junho, a segunda edição da Feira dos Pequenos Frutos, que reuniu no Centro das Atividades Sociais de Vilarandelo alguns dos melhores sabores da região, tendo como principal objetivo a promoção e divulgação destes frutos e produtos resultantes dos mesmos. Realizou-se em simultâneo o II Passeio Agroturístico de Tratores Agrícolas, organizado pelo Clube Automóvel de Vilarandelo e houve ainda muita animação musical: Aliados na Concertina; AMIGOSVITÓ e Fernando Correia Marques.

Patrícia Doutel

Romance finalmente em Livro

O nosso conterrâneo e colaborador do Arauto José Cancelinha - após nos ter facultado o Romance “A Casa da Cruz”, que publicamos em episódios, desde a II série, Julho de 2021 - viu finalmente realizada a sua vontade de o publicar. O livro foi publicado em julho de 2024 como edição de autor e está disponível para venda (por 15 €) através do e-mail: cancelinhajose@gmail.com, ou por contato com o próprio ou redes sociais. Quem acompanha este romance no Arauto já teve a oportunidade de testemunhar e se envolver com esta escrita de fácil entendimento, que tão bem caracteriza a nossa terra e as vivências de então. Não há como não nos comovermos com um bom romance principalmente quando se cruzam as fronteiras temporais e geográficas desta realidade vilarandelense e que permite ao leitor ver-se nas páginas que está a ler. Seja para oferecer ou para seu próprio prazer literário, para ficar em casa e colocar a leitura em dia, seja para guardar memórias de tempos idos, tão bem descritas, não perca a oportunidade de o adquirir, pois vale mesmo a pena.

Patrícia Doutel

Decoração de Halloween
Festas Populares

ARAUTO

Lembrais-vos de mim? OS PASTORES E SEUS REBANHOS

Bem cedinho, ainda de madrugada, éramos surpreendidos por um rumor, quase silencioso, que muito se assemelhava a folhas secas, levadas pelo vento, sobre o asfalto. Até parecia que caminhavam em pezinhos de lã. Era um rebanho de ovelhas que passava em direção ao pasto. O resto era tudo silêncio recortado, apenas e, de vez em quando, pelas rodas metálicas de algum carro de tração animal que por ali passava ou pelo matraquear das patas ferradas das cavalgaduras que, àquela hora, ligeirinhas, iam para o monte.

O mesmo cenário podia ser observado, também, ao anoitecer, ou, por vezes, já noite cerrada. Um após outro, regressavam os rebanhos aos currais. Só que, agora, parecia que as ovelhas vinham mais animadas. Pastor à frente, casaco pelo ombro e bordão na mão e a jeito para manter a ordem. Dois ou três cães ladeavam o rebanho que, geralmente, terminava por um pequeno pastor/a, filho ou filha do que ia à frente.

Parecia que os animais vinham, agora, mais contentes e em animada conversa; assim se podia entender pelas “vozes” que se ouviam: desde um mééé em falsete dum cordeirito chamando a mãe, ao méééé de resposta, com “voz” feminina desta; à voz cava, rouca, do velho carneiro, armado em chefe e sempre à frente, como que a perguntar: “O que se passa aí atrás?” Todos iam falando e discutindo uns com os outros. Assim parecia. Por onde passavam, deixavam um inconfundível rasto de bolinhas pretas, as caganitas.

Assim acontecia, nos meses de inverno e parte da primavera e do outono: de dia no monte, à noite nas lojas e nos currais. Era a chamada meia estabulação. Na restante parte do ano, eram os rebanhos acancelados. Pastavam nas terras que deviam ser, por eles, estrumadas e ali, também pernoitavam, dentro das cancelas, guardados do lobo quer pelos cães quer pelo pastor que dormia, na sua cabana móvel de colmo. Contra o frio e as intempéries, cobriam-se os pastores com as “croças”, capas feitas de palha ou de junco e com polainas feitas do mesmo material.

Refere A. Veloso Martins, na “Monografia de Valpaços”, o curioso processo de contagem das cabeças de gado que, como usam os franceses e vasconços, seria feita num sistema vigesimal, o que atesta a origem e influência céltica. O pastor não dizia que tinha 160 cabeças, mas, outrossim, 8x20.

Como não podia deixar de ser, associada à criação de gado ovino, temos a lã extraída dos carneiros e ovelhas, por tosquia, que, normalmente, acontece no mês de maio. Tosquiar ou cortar a lã rente, utilizando as tesouras de pastor, era uma arte; mesmo assim, às vezes, lá fugia, sem querer, a tesoura e era golpe certo na pele do animal.

Quantos rebanhos haveria em Vilarandelo, nos anos 60 do século passado? Não me lembro, nem tampouco consigo estimar a quantidade dos mesmos. Já houve quem, no entanto, me dissesse que o número dos mesmos se aproximaria de vinte. Talvez!

No Bairro do Outeiro, diz-me a memória que haveria uns quatro ou cinco. Recordo, ainda, alguns desses pastores: o Sr. Adérito Macanjo, o “ti” Anselmo Alpande (Croças) e o Sr. Manuel Ferreira (Catumba). Nos dias de hoje, tanto quanto me é dado saber, apenas um pastor, com o seu rebanho, existe, atualmente, em Vilarandelo. Falo do Sr. Carlos Rosa, homem conhecedor e muito interessado, principalmente, na raça Churra Galega Bragançana. A sua dedicação, já lhe valeu inúmeros prémios, em mostras e concursos, não só a nível regional como, até, a nível nacional, onde apresenta sempre o melhor que há em Vilarandelo e arredores. Possui, o Carlos Rosa, um rebanho com cerca de 180 cabeças que (segundo A. Veloso Martins) ele diria que tem, não 180, mas 9X20 cabeças.

Olá vilarandelo

É com muito prazer que hoje vou falar convosco através do nosso mensageiro que tem por nome o Arauto. Como todos sabem há muito tempo que me encontro no Lar da Casa do Povo, por isso, pouco posso saber da vida que atualmente se vai passando em Vilarandelo, mas como tenho grande saudade de falar na nossa terra vou fazer um pequeno desabafo com vocês falando do pouco que sei.

Começo por dizer que apesar da idade que tenho, 88 anos, me sinto muito bem, sou muito feliz e honrado de ser de Vilarandelo, porque apesar de se dizer que o pessoal é pouco, temos gente que faz muito. Há dois dias ouvi tocar a Banda Filarmónica de Vilarandelo e fiquei muito feliz e orgulhoso porque está muito boa e afinada. Também aos fim-de-semana há festa e futebol de salão que, por sorte, o campo onde jogam fica a poucos metros do meu quarto.

Também temos um bom pavilhão multiusos, posto médico e médica de família permanente. Temos um clínica dentária, dois restaurantes, pastelaria, bons cafés, parques e jardins como se não encontram em qualquer lado onde eu vou, quando a minha saúde permite. Infantário, centro de dia, lar para idosos do que há melhor no distrito, salões de cabeleireiras, farmácia e tantas outras coisas que me fazem feliz e orgulhoso. Estou cá no lar há nove anos muito bem e sou feliz, com muita vontade de viver. Só tenho pena ter passado dois anos e meio só em casa. Posso dizer-vos que fui sempre muito feliz até que a minha mulher partiu, depois passei um mau bocado, mas agora estou no sítio certo. Não me falta

nada. Tenho boa alimentação, um bom quarto para dormir, sempre limpo e arrumado, roupa bem tratada, o pessoal de serviço é impecável, além disso tem formação. Temos duas animadoras com curso académico que nos dão ginástica, preparação física, mental e artística. Organizam festas e lanches sensacionais, organizam passeios turísticos e outras coisas mais. Temos duas enfermeiras do melhor que há, uma médica maravilhosa profissionalmente e excelente pessoa, temos uma direção técnica cinco estrelas e uma direção admistrativa impecável, por isso, eu digo sou feliz e posso dizer a qualquer pessoa: quando chegar a hora venham para junto de nós, se querem ser felizes, viver bem, ter um a vida saudável e um envelhecimento digno e longo. Com os cumprimentos do vosso amigo e conterrânio.

Fernando Teixeira Lopes (Queijeiro) Utente do Lar de Vilarandelo

A Despedida

Esquecem a dor

Esquecem a ferida

Esquecem por amor

Na hora da despedida

E dizem adeus

Sem não mais voltar

Aos queridos seus

Á vida e ao lar

Para destino desconhecido

Partem para o além

Mulher e marido

Parentes e amigos também

E partem para os demais Vizinhos e amigos

Filhos netos e pais

Avós, tios e mendigos

Partem ricos e poderosos

Tristes e pobres

E partem os nossos

Humildes e nobres

Este mundo passa ano a cada ano Esta terra é prometida

Parte todo o ser humano

Parte toda a vida

Partem aos milhões

Por esses anos fora

Almas e corações

A toda a hora

Tudo tem um final

Tudo tem de abalar

Somos uma alma imortal

Sem segredos a revelar

Somos o eterno além

Somos a eternidade

Somos o mal e o bem

Nesta vida da humanidade

Somos corpo

Somos matéria-prima

Um bom ser humano

Neste quadro que rima

Carminda Fidalgo

Utente ERPI Casa do Povo de Vilarandelo

Ascensão do Senhor Rafael 27/02/1938 Vilarandelo

ANIVERSÁRIOS Lar ANIVERSÁRIOS Lar

Amélia Martins Coroado 11/03/1926 Vilarandelo

António Teixeira 07/04/194 Sá Cândida Abelha 08/04/1938 Vilarandelo

Adelaide Machado 23/04/1931 Vilarandelo

Fernando Santos 15/06/1959 Barreiros

Conceição Escudeiro 05/05/1936 Sá

Albina Ramos 27/06/1933 Vilarandelo

Ana Florêncio 19/03/1932 Vilarandelo

Maria de Lurdes Polónio 09/04/1944 Vilarandelo

Natália Magalhães 27/05/1939 Vilarandelo

Jaime Inácio 02/07/1942 Barreiros

Francisco Perdigão 21/03/1932 Deimãos

Maria das Dores Nogueira 11/04/1930 Vilarandelo

António Rato 28/05/1942 Vilarandelo

José Maria Vinagre 10/07/1941 Vilarandelo

Maria Conceição Moreira 25/03/1938 Teixeiró (Régua)

Leonídio Castro 15/04/1943 Santa Valha

Maria de Lurdes Avelelas 04/06/1967 Vilarandelo

Maria Elisabete Pires 12/07/1951 Sonim

Carminda Fidalgo 02/04/1960 Sá

Olímpia Mª Teixeira 18/04/1961 Vidago

Laurinda Picamilho Feijão 06/06/1941 Santa Valha

Maria da Ressurreição 20/07/1934 Ervões

ANIVERSÁRIOS Centro de Dia

Ana Borges 04/04/1945 Vilarandelo

Glória Monteiro 19/02/1931 Vilarandelo

Celeste Sá Rosa 10/05/1940 Vilarandelo

Ana Pinheiro 20/06/1928 Valongo

Donativos

Nuno André Alves Lopes 30,00

António José Magalhães Lopes 30,00

Manuel Avelelas Morais

João do Nascimento Rebelo

Adelaide Tete Polónio Charrua

Rosalina Cavalheiro 10,00

José Miguel de Almeida Esteves 10,00

Susana Isabel Fernandes Pedro Esteves 10,00

Maria de Fátima de Almeida Garcia Rodrigues 30,00

Maria do Céu Barreira Fernandes Brás 5,00

José Manuel Almeida Teixeira 10,00

Artemisa Florêncio Garcia Alves

Dulce Freitas da Costa A. Gabriel

Carlos Manuel Ferreira Santos

João Manuel Nogueira Cardoso

Manuel Alves Ferreira

Aida da Rosa Mitras

José Manuel Cavalheiro

Palmira dos Anjos Amendoeira Teixeira Friões 10,00

Maria de Fátima Domingues Pinto 10,00 €

Adelino José Ferreira Lopes 10,00 €

Maria Isilda Alves Lima

Sandra Cristina Medeiros de Almeida

Manuel da Rosa Mairos

Guilhermina Malta

Ester Lopes da Cunha Silva

Piralhas Mano

Ana Luzia Mesquita de Almeida Magalhães 10,00

Maria Cândida Lage Andrezo

Maria dos Anjos Nogueira Polónio Cancelinha

Mário Lopes de Almeida

Florêncio Garcia

Anónimo Limões

Anónimo Salsa

Laura Pereira Cerejas

Anónimo Alface

Anónimo Alface

Andreia Cancelinha Alface, pepino e courgette

Anónimo 6 mesas de madeira com cavaletes dobráveis

Aqueles

Agradecimento

A família de Manuel Gonçalves vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Daniel José Alves Rodrigues vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Aníbal de Morais vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de António Melo Cancelinha vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Manuel Mairos vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Rita Nogueira Cavalheiro vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Jaime Lopes de Almeida vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Amândio Lopes Macanjo

O luto na terceira idade

O envelhecimento humano é um processo complexo, marcado pelas constantes mudanças biológicas, culturais e sociais, que traz consigo ganhos e conquistas, mas, ao mesmo tempo, vem acompanhado de várias perdas significativas. O luto é uma consequência dessas sucessivas perdas vivenciadas no processo de envelhecer. É uma reação natural e esperada perante a perda de uma pessoa amada, a perda de um objeto simbólico, a quebra de uma rotina ou até a perda orgânica da acuidade visual e auditiva, do vigor físico, ou mesmo da perda da potência sexual. Trata-se de uma experiência que envolve sentimentos de tristeza e pesar e exige readaptação e reorganização interna e externa à nova realidade.

O processo de luto, por norma, está associado quase sempre ao falecimento de alguém, contudo nem sempre é feito apenas por esta razão. Nos idosos o luto pode ser necessário perante outras mudanças ou adversidades da sua vida. As perdas dos papéis sociais desempenhados durante toda a sua vida e que se alteram quando se entra na reforma (ou na idade considerada como idosa) ou as mudanças de papel e função no âmbito familiar que exigem um trabalho de adaptação à nova realidade são alguns exemplos de perdas significativas que representam um impacto significativo na saúde e bem-estar da pessoa idosa e podem levar à necessidade de passar por um processo de luto.

A institucionalização em ERPI, ou em outras instituições para o efeito, que acontece cada vez mais nas sociedades atuais, muitas das vezes provoca no idoso uma sensação de abandono familiar, o afastamento social da sua anterior rede familiar e de amizades, a rutura das atividades comunitárias. Este “falecimento” do que era a sua rotina e vida anteriormente à institucionalização pode levar o idoso a passar por um processo de luto onde toda a sua realidade de uma vida teve de ser readaptada.

As perdas reais e simbólicas sofridas pelos idosos ao longo da sua vida trazem à consciência a noção de fim e provocam um grande impacto em suas vidas. No caso da pessoa idosa, que já vivenciou diferentes lutos reais e simbólicos, é muito importante que ela encontre espaço no mundo para novas trocas afetivas. Isso é fator protetivo e preventivo de lutos complicados e de sofrimentos psíquicos intensos que podem levar, por exemplo, à depressão. Portanto, o luto precisa de tempo, acolhimento, escuta, compreensão e espaço para ser feito e, por isso, é necessário estar atentos a todas as vivências de perdas e lutos das pessoas idosas. Aceitar e compreender os sentimentos envolvidos nesse processo contribui para que os mais velhos possam superar as suas perdas, encontrar formas de aceitação e readaptação ao novo mundo.

Dr.ª Cláudia Sequeira Psicóloga SAD

* Infelizmente o Senhor Amândio faleceu dias após completar o

Descubra as Diferenças

100º Aniversário.
“A Casa da Cruz” de José M. Sequeira Cancelinha

Seguiu-se, então, a jantarada onde havia de tudo e à farta. À chamada não faltaram o leitão, o perú e o cabrito assados, como mandava a tradição. Espalhados pela grande mesa em U havia grande e sortida variedade de acepipes que os convivas começaram logo por atacar, esfomeados que vinham da cerimónia e da seca que o Padre lhes dera, principalmente aos mais novos. O vinho também era bom e escorregava ainda melhor o que, a pouco e pouco, ia fazendo levantar os ânimos.

Os noivos ocuparam o centro, na cabeceira da mesa, ladeados pelos pais e padrinhos, pelas laterais distribuíramse os restantes convidados a começar logo pelo padre na primeira posição a seguir os tios, depois os outros convivas e no final duma das pernas do U sentou-se a malta mais nova. Ana em frente de João e Palmira à frente de Fernando e todos mantiveram animada conversa durante o repasto, especialmente João com Fernando não se cansando, este, de enunciar todas as maravilhas da Capital e sem deixar de repetir o quanto era boa e bela a vida em Lisboa. E com Palmira que não deixava que faltasse nada ao primo. Sempre pronta e solícita para o servir logo que verificava que o prato ou o copo iam ficando vazios.

Quando já todos se tinham alambazado até não poder mais e os etílicos vapores já subiam à cabeça fazendo soltar a palavra que quase sempre teimava em prenderse nas línguas enroladas pela vinhaça, começaram então os discursos sendo o pai da noiva quem iniciou os mesmos tendo começado por agradecer a presença de todos e finalizou desejando as maiores felicidades ao “novo casal” e

ARAUTO

com um “brindemos” levantou o copo que logo foi, por todos, coadjuvado.

Seguiu-se o pai do noivo: “...Quero agradecer também ao Senhor Reitor a amabilidade de nos ter honrado com a sua presença nesta bonita cerimónia e aproveito também para lhe agradecer em meu nome e em nome da commissão, aqui presente, e promotora dos melhoramentos a realizar no cemitério da freguezia de S. Vicente de Villarandello, o ter aceitado presidir à dita comissão, o que também muito nos honra. A subscrição de fundos já está aberta e os trabalhos em breve se iniciarão, o mais tardar no início do próximo ano. Por isso brindemos aos noivos e a vossa reverência.”

Aplausos e mais um copo para baixo...

Não faltou também o discurso do padrinho e tio Alberto que muito agradeceu ao sobrinho o facto de ter-se lembrado dele para que em primeira pessoa testemunhasse este enlace o que muito o lisonjeou e comoveu e aproveitava para dizer que fazia questão de que os recémcasados partissem com eles para Lisboa dali a duas semanas, em lua-de-mel.

Com o continuar dos ”vivas” e dos “brindes” aos noivos, e de tanto “ bota copo abaixo”, todos foram querendo botar a sua palavra ao ponto de a coisa começar a descambar para o discurso fácil e brejeiro sempre com outras intenções e com a ambiguidade e algum picante nas palavras ditas. Mas tudo sempre no maior espírito de cordialidade e da boa amizade e camaradagem entre todos.

Um dos convivas assim rematou tendo provocado um aplauso e uma boa risada principalmente nas hostes masculinas:

O Valentim é um valente

Sabemos que não é dos móis

Logo à noite vai estar duro

Pra num ficar em maus lençóis

Um outro pediu a palavra e com a voz já um tanto ou quanto ensaramelada e olhando de soslaio para o reitor declamou:

Quero agradecer aos noivos Dizer com grande amizade Que estava tudo muito bom E que comi como um abade

O padre acusou o toque e imediatamente respondeu no mesmo tom:

Você comeu como um lapouço Isto digo eu que sou sincero

Comem todos, e o que ouço É que só falam do Clero

“E já agora” – continuou – “Quero também eu agradecer a toda a família dos noivos pela linda festa que nos proporcionou e a eles desejarlhes, mais uma vez, as melhores felicidades e que Deus lhes dê as maiores bênçãos” e erguendo o copo meio cheio rematou, elevando a voz: “ Brindemos todos ao Novo Casal!” Ninguém quis ficar para trás e lá foi mais um copo para baixo.

Ora agora repico eu, ora agora repicas tu e já que a coisa virou para uma desgarrada improvisada os os noivos aproveitaram para sair até à rua onde, à porta de casa, como era da tradição, distribuíram amêndoas, cigarros e vinho por todos os que até ali vieram e também lançaram, como era uso e costume amêndoas e nozes à rebentina para gaudio da garotada que até se engaleava com a sofreguidão de as apanhar.

Mas que não se zangassem os da terra do noivo porque já estava determinado que no sábado seguinte realizarse-iam os festejos de Tornaboda como mandava a tradição.

A ajudar nesta distribuição ocuparam-se também Ana e Palmira e o primo Fernando que duma remeia ajudava os noivos a distribuir copos de vinho a todos os que queriam. Palmira segurava uma cesta com nozes. Passado um bocado de ali estarem, Iria aproximou-se de Palmira e disse-lhe:

“Se a menina me der dois mangados de nozes leiolhe a sina”

“Dou-te um e já vais com sorte”

“Você também menina! Pelas Almas de quem lá tem. É só dois mangadinhos!”

Palmira lá se deixou comover pelo pedido da cigana e em vez de dois até lhe deu três mangados de nozes que a rapariga recolheu no avental. Mas mais que comoção era a curiosidade de saber o que Iria tinha para lhe dizer.

“ Ó Ana segura-me aqui na cesta que eu vou ali e já venho.” – Pediu Palmira que entregou a cesta à amiga e se afastou com a cigana para um sítio mais recatado e onde ninguém as ouvisse.

“Ora então diz lá.”

“Se me mostrar a mão já lhe digo.”

Palmira estendeu-lhe uma das mãos ao que Iria, com uma estudada hesitação, disse:

“ Fernandinho vai ao vinho Parte o copo no caminho Ai do copo, ai do vinho Ai do cu do Fernandinho”

“Tu que dizes rapariga?”

“Atão é o seu primo, o menino Fernandinho.”

“Já estou repesa de te ter dado as nozes.” E virou-lhe as costas. Mas ainda ouviu a cigana a rematar:

“Até parece que não gostou do que lhe disse!” *****

NOTA:
Este romance será publicado, por capítulos, em Arautos posteriores. Não perca os próximos “episódios”!

A CRECHE

Dia da Mãe

No dia 3 de Maio comemoramos o Dia da Mãe na nossa creche. É sempre uma data especial e significativa para os nossos meninos. Trabalhar esta data é uma excelente oportunidade para valorizar a figura materna. Os meninos realizaram pequenos mimos, mas o que mais adoraram foi ter a presença das mães na escola.

O nosso muito obrigado…

Lembrança de Páscoa

No cantinho das nossas memórias está a lembrança dos folares da Páscoa feito pelas nossas avós. No final de cada fornada existia sempre um pequenino feito em latas de conserva para os netos recheados com muito, mas muito amor…

Este ano quisemos relembrar estas fortes memórias.

Valorizar tradições

Dia do Pai

No dia 19 de Março, realizamos mais uma vez o Dia do Pai. Este dia é uma ocasião especial para celebrar a figura paterna. Os nossos meninos prepararam pequenos mimos com muito carinho para homenagear os pais com muito afeto e ternura que sentem por eles.

É sempre uma boa oportunidade para fortalecer os laços familiares e valorizar a importância na vida dos mais pequeninos.

O nosso muito obrigado pela vossa presença…

Encontros Intergeracionais

Como já tínhamos referido na edição anterior do Arauto, este ano letivo retomamos os nossos Encontros Intergeracionais, momentos de muita magia e diversão. Tanto os nossos meninos como os nossos idosos adoram passar tempo juntos.

Realizamos os nossos encontros nos dias 15 de Março, 8 de Abril, 21 de Maio, 14 de Junho e o último no dia 9 de Julho.

É muito gratificante ver os sorrisos nos rostos dos nossos utentes. A partilha de experiências, conhecimentos e valores promovem a compreensão e respeito mútuo entre pessoas de idades tão distintas acabando por enriquecer a vida de todos os envolvidos.

Prometemos que para o próximo ano letivo iremos continuar com estes momentos tão únicos e doces.

Finalistas da Creche 2023/2024

Mais um ano que está a chegar ao fim… Este ano ião sair 9 finalistas de creche para o préescolar.

Nós sabemos que vamos sentir saudades de tantas alegrias, descobertas e memórias que passamos juntos.

Esperamos que esta nova caminhada seja repleta de alegrias.

Foi gratificante ver-vos crescer e acreditem que nós também crescemos.

O nosso muito obrigada e estaremos sempre aqui para vocês.

Sejam sempre muito felizes… Os novos finalistas de creche 2023/2024.

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