Revista ANTRAL Nº179

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Nota de Abertura

José Monteiro

A confiança, não é um mero "slogan" nem se decreta, conquista-se! De pouco valerá tentar meter pelos olhos dentro dos

utentes que o serviço é de confiança se numa relação que é bilateral e de serviço público os mesmos não encontrarem nele os requisitos necessários para sentir essa mesma confiança. Tirando um caso outro, como aliás, acontece em todos os serviços sem excepção, o táxi mantém uma relação regular com o publico há longos anos. O transporte de pessoas não é uma moda mas, uma necessidade das populações e tem de merecer não só a confiança do Estado que lhe concede alvará mas, também, a confiança dos utentes e hoje mais do que nunca, com o mundo globalizado e com a explosão do turismo dos mais variados utilizadores à procura de emoções e prazer. Assim, a confiança tem hoje de aliar-se à satisfação. O prazer que outrora tínhamos na aquisição, no ter, na propriedade temo-lo hoje fugazmente com a utilidade que tiramos das coisas e se reflecte em prazer, em satisfação. Porém, um transporte seguro e adequado não pode existir apenas para o prazer que é efémero. Como se costuma dizer “tudo na vida é passageiro excepto o motorista”! Trocado isto por miúdos, o prazer passa mas, o serviço e a sua qualidade têm de permanecer. Sabemos que em Londres aonde se atribuíram licenças para os operadores de plataformas o mu-

nicípio se prepara para não as renovar argumentando que as mesmas não prestam um serviço “adequado”. Ora, o “adequado” compreende a confiança mas, vai muito para além disso! Tal leva-nos a reflectir se o táxi é hoje um serviço de confiança. Por isso, respondendo aos chamamentos da tecnologia e do publico estamos a inovar e a reflectir sobre o que está menos bem e a autorregular e propor ao Governo alternativas ao quadro legal existente e novas formas de actuação ao mais variado nível, como no quadro legal, veículos, motoristas, formação, requisitos técnicos, sinalética, praças, regulamentos de portos aeroportos, preços, incentivos, etc, etc. O objectivo é manter e restabelecer, onde for necessário, a confiança esquecida e ou, perdida. Como comecei por dizer tal não se consegue por mero slogan mas, por muita reflexão consciencialização, trabalho e cooperação interessada do poder que deve mostrar ser esse, também, o seu objectivo. Ao que parece e dou o exemplo do que se está a passar no Porto, não sentimos que assim seja quando as autoridades “assobiam para o lado” para evitar aplicar a lei. Por isso, sem recuos ou, medos, temos de continuar o caminho que temos empreendido para que se faça cumprir a lei.

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