Modelos de negocio, tecnologia e inovacao

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Este tipo de estratégia é mais comum ocorrer em empresas que se situam na etapa de maturidade e diversificação do seu ciclo de vida. A restruturação envolve sempre o redimensionamento, a reengenharia de processos por forma a responder às mudanças ambientais internas e externas onde a organização está envolvida. Implica sempre uma alteração na estrutura da organização, como nos vários departamentos e colaboradores, pelo que é uma estratégia muito delicada de tomar pelos gestores devido a poder implicar a extinção de departamentos e de postos de trabalho, bem a alteração das formas de trabalho, com vista à redução de custos e obtenção de eficiência. Segundo o modelo proposto pelos autores, a restruturação ocorre na fase de maturidade e declínio do ciclo de vida da organização, sendo menos comum noutras etapas. Podemos verificar que cada estratégia de inovação apresentada pode ser desenvolvida e gerida de forma diferente em cada etapa do crescimento da organização e tendo em conta um conjunto diverso de variáveis relacionadas com a empresa e com o sector onde opera. Uma conclusão importante a que os autores chegaram foi que as quatro estratégias de inovação não são exclusivas, pelo que uma empresa pode adoptar mais que uma estratégia ao mesmo tempo. Em sectores onde é relativamente fácil a entrada de novos “actores”, as empresas investem mais em inovação incremental como forma de obterem diferenciação. Por outro lado, as start-up’s devido à sua pequena dimensão e menor capacidade de riscos, recorrem mais à inovação radical. Como vimos, o conceito de modelo de negócio é muito disperso, sendo que cada autor apresenta um conceito à sua medida e na perspectiva dos estudos que seguem. O modelo de negócio pode ser visto então como uma ferramenta que nos diz o que a empresa faz, para quem faz, como cria e entrega valor, e como é ressarcida. Ao compararmos com o conceito de estratégia vemos que o conceito de modelo de negócio é apenas uma parte da estratégia a ser seguida. Segundo Grant (2013), estratégia corporativa define o âmbito da empresa em termos do sector e dos mercados onde actua, sendo que as decisões estratégicas da empresa recaem sobre a diversificação pela integração vertical, como aquisições de novos negócios e a alocação de recursos entre os diferentes negócios da empresa. A estratégia de negócios está mais focada na forma como a empresa actua dentro de um determinado sector ou mercado. Assim, para a análise de casos práticos que faremos de seguida, achamos importante destacar também modelo proposto por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, no livro Business Model Generation (2010) que, com o objectivo de desenvolverem uma linguagem partilhada na área de modelos de negócio, desenvolveram uma representação do modelo de negócio, onde se configuram alguns dos elementos mais importantes referenciados ao longo desta revisão da literatura. Esse modelo é constituído por nove blocos construtivos básicos, que descrevem a lógica de como a empresa pretende ganhar dinheiro, os segmentos de clientes, a proposta de valor, os canais utilizados para a sua entrega, as relações com os clientes, os fluxos de rendimento, os recursos-chave, as actividades-chave, as parcerias-chave e a estrutura de custos.

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