Resposta ao artigo sobre o uso da bateria

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historiador adventista Arthur Patrick conclui que: considerando‐se a riqueza e variedade dos escritos de Ellen White, tambores recebem pouquíssima atenção. … O problema não é o instrumento mas o estilo em que é tocado e a falsa doutrina e emocionalismo que acompanham o seu uso. O uso de tambores é visto por Ellen White como tendo os mesmos problemas que a música tem. Obviamente o ponto em questão não é música em si, mas música inapropriada.[xxvi]

Note que a resistência em se aceitar certos instrumentos no culto da igreja Adventista não é nova. Desde os primórdios do movimento até 1877, o canto congregacional era feito a cappella. Em 1877 Tiago White e John Loughborough experimentaram resistência quando tentaram incluir um órgão numa campal na Califórnia. Loughborough leu o Salmo 150 e até adicionou ‘órgãos’ na lista para defender o uso de instrumentos na adoração. Apesar do receio, os presentes notaram que o canto congregacional melhorou sensivelmente! [xxvii] Ellen White também interpretou os Salmos e seus instrumentos como literais e, por sua vez, não preferiu certos instrumentos em detrimento de outros. Ela falou em favor de se usar o violão no culto e quando esteve na Suécia, ela pediu que uma senhora não‐adventista cantasse ao som do violão na abertura das reuniões.[xxviii]

Sobre a inclusão de vários instrumentos no culto, ela diz: Nas reuniões realizadas, escolham‐se alguns para tomar parte no serviço de canto. E seja este acompanhado de instrumentos de música habilmente tocados. Não nos devemos opor ao uso da música instrumental em nossa obra.[xxix]

pouquíssima atenção”, mas também compreender corretamente o motivo desta falta de atenção. Conforme já dissemos, nem a marcação rítmica dançante através do uso de tambores nem as danças jamais foram admitidas em nossos cultos, exceto no episódio de Indiana e alguns casos isolados no passado, os quais foram prontamente combatidos. Portanto, não havia um problema generalizado com esta classe de instrumentos. Atualmente, contudo, existe uma grande disseminação de seu uso, sem qualquer parâmetro, o que tem causado inúmeros problemas e divisões na igreja. Ademais, também não podemos esquecer os problemas que levam à adoção de tais métodos de adoração, tanto no passado quando na atualidade. Podemos supor então que, caso Ellen G. White vivesse hoje, haveria muito mais citações a este respeito. Além disso, deve ser ressaltado que a “pouquíssima atenção” dada por Ellen G. White à questão do uso dos tambores no culto resume‐se à única vez em que o assunto mereceu ser mencionado, que é o texto que estamos analisando. E, como temos demonstrado, a posição da mensageira do Senhor foi no sentido de reprovar incisivamente esta prática, tendo em vista os resultados do que ocorreu em Indiana. E, obviamente, tendo condenado seu uso dos tambores de forma tão enfática, não haveria necessidade de retornar ao tema, visto que seu conselho foi prontamente acatado. Na verdade a resistência em aceitar “certos instrumentos” no culto da Igreja Adventista não é nova. Esta resistência iniciou‐se quando houve a primeira tentativa de introduzi‐los, e foi iniciada e liderada pela inspiração divina. No entanto, parecia‐nos, pelo que depreendemos a partir do título, que o assunto em pauta neste artigo seria os instrumentos de percussão, notadamente a bateria. De qualquer forma, não vemos em qualquer uma dessas referências apresentadas pelo articulista qualquer citação autorizando o uso de tambores ou qualquer outro instrumento de percussão na adoração. Acerca da utilização de vários instrumentos no culto, sabemos que eles são bem‐vindos em nosso culto e obviamente, quando executados dentro de um contexto de reverente adoração, produzindo música harmoniosa e suave (Patriarcas e Profetas, p. 637, Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 146; vol. 9, pp. 143 e 144), acrescentam interesse (Evangelismo, p. 501) aos nossos momentos de louvor, provendo um acompanhamento que enriquece grandemente a música executada durante o decorrer da liturgia. Mas cabe a pergunta retórica: Os tambores, da maneira como normalmente são usados, também contribuem favoravelmente para o espírito de reverente adoração? Fornecem elementos para uma música harmoniosa e suave? Favorecem a adoração em espírito (emoções) e em verdade (mente) (João 4:23‐24)? Além dos textos citados pelo articulista, Ellen G. White também escreveu os trechos que se seguem, e que deveriam ser levados em consideração pelo atento estudioso do assunto, que esteja realmente interessado em compreender o arcabouço dos conselhos inspirados acerca do assunto: “Há algo especialmente sagrado na voz humana. Sua


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