Revista Varal do Brasil especial de natal 2014

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Literário, sem frescuras! ISSN 1664-5243

Ano 6 - Dezembro de 2014—Edição Especial no. 32B


FELIZ N@T@L E PRÓSPERO 2015!


Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

EXPEDIENTE Revista Literária VARAL DO BRASIL NO. 26B - Edição Especial de Natal e Ano Novo - Genebra - CH - ISSN 1664-5243 Copyright : Cada autor detém o direito sobre o seu texto. Os direitos da revista pertencem a Jacqueline Aisenman. O VARAL DO BRASIL é promovido, organizado e realizado por Jacqueline Aisenman Site do VARAL: www.varaldobrasil.com Blog do Varal: www.varaldobrasil.blogspot.com Textos: Vários Autores Ilustrações: Vários Autores Foto capa: © Andrey Kiselev — Fotolia com Imagens diversas (vetores): Garcya Design Muitas imagens encontramos na internet sem ter o nome do autor citado. Se for uma foto ou um desenho seu, envie um e-mail aqui para a gente e teremos o maior prazer em divulgar o seu talento. Agradecemos sua compreensão. Revisão parcial de cada autor Revisão geral VARAL DO BRASIL Composição e diagramação: Jacqueline Aisenman

PARITICIPE DAS PRÓXIMAS EDIÇÕES: •

Até 25 de JANEIRO você pode enviar textos para nossa edição de março que trará o tema MULHER.

As inscrições podem ser encerradas antes se um número ideal de participantes for atingido.

Participe do III Prêmio Varal do Brasil de Literatura!

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ISSN 1664-5243

LITERÁRIO, SEM FRESCURAS Genebra, Natal e Ano Novo de 2014/15 Ano 6 - Edição Especial 32B

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Mais um ano vai chegando ao fim e começamos a fazer um balanço de nossas conquistas, de nossas atitudes, de nossos planos.

do povo, junto daqueles que precisam dela como ninguém!

Paramos para pensar nos sonhos que realizamos e naqueles que ainda estão por se realizar.

Agora, nos preparamos para um novo ano que chega. Esperamos 2015 já em plena atividade: novo concurso, nova antologia, nova parO sentimento de amor e o desejo ticipação no Salão do Livro de Gede paz vão invadindo aos poucos os corações e a compaixão renasce nebra! Já vemos 2015 como um ano rico de atividades e alegrias! como uma flor na alma. Pensamos nos milhares de seres humanos que não têm sequer um pouco do que temos e percebemos o quanto somos plenos de bênçãos. A saúde, o amor, a família, os amigos, nosso trabalho, nossa casa... São tantas coisas a agradecer que ficamos subitamente pequenos diante da imensidão da bondade universal.

E no meio de toda esta euforia, nosso desejo de paz universal se manifesta nesta edição especial, onde dedicamos todo o espaço ao espírito natalino e pacífico, na intenção de bem iniciar 2015.

Aqui no Varal passamos o ano de 2014 a realizar sonhos, os nossos e os de muita gente, através de nosso amor comum: a literatura. E, sem frescuras, como é nosso lema, realizamos concursos, editamos muitas revistas, participamos do Salão Internacional do Livro de Genebra, editamos duas antologias, viajamos por aí divulgando nosso caminho de amor literário, como o objetivo de levar a literatura para onde ela deve estar sempre: junto

Possa o amor ser nosso motor maior, engendrando em nossos corações a paz que precisamos para nós mesmos e para auxiliar a todos os que necessitam.

Obrigada a todos que estiveram conosco em 2014, desde já bemvindos sejam todos os que vierem escrever e ler conosco em 2015.

Feliz Natal, Feliz Ano Novo! Jacqueline Aisenman Editora-Chefe Varal do Brasil

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ALESSANDRO BORGES

JULIA REGO

ALEXANDRA M. ZEINER

LEANDRO MARTINS DE JESUS

AMBROSINA CORADI

LOLA PRATA

ANNA RIBEIRO

LORENI F. GUTIERREZ

ANTONIO CABRAL FILHO

LUCIANE MARI DESCHAMPS

ANTONIO MARCOS

LUIZ MANOEL

BETE FRANÇA JUFER

MARIA ANGELA M.DA SILVA

CARLOS ALBERTO DE SOUZA

MARIA MOREIRA

CARMEN DI MORAES

MARIA (NILZA) DE C. LEPRE

CARMEN LUCIA HUSSEIN

MARIA SOCORRO DE SOUSA

CERES MARYLISE REBOUÇAS

MARILINA B. DE ALMEIDA LEÃO

DEIDIMAR ALVES BRISSI

MARINA GENTILE

DULCE RODRIGUES

MARIO REZENDE

ELENA MATTOS

MARLY RONDAN

ELINALVA OLIVEIRA

MARTA E. S. DE CARVALHO

ELISA ALDERANI

MIRIAN M. DE OLIVEIRA

ELOISA MENEZES PEREIRA

NATO MATOS

ESTHER ROGESSI

NILDA DIAS TAVARES

GAIÔ

ODENIR FERRO

HAZEL DE SÃO FRANCISCO

OLIVEIRA CARUSO

IOLANDA MARTHA BELTRAME

OTACILIO MONTEIRO

ISABEL C. S. VARGAS

PAULA ALVES

ISIS DIAS VIEIRA

REGINA MERCIA S. SOARES

IZABELLA PAVESI

ROGÉRIO ARAÚJO (ROFA)

JACQUELINE AISENMAN

ROSANGELA CALZA

JANIA SOUZA

ROVANA CHAVES

JOSÉ HILTON ROSA

SANDRA NASCIMENTO

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SERGIO EDUARDO DEL CORSO

SILVIO PARISE

SIMONE PESSOA

SONIA NOGUEIRA

THEREZA TOSCANO

VARENKA DE FÁTIMA ARAÚJO

VERA SALBEGO

VIVIAN DE MORAES

VÓ FIA (MARIA A. FELICORI)

WADAD NAIEF KATTAR

WILTON PORTO

YARA DARIN

Penso sempre no dia 24 de dezembro, nas pessoas que trabalham o dia e a noite toda. Ou que nem lembram que dia é porque estão doentes ou simplesmente despidas de vida, jogadas na rua ou em qualquer canto do mundo. Meu "Feliz Natal!" matinal, aquele que digo logo quando acordo no dia 24, vai para eles e para os meus que já estão em outra dimensão. Jacqueline Aisenman

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Natal acreano Por Alessandro Borges

Toda vez que chega o mês de Dezembro... O Acre fica mais lindo e iluminado Um sinal no céu revela a estrela guia As famílias em suas casas reúnem todos os seus membros As árvores ganham um tom mais esverdeado E não há nada que se compare a toda essa magia.

Que vai emanando da ponte metálica rumo ao canal da maternidade. Deixando no ar um brilho cristalino Tal qual, a mais límpida esperança. Banhando de amor e ternura toda cidade Que novo tempo vai construindo... Num futuro de glória e bonança.

Dizendo que é tempo de ser mais solidário De plantar milhões de rosas coloridas da amizade De abraçar os órfãos e os mendigos De doar a metade de tudo do abastado armário De viver sem falsidade De fazer valer os ensinamentos dos mais antigos.

E cheios de afeto e liberdade Palpitantes, sair às ruas rumo às praças. Apregoando eloquentemente nos coretos: há chama natalina... Permitindo que no peito esquerdo flua tão somente essa caridade Que milagrosamente afasta para longe todas as desgraças E fraternos, afeiçoa-nos à própria sina.

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NATAL Por Ambrosina Coradi Natal Festa cristã: Aniversário de Jesus Renovação da fé Natal Festa da família Confraternização mundial Manifestação de amizade entre amigos Natal Festa Mundial: Desperta sentimentos Gestos de afeto e amor Encontro entre amigos e familiares Ceia e troca de presentes Celebração eucarística para comemorar Natal festa religiosa Nascimento de Jesus Sinos jubilosos sonorizam no ar Canções alegres de louvor Roupagem reluzente pra festejar Noite feliz e paz no Céu e na Terra

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TROVA DE NATAL Por Antonio Cabral Filho Neste Natal que vem vindo, Jesus quer só um presente: Toda criança sorrindo pra deixar seu Pai contente.

TROVA DE ANO NOVO Que o Ano Novo lhe flua, conforme você almeja e que Deus lhe retribua em dobro o que me deseja.

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O NATAL EM CORDEL Por ANTONIO MARCOS BANDEIRA

POIS A PRINCIPAL PESSOA FICA FORA, NÃO É CONVIDADO REPARTEM O PERU ASSADO O VINHO PRO EMBRIAGADO REPARTEM ROUPAS E PERFUMES MAIS JESUS? É ENXOTADO! INDEPENDENTE DE CRENÇA DE FÉ OU RELIGIÃO DE IGREJA OU SACERDOTE ACREDITE MEU IRMÃO TENS ALGUÉM QUE TE CRIOU FEZ TUA RESPIRAÇÃO! ENFIM O NATAL É: O MOMENTO! TODO DIA! TEMOS O MUNDO! O SOL!

MEU NOME É MARCOS BANDEIRA

O MAR!A MÚSICA!ALEGRIA!

MEU ESTADO É O CEARÁ

TEMOS POIS A VIDA!

JARDIM JATOBÁ O BAIRRO

NÃO A ESQUEÇAMOS NA LIDA

SOU ARTISTA POPULAR

NO AMOR QUE IRRADIA!!!

PROFESSOR DE PORTUGUÊS E DO TEATRO MILENAR SOU AINDA CORDELISTA VOU VERSAR SOBRE O NATAL FESTAS, BEBIDA E COMIDA MAIS ALGUÉM ESPECIAL É ESQUECIDO, O ESQUECEM EXCLUEM O ESSENCIAL NO NATAL TEM OS PRESENTES A FAMÍLIA REUNIDA TODOS SE ABRAÇAM E CHORAM PROMESSAS ANTES NÃO CUMPRIDAS SÃO RETOMADAS AGORA MAIS NÃO DÃO SENTIDO Á VIDA

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Noite consolação Por Carmen Lucia Hussein Capelinha de Jesus Noite de Natal Noite de amor Deus é amor É tempo para desabrochar E cultivar o amor no nosso coração Assistimos a missa do galo E nós oramos uma prece de mãos dadas À meia –noite O coral entoa lindas músicas e canções O incenso enche toda a igreja O nosso coração está cheio de alegria O céu está estrelado na noite escura A grama está coberta de orvalho A noite escura está coberta de neblina Capelinha de Jesus Noite de amor O nosso coração está cheio de amor.

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Bacalhau com Emulsão de azeite Receita enviada por Ambrosina Coradi

Ingredientes 4 posta de bacalhau desalgado 1 xicara e 1/2 de farinha de mandioca ou farinha de biscoito água e sal triturado 1 colher de sopa de uvas passas 1 cebola média em rodelas 2colheres sopa de margarina ou manteiga sem sal 1 litro de azeite extra virgem 4 dentes de alho Sal e pimenta do reino a gosto Preparo Farofa: coloque numa frigideira a cebola para mexa até esta ficar escura, coloque a manteiga ou margarina e a uva passas. Mexa bem. Acrescente a farinha. Reserve. Bacalhau:numa panela coloque o bacalhau .Acrescente em cima o azeite e o alho,e os outros temperos(sal,pimenta) . Deixe em fogo baixo a temperatura de 75 graus para o bacalhau cosinhar.Cozinhar mais ou menos 20 min. Em seguida retire o máximo o líquido que si formou. Arrume o bacalhau num prato finalize com o molho formado. Sirva com a farofa e arroz de sua preferência junte todos os ingredientes

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A magia do Natal Por Ceres Marylise Rebouças

Dizem-me que escrever para Papai Noel é bobagem e perda de tempo. Que ele é apenas personagem de uma antiga lenda cristã cada vez menos crível. Mesmo assim, insisto em escrever esta carta: Querido Papai Noel Se até hoje você vive na alma de tantas crianças, se permanece na recordação nostálgica dos adultos mergulhados momentaneamente na memória de suas infâncias, se ainda é capaz de evocar tantos sonhos e fantasias em cada mágica madrugada na véspera de Natal, se ainda desperta energia criadora, força e esperança; então, você está muito mais vivo e palpável do que muitas pessoas que vivem enclausuradas nos próprios egoísmos. Quando criança, a magia de Natal sempre me envolvia ao escrever cartinhas para você, num esforço desesperado de listar supostos atos de bondade durante o ano inteiro querendo receber em troca bonecas com roupinhas bonitas e conjuntos de panelinhas. Depois, eu as entregava aos meus pais convencida de que eles sabiam executar o impossível serviço postal que os levaria até o bom velhinho sentado sobre um trenó puxado por renas num longínquo lugar coberto de neve e cheio de pinheiros. Sim, era essa magia que me impulsionava a fazer num cantinho da sala de visitas sobre um pouco de areia e folhas de pitangueira, um pequenino presépio cheio de bichinhos de brinquedo e uma caminha de palha com o menino Jesus. Era magia o que me mantinha acordada certa de que poderia ver entre as sombras da noite e no silêncio da madrugada, sua sombra se esgueirando para colocar presentes nos meus sapatinhos ao lado da cama. Era magia o que enchia as ruas de crianças na manhã seguinte, mostrando seus brinquedos umas às outras, convertendo o mundo numa cidade feliz. Um dia, puseram fim à magia do meu encanto: uma bruxa sinistra, crendo que me

fazia um favor, contou-me que você, Papai Noel, não existia. Naquele instante, o mundo se transformou: Papai Noel eram nossos pais, era a invenção publicitária de algum shopping center, eram os políticos levando esmolas para os bairros pobres em troca de votos... Como pode haver espaço para a magia num mundo assim? Mas nesta véspera de Natal, a criança que sobrevive em mim se apossa de minha mão e me impulsiona a escrever esta carta para você, Papai Noel, e ficará dentro de um velho sapatinho ao lado de minha cama com os meus pedidos. Traga-me de presente forças para ainda crer que é possível construirmos um Brasil e um mundo melhores. Que apesar de tanta corrupção e impunidade, os brasileiros não caiam na desesperança e no erro de que já não vale a pena clamar e lutar. Que apesar de tantas notícias ruins, também acontecem coisas boas e belas. Que ainda há gente honesta, idealista e o melhor está ali, real e ao nosso lado, nas casas vizinhas onde seus moradores dividem conosco as tristezas e alegrias do dia-a-dia. Que nos faça descobrir que podemos nos ajudar uns aos outros, desprovidos do veneno da arrogância e do egoísmo. Que ainda podemos nos unir superando as diferenças e pensando no Brasil que queremos deixar para nossos filhos e netos. Abraça-lhe com todo encanto da magia de Natal, sua eterna menina: Lise

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À Volta da Mesa de Natal em Portugal

Desde o século XIX que um bolo especial tem vindo a conquistar o coração e a mesa de Natal dos Portugueses: o Bolo-Rei. A ideia deste bolo chegou a Lisboa pelas mãos do Sr. Baltazar Castanheiro Júnior, um emigrante português em França, que adaptou a receita ao gosto e preferências gastronómicas do povo português. No início, tal como o seu nome indica, o Bolo-Rei era fabricado somente no dia de Reis, pela Confeitaria Nacional em Lisboa, propriedade da família Baltazar Castanheiro, porém, em breve o seu fabrico se estendeu ao resto do país e a todo o período do Natal. Este bolo ganhou prestígio e é presentemente um exlibris da gastronomia portuguesa da quadra natalícia, sendo também fabricado e vendido em países estrangeiros como o Luxemburgo e a França.

Por Dulce Rodrigues

Embora o Natal seja hoje celebrado em todo o mundo, as suas tradições variam de país para país, de religião para religião, conforme os usos e costumes. Para os cristãos, o Natal significa o nascimento do Menino Jesus, mas quer para eles ou para os outros, esta quadra do ano proporciona a reunião com familiares e amigos à volta da mesa de Natal, partilhando alegremente de uma refeição.

Desejo-lhe um santo e feliz Natal e, se quiser deliciar-se com algumas das receitas desta quadra do ano, que são de comer e chorar por mais, não hesite em visitar o meu portal www.dulcerodrigues.info/gastro/pt/. Aqui, neste espaço que a nossa amiga Jacqueline gentilmente nos preparou, deixo-vos a receita do “Bolo de Natal” dos Açores, muito gostoso, além de ter ingredientes que é fácil encontrar além-fronteiras portuguesas.

A gastronomia, que igualmente faz parte da cultura de um povo, não podia deixar de ter as suas tradições natalícias e, tanto os ricos como os pobres, tanto os que vivem nas cidades como os que vivem no campo, todos apreciam uma gastronomia especial nesta quadra do ano. Em Portugal, obviamente que não se podia fugir a esta magia e seguem-se as tradições natalícias herdadas dos nossos antepassados, embora essas tradições por vezes tenham particularidades próprias a cada região do país. De Norte a Sul de Portugal nesta quadra festiva, o ar enche-se do aroma da canela vinda de lugares distantes, do perfume do mel das encostas do Douro, e da fragrância das laranjeiras do Algarve... www.varaldobrasil.com

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Bolo de Natal Por Dulce Rodrigues Este bolo, que deve ser feito pelo menos com 8 dias de antecedência, serve-se no Natal sem qualquer enfeite ou apenas enfeitado com frutas cristalizadas. É usado também como bolo de noiva ou de aniversário, sendo nestas circunstâncias muito enfeitado com glacé de açúcar moldado à mão e trabalhado à seringa. Ingredientes: . 500 g de farinha . 500 g de açúcar . 250 g de manteiga . 6 ovos . 3 colheres de chá de fermento em pó . raspa da casca de 1 limão . noz-moscada . 1 cálice de aguardente . 1 cálice de vinho do Porto . 125 g de nozes . 1,5 dl de melaço . 500 g de frutas cristalizadas (inclui obrigatoriamente cidrão) . 2 variedades de doce de fruta (2 colheres de sopa de cada: uva, figo, marmelo, morango, capucho, etc.)

Preparação: 1 - Picam-se as frutas e polvilham-se com farinha. 2 - Bate-se a manteiga com o açúcar até se obter um creme. Juntam-se as gemas, misturam-se bem e adicionam-se os restantes ingredientes com excepção das claras, sendo a farinha peneirada com o fermento. 3 - Batem-se as claras em castelo bem firme e juntam-se ao preparado anterior. 4 - Deita-se a massa numa forma redonda bem untada com manteiga e polvilhada com farinha e leva-se a cozer em forno médio durante cerca de hora e meia. Verifica-se a cozedura com um palito, que deve sair seco.

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UM NOVO ANO Por Izabella Pavesi Conto as horas para um novo ano... A natureza, os povos e a mídia Anunciam um novo tempo por vir. No limiar de 2015... Cintila uma inabalável esperança! Adivinhos debruçam-se sobre enigmas, Prenunciam dores, amores e perdas. Não me avisem!... de futuros dias... Persevera em mim o incontestável: Serei feliz!... Hei de espargir sorrisos! Além das nuvens... Um cristalino arco-íris corta os céus, Ilumina o firmamento! Além do horizonte,... submersos, Tesouros despontam... Além do suor que me embaça a visão, Meus olhos veem o esplendor das galáxias. Apesar das rusgas que me cercam, Fúcsias orquídeas e tulipas florescerão No meu coração! Campos de lavanda luxuriantes Exalarão seus perfumes inebriantes. Não faltarão estrelas... sobre nós! Anjos pulverizarão a paz! Apesar dos tornados, ciclones e ventanias, Tivemos generosidade sem igual. A esperança... essa doce melodia, Me agita a alma co’ uma certeza: Hei de vencer!... Farei a vida acontecer! Farei meus dias... admiráveis! E o faça... você também!!! FELIZ ANO NOVO! www.varaldobrasil.com

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MAIS UM NATAL Por Elisa Alderani Vamos somar em nossas vidas mais um Natal! Para alguns ainda são poucos, para outros são mais... Para os muitos que já passaram guardamos lembranças, Nem sempre alegres, nem sempre tristes. Agora esperamos o novo Natal. Preparamos nossos corações decorados com o Amor, Pois, por fora a felicidade brilha nas vitrines... Tão efêmera como a luz. Passado o Natal se apaga na rotina de nossa vida. Preparamos nosso Presépio com a família unida, nas confraternizações. Com os amigos, sejam os novos que os antigos. Colocamos nos nossos lábios o sorriso sincero, As palavras saiam do coração... Tirando as máscaras da vaidade e do orgulho... Ao final somos todos iguais, feitos do mesmo barro. Mas, edificados pela Graça do Jesus Menino! Ele assumiu nosso semblante para nos dizer: Coragem! Nasça de novo! É... Mais um Natal! É tempo de restaurar o coração! Seremos mais dignos! Á frente da manjedoura em adoração! Pedimos com Amor... Sabedoria e Humildade... Encontraremos a verdadeira Felicidade! Feliz Natal

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méstica e trabalhava na casa de uma doutora que morava num bairro nobre da cidade.

SONHOS DE NATAL Por EstherRogessi

Era Natal e eu não entendia o porquê daquelas crianças estarem bem vestidas, cheirosas, e acompanhadas pelos pais a brincarem alegremente, nas praças e parques... Enquanto que eu tinha que vender balas descalço, e com roupas surradas. Algumas crianças corriam alegremente em suas bicicletas, outras brincavam com carrinhos, alguns tinham motor e uns botões, que os seus donos apertavam, e os carros andavam sozinhos... sem cordões. Que bonito! Como eu queria brincar com eles... Às crianças sorriam... Eram tão felizes! Conversavam eufóricas, e mostravam os seus brinquedos dizendo: – Foi o Papai Noel que me deu! Segurando o meu tabuleiro de confeitos, eu ficava a olhá-las pensando: Papai Noel... Será que ele dá presentes aos pobres? Comecei a conversar com uma das crianças queria saber sobre papai Noel. Quando a mãe do garoto o viu, conversando comigo, gritou: – Vem Marcos! E, ligeiramente aproximou-se, o pegou pelo braço, e o levou para longe de mim... Ah! Eu queria perguntar tantas coisas ao Marcos... Ouvi falar de um homem bom, barrigudo e amigo das crianças; um velhinho, que satisfazia os desejos de cada uma delas... Que as fazia felizes. Pensei..., no próximo Natal, eu vou fazer um pedido a ele. Alegre e ansioso, pela chegada do próximo Natal, enfim vi chegar o mês de dezembro. Perguntei aqui, ali, e acolá... Como fazer? Como ele vai saber o que eu quero? Como ele vai saber onde moro? – Escreve... Pede a ele! nho, o meu vizinho.

– Disse Pauli-

Fiz uma carta, para o Papai Noel pedindo-lhe uma bicicleta. Escrevi e só Deus entendeu: – Quero nova, como as das crianças da praça; um carrinho para os meus irmãos, e uma boneca para a minha irmã. Pensei: se os brinquedos dos meninos da praça são novinhos, os nossos também serão. Paulinho, o meu vizinho, falou que pediu um carro de bombeiros, que colocou o pedido dentro do seu sapato. – Paulinho... Eu não tenho sapatos, posso colocar dentro das minhas havaianas? – Acho que sim! Coloquei e quase que não dormi. Não pelo desconforto, eu dormia apertado entre os meus cinco irmãos, em um colchão velho no chão de barro batido, mas pela ansiedade. Eu queria ver a alegria dos meus irmãos, e também, poder andar de bicicleta. Eu tinha só sete anos de idade, mas trabalhava, ajudava a minha mãe vendendo balas, para eles comerem; sentia-me responsável por eles. Amanheceu, e... Nada! Nenhum presente, nem bicicleta, nem carrinhos, tampouco a boneca... Que decepção! Chorei e chorei muito! A minha mãe chorou comigo, ela era diarista e no dia seguinte, lá vem ela.., de uma casa onde trabalhou, com uns pacotes, tão diferentes dos feitos nas lojas... Uma boneca velha e careca, para a minha irmã, e uns carrinhos com as rodas quebradas para nós, os meninos. Entendi que papai Noel não é o mesmo para todas às crianças. Ele dá brinquedos ricos para as crianças ricas e pobres, para as crianças pobres... E, muitas vezes, não dá nada! O real entendimento desse fato veio depois... Muito depois, quando eu cresci. Descobri que Papai Noel é só fantasia... Doce, ou amarga.

Mesmo pobre, o Paulinho pediu um brinquedo e Papai Noel atendeu. A mãe dele era dowww.varaldobrasil.com

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Estrela Cadente Que os sonhos se realizem No Ano que vem e vai, Bateu meia-noite Cruzam o Céu lentamente Três Estrelas-guias...

Por Hazel de São Francisco.

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ESPÍRITO DE NATAL Isabel C S Vargas O Natal se aproxima Um espírito de paz E confraternização se instaura. Crianças se empolgam Antevendo presentes. A televisão faz chamamentos, As famílias enfeitam as casas, Tudo parece em comunhão. Parece que todos serão felizes. Papai Noel é o centro das atenções. Pois neste Natal, mais do que nunca Desejo lembrar Jesus. Que nasceu pobre, assim cresceu, Sofreu e morreu e amou a todos, Sem importar se pobre ou rico, bom ou mau, Preto ou branco, judeu ou não. Quero lembrar Jesus Para nunca esquecer de agradecer, Pela família que formei, Pelos filhos que tive Pelos amigos, pelo trabalho, por tudo Que somei nesta vida. Quero agradecer neste Natal Pelas novas razões de viver, Pela renovação da esperança Com Marina, Otávio, Francisco, Augusto E Amanda. Amados todos!

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O Presente do Papai Noel Jacqueline Aisenman

Acordaram e não viram o menino. Procuraram pela casa toda e nada. O desespero já começara a se instalar quando encontraram um bilhete perto da árvore: Mamãe, papai, já volto. Fui levar um presente para o Papai Noel. Assinado: Joel. Agonia completa! Presente para o Papai Noel? Que loucura era esta? De repente a porta se abre e ele entra, de pijamas, um pouco amassado e todo sorridente. Corre abraçar os pais ainda sem fala e sem espera começa a falar: Lembram ontem quando fomos à missa? Ele estava lá, lá na calçada o Papai Noel. A barba estava muito suja, a roupa puída e só o chapéu e o sininho na mão fizeram que visse que era realmente ele. Ah, e o saco ao lado dele. Era o Papai Noel. Fora falar com ele mas ele estava pedindo comida para os passantes com o saco vazio estendido. Foi quando pensou que desta vez ele tinha que ser o Papai Noel para aquele velhinho que todo ano vinha trazer coisas para ele no Natal. Mudos e estarrecidos os pais não conseguiam dizer palavra alguma. Mas o menino terminou seu discurso dizendo, todo feliz: Levei a comida do jantar, a estrela da árvore e aquelas roupas que o papai disse que não queria mais. Mamãe, papai, vocês não podem imaginar a felicidade dele! Disse que eu viesse pra casa correndo que meu presente ia estar aqui... Mas agora que o conheci pessoalmente nem preciso mais de presente! E naquela manhã de Natal três pessoas festejaram dentro de casa o que o Papai Noel festejava sozinho na rua: um Feliz Natal!

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Natal: o menino Jesus nasceu e cresceu... Por Rogério Araújo (Rofa) Natal, nos tempos atuais, é compreendido de forma equivocada por muita gente em determinadas ocasiões. É comum quando recebemos cartões comemorativos nessa época, vermos alguma mensagem assim: “Que o menino Jesus ilumine sua vida!”. O Natal é, sim, o nascimento de Cristo que veio ao mundo enviado pelo seu Pai (Deus), como diz o conhecido versículo de João 3.16: “Porque Deus amou o mundo, de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Talvez o equívoco não esteja somente no fato que Jesus não tenha nascido no dia 25 de dezembro, como é amplamente comprovado, inclusive em dados históricos. O menino Jesus nasceu, mas cresceu, marcou sua passagem na Terra de maneira única e tudo para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Não é o “menino Jesus” que ilumina a nossa vida, como diz aquela citada mensagem natalina, mas CRISTO como enviado do Senhor que pode nos guiar e abençoar em nossa caminhada diária. Devemos celebrar o Natal o ano todo e não pura e simplesmente durante esse mês. Jesus é Emanuel, o Deus conosco, e sempre presente em nossos corações. Para isso, basta que o deixemos entrar e fazer morada em nossa vida, reinando sobre ela. Como disse uma frase do pastor e escritor Israel Belo de Azevedo: “Natal é de Deus o maior projeto, tendo-lhe custado o oferecimento do Seu Filho de tanto afeto”. Comemore da melhor forma para agradar a DEUS e não ao mundo que tanto o desagrada usando e abusando de quitutes pseudo símbolos natalinos. Feliz Natal em Jesus Cristo! A Ele toda honra e glória!

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CULTíssimo Por @n[ Ros_nrot

Eles estavam a quilômetros de distância de seus países, casas e familiares; a tristeza e o cansaço estampados em cada rosto, à morte espreitando nas trincheiras, o futuro incerto, nebuloso; naquele mês de dezembro de 1914, com a Grande Guerra (“Primeira Guerra Mundial”, eles ainda nem sabiam haveria uma segunda) recém-declarada o Natal era somente uma dolorosa lembrança dos tempos idos, de uma época de paz que talvez nunca mais voltasse. A Europa não era mais constituída de países irmãos, mas dividida entre a Tríplice Entente (britânicos, franceses e russos) e a Tríplice Aliança (Império Alemão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano) e aqueles homens, antes amigos e vizinhos, agora eram soldados lutando sem saber exatamente por que ou por quem. Mas contra todas as possibilidades uma trégua não autorizada foi feita e os lados inimigos se uniram numa comemoração natalina emocionante, com direito a árvore de natal, lindas canções, a divisão de tudo o que possuíam numa “quase” ceia e o mais importante: paz. Essa comovente história real foi adaptada e contada de forma emocionante pelo francês Christian Carion (que descobriu a história por acaso num livro chamado "Battles of Flanders and Artois 1914-1918", de Yves Buffetaut) no clássico Feliz Natal (Joyeux Noël, 2005), ótima pedida para ser visto em família nas festas de fim de ano ou até mesmo sozinho num momento de reflexão; totalmente voltado para a humanização dos personagens, nos identificamos com aqueles pobres soldados que se confraternizam, riem, mostram fotos dos familiares, percebem afinidades entre si e desejam a mesma coisa: um futuro melhor. Esse episódio foi brevemente retratado, no épico de Richard Attenborough "Oh! Que Bela Guerra!", de

1969. Aproveitando o 100º Aniversário da Primeira Guerra Mundial e a Edição Especial de Natal da Revista Varal do Brasil, quero indicar esse filme que traz uma poderosa lição de humanidade, de tolerância e de amor ao próximo, perfeito para qualquer época do ano. Não deixem de ver e se emocionar! Obrigada e até o ano que vem! Boas Festas! (Segue)

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Feliz Natal (Joyeux Noël, Alemanha/Bélgica/França/Inglaterra/Romênia - 2005) O Natal chega em 1914. O mundo vive a tensão da Primeira Guerra Mundial e o clima não está nada ameno para soldados e seus familiares. Mas o que parecia ser impossível acontece: ocorre um cessar-fogo e os inimigos largam as trincheiras para celebrar a data. O acordo temporário de paz conta ainda com Anna Sorensen (Diane Kruger) e Nikolaus Sprink (Benno Fürmann), uma dupla de cantores alemães que emociona a todos com canções natalinas. Baseado numa história real.

Para contato e/ ou sugestões é só mandar uma mensagem: anarosenrot@yahoo.com.br Curtam no facebook a página CultíssimoAna Rosenrot - https://www.facebook.com/cultissimoanarosenrot

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Sempre que ela aparecer

É natal no mundo

Ofereça uma flor para aquela que te der um sorriso

Por José Hilton Rosa

Dê a mão para as travessias difíceis Olha para o céu e ofereça seu corpo

Não esconda o belo

Não maltrate a mulher adultera

Acenda a tocha e queime o mal

Não reprima o desejo feminino

Não respire o que sobra do mal

Faça sempre o prazer de uma mulher

Apenas ajoelha e reza

Mesmo que dela não produza uma semente

Ofereça o sangue aos bons Ofereça uma flor

Regue as entranhas numa tarde fria e sem sol

Sinta o perfume do prazer

Deixe as lágrimas lavar seu rosto

Faça que tenha prazer junto com você

Peça que volte sempre ao seu aposento

Diga sim a um beijo de qualquer mulher

Chame de linda, mesmo a feia

Mesmo que seja sua mãe

Dê prazer sem olhar a cor de sua pele

Diga amém para a praga jogada

Obedeça sua vontade noturna

Mesmo achando que não mereça

Molhe o corpo da companheira com seu suor

Peça perdão ao seu amor

Deixe entrelaçar seus perfumes

Abraça a futura amante

Peça o sexo de sua esposa

Peça um filho no útero da amada Ofereça seu sangue posto no cálice

Ofereça outro prazer que você não possa dar

Doe seus olhos para as coisas belas

Chame-a para passear na neve

Chame de meu bem todo sexo feminino

Abraçados, o frio é diminuído

Jogue seu ódio no rio que corre

Cante com todos os fiéis

Ofereça seu corpo para o prazer

Cante o natal!

Não relute o tempo Peça uma benção ao sábio Chame o inimigo para um abraço Use sua cama para confortá-lo Deixe a tristeza só Dê um sorriso para a vida Abrace seus sonhos Relute para não soltá-los Tenha o carinho ao seu lado Diga ao fraco que chore Dê um grito de ânimo para ele Ofereça seu sono para a noite fria Faça afago ao calor de todo ser feminino Dê um beijo na felicidade

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Não apenas neste Natal: QUANDO SE ABRIREM AS CORTINAS DO NATAL

Enquanto viva eu for!”

Por Wilton Porto Sentirei tua presença, Quando se abrirem as cortinas do Natal E tu fores abraçar os teus amigos,

A paz em mim suspensa Chegar-me-á em um jasmim.

Afasta-te um instante desse círculo

Entre minhas mãos, o teu rosto,

E silente abre a tela de tua mente...

De beijos, farei um porto, No Porto que há em mim.

Lembra-te que em algum canto da cidade, Alguém – que talvez triste – pensa em ti E como muitos, quer ao menos um abraço.

Leva-o, então, de encontro ao peito, Dize-lhe – que seja apenas nesse dia... Dize-lhe para os céus todos sentirem: “Entranha das minhas entranhas, Recanto da minha dor. Se a solidão te é tamanha,

A minha não é menor. Não apenas neste Natal, Enquanto viva eu for: Eu serei a tua estrela, Tua amante, teu amor!”

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Nascimento do Salvador Por Leandro Martins de Jesus Na cidade de Nazaré Gabriel foi avisar A uma virgem desposada Que a luz iria dar Não temas cheia de graça! O Senhor contigo está! Jesus, o filho de Deus Do teu santo ventre nascerá Filho do Altíssimo Ele será Terá o trono de Davi Na casa de Jacó reinará Infinito, seu Reino será... No tempo em que Quirino governava Recenseamento César Augusto ordenou José subiu da Galileia De Nazaré com Maria viajou... Seguindo pelo deserto da Judéia A cidade de Davi avistou Em Belém, Maria grávida A gestação se completou E deu a luz seu Filho primogênito Envolvendo-o em faixas, reclinou Dentro de uma manjedoura qual berço Pois instalação, ali não achou Um anjo do Senhor apareceu E aos pastores avisou Na cidade de Davi hoje nasceu A Boa Nova, o Grande Rei, o Salvador!

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Bolachas de Natal Receita enviada por Ambrosina Coradi ]Ingredientes: 200 gramas de açúcar confeiteiro 235 de amêndoas moídas no liquidificador 100 gramas de amêndoas em pó 100 gramas de claras 200 gramas de açúcar Corante de sua preferência ou chocolate 1 colher de sobremesa de fermento em pó.

Preparo: peneire o açúcar numa vasilha coloque todos os ingredientes, acrescente as claras batidas . amasse bem. Deixe a massa descansa cerca de 20 ou 30 min. Abra a massa corte com um cortador. Pode ser em formato de arvore, peixe circulo. Coloque os biscoitos numa assadeira. Asse à temperatura de 30 ou 20 min. Forno a 160 graus. Faça o recheio de sua preferencia doce de leite, chocolate, pasta de frutas. Depois de assados recheios ou não fica a seu critério. Sirva os biscoitos com café ,chá ou bebida apropriada.

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Bolo Gelado Receita enviada por Ana Rosenrot Tempo de Preparo: 1h 00min Rendimento: 12 porções

Ingredientes 4 ovos 2 xícaras de açúcar 3 xícaras de farinha de trigo 1 copo de suco de laranja ( 250ml) 1 colher de sopa de fermento em pó Para a cobertura: 1 garrafa pequena de leite de coco 1 garrafa de leite ( utilize a mesma garrafa do leite de coco como medida) 1 lata de leite condensado 1 pacote de coco ralado sem açúcar Modo de preparo: Na batedeira bata as claras em neve Acrescente o açúcar e bata por mais uns 3 minutos Coloque as gemas, o trigo, o suco e continue batendo até formar uma massa homogênea. Por último ponha o fermento, bata por mais 40 segundos na menor velocidade da batedeira. Despeje a massa numa forma média e untada Asse em forno pré-aquecido em temperatura média por aproximadamente 40 minutos ou até dourar Cobertura: Misture bem numa tigela o leite de coco, o leite e o leite condensado e reserve. Assim que o bolo tiver assado, retire do forno e fure toda a sua superfície com garfo ou faca, assim a cobertura penetrará bem. Com o bolo ainda quente e já furado despeje a cobertura sobre ele salpique

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A LISTA DE CESAR AUGUSTO

- Vida? Que vida? Sou quase um camelo; vivo para servir os beduínos... - Algum dia, nos livraremos des-

Por Lóla Prata

se jugo romano! O Salvador está per- Recenseamento? Por que César Augusto quer contar as pessoas?

to! - Marido, desconfia do que falam

Para cobrar mais impostos? Os roma- por aí... nos inventam esse tipo de coisas para nos subjugar ainda mais... e Cirino,

- E vou descrer dos profetas? - Todos morreram, como nós.

governador da Síria, obedece como Gente da mesma cepa. Gente que vicarneiro! Sinto-me exausta de tanta ve e morre... trabalheira! Tem gente alojada por to- Ouvi falar que até Herodes andos os cantos! Creio que hoje não da inquieto com as profecias de Michegará mais ninguém; é tarde e a quéias. Sabes, não? Ele nascerá aqui noite esfria. Marido, já imaginou o em Belém de Judá, conforme está estranstorno para essa gente? Virem das crito, em tempos de agora. - Fecha os cidades vizinhas, abandonarem as caolhos, marido sonhador, e descansa. sas, forçando os jumentos nas areias, Qual morador daqui é nobre e rico o tropeçando pelas pedras do caminho, bastante, para gerar um libertador? enfrentando colinas e vales? Todos, - Esqueceste que Davi aqui nasdescendentes de Davi. Como cresceu a família do rei! Mas de rei, só o título, ceu e cá foi ungido rei? pois são tão pobres, aliás, somos tão

- Faz muito tempo, muito tempo!

miseráveis... nem liberdade possuí- Agora, só vejo revolta em cada esquimos. Bem, eu não posso reclamar, o na. Dorme! Amanhã teremos mais serde comer não nos falta, sempre um ou viço. Ao primeiro clarão, ponho a masoutro peregrino de Jerusalém passa e sa a levedar! Oh, tocam o sinete... sese aloja por aqui...

rão hóspedes? Oh, Javé, dai-me paci-

- Então, cala; é pra isso que tra- ência... balhamos, mulher. Moramos na Cida-

- Não pronuncies o nome sagra-

de do Pão. Não nos faltando pão, não do! Perdes nos falta vida... (Segue) www.varaldobrasil.com

o

respeito,

mulher?

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- Pois vou desvencilhar-me dos intrusos e já volto. - Espera... vou eu a dispensar os viajantes..., dizer-lhes que não há mais lugar na estalagem. Ora, ora, vem vê-los daqui da janela: é uma mulher grávida, amparada no braço do esposo. São pobres. O que fazemos? A noite é fria, apesar daquela estrela maravilhosa e diferente... vem olhar o céu, mulher. Mira a estrela, está tão perto...

- É lindíssima como a aurora! Há de ser um bom augúrio! Bem, a essa hora avançada, vamos acolhê-los, coitados. Se forem humildes, aceitarão o teto da estrebaria. Só que não tenho mais forças para servir-lhes nem um caldo. Imagino que vou ter trabalho de parteira, logo mais. Resolve como puderes! Deixaime dormir um pouco!

E o estalajadeiro recebeu-os e acomodou-os na gruta...

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É DEZEMBRO, mais um! Por Marina Gentile

É dezembro, mais um, Mais famílias unidas neste dia, Festas, confraternizações, Mas ao redor do mundo, Um monte de hipocrisias, Guerras, dor, conflitos.

É dezembro, mais um, Paremos para refletir, Paremos para compartilhar, Para fazer a nossa parte, DOAR AMOR.

É dezembro, mais um, Que a PAZ seja instalada, De vez, nos nossos corações, Como boa semente, A serem espalhadas.

É dezembro, mais um, Que o AMOR seja o elo, Salvando a humanidade... Do flagelo!

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SER CRIANÇA

Por Mário Rezende

Ah, Como é bom ser criança! Ser feliz e cheia de esperança. Problemas? Tô fora! Isso é coisa de adulto. Agora eu só quero é dar na mamãe e no meu papai, também, o meu beijo de bom dia e lambuzar de manteiga os rostinhos deles. É muito bom café com leite e pão, de manhã, cedinho, receber sorrindo o olhar carinhoso dos meus herói e heroína bem no comecinho e me acompanhar até o fim do dia. Como são bonitos o meu papai e minha mamãe! É bem legal acreditar que a vida é cheia de brincadeira e poesia. Eu amo vocês que me fazem sentir desse jeito: o meu mundo completo de alegria e entendendo que a vida pode ser assim, tão bela. Esperar a noite chegar e receber a visita do Papai Noel, Quem eu não vou ver, lógico. Não sei como ele consegue fazer isso; chega assim, de mansinho, deixa lá um presentinho pra todo mundo e vai embora sem ser percebido. Ele deve ter um coração imenso, cheinho de felicidade. Eu acho que foi o jeito que encontrou pra repartir com todo mundo. Eu também vou querer ser assim.

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Ressurreição Por Leandro Martins de Jesus

Eu vi o Senhor! Exclamou Maria... Não a de Nazaré, mas, a Madalena. Era manhã de domingo, Bem de madrugada... O túmulo estava vazio... Jesus ressuscitara!

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EU VOCÊ E A LAREIRA Por EstherRogessi

É Natal! A alegria em minha volta me contagia. Faz-se mais forte o meu desejo de olhar-te direto nos olhos, e com muito amor abraçar-te; curar-me da saudade doída; sentir o teu cheiro que se perdeu no ar, mas que ficou em mim... Lembro que era muito bom. Quero esquecer as dores passadas, e no passado deixar tudo. Às feridas abertas...Tentei curá-las, por muito tempo... Não deu certo. Porém, o tempo “milagreiro” tem esse poder, e assim... aprendi a perdoar. Dezoito anos... Sem contar contigo, tampouco, partilhar das alegrias do Natal. Os nossos filhos, não são mais crianças – embora, para mim, sejam eternamente – seguiram rumos diferentes, têm suas vidas independentes e moram fora do país. Recebi presentes, e cartões, expressando desejos de felicidade. Sou daquelas criaturas que amam uma só vez na vida. Há pessoas que fazem de suas vidas um laboratório de amor e dos seus corações tubos de ensaio – estão sempre propensas às novas experiências amorosas. Contento-me com boas lembranças, do que julguei eterno. Depois destes longos anos, de solidão arrumei à casa com esmero. Estás voltando... Decorei tudo de acordo com a época, e preparei a lareira, que está queimando, igual ao meu coração. Nada mudou, sinto a mesma emoção, de quando namorávamos, e na saída, no portão, beijávamo-nos ternamente. Éramos tão jovens... Fomos tão felizes! Do infernal desencontro... Prefiro não mais falar! Chegarás no voo das 23 horas. Espero passar à noite aconchegada em teus braços, no calor da lareira, e feliz... Enfim, sorrir, não mais chorar.

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Natal é presente Por Maria Moreira Neste natal quero um presente! Nada que seja caro ou raro. Uma quimera bem original, Tirada do coração num repente. Quero muito compartilhar alegrias, Na imensidão deste universo. No apagar das estrelas, Para o raiar do novo dia. A meia noite com o badalar do sino Anunciando a chegada do menino, Meu coração se enche de contentamento, Por este presente do ouro, o mais fino!

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O melhor Natal da minha infância Por Maria (Nilza) Campos Lepre

do vinha para a cidade, ficar por horas, e horas, sentado em sua escrivaninha, fazendo contas, e, muitas vezes o peguei com a cabeça entre as mãos, e, com o olhar triste e perdido no espaço.

Estamos nos aproximando da época Mamãe sempre tentava animá-lo com mais festiva do ano cristão, o nascimento frases de conforto, mas, eu notava a grande de Cristo, mas, infelizmente este ano, pa- aflição que ele carregava dentro de si. Na pai esta com sérios problemas financeiros. presença dos filhos, procurava se comportar como sempre fizera. Tudo que plantou e colheu durante este ano, em sua fazenda, não conseguiu A minha maior preocupação era com vender pelos valores merecidos, e, por is- minha irmãzinha caçula, pois, só tinha três so, o prejuízo foi imenso, até o café este aninhos, e, não entenderia o porquê de não ano teve uma queda assustara na sua cota- receber um belo brinquedo do seu querido ção do mercado. Papai Noel. Mamãe, com toda calma, tentou explicar para nós crianças, que este ano, os brinquedos seriam substituídos pela compra de roupas, pois a situação não estava boa para gastos supérfluos.

Os outros já eram mais crescidos e já tiveram o prazer de belos e fartos Natais, regados de alegria e muitos presentes, mas, ela pobrezinha, só agora começava a entender realmente o significado desta festa.

Eu como a mais velha dos filhos, Quanto mais pensava a respeito, mais compreendi imediatamente, a seriedade da meu coração se apertava, tinha que de alguma forma resolver esta situação. situação que eles estavam vivenciando. Num estalo achei como conseguir diAcredito que os mais novos, não entenderam nada do que ela falou, só queri- nheiro para garantir o natal da pequenina. am saber dos presentes que iriam receber Todos os fins de semana, papai apesar do Papai Noel. dos problemas, nos dava uma pequena meEu nesta época já havia completado sada, era o suficiente para irmos assistir a dez anos de idade, mas, sempre me manti- matinê do cinema, e, comprar um pacote ve atenta a tudo que se passava ao meu re- de balas. dor, principalmente sobre assuntos da faMorava conosco uma tia, irmã mais mília. nova de minha mãe. Ela trabalhava de venJá faz algum tempo que percebera a dedora, na sessão de brinquedos, de um imensa tristeza que papai trazia estampada grande magazine de nossa cidade. em seu rosto. (Segue) Costumava, nos fins de semana quanwww.varaldobrasil.com

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Conversei com ela e fiquei sabendo va esperando para voltarmos para casa. que por ser funcionária da loja, conseguiria Não via a hora de terminar o domincomprar brinquedos com um grande abatigo, pois, na segunda feira iria fazer uma mento nos preços. nova visita a minha tia, só que desta vez, Minha cabecinha começou a criar va- começaria a compra das pequenas peças. rias estratégias de como resolver esta situa- Ela acabou se tornando cúmplice neste ção, sem que meus pais percebessem o que meu projeto, era ela que me ajudava na escolha das peças mais baratas. Depois ia até eu estava fazendo. o caixa e comprava em seu nome. Passei a visitar minha tia enquanto ela Durante varias semanas, assim agi, estava trabalhando, pois, só assim poderia verificar os preços dos brinquedos e ver até os dias que antecederam o Natal. Só ai, pedi permissão a uma prima, que morava quais os mais baratinhos. perto de nós, e, consegui montar em sua Para minha sorte, as fábricas haviam casa, usando caixas de sapatos, três cômoacabado de lançar no mercado, produtos dos de uma casa, um era a cozinha, outro o feitos de plástico que seriam vendidos em quarto e o terceiro a sala de jantar. forma de unidade. Consegui achar cadeiSempre tive grande habilidade com as ras, mesas, fogões estantes, camas e outras coisas mais, com as quais poderia montar mãos, e, usando uma tesoura, um pouco de uma casinha de bonecas para minha irmã- cola, folhas de papeis coloridos, e muita imaginação, eu consegui construir os cenázinha. rios, onde iria colocar as peças compradas. Depois de saber o quanto iria custar, Agradeci minha prima e minha tia, passei a parte mais difícil, a de conseguir a verba. Teria que ser muito criativa, pois que acabaram me ajudando na confecção meus pais não poderiam desconfiar do que do presente, coloquei tudo dentro de uma sacola, e, rumei para casa, rezando para eu esta tramando. que ninguém me visse ao entrar, pois, preA partir deste dia, todo o domingo, ao tendia esconder tudo dentro de meu guarda chegarmos ao cinema, comprava os ingres- -roupa. Minhas preces foram ouvidas e tusos, e um o pacote de balas para meus ir- do correu como eu havia planejado. mãozinhos, que eram bem mais novos que Dois dias depois seria véspera de Naeu; esperava que entrassem no cinema, juntamente com seus coleguinhas, e eu fi- tal, e, toda família iria assistir a Missa do cava do lado de fora esperando até que a Galo, teria de achar uma forma de colocar o brinquedo perto do sapatinho de minha sessão acabasse. irmãzinha sem que ninguém percebesse. Eles não perceberam o que eu estava fazendo, porque costumavam se sentar na primeira fileira de cadeiras, e, eu sempre (Segue) ficava mais no fundo em companhia de minhas amigas. Quando saiam, eu já os estawww.varaldobrasil.com

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Chegou o dia, mas antes de partirmos, mamãe como sempre, arrastou uma mesinha, para perto de uma janela, cobriu com uma toalha bordada, e, colocou em cima dela um lindo bolo que havia feito à tarde; era para matar a fome do velhinho Noel, quando passasse por nossa casa. Como em todos os Natais anteriores, colocamos nossos sapatos no parapeito da janela, para que ele ali depositasse algum presente. Voltamos da missa muito tarde, fomos para cama assim que chegamos, pois, este seria o primeiro Natal que não teríamos a ceia. Esperei acordada até que todos dormissem, e, me levantei pé-ante-pé, peguei a sacola, e rumei para a sala a fim de montar os cômodos que havia criado para a pequenina. Estava tão entretida que não percebi a chegada de minha mãe, que também vinha colocar alguns pequenos presentes para seus filhos; quando me viu, compreendeu imediatamente o que estava acontecendo e acabou me ajudando na montagem da casinha.

A minha expectativa era tão grande, que acabei levantando antes de todos, em baixo dos meus sapatos, encontrei um almanaque Tico-tico (Publicação destinada a crianças), e fiquei muito contente, pois adorava essa revista. Próximo ao sapatinho de meus irmãozinhos, dois carrinhos os aguardavam, não eram iguais aos antigos presentes que estavam acostumados a ganhar, mas já era alguma coisa. Olhei para o chão onde havíamos colocado o presente que eu havia conseguido e vi também uma pequena boneca, que certamente vai completar os cenários que criei. Mamãe acordou e foi para a cozinha preparar o café para a família, me desejou Feliz Natal. Fui agradecer o presente recebido, mas, ela me encarou com os olhos rasos de água e disse: - filha eu é que tenho de agradecer a Deus por ter me dado você.

Fiquei sem saber o que falar; senteime a mesa e comecei a tomar o meu lanche. As palavras de mamãe ficaram ribombando dentro de minha cabeça, porque será Ao final do serviço, nos levantamos, que ela havia dito aquilo? (Hoje consigo ficando por alguns momentos paradas uma entender, mas, na época foi um mistério frente a outra somente nos encarando, para mim). quando, sem mais nem menos, ela me Papai acordou e se juntou a nós, me abraçou emocionada. Pairava no ar uma onda mágica de amor e carinho. Não preci- deu um beijo e também desejou Feliz Nasou que disséssemos nada, nem ao menos tal. Meus irmãos também despertaram, e, rapidamente foram até a janela para pegar uma palavra, pois nossos olhares diziam o seu presente, chegaram à cozinha, felitudo que estávamos sentindo. zes, carregando nas mãos os carrinhos que Meu coração transbordava de alegria, Noel havia deixado. fui para cama dormir, ansiosa para que logo chegasse o amanhã, queria ver a reação da pequerrucha quando visse os presentes (Segue) que Noel havia deixado. www.varaldobrasil.com

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Mamãe me avisou que iria trocar a minha irmãzinha para que pudesse vir receber os presentes que Papai Noel havia deixado. A minha aflição era muito grande, queria ver logo, qual seria a sua reação frente ao regalo que eu criei. Sentei-me em uma poltrona que ficava próxima a janela, e esperei a chegada dela. Jamais vou esquecer a sua expressão de espanto e alegria. Seu rostinho se iluminou e um largo sorriso apareceu contaminando de felicidade todo o ambiente a sua volta. Ficou tão encantada, que, demorou em colocar as mãozinhas, nos móveis que montavam a sala, o quarto e a cozinha. Primeiro pegou uma espreguiçadeira que ficava em baixo de um guarda sol, que fazia parte do quintal da pequena casa e correu a mostrar para a mamãe. A felicidade que consegui dar a este pequenino ser, retornou a mim multiplicada em milhões de vezes. Nunca havia sentido nada igual. Só sei que com este meu gesto, o Natal que se prenunciava, triste e sombrio, acabou se transformando no melhor que tive em toda minha vida. Adorei ver a fisionomia de papai e mamãe, um pouco mais desanuviada, pois, o dia que tanto os preocupava acabou sendo muito alegre e feliz, o Espírito Natalino acabou tomando conta de todos nós. Fazer o bem enche os nossos corações de paz e harmonia, e, traz muitas vezes mais alegria a quem dá, do a quem recebe.

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O SEGUNDO PRESÉPIO Por Lóla Prata

Em 1223, oh, ideia feliz... convida Francisco, o menor de Assis: - Amigo, vamos honrá-Lo ? Diz João:- Sim, nossa missão é amá-Lo; a festa de Natal está bem perto, devemos louvá-Lo, é o certo. E o homem de Greccio, espírito nobre, unido na arte ao santo pobre, começa a criar algo singelo; de Belém, a reviver o fato belo do Rei recém-vindo das alturas até nós, tão perdidas criaturas. Escolheram no bosque, um recanto onde exporiam todo o encanto acontecido na gruta-estrebaria que abrigou o filho de José e Maria. Fizeram uma estrela fulgurante, trouxeram boi, burro, palha refrescante e um pequeno berço-manjedoura que acolheria a criança vindoura. Então, na branca noite de Natal surge o primeiro presépio artesanal exaltando a real simplicidade, louvando a pobreza e a humildade. Os astros intensificaram seu brilho na Missa em torno do divino filho e o feliz povo do italiano lugarejo cantava o angelical solfejo: - Aleluia! A Deus, toda a glória pois hoje, se santifica a história... e Paz na Terra aos de Boa-vontade! ... e sorria, na fé, o bom frade.

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Nosso Salvador Por Leandro Martins de Jesus Noite escura em Jerusalém No campo, pastores, ovelhas e o silêncio... Repentinamente, o povo que andava nas trevas Viu uma grande luz Nasceu para nós Jesus! Os pastores veem anjos em coros... Os reis magos, a estrela de Davi... Se achegam todos ao santo lugar Pobre e isolado onde Deus se fez estar Em carne resplandecente Fez-se homem, criança frágil, salvador dos indigentes! Ouro, incenso e mirra... Ao Rei Ao Deus e Redentor! Um filho nos foi dado: nosso Salvador!

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NASCIMENTO DA CRIANÇA ESPERANÇA Por Marly Rondan

NATAL, data mundial de comemoração. É hora de renascer com essa criança, hora de agradecer, hora de adoração. Abandone a tristeza, chame a esperança. O menino nasceu para o amor ensinar. Um pequeno Deus feito homem, é Jesus! Filho de Deus, veio só para nos salvar. Tirar o mundo das trevas... trazer a luz. Ensinou pra nós o amor incondicional. Mas, egoístas que somos, não conseguimos! Sabemos que existe esse amor, que é o ideal. Vamos evoluir para retribuirmos todo amor de Jesus, vamos buscar a luz, renascer com o menino Deus no Natal.

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dade, só veio a falecer anos depois, no carnaval de 1985...

MEU NATAL INESQUECÍVEL

Grande tristeza se apossava da família! A nuvem cobria a todos... Meus olhos choviam tanto, que tive medo de morrer na enchente de minha vida.

Por Mirian Menezes de Oliveira

Caros amigos,

(...)

Se Papai Noel existe, podem ter certeza de que nem sempre aparece convencionalmente. Muitas vezes, assume disfarces diversos, como se humano fosse. E não é?! Pois... foi no natal de 1977... Tinha dez anos na época. Como pode isso? Lembrar-me do natal de 77?! Parece que foi ontem! (Desculpem-me, mas a frase banal faz -se necessária!) Pois foi no natal de 1977, quando, por alguns momentos, pensei que nem teria um natal. Papai estava doente (Ah, que saudades do velho, que nem chegou a envelhecer!)... Estava doente da alma, tamanha era a depressão! Tornou-se um papai noel às avessas: estava magro, olhos fundos, cabelos ralos; só a barba branca aproximava-o do bom velhinho. Arrastava-se pela casa, sem vontade de viver. Eu era muito pequena... não entendia muito dessas coisas... Só sei que doía em mim! Era dor sem tradução: dessas que “fincam” lá dentro e em nós constroem morada. Sabia que havia algo diferente naquele ano... justamente, naquele ano, em que uma colega de escola esclareceu-me, racionalmente, sobre a inexistência de papai noel.

De repente, como num passe de mágica... brechas se abriram nas nuvens... Cinco pessoas (sem face agora!) desceram de um carro bem grande e foram entrando na sala de casa, com caixas de doces, de alimentos, de bebidas e outras coisinhas mais! Três rapazes e duas moças diziam-se colegas de trabalho de papai, mas eu podia jurar que eram papais noéis disfarçados... (Uma delas até alisou meus cabelos, distribuindo-me balas!) Esse natal foi, realmente, inesquecível, principalmente, porque depois de muitos meses, vi meu pai sorrir... e o aspecto daquele sorriso, embora tímido e fraco, assemelhava-se à estrela-guia, que cruzou o céu, antes de Jesus nascer. Natal de 77! Há muito o que lembrar! Graças às emoções vividas, rompi o casulo e virei borboleta, com muita dor! A partir de tudo aquilo, “adolesci”... Hoje, Fênix sinto-me “mutante”... “Adolesci”, amadureci, cresci... Acho até que envelheci! ... Mas a menina de dez anos ainda está em mim, por isso, permitome acreditar em papai noel. FELIZ NATAL! QUE DEUS OS ABENÇOE!

Duplo sofrimento! Papai Noel não existia e papai também parecia não mais existir... Estava sumindo nas nuvens. Quase não sentia mais sua presença! Mamãe permanecia calada... Seu sofrimento era embutido. Não haveria festa alguma! Com a ausência de papai noel, a despensa tornou-se minguada... a escassez tomou conta de tudo e somente os brinquedos dariam ao natal... um toque de natal! (Foram comprados com antecedência... antes da grande nuvem residir sobre nossa casa!) Morríamos com meu pai, que, na verwww.varaldobrasil.com

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AGENDA DO VARAL ∗

Abertas as inscrições para o III Prêmio Varal do Brasil de Literatura a partir de 1o de dezembro.

Até fim de novembro estamos recebendo textos para o Concurso da Orelha e da Capa do livro Varal Antológico 5. Também fotos e artes para o Concurso da Capa do mesmo livro.

Até fim de dezembro estamos recebendo textos para o livro Varal Antológico 5.

Até 10 de dezembro estamos recebendo textos para a edição de janeiro da revista Varal que trará tema livre.

Inscrições para o Salão do Livro de Genebra estão abertas (para autografar e para enviar livros).

Até 25 de janeiro estaremos recebendo textos para a edição de março da revista Varal que terá a Mulher como tema.

Está sempre aberto o espaço no blog do Varal para divulgação de seus textos, sua arte, seus convites e eventos culturais. Toda informação: varaldobrasil@gmail.com

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Tributo a Minha Avó Por Nilda Dias Tavares Elegante e orgulhosa nos seus sessenta anos, com a sua inseparável bengala preta com castão prateado, minha avó Ana parecia uma figura saída de algum castelo francês, das histórias que eu lia quando menina. Seus cabelos totalmente brancos estavam sempre impecavelmente arrumados e presos por uma travessa de prata, presente do vovô Paulo. Seus olhos verdes, grandes como duas esmeraldas, teimavam sempre em revelar as emoções que vovó queria esconder. Suas roupas sóbrias e elegantes inspiravam respeito e admiração a todos que a conheciam. Era uma mulher forte que sofrera perdas terríveis, mas mantendo-se firme como uma rocha, mantinha a família unida. Muito cedo aprendi com meus pais a admirar e amar vovó Ana. Meu pai era um professor alegre e carismático. Criado em um orfanato sem conhecer seus pais, apaixonou-se imediatamente pelo carinho de vovó Ana. Ele costumava brincar com minha mãe dizendo: -Só me casei com você pra ficar com “mãe Ana. Em 1959, com catorze anos, perdi meus pais em um acidente de automóvel e vim para esta casa morar com vovó Ana. Ela era mãe da minha mãe e sofreu tanto quanto eu a morte dos meus pais, a quem ela amava profundamente e perdeu tão prematuramente. Eu nunca tinha visto vovó chorar, mas seus olhos eram a testemunha muda da dor que ela escondia. A princípio, unidas pela dor, nos amparamos uma na outra, mas, com o passar dos dias os conflitos de gerações afloraram inevitável e fortemente. Vovó Ana tinha ideias pré-concebidas sobre quase tudo, incluindo bailes, minissaias, “Rock and Roll” e namorados. Como era de se esperar, rebelei-me. Quando vovó me comprava roupas comportadas, eu usava mini-saias ou jeans. Quando me proibia de usar maquiagem, eu levava tudo na bolsa e usava no banheiro da escola. Fazia pirraças todo o tempo, queria mostrar que era adulta e ninguém devia me controlar. Queria liberdade.

Tenho certeza, que naquela época eu transformei a vida de vovó Ana num verdadeiro furacão. Mas, as coisas foram se ajeitando com o passar do tempo e com a paciência e o carinho da minha avó, eu aprendi a ceder de vez em quando para manter a nossa paz. Ela cedeu muitas vezes também. Vovó Ana era uma pessoa séria, mas atenciosa e bondosa e eu só a via rir com vontade, junto aos netos. Não era uma pessoa fria, pois cercava de amor toda a família. Ajudava inúmeras obras assistenciais, mas, não permitia que comentássemos com ninguém. Aos dezesseis anos, no Natal de 1961, eu queria dar a minha avó um presente todo especial, algo que falasse do meu amor, do quanto ela me havia ajudado a superar a perda dos meus pais e também pedir perdão por todas as vezes que eu fiz uma verdadeira revolução em sua vida. Encontrei num antiquário o caderno mais lindo que eu já tinha visto! Na capa havia um camafeu de madrepérola e em volta, violetas pequeninas adornavam toda a capa. Escrevi no caderno todas as palavras que eu não disse, todas as desculpas que eu não pedi e todo o amor e gratidão que eu sentia. Colei fotos antigas comigo, vovó e meus pais, coloquei uma rosa entre as páginas e assinei meu nome: Mariana! Depois, botei tudo em uma linda caixa desenhada com rosas amarelas e amarrei com um grande laço de fita branca. Ficou lindo! O dia 24 de dezembro começou com a chegada dos meus tios e primos e a alegria contagiando a todos. O espírito do Natal pairava no ar! Enquanto vovó e as tias cuidavam da preparação da ceia, meus tios arrumavam o quintal e o jardim com mil lâmpadas que piscavam alegremente. Eu, minhas quatro primas e dois primos, enfeitávamos com bolas coloridas a árvore de Natal, arrumávamos os presentes e a decoração da casa. Parecíamos formigas agitadas cuidando de um formigueiro. A noite chegou e todos elegantemente vestidos, nos sentamos à mesa. Como sempre fazíamos, demo-nos nossas mãos e fizemos uma oração de agradecimento a Deus, por estarmos juntos e por todas as bênçãos recebidas. (Segue)

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Fechei os olhos e pedi a Deus, que meus pais estivessem em um lugar bem bonito, de preferência, que tivesse um balanço em um jardim, como o que tínhamos em nossa casa. A ceia transcorreu animada e alegre e quando terminamos, fizemos a tradicional troca de presentes. Recebi muitos presentes e também dei presentes para todos, mas deixei de propósito o da minha avó por último. Como que adivinhando, vovó também deixou o meu presente por último. Abraçou-me fortemente, depois abriu a delicada caixa que eu lhe havia dado. Vovó Ana olhou o caderno com um brilho intenso nos olhos verdes, pediu licença e retirou-se para o quarto. Eu sabia que ela queria ter as suas emoções sem que ninguém visse. Só então abri o presente de vovó Ana e com grande surpresa, vi que era um caderno antigo, com a foto de uma jovem muito parecida com a minha mãe, mas, não podia ser minha mãe, pois seus olhos eram verdes e os da minha mãe eram castanhos, como os meus. Estava trancado. Tinha uma fechadura dourada e no cantinho, havia uma corrente com uma chave, também douradas. Era um diário. O diário de vovó Ana. A jovem linda na capa era a vovó bem mocinha. A emoção tomou conta de todos naquela sala. Meus tios enxugaram as lágrimas disfarçadamente ao perceber a falta que minha mãe fazia naquele momento. A alegria e espontaneidade da minha mãe, sempre brincando, sempre de bom-humor, nos fazia imensa falta! Todos, compreendemos que aquele diário seria dela, se estivesse viva. A saudade nos envolveu a todos naquele instante! Fiquei assustada e confusa: eu não merecia aquele diário! Não havia feito nada para merecê-lo. Corri para o meu quarto carregando aquele tesouro que vovó Ana havia guardado por tanto tempo e comecei a folhear aquelas páginas amareladas pelo passar dos anos. Meu coração batia descompassado e a emoção fazia minhas mãos tremerem! O diário começava pelo dia 4 de fevereiro de 1915. Vovó comemorava 15 anos. Ali, naquelas páginas, estavam registradas todas as dúvidas, mágoas, vaidades e rebeldias de uma adolescente, que como toda adolescente, pensava ser o centro do universo.

Ali estava também a jovem grávida que se entregara ao amor sem reservas e viu seu amado partir e partir também seu coração. Ali estava o casamento com um jovem oficial do exército, que assumiu a paternidade da minha mãe e por amor a minha avó nunca deixou que ninguém soubesse a verdade. Vovô Paulo foi o homem mais amoroso que eu conheci e naquele momento, eu descobri que ele era também o maior coração do mundo. Ali estava toda a carga emocional que a jovem Ana sofrera. Vovó Ana guardou aquele segredo por toda vida. Ali estavam também registrados todos os momentos felizes: o nascimento de cada um dos filhos e netos. Todos os Natais, aniversários, e todas as reuniões tão felizes em família que vovó tanto apreciava. Estava também toda a dor. A traição do homem que amara, a morte dos seus pais, a morte da minha mãe, que morreu sem conhecer a verdade sobre o seu nascimento. A morte do vovô Paulo. Vovó Ana e vovô Paulo tiveram mais três filhos e todos tiveram o mesmo amor. Eles eram para mim o modelo de casal, sempre carinhosos e atenciosos um com o outro e com a família toda. Viveram felizes por 40 anos, quando um câncer levou vovô Paulo. Ali estava toda a dor e o desespero da perda do companheiro a quem ela amara por 40 anos. Ali estavam as lágrimas que vovó nunca deixou que ninguém visse. Mas ali estava também, toda a alegria e esperança que ela depositava na minha vinda para esta casa. A neta que ela amava e que compensaria a falta da filha que o destino lhe tirou. Lendo aquele diário, compreendi que eu não precisava dizer o quanto eu a amava e nem pedir perdão: Ela sabia. Ela compreendia. Ela havia sido uma jovem como eu. Seus cuidados às vezes exagerados eram para me proteger. Não queria que eu sofresse. Passei a noite acordada lendo aquele diário. Eu estava fascinada pela verdadeira história da minha avó. Como vovó poderia adivinhar que a filha que tanto amava, partiria antes de receber o seu diário? (Segue)

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Cada linha foi escrita para ela. Era para minha mãe que vovó havia guardado todos aqueles sentimentos. Todas as lágrimas ali guardadas. Eram para minha mãe, todas as emoções contidas naquelas páginas. E que orgulho eu sentia por tê-las recebido! Eu sempre amei a minha avó, mas naquele momento eu a compreendia muito mais. Era como se de repente, minha avó tivesse deixado de ser santa e se transformado em ser humano. Em uma simples mulher: pecado e virtude. Quando o dia amanheceu, arrumei-me e fui para a sala. Aos poucos a família foi se preparando para o café e eu estava impaciente, queria abraçar minha avó, dizer-lhe tantas coisas.

Em algumas ocasiões eu me olho ao espelho e vejo refletida a imagem da vovó Ana, de olhos castanhos... Aí, me lembro que sou eu, dentro do espelho. Em datas especiais, eu sinto a presença dela junto a mim, sinto seu perfume de alfazema e sei que ela está comigo. Até breve, vovó Ana, eu já estou indo.

Fui até seu quarto e vovó estava sentada em frente ao espelho, seus cabelos completamente brancos, delicadamente penteados contrastando com os seus enormes olhos verdes. Estava linda, como sempre! Não precisamos dizer nada. Só nos abraçamos com força, contendo as lágrimas que queriam cair... Tudo foi dito naquele abraço. O Natal passou, outros Natais vieram e se foram. E os anos se sucederam. Vovó Ana e eu vivemos juntas, dividindo todos os momentos. Quando eu me formei, vovó Ana estava lá. Quando me casei, vovó Ana estava no altar, maravilhosa em seu vestido longo. A cada tropeço do meu caminho, era para vovó Ana que eu corria. Eram os seus conselhos que me guiavam. Vovó Ana nos deixou em 1972, aos 72 anos. Morreu dormindo, calma e serena como sempre viveu. Nunca falamos sobre os nossos presentes no Natal de 1961... Não foi preciso. Os Natais nunca mais foram os mesmos e a família aos poucos, foi se distanciando. Restaram as lembranças que moram nesta casa até hoje. Guardei o segredo de vovó Ana, enquanto meus tios viveram... Não queria que julgassem minha avó por não ter lhes contado o seu segredo. Este ano farei 60 anos e percebi que o meu tempo está se esgotando. Por isso, resolvi escrever a história de vovó Ana, como um tributo a uma mulher que foi para mim, um exemplo de coragem, amor, fé, bondade e integridade. www.varaldobrasil.com

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É Natal Por Nilda Dias Tavares É Natal... O Amor aflorando Nos corações que seguem acreditando, Num mundo de paz e solidariedade. É noite de sonho, de festa e poesia, São momentos de intensas alegrias, Quando o ar impregna-se de musicalidade. É quando Jesus abençoa do céu, As crianças que vêm no Papai Noel, Um representante de Nosso Senhor. E a paz que transborda dos corações, Transforma o mundo com doces canções... Comemora o nascer do próprio amor. E no ar há um perfume sutil de amor Renovando as bênçãos de Nosso Senhor Iluminando a Terra com Sua Luz. E ouve-se então a canção do além, Quando os Anjos de Deus pronunciam: Amém! É aniversário do próprio Jesus.

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Aldravia ao pescador Por Oliveira Caruso pescador paciência para conseguir seu fruto

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Pequeno Conto de Natal sincero

Por Otacílio Monteiro

Dizem os antigos, mesmo sem saber que o dizem, que em qualquer cantinho desse mundão de Deus, seja nos fundões de Minas, no Saara ou em Paris, costuma cruzar o céu, a qualquer hora do dia, uma estrela sorridente. Não são todos que a veem. Isso pede pureza d'alma, coisa que não se aprende, não se compra e nem se aluga. Uma dica aos desapercebidos: Quando nasce uma paixão, um amor ou amizade, é que brilha a tal estrela. Assim dizem os antigos, das mais diferentes formas.

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HISTÓRIAS QUE APRENDEMOS SOBRE O NATAL Por Loreni Fernandes Gutierrez

Comemorado na antiguidade em datas diferentes, por não se saber com exatidão a data do nascimento de Cristo, somente no século IV é que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma antiga o início do inverno era comemorado no dia 25 de dezembro. Acredita-se aí numa relação com a oficialização do Natal. Contam que as antigas comemorações do Natal duravam até 12 dias, tempo em que os três Reis Magos, guiados por uma estrela, chegaram a Belém para presentear Jesus. Árvores de Natal e outras decorações natalinas são montadas no início de dezembro e desmontadas em 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (simbolicamente é como se se desfizesse os indícios do nascimento de Cristo, para que os soldados de Herodes não o encontrassem). No Brasil já se montam enfeites natalinos no início de novembro, como fazem muitos europeus. O que vale é o espírito natalino de cada um! Cronologicamente, o Natal é uma data importante para o Ocidente, marcando o ano 1 da nossa história. Diz a lenda que quando Cristo nasceu, todas as árvores lhe deram presentes. Apenas o pinheiro nada tinha para oferecer. Então as estrelas do céu, solidárias, colocaram em cada galho do pinheiro estrelinhas miúdas e brilhantes: Foi o mais lindo presente que o menino Jesus recebeu. Ainda, segundo a lenda, o pinheiro, única árvore que permanece verde sob a neve, foi escolhido como símbolo do natal em decorrência de sua forma triangular, representando a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Noticiam que a primeira árvore de Natal foi montada por Martinho Lutero, na Alemanha, em 1530. Caminhando numa noite pela floresta, ele ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa, utilizando algodão, figuras de estrelas e velas acesas para mostrar à família a cena que presenciara na floresta. E a tradição da árvore de Natal foi se expandindo. No Brasil, país de maio-

ria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares. Além da beleza da decoração, simbolizam alegria, paz e esperança. O presépio também é uma importante decoração natalina, simbolizando o nascimento de Cristo, numa manjedoura. Segundo contam, cabe a São Francisco de Assis a tradição de montar presépios. Músicas natalinas, singelas, complementam o evento. Origem e tradição de Papai Noel. Dizem que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu em Patara, Ásia Menor (atual Turquia), no ano 280 d.C. Bondoso, ajudava as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas de ouro próximos às chaminés das casas. Foi canonizado pela Igreja Católica, após relatos de milagres a ele atribuídos. Em meados do século XIII, a comemoração do dia de São Nicolau passou a ser em 06 de dezembro, data de seu falecimento e sua figura a ser relacionada com as crianças, para as quais deixava presentes. Foi a contrarreforma católica que transferiu o dia da entrega dos presentes para o dia de Natal, em homenagem a Jesus. Mas, em alguns países da Europa ainda se comemora, com a entrega de presentes, o dia de São Nicolau. Dizem que a associação da imagem de São Nicolau ao Natal teve início na Alemanha, espalhando-se depois pelo mundo. No Brasil recebe o nome de Papai Noel; Estados Unidos, Santa Claus e, em Portugal, Pai Natal. Até o final do século XIX, Papai Noel era representado com uma roupa de inverno, marrom. Em 1881, graças a uma campanha publicitária da Coca-cola, o bom velhinho passou a ser visto com roupa de inverno nas cores vermelha e branca (cores do refrigerante) e, na cabeça, um gorro vermelho com pompom branco. E assim o vemos por aí... Impressionante como nos tornamos melhores na época do Natal, quando aflora, em nossos corações, a criança que ainda acredita em Papai Noel. Não importa quem somos, de onde viemos ou para onde vamos - todo final de ano nos contagiamos com a aura de fraternidade que, rememorando o nascimento de Cristo, se faz presente em nós. Quem sabe um dia ela nos contagie para sempre! Imprescindível, apenas, que não nos esqueçamos do aniversariante deste dia!

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Carta de um velho amigo Lisboa, 30 de Dezembro de 2013

Amigo Tempo, Espero que esta missiva te encontre bem disposto e de boa saúde! Deves estar a pensar há quantas luas não falas comigo, ora eu não te sei responder pois a memória já me falha mas como ainda sei escrever qualquer coisita, aqui te dedico estas letras embora reumáticas e cansadas. Andas por aí, a passear nas curvas da aurora, a espreitar pelas esquinas, a lançar-me pragas por que ainda cá ando mas não páras para me cumprimentar, nem para me dizer onde vais, nem por quê, pelo quê, sem mais quê. Ontem adormeci no banco do jardim e ninguém me acordou quando caí adormecido. Nesta altura não há cidade, só silêncio e chuva. Passaste por mim e não me disseste que estava a cair, sem destino num sono profundo a seguir à refeição esquecida. Despertei sem me conseguir levantar sozinho e felizmente lá apareceu o Fortunato que me pegou como pôde, também ele coxo, trôpego e artrítico mas com bom aparato sempre alguém repara e uma senhora simpática lá se dispôs para pegar nos dois velhos tontos e colocá-los no seu lugar. Bem te vi ali, claramente a rires-te na minha cara, a mostrar-me o quadro da minha infância, a correr pelos campos atrás dos animais cheio de vigor e de uma força que não se sente no músculo, que não se sabe se é pouca, se muita, se sem medida, que apenas está lá na celeridade da vida! Pois bem, dizem que se passou o Natal e é hora de renovar votos para o novo ano. Que me dizes tu disso? Sabes bem que foste inventado para nos guiarmos e não cairmos das balizas da convenção para fora, vá-se lá o homem desorientar!... E agora, que planeias para o novo ano? Não haja dúvida, estás velho, camarada, e eu, cá por mim, ainda não tenho votos para imaginar. Pensei que escrever a carta me ajudasse a desvendá-los. Queres dar uma ajudinha? Leva-me ou mantém-me mas caso queiras responder a esta carta, fá-lo só em 2014, que eu vou celebrar noutra dimensão ou no centro de dia!

Sempre teu, Um velho amigo

Por Paula Alves

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Natal 2014

Estimado amigo,

Espero que esta resposta não te encontre desiludido com tamanho atraso. Há um ano escrevias ao teu amigo Tempo e, ele, pouco amigo, só hoje consegue “pôr a escrita em dia”. Cedi às pressões do mundo e como tal andei veloz nas encostas da pressa e da distração. Não me preocupei em saber se a tua saúde te folga, não me sentei no banco de jardim contigo e com o Fortunato e não disse à senhora que passava que eu ficaria contigo a jogar mais uma mão de sueca. Lamento e não peço desculpa por que não a tenho. Venho apenas comunicar-te que, no entanto, não me esqueço, aqui me sento, aqui te escutaria. Hoje, nesta data marcada pelos homens, sei que tens o gosto de não estar no jardim. Nasceu-te um neto e tu celebras de joelhos no chão a brincar com ele sob os sorrisos da família. Folgo em saber que, hoje, estarás tu distraído e não terás tempo para me ler. Folgo em saber que hoje sou eu esquecido. Votos de um preenchido Ano Novo.

O teu amigo Tempo

Por Paula Alves

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Ingredientes Rende: 1 bolo •

200 g de tâmaras cortadas em tiras

50 g de nozes picadas

50 g de amêndoas em lascas

50 g de damasco cortado em tiras

3 colheres (sopa) de rum

120 g de manteiga

200 g de açúcar

1 pitada de sal

3 ovos

350 g de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

1 xícara de leite

Cobertura

500 g de creme de leite fresco

3 colheres (sopa) de açúcar

300 g de frutas cristalizadas picadas

Modo de preparo Preparo:30mins › Cozimento: 1hora › Pronto em:1hora30mins 1. Coloque os frutos secos para macerar no rum e pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC). 2. Numa tigela, bata a manteiga com o açúcar, uma pitada de sal e os ovos, até virar um creme esbranquiçado. Acrescente os frutos já macerados. Reserve.

3. Peneire a farinha com o fermento e junte à mistura de ovos, alternando com o leite. Misture e mexa até formar uma massa homogênea.

4. Unte e enfarinhe uma forma de 25 a 30 cm de diâmetro e despeje a massa nela. Leve para assar por cerca de uma hora ou até um palito espetado no bolo sair limpo. 5. Cobertura. Bata o creme de leite com o açúcar, até virar um chantilly. Cubra o bolo com esse chantilly e distribua as frutas cristalizadas picadas por cima.

BOLO DE NATAL Fonte: h&p://allrecipes.com.br/

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Dezembro Por Nato Matos Noite. Veem-se luzes, Agarram-se esvoaçantes sentimentos, Tem-se invólucros coloridos, Amores ocultos presentes, ou solitários. Luzidios natais. Dezembro.

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Em Busca da Paz Por Regina Mércia Sene Soares Nossa paz cresce pela vida! Se continuarmos a restaurar as nossas forças É o balsamo dos corações aflitos Onde o amor procura a caricia! Das benditas horas de saudades Revendo as imagens dos segredos Que estão em nossas entranhas... Onde o desencontro espera que a vida! Ofereça esperança e nos leve Por uma estrada a caminho da luz Bendita seja essa luz! A estrada que caminhamos Para encontrá-la esta guardada Num recanto distante... Escondendo-se com carinho O vislumbre de um sagrado amor No qual as palavras são sublimes E se perderam no tempo! Em busca da luz... Que protege os segredos Mais puros e preciosos Que traz a paz! A ressurreição e a vida Que bate a nossa porta Trazendo a alegria De Jesus Salvador! Porque é Natal! Regina Régia

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Feliz Natal Por Regina Mércia Sene Soares Que o verdadeiro sentimento De Natal toque nossos corações Nossas vidas e que nossos Corações pulsem no mesmo Ritmo de nossa vida diária Neste Natal devemos colocar Mais um tijolinho na construção De nossa vida e devemos pedir Ao Menino Jesus que nos dê Esperança, Amor, Fraternidade E que faça este mundo melhor Para que possamos realizar todos Os sonhos de nossa vida e que Procuremos viver sempre com Alegria de termos sempre Ao nosso lado o nosso Querido Jesus!!!

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Uma Janela Nada Virtual

tombos que levei em romances em vão. Optei por curar as feridas do coração, e se surgisse alguém

Por Rovana Chaves

legal, até tentaria encarar, afinal de contas, sempre pode acontecer o inesperado, não é?

Semana que antecede o Natal, e lá esta-

E assim foi... Estávamos nos abraçando e

va eu. Mais uma vez de mudanças. Trocar de lu-

desejando Feliz Natal, quando de repente por so-

gar onde morar já não é algo tão estranho assim

bre o ombro de minha mãe, olho diretamente para

pra mim. Isso acontece sempre desde quando de-

a janela de um prédio que fica a cerca de cinco

cidi sair da pequena cidade do interior onde mo-

metros de distância de onde eu moro. Vejo uma

rei, denominada de Porto Feliz, para a Capital.

mulher encantadora, de sorriso doce, expressões

Essa mudança aconteceu em virtude de mercado

calmas que denotavam a ideia de alguém muito

de trabalho.

carinhosa, sorridente e simplesmente incrível.

Sou formado em Ciências da Computação, inclu-

Sabe aquele negócio de amor a primeira vista?

sive fiz especialização na área. E sabe como é,

Bem, não seria exatamente isso que aconteceu

este campo profissional encara algumas dificulda-

comigo, mas foi algo parecido. Afinal de contas,

des em cidades muito pequenas. Já em maiores,

ela nem sabia que eu existia.

as chances de se chegar a uma estabilidade são

A partir daquela noite, procurei de todas

melhores. Pois bem... Uma semana antes do Natal

as maneiras saber mais dela. Detalhe: pela janela

deste ano, estou eu ocupando um novo aparta-

do apartamento. Percebi que ela gosta muito de

mento. Confesso a você que gostei do bairro. É

cores alegres, já que sua sala é pintada em tons

um lugar calmo, e isso me traz doces lembranças

neutros, mas a decoração basicamente é lilás, em

de minha infância, e por que não dizer de minha

vários tons, e branca. Cheguei a fazer mímicas

adolescência também. Moro no terceiro andar.

para ver se chamava a sua atenção pela janela,

Pelas janelas da minha mais nova morada, posso

mas o que consegui foi fazer a senhora de cerca

ver várias paisagens, lugares muito bonitos mes-

de uns setenta anos de idade – sua vizinha – mor-

mo que sejam ao longe. E a visão de maior proxi-

rer de rir e ficar sem entender nada sobre meus

midade que tenho é a de uma pequena praça, e de

gestos. Fiz novas tentativas. Pensei sobre as jane-

vários prédios lado a lado. Meus familiares decidiram vir até minha nova

las virtuais que são mais familiares para mim.

casa para fazermos a ceia de Natal, já que se tor-

Tentar algo por meio delas. Mas, não encontrei

naria muito difícil eu ir até lá, em virtude de eu

muitas opções, pois sequer sabia o nome da mo-

estar montando e reorganizando meu novo lar. E

ça! Confesso a você que eu estava sentindo uma

é exatamente na noite de Natal que o que havia de

imensa dificuldade em lidar com essas janelas

mais mágico aconteceu: Eu me apaixonei.

reais... Talvez mais até do que as digitais. Outra

Havia já alguns anos que este homem de

foi colocar um cartaz na minha janela pedindo

vinte e nove anos não se apaixonava. Tudo bem...

para que a moça morena do terceiro andar entras-

O motivo você pode achar que é sempre o mes-

se em contato, me escrevendo um e-mail.

mo, mas resolvi me fechar um pouco, devido aos

(Segue)

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Mas... de nada adiantou. Colei pelo lado de fora, por ele ser maior do que a proporção da

- Sim, de fato moro neste Edifício. Você mora onde?

minha janela, mas choveu. Resultado: o cartaz

- Moro no Prédio Orquídea. Sabe qual é?

molhou e caiu.

- Sei sim, claro! Afinal de contas ele tem o

Outra tentativa foi atirar um bilhete com

nome da minha flor favorita. Mas, pode levar o

bodoque. Mas... não chegou nem perto. Pois o

livro de Florbela, eu levarei outro exemplar nou-

vento levava para longe. Já cansado de insistir,

tra oportunidade. Eu venho buscando há tempos

pensei em fazer plantão na frente do seu prédio.

este exemplar, pois sou uma leitora nata de suas

Mas dei azar, porque naquele final de semana ela

produções.

não apareceu: talvez tenha ido viajar.

- Sem problemas, pode ficar com ele.

Quando tudo parecia perdido, e eu já não

Também aprecio muito suas escritas, é uma das

tinha mais nem a cozinha abastecida, pois minhas

poucas escritoras que leio. Eu não sabia que você

concentrações oscilavam entre entrar em contato

gostava tanto assim de ler, pois geralmente quan-

com ela e meu trabalho, percebi que não tinha ab-

do a vejo, está entretida nas janelas do computa-

solutamente nada para matar a fome, e então, fui

dor, ou ainda com o olhar vago para a paisagem...

ao mercado. Chegando lá, após encher a cesta

Naquele momento ela ficou quieta. Acre-

com os alimentos que me faltavam, fui até a ses-

dito eu, que pensando sobre como eu sabia de

são de livros. Encontrei um livro de poemas da

seus hábitos, e como eu sabia que ela ficava va-

autora Florbela Espanca, o qual há tempos eu pro-

gando pelas janelas virtuais ou pela janela de seu

curava e não achava. E no exato momento em que

apartamento. Foi então que ela disse:

pego o exemplar, uma mão feminina também pega-o. Adivinha quem era? A vizinha!!

- Mas, como você sabe que eu faço isso? Moro sozinha, e nunca percebi alguém me obser-

Naquele instante eu já não sabia mais o

vando assim ...

que fazer, se pegava o livro, se a deixava pegar, se

- Me desculpe linda moça, mas desde a

pronunciava pelo menos um "oi", ou algo do gê-

noite de Natal fiquei absolutamente encantado por

nero. Fiquei em estado de choque. O momento

você. A partir daquele momento mágico, tentei de

parou para mim, afinal de contas eu estava diante

várias maneiras chamar sua atenção para poder-

da moça pela qual meu coração bateu mais forte,

mos entrar em contato. Inclusive saí na segunda

mesmo que estivéssemos separados por alguns

noite após o natal, pelas janelas virtuais pergun-

metros de distância, podendo observá-la por este

tando em chats se alguém era minha vizinha, que

tempo todo somente pela janela.

naquela dada noite estaria vestindo uma blusa

Mais do que depressa, deixei que ela pe-

branca. Mas todas as tentativas foram em vão.

gasse o livro, e palavras gaguejadas soltaram-se

Fico muito feliz de poder falar com você aqui,

com dificuldade:

pessoalmente. Neste momento tão inesperado.

- Olá, como vai? Meu nome é Eduardo.

Os olhos castanhos e grandes daquela lin-

Sou seu vizinho de prédio. Você também mora no

da moça de pele alva como a lua ficaram ainda

terceiro andar, mas no Edifício Escala, certo?

mais brilhantes. Ela sorriu, pegou o exemplar de

Inacreditável... Mas ela estava olhando para mim. Abriu um sorriso delicado e respondeu:

Florbela e disse: (Segue)

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- Eu não sabia que eu tinha um admirador com tamanho empenho! Quem sabe então, possamos nos conhecer melhor, e apreciar a leitura deste exemplar, juntos? Fiquei mais uma vez sem ação, mas sem pensar duas vezes, é claro que aceitei o convite. E foi só quando ela já estava saindo do supermercado, que me dei por conta que devia perguntar o seu nome, depois de ter me declarado sobre meu sentimento. Foi então que ela virou-se, delicadamente, com os cabelos soltos balançando pelo ar e disse: - Sarah! Nome delicado, simples, tendo como um dos significados ser envolvente. De fato, ela fazia jus ao nome, já que mesmo sem ter trocado uma palavra sequer com ela até aquele momento, eu já estava envolvido por ela. É... E quem diria que eu estaria aqui hoje tentando mais uma vez um relacionamento. Todo esperançoso, com o coração apaixonado e radiante como se eu fosse um adolescente em contato com seu primeiro amor! Ora ora ora... sempre há tempo para tudo. Sempre há tempo para tentar outra vez seguir um caminho que complete ainda mais a felicidade que carregamos dentro de nós mesmos.

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Natal Por Silvio Parise Todo cristão sabe que o Natal é uma festa sagrada e, contanto, sendo assim, indiferentes à grana, festejam sem pensar em poupança devido a grande fé que têm no Senhor. Portanto, graciosamente, anualmente festejam o nascimento do filho de Deus com presentes, jantares e orações praticadas dentro e fora das igrejas, Natal das eternas consagrações, como também felicitações, festa cujo amor e paz revela-nos sua profunda beleza e grandeza.

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NOITE ILUMINADA

Por Simone Pessoa

Noite. Nos arredores do shopping center, José pernoita na surrada esteira de papelão, que um dia embalou um eletrodoméstico, ofuscado pela chuva de estrelas que reluz nas árvores circunvizinhas e evidencia o buraco negro da exclusão. O ruge-ruge frenético dos transeuntes carregados de sacolas cheias de presentes e o som contínuo de canções natalinas que ecoam das lojas acalentam o sono daquele mendigo. Sonhou que era um cidadão bem apessoado. Barba e cabelo cortados, vestia calça e camisa bem passadas e calçava tênis da moda, um desses com amortecedores. Dirigia um automóvel vermelho lustroso, ao lado da mulher: uma loura exuberante. Ao chegar em casa, foi recebido com entusiasmo pelos filhos bem nutridos. Antes da ceia farta, a família unida pôs-se a montar a árvore de natal que se erguia até o teto. Porém, no instante de acionar o pisca-pisca para ver o brilho da árvore, foi acordado bruscamente pelo foco da lanterna de um segurança que fazia a ronda naquele quarteirão e ordenava sua saída. A menos de uma quadra dali, outro José chegava em seu apartamento numa extravagante camioneta de luxo (com tração nas quatro rodas, que nunca utilizou). Não foi recebido pela mulher, que por essas horas acotovelava-se fanática nas catedrais do consumo ultimando as compras para as festas de final de ano. Já os filhos, nem perceberam a chegada do pai por estarem entorpecidos em seus mundos virtuais. Improvisou um sanduíche duplo e tomou um refrigerante para incrementar seu sobrepeso na sala de jantar, onde uma árvore de natal jazia esquecida no fundo do baú. Em seguida, do alto do seu vigésimo andar, apreciou o mar de luzes que se estendiam sob a varanda. Enquanto isso, seu marginalizado xará – refugo social - vagueava pela cidade buscando um lugar à sombra da noite iluminada. Finalmente encontrou sossego na penumbra de um estacionamento deserto onde só ouvia o ronco de seu estômago vazio. Contemplando o firmamento sem estrelas, aquietou-se e voltou a adormecer, dessa vez, sem sonho algum.

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Cinco Anos de Varal

Por Sonia Nogueira

Varal é uma corda estendida, esticada, que acomoda em seu percurso centenas de cordéis abraçando letras divulgando arte. É assim o Varal do Brasil, fundado pela brasileira, residente em Genebra, Suíça, Jacqueline Aisenman. Inventou de divulgar a Literatura sem Frescura, mas de um frescor contagiante, que provoca cada escritor a postar seus textos, pendurados no varal virtual. Cinco anos faz o Varal, revista Online. Mãos artesãs e sequiosas das palavras digitam com sabedoria, verso e prosa, que voam num clique para além-fronteiras. Arte e literatura, sedentas de um olhar apaixonado para saborear cada fragmento da mente silenciosa, oculta na palavra ou tela. A palavra, essa força universal, criou asas no mundo virtual. Um clique substitui a longevidade do transporte aéreo ou terrestre, contudo, sem intenção de isolar o livro, mas com segundas e terceiras intenções de acelerar informações, criar hábito de leitura, alimentar a mente, fomentar informações e sabedoria. Cinco natais atravessou o Varal do Brasil. Cada escritor descreve esta data natalina na esperança de recomeçar, reconciliar o amor, treinar o perdão, falar de Jesus. O mundo reverencia a história e perpetua o criador e junto o Varal segue no decorrer de cada ano até o limite que será infinito, visto que a palavra, a maior invenção do século, siga rumos longínquos, porque foi inventada para ser eterna como a vida. Feliz natal.

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O VARAL DO BRASIL AGRADECE A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS AUTORES DESTA EDIÇÃO E DE TODAS AS EDIÇÕES REALIZADAS DESDE NOVEMBRO DE 2009! É VOCÊ, QUE ESCREVE COM O SEU CORAÇÃO QUE TRANSFORMA NOSSA REVISTA EM ALGO ESPECIAL DENTRO DA LITERATURA BRASILEIRA E PORTUGUESA. VOCÊ, COM SUAS EMOÇÕES, PINTA O MUNDO COM AS CORES DAS EMOÇÕES E FAZ DELE UM LUGAR

III PRÊMIO VARAL DO BRASIL DE LITERATURA 2015! Venha participar!

MELHOR PARA SE

Peça o regulamento através de nosso e-mail

VIVER! OBRIGADA!

varaldobrasil@gmail.com Ou leia em nosso site: www.varaldobrasil.com

FELIZ NATAL, FELIZ 2015! Inscrições abertas a partir de 1o de dezembro! Textos infantis Contos, crônicas e poemas! Venha!

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TORTA DE AMEIXA COM RECHEIO DE NOZES Receita enviada por Thereza Toscano 2 xícaras de açúcar 2 xícaras de farinha de trigo 2ovos 2 colheres de sopa de fermento 1 xícara ou uma lata pequena de ameixas pretas picadas 1 colher de chá de baunilha 100 g de manteiga ou margarina 1 xícara de água fervente Bater a manteiga com o açúcar, os ovos e as ameixas na batedeira. Acrescentar os outros ingredientes. Por último, acrescentar a água fervente. Continuar a bater. Forma redonda, untada e enfarinhada. Assar. Depois de fria e desenformada, abra ao meio e molhe com a calda de ameixa. Use o recheio abaixo. Tampe com a outra metade e cubra com mais recheio. Decore com ameixas e nozes moídas. RECHEIO E COBERTURA. 1 lata de leite condensado 2 colheres de sopa de nozes moídas ou bem picadas 1 colher cheia de manteiga. Leve ao fogo até o ponto de brigadeiro mole. Obs. Se quiser mais quantidade, dobre a receita deste recheio. Sirva gelada.

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ENCONTRO COM O PAPAI NOEL Por Vera Salbego

QUANDO EU TINHA CINCO ANOS SONHAVA COM O NATAL. POIS COM ELE VINHA O PAPAI NOEL. VELHINHO BONZINHO... QUE TRAZIA NOSSOS BRINQUEDOS. ATÉ FUGI, PARA ENCONTRÁ-LO. NAQUELA NOITE. EM QUE ELE CHEGAVA. NAQUELA LOJA TRADICIONAL DE MINHA CIDADE NATAL. ENQUANTO MINHA BABÁ NAMORAVA MEU AMIGO BETO E EU APROVEITAMOS O DESCUIDO. E FOMOS AO ENCONTRO DA MAGIA DO NATAL. CRIANÇAS FELIZES PARTEM ATRÁS DO SONHO INFANTIL. ONDE O BOM VELHINHO TRAZ A FIGURA DA PAZ! E NO CORAÇÃO DA CRIANÇA UM MUNDO DE BRINCADEIRA E O GOSTO DOCE DE NATAL. HOJE, EU VEJO. AS CRIANÇAS SEM ILUSÃO ALGUMA DA IMAGEM DO PAPAI NOEL. APENAS NOS SEUS ROSTOS A IMAGEM DA REALIDADE. UM MUNDO CONSUMISTA. E A PUREZA DO SONHO DE NATAL NÃO TEM O MESMO SABOR. www.varaldobrasil.com

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Feliz Ano Novo Por Vivian de Moraes

Sinto-me eufórica esta noite Não vou dormir Vou escrever até o amanhecer E quando raiar o dia Vou andar de bicicleta Colher flores num terreno baldio Colocar na minha cestinha E tirar umas fotos do meu novo cabelo Também vou me lembrar dos meus amigos Com excitação inigualável Pensando o quanto estou próxima deles Mesmo que estejam do outro lado do mundo Amanhã cedo vou ligar a internet Vou mandar presentes virtuais para quem amo Vou deixar beijos de saudade e tentar explicar para meus amigos [americanos O que é ter saudade Vou também ver o riso de uma criança E as lágrimas de uma mãe que não ama seu filho E vou dar a ela uma nova esperança desejando-lhe um bom dia Vou fazer ginástica, vou estudar francês Vou desenhar gatos espreguiçando-se E vou manter um riso meio nervoso, mas divertido Tudo isso, e mais um pouco, vou fazer como treino Para o ano que está chegando O ano que eu quero para mim e desejo para você

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ternecido ao ver o desafeto acariciar os cabelos louros da ne'nha que o recebeu à porta. Fato este contado pelo próprio meliante durante uma entrevista.

Reflexões sobre a manhã do primeiro dia do ano Por Wadad Naief Kattar

Tudo é passado. O progresso a'ngiu tudo e a todos e facilitou nossa vida. Mas Acordo neste primeiro dia de janeiro, o asfalto cobriu nosso roman'smo, nossa sem o barulho da chuva no telhado. Abro a vontade de conversar à porta à noite e injanela do sobrado e vislumbro o horizonte fluiu em nossa generosidade. A quem peà distância. A temperatura está amena, de água ou comida, servimos por entre a seca, depois de vários dias chuvosos. Os grade do portão. bairros ( quatro que avisto do ponto onde Hoje, morremos por mo'vos banais: estou) ainda estão sem movimento. Muita por não termos dinheiro, porque nossa cagente ainda dorme o 31 de dezembro ou ra não agradou ao bandido, ou porque ele ainda não se refez da comemoração da a'ra à esmo, por deleite. passagem de ano. Tudo mudou. Há alguns anos, desligáAgradeço a Deus, a oportunidade de iniciar um novo ano. Como todos os espe- vamos a campainha durante a madrugada rançosos decentes, meus desejos são para do 1º de janeiro para podermos dormir, porque as crianças vinham "desejar bom um mundo menos cruel, mais pacífico, ano", para ganhar moedas. Havia um ritumais humano. al. No dia 31 de dezembro, Mnhamos o cuiLigo o rádio na cozinha e ouço a endado de ajuntar moedas para distribuir à trevista de um saudosista que se referia a garotada que vinha durante todo o dia. um tempo em que se andava a cavalo e de Sinto falta disso. Hoje, ninguém bateu bicicleta pelos campos onde hoje existem à minha porta para desejar bom ano. E asfalto e prédios. De um tempo em que não desligamos a campainha. Será que não até os bandidos famosos ( e quem não se lembra de meia dúzia deles e de suas faça- pedem, por que podem tomar o dinheiro nhas ?) eram um pouco român'cos. Esca- quando quiserem? Ou os novos tempos acabaram com o roman'smo e an'gos rilavam prédios, roubavam jóias e saíam tuais próprios de cada data? sem molestar ninguém. E quem possuía jóias? Os ricos, àquela época, ricos mesAinda assim, neste primeiro dia do mo, cujo furto não fazia diferença em suas ano, oro pedindo paz, trabalho, saúde e vidas. todas aquelas coisas que desejamos, com muita saudade daquele tempo. O mundo Interesso-me pela entrevista. Sentoera melhor, então! me para tomar café, trazendo o radinho mais perto. Falou de um deles, em evidência àquela época, que por mo'vos pessoais e óbvios, decidiu matar um delegado. Escondeu-se, aguardando a chegada do mesmo. E foi embora, sem nada fazer, enwww.varaldobrasil.com

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Adeus Ano Velho... a Deus, o Ano Novo! Por Rogério Araújo (Rofa) Todo fim de ano e inicio de outro é a mesma coisa: fazemos avaliações e planejamentos que sequer são iniciados, quanto mais concretizados. E, por que isso acontece ano após ano? Por uma razão muito simples: tudo o que foi “pensado” não foi colocado nas mãos de Deus! Tem uma famosa música de final de ano que diz “Adeus ano velho, feliz ano novo. Que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender...”. Bonitas palavras, mas não parece faltar alguma coisa para estar completa? Sim! Falta a atuação de Deus no ano vindouro. Todos parecem dar importância extrema às necessidades materiais e pouco “lembram” daquelas espirituais e emocionais da vida. O dinheiro pode comprar todas as coisas materiais, mas não vale nada no que diz respeito à vida espiritual, bastando a fé em Jesus e também o amor dos outros que requer um gesto de coração para fluir. Quanta gente rica por ai é a pessoa mais infeliz porque dá importância somente ao que se obtêm pelo poder do “vil metal” (grana, “dim-dim”)? É preciso dar “adeus”, sim, ao ano de 2014 que passou, tendo a certeza que foram 365 dias de oportunidades nem sempre bem aproveitadas por nós, pela nossa falta de tempo para nos dedicarmos ao que realmente importa nesta vida. E o que mais nos deixará de alma lavada para o novo tempo a ser vivido é poder fazer metas sim, mas colocando-as no altar do Senhor, dedicando a Deus o Ano novo!

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10 Pratos tradicionais da ceia de Natal

Peru assado

Peru, rabanada e nozes...conheça a história dessas delícias que compõem o tradicional jantar natalino

Um dos pratos mais famosos da ceia de Natal, o peru tem sua origem relacionada aos povos que habitavam o con'nente americano pouco antes do “descobrimento” pelos europeus. Natural das florestas da América do Norte, a ave já era domes'cada e criada pelos astecas e pelos índios americanos há tempos, sendo tratada com um verdadeiro prêmio quando uma tribo dominava outro território

Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br/

Biscoitos de gengibre Muitas histórias cercam o a real origem dos biscoitos de gengibre e mel, ingredientes principais dos “pequenos homenzinhos natalinos”. Uma delas remete ao século 15, na Europa, onde já havia a tradição de construir casas e bonequinhos de pão de mel – fato que inspirou, séculos mais tarde, os irmãos Grimm a criarem o famoso conto João e Maria. Outras histórias atestam que os biscoitos natalinos foram criados nesta mesma época, por monges que 'nham acesso aos ingredientes principais para criar os bonecos. Já outra corrente de pesquisadores aposta em uma versão inglesa, em que a rainha Elizabeth I, em uma de suas festas, disse aos cozinheiros para confeccionarem pequemos homens com o rosto de cada convidado. O que se sabe, com certeza, é que o um 'po rudimentar de pão de mel já exis'a por volta do século 10 e era consumida na região que hoje pertence ao território russo. Chamado de "pryaniki", o bolo era cons'tuído de uma mistura de farinha, mel e suco de frutas, mas o mel cons'tuía quase metade de todos os outros ingredientes.

Feito em banquetes, o peru era servido acompanhado por cebolas, alho-poró e um molho a base de pimenta. A ave (que até então se chamava “galinha da Índia”) foi levada para o velho con'nente e em pouco tempo subs'tuiu o cisne, o ganso e o pavão como ave oficial da ceia natalina

Panetone Não se sabe muito sobre a origem do bolo de frutas cristalizadas, mas é fato que ele nasceu na Itália. Uma das possibilidades mais aceitas é a de que o primeiro panetone saído de um dos fornos das diversas padarias de Milão, em meados de 1400 d.C. De acordo com esta história, que já ganhou status de lenda, um jovem padeiro, apaixonado pela filha de seu patrão, elaborou uma versão rudimentar do bolo doce para impressioná-lo. (Segue)

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A inicia'va deu certo e a receita fez o maior sucesso entre os clientes do lugar, que pediam insistentemente pelo “Pani de Toni” (pão do Toni). Com o tempo, a palavra evoluiu para “pana&ón” (vocábulo milanês) e depois para “panetone” (italiano). Após passar por diversas transformações ao longo dos séculos, o ”pão do Toni” ganhou o seu aspecto atual no século 18, com o formato circular e a disposição das frutas cristalizadas. Há também variações feitas com chocolate, sorvete e também panetones salgados.

Nozes e Castanhas A associação entre o Natal e as nozes remonta às espécies de nogueira na'vas da Europa e Ásia, que costumam soltar seus frutos no fim do outono e começo do inverno. Devido à facilidade de seu armazenamento e valor calórico, acabaram se tornando alimentos bastante consumidos para quem pretender suportas temperaturas extremamente baixas. Es'ma-se que as nozes façam parte da dieta dos humanos desde os primórdios da espécie. Contos de Natal, como O quebra-nozes, de Ernst Theodor Amadeus Hoffmann, publicado em 1881, ajudaram a popularizar a fruto seco aos quatro cantos do mundo. No Brasil, as mesas de Natal incluem nas receitas dos pratos variantes nacionais, como a castanha-do-pará, que é servida com outros 'pos de castanhas.

Bolinho de bacalhau Assim como outros pratos que compõem a ceia brasileira, o bolinho de bacalhau tem sua origem atrelada aos colonizadores da América, neste caso, os portugueses. Considerado uma das heranças da culinária mediterrânea, o pe'sco já era consumido em larga escala há pelo menos dois séculos atrás. Feito com batata e lascas do peixe, que é fartamente encontrado nos mares da região, o bolinho teve sua primeira versão oficial documentada em 1904, no livro Tratado de Cozinha e Copa, escrito pelo oficial português Carlos Bandeira de Melo, que adotava o pseudônimo de Carlos Bento de Maia .

(Segue)

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Frutas Servir frutas e usá-las para decorar a mesa natalina é uma das variações de um costume an'go, adotado na Roma an'ga para homenagear o “solsMcio de inverno” – a noite mais longa do ano, quando a Terra a'nge o ponto mais distante do sol. No hemisfério norte, esse fenômeno acontece por volta do dia 25 de dezembro. Tâmaras, uvas e pêssegos eram banhadas em ouro para ornamentar a casa. Hoje, com a variedade de frutas vendidas no verão brasileiro, a ceia ganhou uma variedade tremenda de cores e sabores.

Leitão assado Homens assam leitões em ocasiões especiais desde a fundação do Império Romano. Porém, o comércio destes animais só teve inicio no século 8, devido, provavelmente, a uma superpopulação em diversos pontos da região conhecida hoje como península ibérica e também da Itália.

Rabanada A receita feita com pães, leite e ovos, que hoje é apreciada em nove entre dez ceias, foi criada para recuperar mulheres após o parto. Natural da península ibérica, o doce foi caindo no gosto do povo aos poucos, sendo que no começo do século 20 se tornou um alimento comum nas tabernas de Madri, na Espanha. Acompanhado de vinho, a rabanada também é muito associada aos períodos religiosos, como a quaresma, talvez pela falta de carne no cardápio. Seus primeiros registros históricos são datados do século 14, em Portugal, e foram feitos pelo poeta espanhol Juan del Encina. Já a primeira receita documentada pertence ao livro de Francisco Mar'nez Mon'ño, servidor da Coroa Real da Espanha no período .

Por conter muita gordura acumulada, geralmente o suíno era consumido no inverno, quando as pessoas precisavam de uma alimentação mais forte. Outra vantagem atribuída à alimentação do animal neste período é a conserva de sua carne, que poderia ser feita na própria banha do leitão. (Segue)

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Salpicão Raros são os pratos da ceia do brasileiro que, de fato, nasceram em solo tupiniquim. Um destes escassos exemplos é o salpicão, que contrariando a regra, nasceu como conhecemos bem aqui no Brasil. O nome da salada veio da palavra salpicón, comum na culinária mexicana e francesa, que é o ato de preparar um ou mais ingredientes crus ou cozidos em um determinado 'po de molho. Já em Portugal, a palavra salpicão é atribuída a um 'po de embu'do. A versão atual deste prato no Brasil tem seus primeiros registros em meados da década de 50. Entre as variações conhecidas ao paladar brasileiro, os ingredientes que correntemente são atribuídos ao prato são: a maionese, cenouras, batatas, pimentão de varias cores, carne de frango ou peru, salsão e pimenta, além de frutas como abacaxi, cereja, maçã verde e uva passa.

Pode parecer estranho, mas a origem da ceia de Natal remete a tempos anteriores a Jesus e dos registros bíblicos do novo testamento. Constantemente atribuído ao nascimento do Cristo católico, o banquete natalino (em versão rudimentar) era preparado por povos pagãos em comemoração ao solstício de inverno, antes mesmo do império Romano. Coincidentemente, a noite mais longa do ano no hemisfério norte geralmente acontece entre os dias 22 e 25 de dezembro, dia do Natal. Nesta festa do solstício, os alimentos eram servidos entre os cidadãos da aldeia, que também os usavam para presentear os seus entes queridos. Os alimentos que hoje fazem parte da ceia brasileira têm diversas origens. O peru assado, por exemplo, é uma herança dos índios da América do Norte, enquanto que a rabanada e o bolinho de bacalhau, por sua vez, vieram com os patrícios portugueses.

Por Anderson Estevan

Vinho Uma das mais an'gas bebidas da humanidade, o vinho tem seus primeiros relatos retratados na China, quase seis mil anos antes de Cristo. Porém, o auge de seu consumo aconteceu na Idade Média, quando a forte influência da Igreja Católica baniu até mesmo a cerveja da Alemanha (considerada bárbara) para que o vinho fosse adotado como bebida oficial para as celebrações cristãs.

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NATAL É JESUS Cada Natal em nós renasce Nova imagem do Senhor A repetir por milênios Ele é o nosso Salvador Semeou a paz e a unidade Agindo como um pastor Aos homens de boa vontade Serviu ao Pai, seu Senhor Venceu a dor e a injustiça Sofreu injúria o seu apreço Salvou irmãos corpo e alma Deu a vida como preço Por Iolanda Martha Beltrame

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Em nome do pai,

A natureza Divina

Em nome dos homens

Revelou-se em teu ventre

E do sagrado,

Mostrando-nos um Deus

Eu te saúdo.

Cheio de humanidade.

Ave, Iluminada!

-E pela primeira vez A terra contemplou

Sim, mulher!

Uma Estrela Guia-

Eu sei que a festa é dele. Sei que luzes se acendem Em todos os cantos, Igrejas, praças, Em todos os lares,

Tua presença no presépio

Para celebrar o aniversário

Me faz refletir

Do teu filho amado.

Sobre compaixão, Solidariedade,

Quero louvar-te

-Chamas de amor-

Pela garra e coragem,

Legado que nos deixaste.

Quando naquele dia Num momento de prece,

Salve Rainha!

Ouviste a profecia:

Grande Iniciada!

“Darás a luz ao filho de Deus!”

Deusa! Serás sempre louvada.

Mulher cheia de graça, Não negaste tua missão.

Existe natal

Mesmo sozinha

Por que és a Mãe,

Esperaste com fé,

Aquela que deu a luz,

O menino predestinado.

Ao grande Mestre-Jesus!

Sentindo o momento, Explosão do divino,

Por Elena Mattos

Elevaste em oração Os teus sentimentos.

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Sob a égide da esperança: revigorando nossa essência! Por Elinalva Oliveira Em cada nova viagem que faço, confirmo a vastidão desse universo, esse lugar, obra divina e acolhedora recheada de tamanha beleza, segredos de uma civilização que precedeu a esta, outros seres que trataram de deixar vestígios por meio das memórias fincadas no tempo. Compara-se ao nosso viver tendo em nosso coração o lugar sagrado que comporta sentimentos mil: de amor, saudades doidas, lembranças preservadas, alegrias declaradas, emoções e desejos contidos em cada ser abatido pela dor, ou será pelo sofrimento levando ao desamor? E na imensidão desse vale, esqueçamos as lágrimas, sigamos tecendo nossa existência, com os fios resistentes e coloridos, juntando-os, desatando nós, enlaçando outros, completando esse trançado, emaranhados talvez, compondo e trilhando essa vida, sustentadas e revigoradas por novas forças, novos valores, expressados na alegria do encontro com tantos iguais a nós, repletos de emoções, tristezas, desencantos e, saudades. Mesmo assim sigamos amando, nos permitindo renascer em outros amores, buscando ouvir belas canções, empreender novo servir, que nos alenta, assim, seremos fortes, isso irá revigor nosso ser. Por isso, se a incompreensão das fatais realidades, vier ao seu encontro, não a deixe que se instale em sua vida, lute, desbanque esse mal estar e, assim, continuemos a bordar nossa história com fios dourados, o dourado que é luz, riqueza e poder trazido pela imensa claridade do Sol, buscando forças partindo para outras vias que nos reencante, reavivando a chama para que a felicidade se faça presente, afastando de nós, a dor, a ausência daquilo que nos entristece para buscar o que nos dar alento. E nessa efêmera passagem pela vida, aceitemos a felicidade, conforme ela vem a nós, embora que momentânea. Voltemos nosso olhar para outras paisagens, para outros caminhos, novas emoções, alegremos o nosso eu sofrido, sufocando a terrível melancolia traduzida em saudade que teima em nos maltratar. Mesmo assim, mostremos fortaleza, busquemos ânimo para nossas vidas, empreendendo novos projetos, sejamos ousados e passemos a colorir a vida com os mais belos matizes existentes nesse planeta, afastando os dias cinza de nosso eu. Sejamos felizes, seguindo o curso da história acreditando que vale a pena viver.

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É N ATAL

Por Marilina Baccarat de Almeida Leão

Hoje, não quero falar da tristeza, que, vez ou outra, invade nossas almas, ou, sequer, do que vem por aí... Hoje, quero falar do Natal. Mas, daquele Natal, no sentido mais amplo, mais abrangente, mais transformador. Gostaria de dar um abraço muito apertado em cada um de vocês, meus amigos e amigas, que têm me mandado suas mensagens de um feliz Natal, com muito amor e pensamentos bons. Na forma desse amor, gostaria de acarinhar cada cabeça e encostar a minha em cada ombro, ser como um polvo de mil braços e abraçar apertado cada corpo, cada um, que tem me deixado tão feliz e emocionada, a cada vez que leio as mensagens. Quero dizer-lhes que não percam a esperança, o Natal renova nossos sentimentos, mas, para isso, temos que lutar e enfrentar, pois que muito ainda terá que ser feito. Quem sabe o Natal será surpreendente! O que nos cabe é ter esperança, enxergar um caminho, que possa ser percorrido com a força, que temos em nós e mais o amor e união, que o Natal nos traz...Ele, de novo, que temos recebido, como dádiva, por podermos ter mais um Natal em nossas vidas. Não vamos pensar que este poderá ser o último Natal, vamos imaginar, sim, que todos nós estaremos juntos, lado a lado, celebrando mais um Natal e muitos, que ainda virão pela frente. Que cada palavra, cada frase, cada demonstração de agradecimento, pelo Natal, estejam aos pés da minha árvore iluminada ou entre seus galhos enfeitados, pendurados como prendas, alegrando o meu Natal. Olhem para o Natal e entreguem-se ao amor. Ao amor por si mesmos, principalmente, e deixem vir, entrar o espirito do Natal, tomar conta de todos os espaços, o amor por todos e tudo. O Natal é um bálsamo curativo da desesperança, poderoso, que faz brotar todos os bons sentimentos... Que o Natal de cada um de vocês, meus amigos, seja cercado de um amor verdadeiro, cheio de luz, celebrado com muita PAZ e UNIÃO. FELIZ NATAL!

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É NATAL! Por Marta Eliane S. de Carvalho TODO ANO PARECE TUDO SEMPRE IGUAL, QUANDO CHEGA A ÉPOCA DO NATAL. TUDO FICA ENFEITADO E HARMONIOSO E TODO MUNDO MAIS GENEROSO. SEMPRE TROCAMOS PRESENTES COM NOSSOS AMIGOS E PARENTES, MAS O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL, PARECE ESTAR CADA VEZ MAIS AUSENTE. QUANDO NOSSO SENHOR NOS DEMONSTROU SEU GRANDE AMOR NOS ENVIANDO SEU FILHO O SALVADOR, NOS ENSINOU O VERDADEIRO AMOR. NÃO APENAS UMA CONFRATERNIZAÇÃO MUNDIAL MAS O GRANDE AMOR FRATERNAL, NO DIA A DIA, DEVE SER O NOSSO NATAL.

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Ao fabricante de Papai Noel Por Varenka de Fátima Araújo

Que a bem dos seus direitos preciso urgente de dizer: Sr fabricante precisamos de um Papai Noel com muito empenho, enorme saco cheio de sapatos, chinelos, roupas, cobertores, de chocolates, fitas de várias cores que façam laços de fraternidade Não importa os salgados, vinhos, perus em mesas fartas em tremendas festas muitos no meio da multidão, estão só raivosos, rasgando a história verdadeira Silêncio Sr. Fabricante! Pode continuar fabricando de improviso, vai o meu recado: o Papai Noel era um velhinho muito bom sem ambição que distribuiu brinque para às crianças. É preciso que todos saibam, como eu amava Papai Noel, tenho uma certa urgência de dizer: Feliz Natal

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Participe de nossas atividades, entre pela porta da frente no mundo literário europeu! 29o Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra, Suíça 29 de abril a 3 de maio de 2015 Informe-se! Inscreva-se! varaldobrasil@gmail.com www.varaldobrasil.com www.varaldobrasil.com

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PEQUENA HISTÓRIA DE NATAL Por Bete França Jufer Aconteceu há alguns anos na Suíça, na cidade de Uster, cantão de Zurique. Em uma escola primária. Li no jornal local, já faz muito tempo, e o fato foi tão bonitinho que não me esqueci. Era época de Natal e naquela escola, mesmo que leiga, como na maioria das escolas de países cristãos, as crianças prepararam um teatrinho, encenando o nascimento de Jesus. Muito bem ensaiado, com delicados cânticos natalinos, versinhos, roupas adequadas. Havia até um burrinho, composto de um cobertor marrom sobre dois pais de alunos, com uma cestinha em cima, pra menina que representava Nossa Senhora sentar-se de lado, enquanto o que fazia o papel de São José puxava o animalzinho improvisado. O casal de crianças ia com o burrinho pelo grande palco da escola, lentamente, e pedia hospedagem em diferentes hospedarias. Ninguém tinha um lugarzinho para eles. Tudo lotado, e Maria em estado de gravidez muito avançado! A plateia, composta de pais e professores, seguia o desenrolar da peça, feliz com o desempenho das crianças. Até que algo inusitado aconteceu.

zer, provocando um bate-boca entre os dois atores. Nesse momento subiu ao palco o pai da criança hoteleira, um senhor italiano, que se desculpou e explicou num alemão meio limitado, mas compreensível, que desde o começo seu filho não queria mesmo fazer esse papel, estava sofrendo em estar entre aqueles que recusavam ajuda à Sagrada Família. Com sua alma infantil, decidiu, de improviso, mudar as coisas! A plateia aplaudiu carinhosamente a sensibilidade da criança e a peça seguiu seu curso - como sempre. Jesus nasceu na manjedoura - como sempre. Impossível mudar. Como todos sabemos, naquela noite distante de 25 de dezembro, a verdadeira noite de Natal, em Belém, um astro resplandecente, com uma cauda majestosa, brilhou muito, muito forte, indicando a chegada do Redentor. Esta estrela ainda brilha nos corações dos que creem, indicando que Cristo está entre nós, dando-nos força na caminhada, iluminando nossos dias e nossas noites - como sempre. Para sempre. Feliz Natal!

Um menino que representava um dos hoteleiros, muito compadecido, não aguentou tanta tristeza, e quando São José e Nossa Senhora se aproximaram de seu albergue pedindo abrigo, ele permitiu que eles entrassem e se hospedassem lá, dizendo: -Tenho lugar sim, podem entrar! Isso, naturalmente, estava fora do programa, e deixou o pequeno São José muito bravo, pois de repente ele não sabia mais o que fazer, o que di-

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Natal Por Elosia Menezes Pereira

Com magia. Para nossa alegria

Jesus desceu lá do céu Foi no Natal que nasceu; Alegria e felicidade eu devo sentir,

Nasceu Jesus!

Pois Ele nos veio remir Num só pensamento Viveremos aquele momento A festa que nos seduz Nos lembra Jesus na cruz

Sobem louvores ao céu profundo: Jesus nasceu! É Natal! Na manjedoura esteve quem salvou o mundo, Quem ama os fracos, quem perdoa o mal.

Dia de festa, de alegria sem igual Festejamos Seu nascimento no Natal

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transformações.

2014 – Passagem - 2015 E no profundo silêncio que a noite envolve, vê-se o ser humano tocado por um sentimento do que é mais nobre de significados: A celebração do ser que em si traz, espelhado

E comungando talentos e dons anônimos, podemos todos participar de cada cultura do mundo, se espalhando pelas cidades, vilas e vales, tribos e ilhas. E se revelam todos os mistérios que buscamos entender, sem quase nunca compreender...

num menino, envolto em simplicidade e que nasce ampliado no coração dos homens... E podemos todos nos reunir em Belém...É Natal! E juntos, para lá vamos, compondo o corpo de luz do universo, Levando no peito o amor e nossas conquistas que reverberam nossas memórias Através da historia... E ao longo das eras vimos traçando caminhos, carregando propósitos, novos desafios que se abrem a mil possibilidades diante da vida, na macro dimensão do Ser... Façamos a caminhada das novas descobertas, sem medos. O universo está aí, bem dentro de ( você) , de nós... E as estrelas falam no silêncio... Elas nos reconhecem nas partículas que delas herdamos. Há mais vida, há mais organização do que suspeitamos. Cada astro, cada estrela, cada lua, cada sol, cada um de nós... tem seu lugar. Aquietemo-nos... Ouçamos, interior adentro, toda a beleza que se faz riqueza quando nos pomos a ouvir o que diz o coração. ..

E acariciados pelos sentidos, ouçamos nossos sons, sintamos em cada movimento, nossa luz irradiando a verdade, vibrando a energia que acolhe e soma fraternidade. Façamos mudanças, novos caminhos, nem sempre fáceis, ao encontro de novos olhares, iluminados de boa vontade e bondade na construção do mundo novo em redes múltiplas de amor e solidariedade. Sem fronteiras, ricas de verdades límpidas, singelas, transparentes plantadas no coração maior de cada um. Num sopro inspiramos a força que vem do cosmos, exalando cuidado , investindo no delicado, colaborando por um mundo melhor, num plano maior... Seja esta a religião do século 21...transpondo mais um degrau da evolução ao encontro de uma novo estado de consciência. E harmonizados, impregnados pelo Divino, vibremos em uníssono com a luz pela Paz, inspirando cada som, cada melodia, desta orquestra de dons e talentos em celebração. Feliz Natal! Feliz Ano Novo!

Por Gaiô (Maria Aparecida de Rezende Gaiofatto)

Ouçamos nossas vibrações pessoais... Algo novo, oculto, calmo, silencioso, nasce da inteligência do coração. Desde a eternidade, o trazemos em nosso pulso evolucionário. Em ritos de passagem, de dentro pra fora vai se instalando uma revolução silenciosa e lenta numa conspiração global, espiritual, como se células se espalhassem em cada canto do Planeta em novas www.varaldobrasil.com

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MENSAGEM DE NATAL: Natal é um momento singular de amor, de ternura e de amizade; uma oportunidade para lembrar do nascimento de um cara incrível e revolucionário que nos ensinou que o amor e a amizade são mais importantes e que somente através do amor podemos construir um mundo melhor. Então, Natal tem que ser um dia para renascermos no amor a nós mesmos e, apesar das nossas imperfeições, podermos brilhar neste mundo como estrelas no firmamento, sermos felizes sem perder de vista a consciência da nossa humanidade e do lugar de responsabilidade que ocupamos neste planeta.

MENSAGEM DE ANO NOVO: Que sempre uma nova luz surja em sua visa, significando uma novidade feliz para os anos futuros. Que você encontre a verdadeira liberdade ao enfrentar o dia-a-dia, ao fazer suas escolhas, aperfeiçoando-se sempre na arte de bem viver neste planeta. Que a consciência de que estamos vivendo e morrendo a cada dia dê um sentido maior à sua existência e às suas ações no mundo. Que você seja amado e valorizado pelo ser especial que você é. Por Isis Dias Vieira

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PRESENTE DE NATAL Por Luciane Mari Deschamps Betina era a boneca mais linda do mundo! Tinha no rostinho de borracha a expressão das crianças felizes. Usava um vestido de flores miúdas e coloridas, com rendas na barra da saia e nas manguinhas fofas. Os cabelos loiros e lisinhos eram presos em duas partes, com laços vermelhos de cetim. Betina representava as meninas de um grupo especial de crianças bem tratadas e nutridas, pois tinha as bochechas grandes e rosadas. Trazia um sorrisinho meigo no rosto angelical. A boneca chegou numa noite de Natal, embrulhada em um papel de presente verde, todo cheio de Papais-Noéis sorridentes. Foi comprada em um Shopping Center recém -inaugurado, na ala sul da cidade, e disputadíssima entre três mães muito preocupadas em realizar o desejo de consumo de uma filhinha mimada. O nome Betina já veio da fábrica. Era o nome de uma atriz famosa de uma novela infantil de um canal de televisão que sempre estava em audiência. Para alegria das pequenas fãs, a atriz foi “transformada” em brinquedo que foi desejado de uma hora para outra, depois de um anúncio publicitário na TV. Aliás, depois de muitas propagandas de variados brinquedos. A menina que a ganharia na manhã de Natal a quis logo que soube do lançamento. A garotinha nem mais brincava com bonecas. Suas atividades estavam relacionadas a celulares, internet, redes sociais e jogos eletrônicos. Já estava “grande” demais para brincar com bonecas! Imagine, já tinha cinco anos! Era uma mocinha! Betina foi desembrulhada com a euforia desejosa de todas as crianças. Foi admirada e levada no colo para ser exibida na casa dos avós e primos. No início da conversa dos parentes, as atenções até foram voltadas a ela, mas isso logo mudou quando todos resolveram falar dos artistas e da novela das nove que começou em substituição àquela que Betina, a atriz, era a personagem principal. Mesmo a dona da boneca não falava mais do brinquedo que ganhara. Logo ficou bem interessada pelo jogo eletrônico do primo um ano mais velho do que ela. A bonequinha de vestido florido e rostinho de anjo ficou jogada no sofá enquanto as crianças se divertiam em disputar a próxima fase. Somente foi recolhida dali na hora da saída por um dos adultos da casa. Betina era só mais um brinquedo e não tinha nada de especial e atraente para a menina que a esquecera no sofá da casa dos avós em um dia de Natal.

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É Natal! Por Anna Ribeiro

N oite de muitas esperanças O mundo grita por Paz! I grejas em correntes de amor T antos hinos e louvores Em oração ao senhor

D eus em graças abençoai E sta corrente de Fé

N atal do menino A bençoado sejas! T antos amores e ternuras A legrias de puros desejos L indo seja seu NATAL !!!

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Minha Prece de Natal Por Yara Darin Senhor, Verta o Teu olhar bondoso, benevolente Aos nossos fraternos irmãos desprotegidos Fortaleça-os no espírito e na devoção Para um novo renascer no Altíssimo. Nunca os desampare na fiel quietação Para toda e verdadeira fé em Ti Tire-os da amargura e total solidão Intensifica de júbilo o interior de cada vida Confiança e compreensão aos seus corações. Senhor, Que haja paz entre os homens sobre a Terra Lares aconchegados, sem conflitos , sem sofrimentos Uma luz na escuridão aos menos afortunados Não nos desampare na coragem e na disciplina Plena de sabedoria no mundo espiritual . Inunda nossos corações de irmandade Esperança e crença em dias melhores Faze-nos merecedores da Tua benignidade Desperta em todos a compaixão e a caridade. Senhor, Perdoa os meus pensamentos injustos Por vezes meu silêncio e omissão Declaro a Ti minha sincera gratidão Na graça ,na glória e nas alturas Por Teu imenso Amor , sem igual Porque hoje é Natal! Amém. www.varaldobrasil.com

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NATAL DE OUTRORA Quantas recordações o Natal nos trás, de quando éramos crianças. A família feliz e as crianças esperando o ano todo para que ele chegasse. Contávamos os meses e quando chegava setembro, junto com a primavera chegava a esperança... O Natal estava perto, faltam só três meses, parece que tudo se iluminava. Nem era tanto pelos presentes, mas sim, pela felicidade e alegria de estarmos todos juntos, minha mãe e o meu pai, minhas irmãs, as minhas avós e meus tios, ainda não tínhamos primos. Era uma verdadeira comemoração de um aniversário, o do Menino Jesus, uns abraçando os outros, desejando um feliz Natal, com aquele ar de alegria. O Menino estava sempre presente no presépio em sua manjedoura... Nossa família era grande, nem precisava convidar mais pessoas, a casa já ficava cheia de gente alegre e feliz. Ir á igreja, ao culto no dia de Natal era infalível, a minha mãe nunca deixava de ir. Naquele dia o agradecimento pela vida, saúde, paz e felicidade era especial ao Menino que acabava de vir a esse mundo... “Bate os sinos pequeninos, sinos de Belém, já nasceu o Deus Menino para o nosso bem”. Aonde passávamos ouviase as músicas de bem vindo, ao Menino.. Hoje já não se houve quase mais essas músicas natalinas... Mas, a lembrança desse tempo permanece em nossos corações... Agora tudo é diferente, tudo é muito rápido, quando se vê O Natal já foi, e logo já está de volta, nem dá tempo para sentir uma saudade boa... ou contar os meses... Tem pessoas que festejam o Natal sem nem saber que é um aniversário, e muito menos sabem de quem é. Só sabem que é dia de receber presentes e às vezes retribuir até o dia 06/01... Um abraço a todos e um feliz Natal....

Por Carmen Di Moraes

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Mais uma vez Por Silvio Parise Mais uma vez sem surpresas vejo outro ano seu fim chegar, ciclo que para mim acho perfeito, embora o ano não tenha sido espetacular. E assim, mais uma vez, verei um novo ano chegar, realmente repleto de esperança, pois esse ano que agora está terminando foi verdadeiramente conturbado porque faltou-lhe bonança juntamente com o sempre desejado bem estar. Contanto, mais uma vez, um novo ano está chegando, espero que seja repleto de novas oportunidades, bom senso e amor pois, é exatamente isso que está faltando para então, mais uma vez celebrarmos a sua vinda com todo fulgor.

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Receita para Festas de Fim de Ano Por Alexandra Magalhães Zeiner

Porções mágicas de Paz, Diversas misturas de Amor, Solidariedade e união, De formas e tamanhos variados, Sem esquecer um especial componente: Gratidão infinita, Recitada em prece diária, Criando cores, artes e palavras, De dentro para fora, No aqui e agora, Pelo que foi, é e será, Para cada ser vivo, Habitante do planeta azul, Astro-lar no Universo, Mãe Terra.

Imagem by NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC-Caltech)

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O Natal Que Desejamos Por Luiz Manoel Desejamos celebrar O Natal com muita luz Em espírito de amor Na presença de Jesus A proclamar Glória a Deus A cantar de braços dados A desejar Paz na Terra Todos serão convidados Vamos celebrar o Natal Ao redor de nossa mesa Farta de bons sentimentos Desejamos a fé renovar Com nossas vozes em hino Ao lado de anjos cantar Bem-vindo Jesus Menino

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Um Sonho de Natal Por Maria Angela Manzi da Silva

Noite mágica e bela! O céu pontilhado de estrelas... Na rua, um menino cansado e triste oferecia doces aos passantes, que apressados mal ouviam o que ele dizia. Precisava vender seus doces. A mãe os havia feito com tanto esmero e carinho, na esperança de ganhar um pouco de dinheiro para juntos festejarem o Natal. No entanto, ele nada havia vendido. Estava triste, pois se lembrava dos irmãos menores, esperando pelos presentes que não ganhariam. Os sonhos afugentados pela realidade nua e fria. - Senhor compra um doce. - Moça leva um doce. Nada. A noite avançava. Já não havia quase ninguém nas ruas. Todos estavam em suas casas, para festejar a noite de Natal com a família. Uma chuva fina começou a cair, molhando sua roupa. Os pingos da chuva se misturaram às lágrimas que caiam aos borbotões.

garam a um bairro distante, com casas simples, quase às escuras. Havia poucas luzes nas ruas de terra, esburacadas. Chegaram buzinando, cantando, e toda a vizinhança, curiosa, foi saindo de suas casas e se acercando do carro. Ainda sonolentas, as crianças não entendiam o que estava acontecendo. O casal começou a distribuir presentes a todas as pessoas que estavam ali. A alegria tomava conta daquelas crianças e seus olhos brilhavam ao abrir aqueles embrulhos de papel brilhante, com grandes e coloridos laços. O menino não cabia em si de contentamento, juntamente com seus irmãos e as pessoas da vila. Parecia ser ele o responsável por toda aquela alegria. Naquela noite, as estrelas do céu brilharam mais, talvez refletindo a luz do olhar daquelas crianças felizes. Foi uma noite mágica e inesquecível. Aquele casal realizou sonhos e o menino presenciou um verdadeiro milagre de Natal...

Cansado, sem coragem de voltar para casa, sentou-se na soleira de uma porta e, sem perceber, adormeceu. Acordou, com a porta sendo aberta, e uma linda moça, sorrindo, perguntou-lhe: - Ei garoto, o que você está fazendo aí? O menino, assustado, respondeu depressa: - Não se preocupe moça, eu já vou sair. Mas, ela, solidária, com pena do menino, pegou sua mão e o convidou a entrar. Lá dentro, extasiado, ele viu a reluzente árvore e, debaixo dela, um menino com seus braços abertos, parecendo lhe sorrir. Viu, também, um jovem, de roupa vermelha, colocando vários pacotes em um grande saco vermelho. Era o Papai Noel! E não era sonho, ele era real, de verdade! O garoto não sabia o que dizer. Perguntaram-lhe onde morava, mas ele não queria dizer. Sua família era muito pobre, a casa muito simples ficava tão longe. Mas, insistiram bastante e ele acabou contando. O casal quis levá-lo até sua casa. Chewww.varaldobrasil.com

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É Natal! Por Rosangela Calza

Os sinos repicam alegremente, Crianças brincam contentes, E esperam, ansiosas, pelo melhor momento: A hora de abrir seus presentes. É Natal! As estrelas de seu melhor brilho se vestem, Os homens aos céus por tudo agradecem humildemente. Uma criança solitária faz sua prece: Ao lado da cama quer encontrar um presente. É Natal! Pinheirinhos enfeitados, Festas pra todo lado... Presentes, presentes e mais presentes... É tanta celebração que tantos do mais importante se esquecem Jesus... A razão de o Natal ser comemorado: pra própria festa Ele não é convidado.

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ARROZ DE BRIGADEIRO Receita enviada por Vó Fia Um quilo de arroz Duzentos e cinquenta gramas de ameixa preta sem caroços picadas Duzentos e cinquenta gramas de azeitonas verdes sem caroço picadas Um prato raso de batatas fritas Três maçãs verdes com a casca em cubinhos Duas colheres de sopa de suco de limão Cento e cinquenta gramas de manteiga Meio quilo de farinha de mandioca branca Um copo grande de molho de tomates temperado com caldo de galinha, cebola ralada, alho e cebolinha verde. PREPARO Prepare o arroz bem solto e firme e reserve; molhe os cubos de maçã com o suco de limão, aqueça a manteiga e junte as frutas e a batata frita e mexa um pouco para secar a umidade, junte a farinha e mexa para torrar um pouquinho, tempere com sal e pimenta do reino e reserve; coloque o arroz em uma vasilha grande e junte o molho de tomate e misture bem e junte a farofa de frutas e misture novamente. Na hora de misturar é preciso que todos os componentes estejam bem quentes. Esse prato serve 20 porções e pode servir quente ou frio.

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FESTAS Natal chegando...chuva caindo Povo alegre...comprando Com dinheiro ou sem dinheiro Paga agora ou em janeiro. Aniversário de Jesus Alguém se lembra? Claro pois está na agenda Se olhar para ela Se lembra...se lembra... Passou o Natal Ano Novo vai chegar Vai ter nova festa Voltem a comprar e comprar. Ainda não acabou Dia de Reis vem logo ali As folias estão nas ruas Dançando cantando acolá e aqui Novamente vamos gastar e dançar ...e rezar? Por Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}

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Natal definitivo

Por Carlos Alberto Carneiro Souza E no céu Um brilho inimaginável De seu azul Uma dourada estrela Surgiu e ascendeu De um estranho contentamento O espírito natalino reviveu A todos invadiu O endurecimento d’alma Se desfez em dança Brincadeira Sorriso infantil O alimento se transformou Como mágica Se multiplicou Se espalhando aos quatro cantos Saciando toda fome derradeira E a todo doente curando Mesmo de uma vida inteira E o natal se fez plenamente Em todo momento presente E a paz e o amor Insurgiu Contaminando definitivamente As Américas, a Europa, a África, a Ásia, o Oriente Médio Enfim , todos os confins da Terra E fez de seu berço esplêndido... O Brasil.

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ESPERANÇA Por Deidimar Alves Brissi A tempestade passa A noite amanhece O deserto é finito A semente cresce O esterco aduba A tragédia ensina O pântano é fértil A dor doutrina O fogo renova A exaustão segura A pedra constrói O veneno cura Em tudo há esperança!

Imagem by Mikael Lunar www.varaldobrasil.com

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Outra vez é Natal

As árvores enfeitam-se com corações e ações de fraternidade, de amor, de compaixão.

Por Jania Souza

Sem se perceber, despertar-se.

Revela-se enfim a cara do mundo dantes normalmente fantasiada com a máscara do egoísmo, da maldade, da violência macabra, adornando em jornais, revistas, livros, pasquins e até em obras ditas infantis com mordidas vampirescas, bombas atômicas, pedofilia, discriminação, corrupção, escravidão, vícios, mercados ilícitos de almas, corpos, mentes, corações.

Surpresa!

Outra vez é Natal.

Outra vez é Natal.

Tempo de purificação.

O tempo tem pressa de revelar aos humanos a importante necessidade de celebrar a salvação.

O velho renova-se. Adquiri novo significado. Descobre a gratidão.

Os dias correm velozes. A cada momento passam a sensação de uma pressa desenfreada para chegar a um evento muito especial.

A redenção com o Eterno. Lembra: Em Belém, no céu, cantam anjos. Na manjedoura, repousa a razão.

Perdoa-se e concede perdão. O tempo tem pressa.

Razão do existir, do ser, do estar.

Pressa de revelar a cada ser vivente que Natal se comemora todo dia no ninho de cada coração.

Razão do vir, do permanecer.

Olhos abrem-se. Brilham.

O sentido.

Bocas sorriem. Cantam louvores. Sussurram bênçãos. Consolam.

Paz e amor... Na construção de uma nova era, de uma nova consciência, que já dura há dois mil e quatorze anos.

Estendem-se as mãos. Renasce a esperança.

Ufa!... O tempo tem pressa. A humanidade ignora. Pensa que Natal é apenas uma festa do consumo, do glamour, do gasto perdulário, da superficialidade. Esquece que a pressa do tempo é para tornar o Natal diário. Acontecimento palpável ao acordar, ao relacionar-se, ao trocar bons fluídos em toda e em qualquer parte. Espalhar-se em famílias, em lares, em empresas. Saltitar nas ruas e até em bares, pubs, restaurantes, shoppings, cinemas. Em qualquer evento em que a gentileza seja a premissa maior do relacionamento, do confraternizar-se, do compartilhar. Outra vez é Natal.

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Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15

Pequeno milagre de Natal Por Sandra Nascimento No shopping, Roberta subiu apressada a escada rolante pelo lado de descer. Entrou numa loja de brinquedos que já estava quase fechando e conseguiu encontrar um foguete branco que ainda naquela semana precisava decolar. Saiu feliz com o brinquedo embrulhado em papel de ursos e depois buscou uma padaria para comprar ovos, canela, licor, açúcar e café. Tinha muita gente por ali, as filas estavam enormes e o cansaço já formigava em suas pernas. Depois dos papos na fila do caixa, conseguiu ajeitar a carga e rumar para casa, num ônibus que demorou quase duas horas para chegar ao destino. Saltou no ponto final e caminhou por ruas estreitas, até avistar o portão de sua casa, que de tão azul parecia exibir a tinta fresca. Entrou com muitos cuidados para não perturbar o silêncio. Um jardinzinho cheirava à terra molhada, por conta das chuvas ligeiras de verão que visitavam a noite. Na sala, o aroma de camomila aguçava o paladar. Sorriu para a mãe – dona Doroteia –, e foi convidada a sentar: “Vem tomar um chá e comer alguma coisinha.” – O Pedro dormiu? – perguntou. – Sim, faz pouco. Pão com manteiga e um chazinho foi a ceia do dia. – Você está bem, mãe? – Agora estou melhor, mantendo o controle da dor com os remédios. A conversa estava amistosa, mas logo ela subiu ao quarto para beijar o filho adormecido. Depois desceu, viu o jornal das onze na TV e de cansada dormiu no sofá. Acordou no dia seguinte, quando o sol já visitava a sala e, assim que tomou o banho merecido, foi ajudar dona Doroteia, que há horas estava em pé ocupada com roupas e varais. Fez café, esquentou leite e começou a preparar rabanadas – suculentas e açucaradas. – Toma cuidado com esse braço, mãe, não vai quebrar de novo. – bradou Roberta da cozinha. – Não corro esse risco, filha. De repente, a escada rangeu repetidas vezes. Pedrinho acordara e descia correndo para ver a mãezinha. E que festa fizeram nesse encontro cheio de pulos, abraços, beijos e tantas histórias pra contar. – Hoje a mamãe vai ficar em casa. – disse Roberta – A que horas chega o Natal, mamãe? – Logo, logo, filhinho, logo mais. Mas ali mesmo, a mesa já estava servida com o doce mais gostoso do Natal. E depois Pedro passaria o dia se escondendo atrás de cortinas e dentro de armários, para que a mãe o achasse e

acontecesse o festival de abraços. Aquele era um dia para estar junto, quase um milagre, momentos intensos que compensavam ausências e distâncias tão comuns no dia a dia. – Depois que o Natal chegar, nós poderemos subir num foguete e visitar os planetas, mamãe? – Poderemos sim, Pedro, mas antes precisamos varrer o quintal e molhar as plantas. – Mas e se chover, mãe, não precisa molhar nada não. – Precisa sim, Pedrinho, os vasinhos menores não ficam lá fora, precisamos cuidar deles, vamos dividir o trabalho. E foram mexer com flores e varrer quintal, enquanto dona Doroteia organizava a casa e ornava um pinheiro natural com luzes e laços. No pequeno quintal, o menino regava as plantas e se molhava o quanto podia. – Se continua assim te deixo de molho, menino. – avisava a mãe. E antes que pudesse juntar as mesas, arrumar as cadeiras e acender o forno de barro para assar pães e bolos, Roberta apanhou o filho molhado e o deixou brincando numa banheira bem redondinha, cheia de água quente. Quando a noite chegou, trouxe a tia Amélia, o tio Eduardo com a viola e tio Lula com as crianças. Nesse momento, dona Doroteia já terminava a caprichada salada de bacalhau. E enquanto pães e bolos eram retirados do forno, o tio Lula procurava o azeite e sacava a rolha de um vinho para regar a ceia. – Venha Pedrinho, deixa a mamãe amarrar os cadarços e pentear os seus cabelos, porque agora já é Natal e todos nos esperam. – Ele já entrou na sala, mamãe? – perguntou o menino. E a mãe apenas sorriu. Minutos após, seguiram para o quintal onde os parentes já faziam a festa. Era sempre assim, com o Natal ressurgiam a dança, o canto, tantas conversas, brincadeiras e piadas. E para a alegria de todos tinha sorvete. Perto da meia noite, a luz da árvore de Natal iluminou presentes, meninos e um papai Noel – que mais uma vez reviveu o seu realismo maravilhoso. Altas horas, e Pedrinho abraçado ao brinquedo novo foi levado, pela mãe, à sua caminha. Seguindo o coração, Roberta decidiu permanecer ao lado do filho, e na quietude do quarto, através da janela semiaberta, eles sentiram a brisa leve e contemplaram as estrelas cintilantes. Suave, o acalanto da noite encantou a ambos. E lentamente o sono irresistível foi envolvido pela paz.

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LUPA CULTURAL Por Rogério Araújo (Rofa) as”, compartilhando o que se passa conosco

A vida como uma

com outro que completa o que nos falta e

“roda de poesias”...

prossegue ideias que iniciamos e por aí vai... Diversas personalidades já falaram da

Por Rogério Araújo (Rofa) *

importância de escrever em suas vidas e não custa destacar algumas dessas frases para

Estive presente num evento informal

enriquecer esse vasto tema de uma formação

promovido pelo “Portal do Poeta Brasileiro”,

relâmpago de frases e versos para o cotidiano

na casa de uma escritora, onde encerrou com

nosso...

algo que nunca havia presenciado e que foi de um resultado surpreendente.

Darcy Ribeiro disse que “Escrever é ter coisas para dizer”. Quem não tem o que

A chamada “roda de poesias”, onde

dizer, falará muito e dirá pouco. E o escritor,

poetas e escritores presentes fazem como se

muitas vezes, faz o contrário: escreve pouco

fosse um “repente”, que é cantado, com as

e diz muito.

poesias que são iniciadas e construídas na Clarice Lispector afirmou: “Eu escre-

hora, de improviso, por outros. O que vi na hora foi um “poemão”, feito sem prévia organização, nascer de um encontro de poetas e escritores de toda parte do Brasil e alguns doe exterior. Interessantíssimo observar o produto final que sequer foi anotado por ninguém para virar um novo livro...

vo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”. E quem escreve sente-se assim mesmo, inquieto, como se necessitasse soltar o que tem dentro de si através da escrita, para poder viver. Roland Barthes polemizou com uma

A emoção, o bom humor, o desprendi-

grande verdade: “Escrever é sacudir o sentido

mento... são características a serem destaca-

do mundo”. E não é mesmo? O que seria do

das. E, para alguns, ainda a interpretação que

mundo se não existissem quem escrevesse

valeriam um “Oscar” pela atuação. Uma prova

para que pudesse ao menos pensar no que

que nem sempre de quem escreve não é so-

leu, mesmo que alguns leiam e nem enten-

cial e gosta de escrever no silêncio...

dam, ou melhor, nem pensem...

Como seria bom se, na vida, pudésse-

(Segue)

mos viver, assim, como uma “roda de poesi-

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categórica

do que leu. Isso é “interagir” em sua essên-

quando disse que “Escrever é deixar uma

cia. É o feedback do escritor ainda que nun-

marca. É impor ao papel em branco um sinal

ca ouvido, mas pelo menos feito na mente do

permanente, é capturar um instante em for-

leitor.

Margaret

Atwood

foi

ma de palavra”. Que bela afirmação! O mo-

Essa é a “paixão” de quem escreve.

mento sagrado de escrever, inspirado, para

Só quem faz, sabe o que é isso. As pessoas

pôr no papel ou na tela do computador a in-

de fora até chamam de loucura ou de aliena-

quietação sobre algo que precisa ser produ-

ção. É, simplesmente, ser um canal de cone-

zido e cada um tem sua “marca registrada”,

xão com o “mundo das ideias” para que leve

seja amado ou odiado, mas tem.

quem lê à refletir e viver melhor num mundo

Carlos Drummond de Andrade soltar essa pérola sobre o que ele mesmo fazia: “pinterestEscritor: não somente uma certa

onde tudo é supérfluo e visto com a síndrome do “deixa para lá”... Vamos continuar na árdua missão de

maneira especial de ver as coisas, senão

escrever

e

deixar

para

os

leitores

o

também uma impossibilidade de as ver de

“julgamento” e que cumprimento do objetivo

qualquer outra maneira”. Que foi “picado” por

seja realizado ou não.

esse inseto chamado “escritor” jamais será o mesmo e se contentará em ficar quieto, sem escrever. Sua maior necessidade é expurgar

Um forte abraço do Rofa!

o que está dentro de si em palavras. E para encerrar as citações sobre o tema, Dady Malene resumiu bem sua função: “Escrever é mandar recado. Ler, entender o recado”. Quem escreve manda inúmeros “recados” que somente serão assimilados ou entendidos por quem no mínimo LER e depois, mesmo que seja com muito esforço, PENSA. Pois quem apenas passa os olhos num texto, sem fixa-lo, é como quem ouve algo desatento: entra por um ouvido e sai pe-

* Escritor, jornalista, autor do lançamento e livroduplo “O super-herói do Natal” e “Presentão do Natal”, para o público infanto-juvenil, ilustrado e colorido, de “Crônicas, poesias e contos que u te conto...” (Literarte), lançado na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 2014 e de “Mídia, bênção ou maldição?” (Quár'ca Premium, 2011); colunista do “Jornal Sem Fronteiras”; par'cipações em diversas antologias no Brasil e exterior; vencedor de prêmios literários e culturais; membro de várias academias literárias brasileiras e mundiais. O que achou da coluna “Lupa Cultural” e deste texto? Contato: rofa.escritor@gmail.com

lo outro. Enfim, que o “ofício” de escrever seja entendido de diversas maneiras na vida. E que possa, de repente, seja como uma “roda de poesias” feita na hora, com as situações cotidianas. Nem que seja na mente de quem lê algo e constrói ideias ou mesmo discorda

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De Natais e Perus Por Julia Rego Ando pelas ruas da cidade e me deparo com um shopping center todo enfeitado para o Natal. Surpreendo-me, consulto o calendário para saber se estou perdida no tempo, e constato que ainda faltam quatro meses. Papai Noel tem chegado mais cedo em nossas vidas. Antigamente o Natal demorava muito para chegar. Lembro-me que, quando criança, passava o ano inteiro, e como parecia longo, à espera do dia em que o bom velhinho chegaria trazendo o brinquedo que pedira. Esforçava-me por me comportar bem para que meu pedido fosse atendido, o que nem sempre acontecia, para decepção minha. O mês de dezembro era sempre o que eu mais gostava. Trazia-me uma sensação gostosa de felicidade plena. A tranquilidade nos preparativos para a grande ceia, o acompanhar o peru engordando no quintal da casa para ser embebedado de véspera, a compra dos enfeites coloridos, das frutas cristalizadas, das amêndoas, nozes, figos, castanhas do Pará, sem falar na toalha de mesa vermelha, usada natais após natais, que trazia apliques de anjos celestiais azuis com suas trombetas, anunciando o nascimento do Menino Jesus... Tudo isso me enchia de alegria e expectativa para aguardar a festa mais bonita do ano. Nessa época, o ambiente parecia ser tomado por uma áurea encantada que envolvia a todos com sentimentos de verdadeiro amor ao próximo. A lista de presentes era grande, e todos escolhidos com muito carinho para fazer alguém feliz, pelo menos naquela noite. Os cartões que enviávamos e recebíamos em profusão traziam imagens, sons e mensagens inesquecíveis. Íamos à Missa do Galo, sempre celebrada à meia-noite, para depois degustarmos com muita cerimônia a ceia preparada dentro de um ritual que jamais será resgatado. Depois as crianças iam “dormir” a contragosto para que o Papai Noel pudesse colocar o presente nos sapatinhos, estrategicamente, arrumados na janela ou embaixo da cama. Aquele tempo me traz grande nostalgia. Quando me deparo com os enfeites tecnológicos, e tão antecipadamente, expostos nas vitrines das lojas e nos corredores dos grandes centros comerciais,

não sinto mais o espírito natalino da minha época de infância, ao contrário, sinto cheiros e sabores impregnados de amor ao capital. Ao invés de uma doce e calma espera pelo Natal, percebo pressa e artificialidade. As pessoas se atropelam em busca de uma lembrancinha qualquer, apenas para os mais chegados, preferindo presentear a si próprio com roupas e objetos de marca, realizando sonhos de consumo patrocinados pelo décimo-terceiro salário. As crianças não mais vivem a emoção da surpresa quando recebiam os presentes. Elas mesmas escolhem os mais modernos brinquedos entre choros e sapateados cheios de vontades. As ceias caracterizam-se por perus congelados e os pratos sorteados pelos numerosos parentes que quase se estapeiam, disputando uma dura e ressecada coxa da ave. Hoje ninguém tem mais tempo para nada. A correria e as mil atribuições do dia a dia impostas pela sociedade contemporânea nos deixaram cegos para a vida e para o verdadeiro sentido do Natal. E assim ele chega sem que percebamos o quanto de felicidade deixamos para trás quando trocamos a essência humana pela necessidade de, apenas, consumir ao invés de, simplesmente, celebrar. Mais uma vez contemplo as luzes de led em diferentes modelos e formatos do vazio Natal contemporâneo, e continuo tendo a certeza de que continuo preferindo os antigos pisca-piscas que, humildemente, enfeitavam o pinheiro verde coberto de algodão na sala da nossa casa. O presépio, embaixo, não nos fazia esquecer que, naquele dia Jesus, estava nascendo para o mundo.

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Magia de celebrar Por Sergio Eduardo Del Corso “Tempo de reflexão, indagar o que diz a alma, florescer essências, satisfazer ansiedades, coroar transformações. Comunhão de seres, iguais valores, união em cores.”

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Luz Do Amor Por Maria Socorro de Sousa Neste Natal celebremos com luz A luz do nosso olhar Olhemos para a Estrela que guia Ilumina os caminhos, nosso andar Luz que conquista Belém de Judá Traz Boas Novas de grande alegria Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, Boa vontade para com os homens Alegremo-nos com grande júbilo Ofertemos o nosso tesouro em dádivas: Ouro, incenso e mirra Ao menino Jesus A Luz do mundo Haja muitas luzes No Ano Novo 2015 Cantemos um Novo cântico Harmonia, Força e Fé Espalhemos as Boas Novas Alegrem-se e regozijem-se as Nações Sabeis que o Senhor é Deus Luz do Amor Deus é Fiel.

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NATAL DE 2014 Por Odenir Ferro

Como deveríamos nos comedir, dentro de mais e mais enleios materiais – já tão fartos em nossos convívios sociais – que não saberíamos nem ao menos, através deles, redescobrirmo-nos, quanto ser tão humanos emocionais que somos...! Neste Natal, devemos pedir o que, ao mitigo Papai Noel? “Que ele nos conceda as bemaventuranças de nos reencontrarmos com o Grande Mestre Jesus Cristo?!” “Quais são as pessoas humanas – que na atualidade –, estão vivenciando, experimentando e até criando, num crescimento exponencial os reais valores virtuais, e, verdadeiros – dentro dos exemplos deixados na Historia da Humanidade – pelo nosso Grande Mestre Jesus Cristo?” “Nós estaríamos prontos para comemorar os Festejos Natalinos em mais este final de ano”? – Mas, estaríamos realmente aptos, para – em mais este ano –, ao de novo consagrá-Lo em nossas vidas, dentro dos nossos mais profundos sentimentos, dentro da alma do nosso coração, para aceitar a plenitude finita da nossa presença física aqui no planeta, enquanto nos estagiamos para avançarmos rumo à plenitude da Eternidade – que Ele, em sua sabedoria e benevolência creditou a todos nós?!” Enquanto ele meditava, o dia vinha clareando. Final de madrugada, primeiro dia do mês de Outubro. No silencio do quarto, ele se pôs a refletir mais, e mais, ainda. E, dentro de muitas conclusões e inconclusos pensamentos sobre a fé, os ensinamentos, a história pessoal de vida – conciliando-se com a História Geral da Humanidade – pode sentir, pensar, intuir, sobre Jesus... E eu posso lhes dizer que:

“Ele pensou profundamente no quanto o Mestre Jesus o ampara. Dentro da sua atualidade existencial. Mas também soube discernir dentro de si, a dolorosa potencialidade de sentir e ressentir, sobre o quanto a Humanidade está se flagelando, corrompendo-se e vivendo em meios supérfluos de encantamentos proporcionados por inumeráveis tipos de vícios e artifícios. Cujos preços, em todos os átimos de momentos que se passam, estão ficando mais e mais, a cada vez mais, caros, fatídicos, trágicos... A incompreensão e a falta de respeito pelo nosso próximo estão estampadas nos reflexos e nos preâmbulos dos mais íntimos âmagos da nossa alma...!” Quando ouviu um barulho, ele se levantou, saindo repentinamente, do seu transe meditativo. E, logo em seguida, foi até a entrada da casa. Instintivo, logo percebeu ser o barulho da motocicleta do entregador de jornais. “E em meio a tudo isto, o que dizermos do Amor que deveríamos nutrir pelo nosso grande Mestre Jesus?” “O que dizermos sobre os laços fraternais, ou, sobre os valores pessoais mais íntimos – aqueles que se constituem dentro do nosso amor próprio?” Prosseguiam nos diálogos espirituais que os Anjos, invisíveis para ele, mas presentes aos seus envolvimentos literários continuavam freneticamente, a dialogarem entre si. E ele, compenetrado como estava, enquanto se dirigia até a porta principal da casa, conseguia – em forma de intuição e de motivada inspiração – captar alguns relances desta conversa espiritual. Pois que estava, e muito, sintonizado com a magia do universo ao seu redor.

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Abriu a porta com cuidado. Recolheu o jornal. E deixou-o do seu lado, sobre a impressora, tão logo regressou ao seu quarto. O computador permanecia desligado. O ventilador, também. Já de manhãzinha, podia sentir o calor. “Ao nota-lo assim, sem que ele nos notasse, pudemos, claramente, percebermos, no quanto ele estava apreensivo e decepcionado com tudo. Ou quase tudo, ao que se referisse aos assuntos da Humanidade. E assim, prosseguia ele, enquanto deixava a câmera de filmagem ligada. De vez em quando ele olhava para o monitor, para se certificar de que tudo estava sendo registrado. Ele tinha por hábito, gravar a sua imagem, e depois verbalizar os seus pensamentos... Registrados... Pondo entonação teatral aos seus sentimentos. E depois de analisar o material, transformá-lo em literatura poética.” Foi desta forma, que compulsivamente, ele escreveu a Mensagem de Natal, que nós como, colaboradores Universais, “assopramos” dentro da sua alma, tornando o seu espirito mais envolvente com as dimensões paranormais deste mundo em que todos nós, homens, anjos, e todos os reinos animais e vegetais, espirituais ou não, vivemos... Querido Papai Noel: “Sei que através do seu mito universal secular, o senhor está mais próximo de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Assim sendo, venho humildemente pedir-te para que nos conceda a graça da sabedoria de podermos em oração, compartilharmos as nossas aflições coletivas, no tocante aos nossos envolvimentos socioculturais. Sinto que estamos vivenciando as comodidades dos benefícios materiais, e estamos ausentes, a cada momento que se passa, dos nossos verdadeiros valores espirituais, valores emocionais... Aqueles valores que nos fazem vibrar de felicidade o nosso coração, pelos nossos gestos mais simples, em relação ao nosso próximo!

Noel! Como o senhor é um sábio conselheiro e amigo das crianças, tive a ideia de pedirlhe, para que lhes ensine o quanto foi, é e será sempre valorosa a Vida e Obra do Nosso Grande Mestre Jesus Cristo, deixada através de inúmeros e sábios ensinamentos, para todos nós, seres humanos habitantes deste Planeta Terra. “E... Assim sendo, meu querido Papai Noel, estes festejos natalinos, começarão a terem mais e mais, a cada vez mais, graduados valores de intensidades emocionais, espirituais... E, que será, dentro do nosso cotidiano, no ano vindouro, após os festejos, imensa fonte de inspiração de luz, motivando-nos a vivenciarmo-nos todos, como verdadeiros irmãos, dentro desta carismática e feliz realidade que sempre está a motivarmo-nos a seguirmos avante, em frente, sempre de cabeça erguida, enfrentando os enleios da vida. Podendo assim, desta forma, darmos prosseguimento a trajetória da nossa história pessoal, marcando-a com todos os aparatos divinais que a verdadeira sabedoria das palavras deixadas pelo nosso grande mestre Jesus Cristo, ainda sobrevive dentro das fagulhas dilacerantes do amor de cada um de nós, indo de encontro da luz, da esperança, do amor profundo e verdadeiro que porventura pudermos compartilhar com os nossos irmãos!” Grande abraço, meu querido Papi Noel! Ps.: Espero, amorosamente, a visita em minha casa, do nosso Grande Mestre Jesus! E, é claro, a sua, meu querido e bom velhinho!

Neste Natal, desejo que haja uma conciliação definitiva e harmônica com o Nosso Senhor Jesus Cristo, e contigo, meu querido Papai www.varaldobrasil.com

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ACREDITAR É UM DOM! ACREDITE NO BEM, ACREDITE NO BOM! CONFIE EM VOCÊ E NO UNIVERSO! TENHA UM FELIZ NATAL E UM ANO DE 2015 PLENO DE REALIZAÇÕES!

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A LITERATURA DE JACQUELINE AISENMAN Márcio Almeida Com que leveza escreve Jacqueline Aisenman! Com que estilo viscoso atrai o leitor para contextualizar a imagética do seu pensamento! Com que nobreza ela trata a Literatura! Em meio a tanto experimentalismo e distorções que sangram talentos em vão, de rebuscamentos sôfregos da linguagem, de psicologismos que esvaziam o ser humano de sua essência até a medula do nada, - esta autora é simples com profundidade, mergulha onde a gente é por ser o que é e traz a verdade de cada um no que somos de humanidade.

Informações sobre os livros: atendimento@designeditora.com.br coracional@gmail.com Karaokê a capela Escrevo porque é mais simples do que falar. É mais simples do que muita coisa. E quando não escrevo é como se sangrasse PA dentro numa hemorragia interna preenchendo todas as frestas que não têm como conter tanto sangue. Escrevo porque é a minha vida e a minha vida é soltar de mim o que só sai escrevendo. (...) Antes de soltar de mim as palavras, tenham elas o peso das âncoras. Sejam elas banhadas no mel. Possam elas ancorar seguras no coração de quem me ouve. (...) A pior palavra é a que você não quer ouvir. (...) Não existem palavras silenciosas. No momento exato em que você decidiu ser algo mais do que a sua imagem no espelho, os seus gestos irão tocar alguém. Isto é vida. (...) As palavras saem do fundo da mente ou do fundo ventre. De quem mente ou de quem sente. As palavras soam, zoam, passam, vibram, voam...(...) No meu silêncio encontram-se palavras que não querem vida: não querem sair, não querem dizer, não querem tornarem-se vivas. No meu silêncio as emoções circulam sem se fazer notar. E dentro dele, do meu silêncio, consigo exis'r sem a ameaça dos ecos. (...) Palavras devem ser bênçãos, jamais maldições. (Jacqueline Aisenman) www.varaldobrasil.com

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Revista Varal do Brasil A revista Varal do Brasil é uma revista independente, realizada por Jacqueline Aisenman. Todos os textos publicados no Varal do Brasil receberam a aprovação dos autores, aos quais agradecemos a participação. Se você é o autor de uma das imagens que encontramos na internet sem créditos, façanos saber para que divulguemos o seu talento!

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