Revista Varal do Brasil - ed 41 maio de 2016

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MORTE NO PARQUE Por Ivanise Mantovani Toma o leme, ativa a chama Que a morte anda pela tarde fria Alumia o caminho, alguém clama Apressa-te antes que chegue o fim do dia. O céu se veste de cinza e sombras Um cisne verga-se na claridade enferma Ramos de um Chorão no lago azul retomam O balanço das águas na tristeza erma. Eu que vivo para meus trinados Vejo a miséria que soluçante treme. E, num banco de pedras, reclinado Um pobre homem, tosse, escarra, geme. Em meio-luto a cidade acolhe O manto espesso da solidão noturna E no escuro firmamento estrelas se recolhem. Um anjo aproxima-se num halo virginal Ampara o homem nos braços da agonia Enquanto a morte passa pela tarde fria.


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