São Paulo Outlook 2010 - Português

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pesquisa e desenvolvimento

CIÊNCIA DE QUALIDADE Na última década o país dobrou sua produção científica, concentrada em São Paulo, e caminha para se consolidar entre os dez maiores em pesquisa e desenvolvimento no mundo

A

cidade de São Paulo mantém a mais avançada estrutura de pesquisa e desenvolvimento da América Latina, agregando conceituadas universidades, centros técnicos e educacionais, núcleos de pesquisas e laboratórios. O desenvolvimento científico no estado combina importantes incentivos governamentais e financiamento do setor privado.
 Desde 2008, com a aprovação da Lei Paulista de Inovação, foi iniciada a criação de um conjunto de parques tecnológicos no estado denominado Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec). Ao fim de 2009, já existiam 30 projetos para a implantação desses parques, dois deles na cidade de São Paulo.

Produção científica em ascensão O sistema de pesquisa e desenvolvimento tecnológico do estado de São Paulo é o mais avançado do país – responsável por quase a totalidade da produção científica e 45% dos doutores formados no Brasil. www.analise.com

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as principais universidades instaladas em São Paulo são responsáveis por praticamente toda a produção científica do país, o que representaria quase 2% de tudo o que é registrado no mundo. O percentual ainda é pequeno se comparado ao de países como Estados Unidos e Inglaterra, que respondem por 20% e 6% da produção mundial, respectivamente, mas é o dobro da representatividade do Brasil há dez anos.
 Em número de artigos publicados, o Brasil saltou da 20ª para 14ª posição no mundo, de 1998 a 2008, com mais de 33 mil documentos no ano. Com isso, ultrapassou a Rússia pela primeira vez nesse quesito, mas continua atrás da Índia e da China.
 Na análise qualitativa, no entanto, o país desbanca seus parceiros do Bric. De todos os documentos publicados por pesquisadores brasileiros em 2008, 31% foram citados em outros artigos científicos, ante 28% da Índia, 22% da China e 19% da Rússia. Em termos de colaboração entre cientistas de diferentes países, o Brasil também é destaque. Cerca de um terço da pro-

dução do país foi realizado de forma colaborativa, índice ligeiramente superior ao da Rússia e bem acima dos 21% da Índia e 16% da China. Na última década, a produção científica brasileira triplicou, em grande parte graças aos centros de pesquisa e cientistas paulistanos.

O desafio da formação de pesquisadores O principal desafio para o avanço da área de pesquisa e desenvolvimento em São Paulo é o incremento na formação de cientistas. Em 2009, o estado mantinha uma média de 0,8 pesquisador para cada mil habitantes, cerca de três vezes menos do que países como Espanha, Itália e Canadá, entre os dez maiores produtores de conhecimento científico do mundo.
 A relação entre o número de graduados no ensino superior e o número de habitantes é de 30% em São Paulo e 23% no Brasil, ante uma média de 55% na Espanha, França e Estados Unidos. O país já supera seus vizinhos latinoamericanos como México (20%) e Argentina (13%), mas precisa continuar investindo em educação superior para

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