A letalidade das armas não letais

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Um dos grandes motivos que dão destaque ao debate sobre armas de baixa letalidade é o crescimento deste mercado. Após décadas em que se usou basicamente as armas citadas ao longo deste trabalho, novos armamentos começam a surgir. Eles variam em graus de absurdo, e ainda não há lei ou regulamentação que compreenda este crescimento com segurança. Um novo equipamento que tem sido adotado no Brasil é o “ACDC” . Uma linha de sprays colantes, com composto químico biodegradável8 [sic]. Espécie de gosma que gruda no rosto do atingido, tem diversas cores, cada uma com um efeito diferente. Por exemplo, o spray “sangre”, além de incapacitar, dificultar a visão e causar ardência, trabalha o psicológico: como a cor é vermelha, gera a sensação visual de sangramento. Uma outra característica importante deste produto é que não sai com água: ela apenas potencializa sua ação. Para retirar a “gosma”, é necessário o uso de um produto que apenas a polícia detém. O fabricante indica seu uso para situações com “grande concentração de pessoas, como shows, eventos, rebeliões, passeatas”. O que significa a incorporação deste tipo de equipamento, que cumpre um papal identificador – uma vez que a pessoa fica marcada – para uso em passeatas? O que esta adoção significa em relação à nossa liberdade de expressão? Podemos continuar fabricando armamentos com baixa letalidade, sem qualquer regulamentação? Entre o ano de 2011 e 2012 os Estados Unidos projetaram arma eletromagnética térmica para dispersar manifestações. Segundo Dmitry Soskv9

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