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— Claro que não.
— E, no entanto, bruxas, fadas, metamorfos, demônios... todos nós temos as mesmas origens.
— O que você quer dizer?
Papai arrancou um pedaço de grama e começou a despedaçá-lo distraidamente. — Nós todos começamos como anjos.
— Eu sei que os Prodigium regulares começaram assim, — eu disse. — Eles são descendentes dos anjos que não escolheram um lado na guerra entre Deus e Lúcifer.
Papai encontrou os meus olhos. — Bem, demônios são anjos que escolheram um lado. O lado errado, no final das contas.
— Então o quê? Só porque eles costumavam serem anjos não os torna — nos torna — os bonzinhos.
— Não, mas nos faz sermos um pouco mais complexos do que monstros. Por exemplo, você não estava particularmente perturbada em descobrir que você era uma bruxa negra, e os poderes delas são incrivelmente parecidos com os nossos. De muitas maneiras, um demônio não é nada mais do que uma bruxa negra muito forte.
— Ou Hogaroth, o pegajoso, — eu murmurei.