(in)transiçoes - entre fixos e fluxos sobre a marginal botafogo

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intransições: por uma nova utopia urbana 1 as margens da marginal

ANÁLISE DAS TRANSIÇÕES Chama-se de transição o estado intermediário entre uma coisa e outra; indica também o movimento, a passagem. Para que esta se realize é preciso um percurso. Os percursos, por sua vez, precisam de uma motivação, de um objetivo a ser traçado e de um destino a qual devam se referenciar. As transições só existem em função de um percurso já idealizado. Partindo dessa ideia, entende-se aqui como transição essa passagem de um lugar a outro e a sua motivação. Para poder entender e vivenciar as transições é preciso olhar mais atentamente o território em nível local e humano. É preciso neste momento se despir das asas de Dédalo, da apreensão de cima, da visão dos deuses arquitetos - detentores do conhecimento e da razão - e se adentrar no labirinto onde Teseu percorre, onde Teseu representa a pessoa comum, que precisa, no seu cotidiano, de pistas para chegar ao conhecimento. (HOLANDA, 1999) É nesse olhar que essa parte do trabalho se propõe, compreender como as pessoas em nível local enfrentam a Marginal Botafogo diariamente, se apropriando e deslocando em uma via que não foi feira para elas, mas para as máquinas. O que motiva os deslocamentos? O que gera rupturas e continuidades? Quais as diferenças ou semelhanças existentes entre um lado a outro? Para se responder a tais perguntas, é impossível se basear somente na macro escala, é preciso vivenciar uma nova perspectiva de apreensão, uma escala mais próxima das pessoas e de suas temporalidades pessoais. É preciso adentrar-se na escala do cotidiano.


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