Nº 369 Edição Brasil

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PMES GLOBAIS

POR UM BOM CAMINHO

Empresa mexicana cresce oferecendo terceirização do manejo de frotas corporativas Arly Faundes Berkhoff, Cidade do México

O

s pequenos comércios do México se transformaram em um campo de batalha de grandes companhias. “Se você não chega a tempo para oferecer seu produto, a concorrência toma seu lugar”, conta José Rodríguez, gerente da frota da Nestlé na Cidade do México. Como a Nestlé, muitas outras empresas necessitam enfrentar a mesma batalha diária, e reconhecem que parte desse trabalho logístico pode desviar o foco do negócio principal. No caso da empresa suíça, essa tarefa implica garantir o bom funcionamento de uma frota de 2 mil caminhões que circulam pelas ruas do México. “Refletimos e chegamos à conclusão de que o melhor era buscar alguém com experiência no assunto”, diz o executivo. Hoje, quem cuida da frota da Nestlé é a mexicana Facileasing. Há 20 anos a empresa aluga veículos sob o sistema de leasing (ou seja, com direito a compra), e há dez resolveu ampliar seu negócio oferecendo o serviço de administração de frota, que inclui de manutenção e temas legais à gasolina. A empresa tem um contact center de mecânicos e um sistema CRM que faz o acompanhamento de cada veículo. Dessa forma, os clientes podem ter controle completo da

Cuenca: amplo mercado

frota através do sistema Fleet Online. A vantagem que a empresa oferece é clara: negociar preços e garantias diretamente com as montadoras. Se o veServiço conjuga um instrumento financeiro com a vantagem da associação estratégica

ículo não rende a quantidade prometida de quilômetros por litro, o provedor responde pela diferença. Assim, as empresas se fixam na tarefa de desenhar as melhores rotas e escolher os motoristas de sua confiança.

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“Esse serviço me proporciona um custo variável porque pago por unidade de consertos, conto com uma equipe reduzida e nos preocupamos somente com o operacional”, diz Rodríguez. O negócio da Facileasing registra uma onda de expansão no México e na América Latina. “Esse tipo de administração busca reduzir o custo total de propriedade e isso vai além do sistema de leasing”, diz Luis Cuenca, diretor comercial da Facileasing. “Não são muitas as empresas que se dedicam a isso, ainda que exista uma tendência

crescente de aproveitar ferramentas financeiras como o leasing”, diz Manuel Estrada, acadêmico do Departamento de Operações do Ipade, na Cidade do México. Para ele, o mérito da empresa está em integrar um instrumento financeiro com outro de serviços e associações estratégicas. “Criaram um produto mais robusto para cobrir uma necessidade completa”, diz. Além da Nestlé, a Facileasing tem entre seus 180 clientes companhias como Pfizer e Novartis, Avon, Scotiabank, Santander e Accenture. E mantém aliança global com empresas como PHH Arval, Avis Fleet Services, Sumisho Auto e Leasing Corporation, administrando 1,8 milhão de veículos. Desde que começou a oferecer esse serviço, a empresa registra média de crescimento de 18% ao ano. No primeiro semestre deste ano, o aumento chegou a 33% em relação ao mesmo período de 2007, totalizando um faturamento de US$ 16 milhões. Para Cuenca, a atual crise é uma oportunidade. “As tesourarias das grandes empresas vão cuidar do fluxo efetivo, e o leasing e aluguel serão uma alternativa de financiamento.” Ainda que não tenha um registro preciso da economia conquistada – já que o trabalho com a Facileasing começou em abril – Rodríguez afirma já ter percebido avanços. Antes, por exemplo, tinham que estar em contato com 500 mecânicos espalhados pelo México. “Hoje já não pensamos nisso; dedicamos tempo à estratégia”, diz. Assim, na Facileasing os empresários seguem em boa rota, e seus clientes abrem caminho para serem os primeiros a chegar. Q


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