EM TEMPO - 10 de fevereiro de 2014

Page 6

A6

Política

MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2014

DIVULGAÇÃO

Cláudio Humberto COM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

www.claudiohumberto.com.br

Barulho, obra suja, desorganizada...” Ministro Moreira Franco (Aviação Civil) sobre a reforma do aeroporto de Confins (MG)

Sob pressão, PPS-SP pode retirar apoio ao PSB Sob pressão do governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB-SP), a quem é intimamente ligado, o PPS de São Paulo pode colocar à prova o apoio ao presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) caso os socialistas lancem candidato ao governo paulista, como exigiu ex-senadora Marina Silva. Os 80 delegados do diretório paulista são considerados historicamente decisivos na convenção nacional. Quem manda O indicativo de apoio a Eduardo Campos foi aprovado, em 2013, com aval de Alckmin, por quase unanimidade dos delegados de São Paulo. Jogo duplo Alckmin só apoiou a iniciativa do PPS de se aliar ao PSB de olho em reunir em seu palanque Eduardo Campos e Aécio Neves (PSDB-MG). Mi casa, su casa Segundo o PSB paulista, dos 250 candidatos a deputado federal e estadual, 70 mudaram para o partido com a anuência de Alckmin. Cruz ou espada Prefeitos do PSB de grandes capitais como São José do Rio Preto e Campinas já avisaram que não podem se opor à reeleição de Alckmin. Equipe de Chioro faz lembrar caso ‘sanguessugas’ Continua o inferno astral do ministro Arthur Chioro (Saúde). Nebulosa história de sua empresa que ele próprio contratou para sua secretaria de Saúde de São Bernardo (SP), médica cubana abrindo a fila

de deserções etc. E ainda irritou o PT nomeando para chefiar seu gabinete Silvana Pereira, que atuou na Secretaria de Ação em Saúde na época do escândalo dos sanguessugas, quando Humberto Costa era ministro. Uma máfia A Polícia Federal prendeu 46 no escândalo dos sanguessugas, de 2006, também conhecido como a “máfia das ambulâncias”. Barra pesada A CPI criada para investigar o escândalo dos sanguessugas, um dos mais graves da era Lula, recomendou a cassação de 72 parlamentares. Prazo de validade Assumindo o cargo já sob suspeita, o ministro Arthur Chioro já virou tema de um bolão, no Congresso, sobre sua permanência no cargo. Cadeia neles Além de insultar a democracia, em lugar de respeitála, os “black blocs” precisam ser tratados como são, bandidos que se escondem em máscaras para impor o medo e inclusive atentar contra a vida. ‘Carrapato’ quer mais O ex-presidente do TJ do Rio Marcus Faver ajuda discretamente na defesa de Antonio Santos, chefão da CNC, confederação do comércio. “Carrapato” agarrado ao cargo há 33 anos, Santos quer a reeleição e tenta afastar a cúpula do Sesc/Senac-RJ para eliminar o único opositor. Imagina na Copa Tem muito carioca de olho na casa de Henrique “Celso” Pizzolato em Maranello, numa das regiões mais bo-

Jornalista

nitas da Itália: por € 800 de aluguel (R$ 2,6mil), ele só alugaria cafofo no alto da favela da Rocinha. Feldman 2014 A ex-senadora Marina Silva pressiona para lançar seu fiel escudeiro, Valter Feldman, ao governo paulista. Em troca, ela garante aceitar ser vice de Eduardo Campos, na campanha presidencial. Faroeste candango Alta sensação de insegurança em Brasília leva a população a tentar proteger-se com um revólver na cintura. Cena de brasilienses com o “volume” na cintura em bares tornou-se comum. País sério Escolhido em 2007 para sediar a Copa do Mundo deste ano, o Brasil deu início a apenas seis dos 37 projetos de infraestrutura para receber o evento, segundo relatório do Tribunal de Contas da União. Fim do suplente O senador Eunicio Oliveira (PMDB-CE) tem motivos de sobra para defender o fim da figura do suplente. No caso dele, é o petista Waldemir Catanho, braço direito da exprefeita Luizianne Lins. Contra Golias O senador Sérgio Petecão (PSD) conseguiu o apoio dos nanicos DEM, PRTB e PMN para disputar o governo contra a máquina do governador Tião Viana (PT-AC): “Em 2010, também venci ao Senado na oposição”. Pergunta no guichê Você contrataria Henrique, aliás Celso Pizzolato, para uma auditoria contábil no Banco do Brasil?

PODER SEM PUDOR

O amigo Jânio Presidente, Jânio Quadros não localizou em Brasília o amigo Saulo Ramos, que passeava em Santos, e ligou irritado ao comandante da Base Aérea do balneário, coronel Salema, ordenando que o prendesse (“Se preciso, algeme-o”) e o levasse à Capital. Saulo, amigo do coronel, reagiu assim, diante da voz de prisão: - Diga que me deu o recado, mas a Aeronáutica não tem verba nem para algemas. No dia seguinte, já em Brasília, Saulo Ramos se explicaria ao presidente: - Veja, Jânio, se a Aeronáutica não tem verbas sequer para algemas, o que pensar da manutenção de seus aviõezinhos? Você voaria em um deles? - Fez bem de vir hoje – respondeu o presidente, lacônico e divertido.

EX-DEPUTADO

Morre Adhemar de Barros Filho Morreu ontem o empresário e político Adhemar de Barros Filho, 84, em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês desde 17 de novembro de 2013, devido a um linfoma do sistema nervoso central. Boletim médico assinado pelo diretor técnico hospitalar Antônio Carlos Onofre de Lira e pelo diretor clínico Paulo Cesar Ayroza Galvão informa que a morte ocorreu às 14h45 em decorrência de falência múltipla de órgãos.

Deputado federal por seis mandatos, Barros Filho participou da Constituinte de 1988. Seu último período na Câmara foi de 1995 a 1999. Ao longo da carreira política, iniciada em meados dos anos 1960, Barros Filho se filiou a seis partidos, incluindo a Arena, que dava sustentação ao regime militar, e o PDT, do esquerdista Leonel Brizola. Ele é o primogênito do exgovernador paulista Adhemar de Barros (1901-1969), que apoiou o golpe de 1964, mas depois rompeu com o

regime militar e terminou cassado, em 1966. O político, nascido em junho de 1929, tentou se reeleger em 2000 pelo Partido Progressista (PP), mas recebeu apenas 6.632 votos e não conseguiu um novo mandato. Além da vida política, o ex-deputado e advogado, também comandou a fabricante de chocolates Lacta, uma das fabricantes de chocolate do país. Endividada, a empresa foi vendida para o grupo Philip Morris em 1996.

Ex-diretor do BB, Henrique Pizzolato continua preso na Itália. Polícia brasileira vai pedir extradição

PF vai ter acesso a dados apreendidos pela Itália

A polícia italiana vai compartilhar as informações de dois computadores de Pizzolato, apreendidos durante a sua prisão

A

Itália vai compartilhar com a Polícia Federal os dados dos dois computadores e um tablet apreendidos durante a operação que resultou na prisão de Henrique Pizzolato, na última quarta-feira, em Maranello (norte da Itália). Os equipamentos ainda não foram examinados pelas autoridades e o seu conteúdo ainda é desconhecido. Policiais ouvidos pela reportagem acreditam que podem incluir os rastros dos crimes cometidos por Pizzolato, como a falsificação de documentos, de como movimentou dinheiro ou obteve ajuda durante o período que esteve foragido na Europa. Em novembro do ano passado, surgiram rumores de que Pizzolato teria fugido para a Itália com um pen drive com um dossiê com dados da campanha presidencial de Lula em 2002 - o que não foi confirmado até agora. “Até agora, nosso trabalho ficou focado nos documentos falsos que encontramos com ele. Agora, vamos trabalhar na questão dos computadores’’, disse o coronel Francesco Fallica, diretor da divisão de cooperação internacional da

polícia italiana. O número 1 da Interpol na Itália vai se reunir hoje em Roma com o adido da Polícia Federal na cidade romana, Disney Rosseti, para discutir uma estratégia para quebrar o sigilo dos dados.

RÉU

Henrique Pizzolato foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e sete meses pela corte do Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de ser expedida a prisão, ele fugiu para a Itália com passaporte falso Segundo Fallica, os brasileiros devem participar da análise dos arquivos porque é possível que eles guardem informações muito específicas. Ainda não está claro de que maneira isso vai acontecer. Pela lei brasileira, a verificação de dados em um computador -como emails armazenados- depende de um juiz autorizar a quebra de sigilo. Uma precaução que deve ser discutida, segundo o chefe da

Interpol na Itália, é se a PF vai precisar ou não de autorização judicial no Brasil antes de ter acesso aos dados para poder resguardar a validade de alguma eventual dado útil a uma investigação em curso. Pizzolato está preso na penitenciária de Modena. Na última sexta-feira, a Corte de Apelação de Bolonha rejeitou seu pedido para responder à ação de extradição em liberdade por considerar que havia risco de fuga. Além da ação de extradição para cumprir pena de 12 anos e 7 meses da condenação do mensalão, ele vai responder por uso de documento falso na Itália por causa do passaporte usado em nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978. A PF também instaurou inquérito no Brasil para apurar o caso. A mulher de Pizzolato, Andrea Eunice Haas, teria deixado na última sexta o apartamento do engenheiro Fernando Grando, último esconderijo do casal na Europa. Grando, que é engenheiro da equipe Ferrari de fórmula 1, foi procurado e confirmou apenas que a tia deixou o imóvel. Ele não quis conceder entrevista.

SENADO

Aliados de Campos disputam vaga Com a organização de uma campanha presidencial pela frente, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) ainda tem problemas a resolver no próprio quintal: definir seu candidato à sucessão e um nome para tentar o Senado. Os favoritos à indicação do governador são o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), 71, ex-rival e hoje aliado, e o ex-ministro da Integração Fernando Bezerra (PSB), 56. O primeiro ainda não disse se tentará a reeleição ao Congresso, enquanto o segundo quer ser o nome para o governo e não tem demonstrado apreço pelo Senado. Para completar, o PV local apresentou na semana passada o nome do secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, 51, apoiado pela Rede, grupo de Marina. O diálogo de Campos com os interessados foi retomado no último final de semana, quan-

do o governador encontrou Jarbas Vasconcelos. O senador não foi localizado pela reportagem para falar sobre o encontrou. Já Campos se recusou a informar o teor da conversa, mas confirmou que trataram de política. Aliados do senador dizem que ele quer saber quem será o candidato de Campos ao governo antes de se decidir sobre reeleição. Teme, dizem eles, falta de afinidade com o escolhido. Na disputa pela vaga de sucessor do governador aparecem quadros técnicos, como os secretários Tadeu Alencar (Casa Civil) e Paulo Câmara (Fazenda), que poderiam adotar um discurso da “nova política” e deixar o senador desconfortável na chapa. Procurada, a assessoria de Vasconcelos nega que o senador esteja fazendo essa ponderação. Chapa plural Bezerra, por sua vez, espera

não ser escanteado mais uma vez por Campos. Na semana passada, chegou a defender a candidatura de Jarbas Vasconcelos ao Senado. Em 2010, o ex-ministro queria ser senador, mas as duas vagas foram ocupadas por PT e PTB. Em 2012, o governador fez Bezerra transferir seu título eleitoral de Petrolina para o Recife, mas acabou escalando Geraldo Julio (PSB), atual prefeito, para a disputa municipal. Em seu favor, Bezerra afirma que o candidato ao governo tem que ser “político”. Argumenta que Campos não terá condições de fazer a campanha do sucessor porque terá que promover o próprio nome nacionalmente. “Defendo que o PSB deva ter só a cabeça da chapa, e os demais cargos de Senado e de vice-governador devam ser preenchidos com parceiros da Frente Popular (chapa governista em PE)”, disse Bezerra.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.