Elenco - 20 de abril de 2014

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na Ópera

AMAZONAS EM TEMPO Manaus, domingo, 20 de abril de 2014

João Guilherme Ripper desenvolveu o enredo a partir de um poema de Max Carphentier

Onheama:

ópera sob encomenda Produzido com exclusividade para o 18º Festival Amazonas de Ópera, o espetáculo ‘Onheama’ estreia dia 25 de maio, às 19h, no Teatro Amazonas. Haverá récitas também dia 28, no mesmo local, às 20h, e dia 1º de junho, no Largo de São Sebastião, às 19h. O autor do libreto, o compositor e regente de orquestra João Guilherme Ripper, confessa estar ansioso para a grande noite – que vai marcar também a sua estreia no evento –, mas revela que existe também ‘um imenso prazer na interação com todos os envolvidos na produção do espetáculo’. LUIZ OTAVIO MARTINS Especial EM TEMPO

A

ópera “Onheama” foi encomendada especialmente para o festival e é baseada num poema do escritor Max Carphentier chamado “A Infância de um Guerreiro”. O público-alvo é o infantojuvenil. Ripper, que também é diretor da Sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro, aceitou o desafio de compor “uma música desprovida das longas ornamentações melódicas típicas do bel-canto”. “Procurei utilizar uma linguagem que falasse diretamente à geração que está habituada a assistir videoclipes”, explica. O termo “Onheama” significa “eclipse” em guarani. No centro do enredo desenvolvido pelo compositor está o mito indígena que explica o eclipse como a ação de uma onça celeste que engole o

sol. E o jovem Iporangaba é o único de sua tribo capaz de devolver a luz e a vida à floresta. Ripper revela que seu trabalho inicial consistiu em criar uma história a partir dos elementos apresentados no poema. Depois que o libreto ficou pronto, ele partiu para compor a música e produzir a sua orquestração. O compositor comenta que, durante o seu processo criativo, muitas etapas podem acontecer de forma simultânea e ideias podem surgir em qualquer lugar e a qualquer hora. “De alguma forma, quando o processo é deflagrado, fico totalmente obcecado com o assunto e é como se abrisse em minha mente um estúdio que funciona 24 horas por dia”, observa. O elenco de “Onheama” é formado pelos sopraninos Edilson Cardoso (que vai interpretar Iporangaba nos dias 25 de maio e 1º de junho) e Edney Lira (intérprete do protagonista no dia 28 de maio); a soprano Dhijana Nobre (Iara), o barítono Rafael Lima (Tuxaua), a soprano Isabelle Sabrié (mãe da tribo Nhandeci e a onça celeste Xivi) e o tenor Enrique Bravo (Boto). A direção musical e regência ficarão a cargo de Luiz Fernando Malheiro no dia 25, de Luiz Otávio Simões no dia 28 e de Marcelo de Jesus no dia 1º. Para João Guilherme Ripper, criar um universo poético e musical dotado de coerência interna própria foi mais importante do que ser exato de forma antropológica ou histórica em sua obra. “Quando ‘Onheama’ começa, entramos no campo atemporal do mito e seus símbolos. A história acontece agora, no tempo sempre-presente da imaginação e do sonho, numa floresta onde os Manaós ainda habitam e sempre habitarão. A música de ‘Onheama’ abre esse caminho para a outra dimensão e nos conduz por esse mundo onde acontece a aventura de Iporangaba. Além do cinema, é a ópera que detém esse poder de deslocamento e encantamento”, analisa.

O compositor dispensou longas ornamentações melódicas para atingir o público-alvo

RODRIGO CASTRO/DIVULGAÇÃO

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