Nora roberts trilogia da gratidão 01 arrebatado pelo mar

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ele é ser levado para longe de sua casa e longe de seus cuidados, então vou lutar com unhas e dentes para me assegurar que isso aconteça. — Então, acho que estamos começando a nos compreender. — Cam também se levantou. — Ainda não temos muita coisa, mas a gente tem que começar de algum lugar. No minuto em que ela colocou os pés fora da casa, Cam voou para o telefone. No momento em que já passara por uma secretária, depois um assistente e finalmente conseguira chegar a Phillip, sua raiva já havia transbordado. — Apareceu a porra de uma assistente social aqui! — Eu avisei a você que isso ia acontecer. — Não, não avisou não... — Avisei sim! É que você não escuta o que a gente fala... Estou com um amigo meu, que é advogado, cuidando da papelada sobre a guarda do menino. A mãe de Seth tomou um chá de sumiço e está por aí, não se sabe onde; pelo que pesquisamos, não está mais em Baltimore. — Estou cagando e andando para o lugar onde a mãe dele está! A assistente social levantou algumas dificuldades a respeito de a gente ficar com Seth. — O advogado está requerendo uma guarda temporária. Essas coisas levam tempo, Cam. — E pode ser que a gente não tenha tanto tempo assim. — Fechou os olhos, tentando superar a raiva. — Ou talvez eu tenha conseguido algum tempo a mais. Quem é o dono da casa agora? — Nós. Papai deixou a casa e, bem, todo o resto, para nós três, igualmente. — Legal, ótimo! Porque você está prestes a fazer uma mudança. Vai ter que embalar todos aqueles ternos de grife que você tem, meu chapa, e arrastar o seu traseiro para morar aqui nesta casa. Nós três vamos ter que morar juntos novamente. — Nem pensar! Sem essa! — E eu vou ter que arranjar um emprego. Estou esperando você aqui às sete horas, hoje à noite, para a gente conversar. Traga o jantar. Estou de saco cheio de cozinhar. E teve a pequena satisfação de desligar o telefone na cara de Phillip, que soltava vigorosos palavrões do outro lado da linha.

Anna achou que Seth era um menino mal-humorado, com a língua afiada e muito irritante. E gostou dele imediatamente. A diretora lhe dera permissão para tirá-lo da sala e usar um canto da lanchonete vazia como escritório improvisado. — Seria mais fácil se você me contasse o que acha disso tudo, como se sente a respeito e o que gostaria que acontecesse. — E por que razão você ia dar alguma importância ao que eu quero? — Porque sou paga para isso. Seth encolheu os ombros e continuou a desenhar círculos sobre a mesa com os dedos. — Bem, acho que você devia cuidar da sua vida, me sinto de saco cheio e quero que você vá embora. — Bem, você respondeu tudo sobre mim — disse Anna, e teve a satisfação de ver Seth fazer força para abafar um sorriso. — Agora vamos falar de você. Está feliz morando com o Sr. Quinn? — É uma casa legal... — É mesmo, gostei muito dela. E quanto ao Sr. Quinn? — Ele pensa que sabe tudo. Acha que é o máximo dos máximos, e se julga muito esperto porque já conhece o mundo inteiro. Cozinhar ele não sabe, isso eu posso lhe assegurar com certeza. Anna largou a caneta sobre a mesa e cruzou as mãos sobre o bloco de anotações. O garoto era magro demais, pensou.

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