Por João Rocha Rodrigues
FERNANDA MONTENEGRO
Muitas vezes no Brasil a gente acerta por carência
LAURA HUZAK ANDREATO
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Ela soma mais de seis décadas de carreira. Começou a trabalhar aos 15, no rádio. Aos 20, nos primórdios da televisão, já havia ganhado lugar nas telinhas – foi a primeira atriz contratada da tevê brasileira. Pouco depois já brilhava nos palcos. “De lá para cá, posso dizer que foi teatro todos os dias.” Fernanda se considera de uma geração privilegiada, para a qual não faltou trabalho, paixão nem estímulos. “Somos de uma geração ainda com muita influência do humanismo, e já botando um pé no contemporâneo.” Protagonista de algumas das cenas mais comoventes do cinema brasileiro, em filmes como Central do Brasil, A Falecida e Eles Não Usam Black-tie, vê nessas produções uma característica comum que, segundo ela, diz também muito sobre o Brasil: as dificuldades que o destino impôs, sejam elas financeiras ou políticas, proporcionaram momentos de rara beleza. É o que ela chama de acerto na carência. “Brasil, Brasil, Brasil, berço das artes reunidas. Acho que é isso que nós somos.” www.almanaquebrasil.com.br