ALIMENTAÇÃO ANIMAL REUNIÃO GERAL DA INDÚSTRIA
INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA IACA
José Romão Braz
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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL
Gostaria de começar por lamentar a alteração da sessão de abertura, que se fica a dever à ausência da Sra. Eng.ª Mercês Ferreira da Agência Portuguesa do Ambiente, que por razões de última hora, devido a uma reunião urgente com o Ministro do Ambiente, não lhe foi possível estar presente. Também lamento, não ter sido possível a presença de um representante da APA para nos ouvir e testemunhar as nossas preocupações, mas também o esforço que fazemos no dia a dia para cumprir as exigências e mostrar que temos soluções e queremos fazer parte delas. Esperemos que a ausência não seja uma afirmação quanto à forma como a APA olha para este tipo de eventos, em que pretendemos discutir ideias, estratégias e projectos, pois certamente teremos outras ocasiões para estar com a APA e iremos enviar para os seus responsáveis o que de relevante sair deste dia tão importante para a Indústria. Também quero aproveitar esta ocasião para agradecer a todos os oradores e patrocinadores a sua disponibilidade para este evento. É, assim, com muito prazer que realizamos esta Reunião Geral da Indústria com tão grande adesão de associados e parceiros da fileira da alimentação animal, o que demonstra a importância do tema escolhido: Ambiente e Alimentação Animal: Desafios e Oportunidades. Esta reunião geral inicia a contagem decrescente para a comemoração dos 50 anos da nossa Associação, com várias actividades e iniciativas que iremos levar a cabo, nas quais o desenvolvimento de um estudo que nos permitirá saber como a nossa indústria é vista pelos consumidores, opinião publica e stakeholders em geral. É pois, um tema de grande actualidade e que é do interesse da Indústria discuti-lo e contribuir para clarificar e desmistificar algumas informações que têm passado para a opinião pública e, também para que nos preparemos enquanto Indústria da alimentação animal, mas acima de tudo num contexto de fileira, incluindo a agro-pecuária, recordando o papel primordial que temos vindo a desempenhar na chamada Economia Circular, que está na génese e na origem do nosso sector há muitas décadas, pois nascemos para poder aproveitar a sêmea de trigo, os bagaços de oleaginosas, etc, mais de 1/3 das nossas matérias-primas dizem respeito à utilização de coprodutos de outras indústrias agro-alimentares. Não somos uma indústria poluente, mas temos uma grande preocupação com a questão das emissões e dos GEE e naturalmente o impacto da produção
pecuária, cujo contributo para as referidas emissões queremos ajudar a mitigar; A visão 2030 da nossa indústria alinhada com o Acordo de Paris e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, são disso um exemplo; Projectos como PEF (para a medição da pegada de carbono da indústria), a procura de matérias-primas sustentáveis – como o caso da soja (SSAP e outros); o projecto GO Efluentes, o Laboratório Colaborativo InovFeed que somos promotores em conjunto com o INIAV, Universidades e empresas privadas; e os Relatórios de Sustentabilidade, são a demonstração da proactividade do nosso sector e da nossa indústria em particular. Não nos revemos e repudiamos os fundamentalismos que estamos a observar contra o consumo da carne e que ignoram vantagens óbvias da actividade pecuária no Mundo Rural, mas também o papel das forragens e pastagens na retenção de carbono, onde há um exagero do impacto da actividade pecuária no Planeta, aliás como vários especialistas têm vindo a demonstrar e a explicar-nos, vemos o RNC 2050 nesta linha e queremos contribuir para esta discussão e adopção da melhor estratégia para o país e o nosso Planeta; Sustentabilidade não é apenas Ambiente, sem empresas viáveis não existe sustentabilidade; A IACA e a Indústria da Alimentação Animal são e querem ser parte da solução e recordando os pilares da visão 2030 da nossa indústria – Nutrição Animal – onde destacamos questões como o bem-estar animal e a alimentação de precisão que garante uma maior eficiência na produção de produtos de origem animal e um menor impacto da actividade; Sustentabilidade – como na questão do aprovisionamento das matérias-primas; Segurança Alimentar – em que temos o QUALIACA como ferramentas; Demonstram a nossa postura de procurar consenso entre o sector, os Ministérios da Agricultura e Ambiente, mas acima de tudo, assegurando uma estratégia coerente e de transição, sem que o País corra o risco de ser campeão dos objectivos mas dependente em termos alimentares e pobre, com é o caso da esmagadora maioria dos países que não são autosuficientes em termos alimentares! Reafirmo, nesta ocasião, que seremos parte da solução e que podem contar connosco. Muito obrigado e bom trabalho a todos…