Edição 652

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A FOLHA

Caravana do CPERS passou por Santiago Carine Martins

Selmo Crivochein

JORNAL

GERAL

Sexta-feira, 10 de agosto de 2018

E-mail: s.s.s@folha.com.br

A ARQUITETURA DO MAL Suspense, quem matou Odete Roitman, John Kennedy, Celso Daniel, Marielle Franco? Quanto mais hediondo for o crime, mais prende a atenção e eleva audiência das novelas e noticiários. A natureza humana maléfica se excita com criminosos e fascina com vítimas. Não existe um só canto do mundo imune à ação de alguma facção criminosa. Na Itália, por exemplo, a máfia midiática Cosa Nostra rivaliza com a poderosa facção ‘Ndrangheta; um clássico italiano. Na China reina a Sun Yee On e na Rússia a Bratva. Por que a polícia não consegue acabar com o CRIME ORGANIZADO? Quem domina o submundo do crime no Brasil? Quem é o arquiteto do mal?

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RIME ORGANIZADO. O sucesso na carreira do crime não é para qualquer um. A concorrência é grande, o critério de recrutamento numa facção inclui rigorosa seleção com juramento de fidelidade, lealdade e dedicação à causa da facção, mesmo com o sacrifício da vida. A organização do crime segue à lei da selva: demarcação de território estabelecido pelo confronto direto, prevalecendo a vontade do mais forte. Pode tudo: morder, agarrar, fuzilar, metralhar, torturar, chantagear... como disse, a carreira do crime não é para qualquer um, é preciso ser impiedoso, ter a capacidade de não sentir remorso depois de estuprar, roubar e depois matar. Quanto mais hedionda for a ficha corrida, mais pontos conta na hierarquia da carreira criminosa. E por incrível que pareça, mais atrai as boas almas defensoras dos direitos humanos ávidas em perdoar e resgatar cordeiros desgarrados. CLÁSSICOS GAÚCHOS. A antiga gangue FALANGE GAÚCHA virou ordem de samaritanos diante de facções perversas de verdade mais recentes como o Primeiro Comando do Interior e os terríveis BALA NA CARA. Eles que se cuidem, pois vem aí a nova geração dos BALA NOS BALA. É bala para todo lado. Os Quartéis do crime organizado no Brasil são os presídios. Logo, o maior deles no Brasil, o Presídio Central de Porto Alegre é o Quartel General do crime. Há poucos dias a Zero Hora publicou que o descontrole das autoridades é tamanho que o próprio juiz encarregado de fiscalizar o presídio admitiu que quem manda lá são as facções criminosas. As celas ficam permanentemente abertas, não há chaves, nem grades. Os presos circulam livremente pelas galerias e ditam as regras. Incrível, até produtos de limpeza e as roupas usadas pelos detentos, são fornecidos pelas lideranças das quadrilhas. O Estado é dependente das facções, pois são elas que asseguram a integridade dos presos. Cada galeria tem 500 presos e nenhum policial. Simplesmente o Estado não tem condições reassumir o controle do presídio. FACÇÃO LIDER NO BRASIL. O Primeiro Comando da Capital é a facção criminosa mais organizada do país. Ela usa o falido sistema penitenciário brasileiro como ferramenta para se transformar num grupo de ação política e ideológica em todos os estados. Numeroso, articulado e, ambicioso, o PCC já domina quase todas cadeias paulistas, tem ramificações nos países vizinhos e estabeleceu como meta estender sua rede de colaboração por todas as regiões brasileiras. Além disso, já tem influência direta nos indicadores de criminalidade de São Paulo ao controlar o mercado de drogas e estabelecer uma espécie de “instância de regulação” no mundo do tráfico, onde a maioria dos conflitos não precisam mais ser resolvidos à bala. OS ARQUITETOS DO MAL. 1. O consumidor – quem nunca dispensou nota fiscal em troca de desconto? Quem nunca comprou porcaria chinesa de ambulantes? A desculpa que, quem rouba de ladrão tem cem anos de perdão, não cola, e comprar pechincha do camelô implica participar do esquema da máfia sangrenta chinesa Sun Yee On. 2. O eleitor – Contribuímos para o fundo eleitoral que financia campanha de candidatos que irão nos roubar. Quanto a isso não há saída, mas votar deliberadamente em ladrão, não há perdão. 3. Os consumidores de drogas – Eles têm a ilusão que a droga proporciona prazer, e usam o argumento para justificar porque financiam as violentas facções que gerenciam o negócio sujo. Ora, se não houvesse receptores de mercadorias contrabandeadas; eleitores que elegessem candidatos corruptos e consumidores de drogas financiadores de narcotraficantes... ou seja, se não houvessem os arquitetos...

Categoria visitou escolas públicas estaduais do município e participou de reunião no 29º Núcleo do CPERS

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a terça-feira, 07, a Caravana do CPERS, com o slogan em Defesa da Escola Pública visitou todos os seis municípios que fazem parte do 29º Núcleo do CPERS, sendo eles, Santiago, Jaguari, Unistalda, São Vicente do Sul, Capão do Cipó e Nova Esperança do Sul. Durante as visitas realizadas pela caravana, foram debatidos temas como a conjuntura política e também a importância do período eleitoral para que possa haver mudanças para a categoria. Em entrevista ao jornal A Folha, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer disse que é um crime o que irão fazer com os alunos das escolas públicas, se referindo à Reforma

do Ensino Médio e também dos impactos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), “no Ensino Médio das escolas públicas, proposto pelo governo, os alunos terão nos três anos Português, Matemática e Inglês e dos 5 percursos formativos que temos, hoje na escola, poderá ser ofertado somente um, isso nos preocupa, por que como nossos alunos irão disputar uma vaga na universidade se vão faltar 4 percursos formativos para eles terem um conhecimento total e poder disputar da mesma forma como os alunos das escolas privadas ou ainda participar do ENEM e do próprio vestibular?”, comentou Helenir. Esta é uma das preocupações do CPERS,

além de outras mudanças que estão sendo propostas para escolas públicas, que podem prejudicar os alunos. A presidente do CPERS, Helenir Aguiar também comentou sobre o sucateamento das escolas da rede pública de ensino, que afetam a aprendizagem dos alunos. “Nossa Caravana é uma grande jornada em defesa da escola, estamos falando com professores e funcionários e queremos ampliar este debate para os pais e alunos, porque está na horas deles se somarem conosco para evitar que este projeto seja implantado”, destacou Helenir. A presidente, falou ainda que, por este ano ser eleitoral, é importante analisar não somente a conduta do can-

didato, como também suas propostas e o seu partido, votando consciente e em alguém que vai fazer a diferença. Segundo Helenir, quando a pessoa vota nulo ou branco e, na intenção de votar em pessoas, independente do partido, é um jeito de manter o projeto neoliberal no poder. Para ela, política é cidadania e renunciá-la é o mesmo que renunciar a vida e a cidadania. A Caravana do CPERS iniciou os trabalhos em São Borja, já na terça-feira foi a vez de Santiago, no 29º Núcleo que tem como presidente Leandro Wesz Parise, na quarta-feira, 08, Santa Maria, 2º Núcleo, e, na quinta-feira, 09, ocorreu o encerramento em Cachoeira do Sul, no 6º Núcleo.

Comandante da 3ª Divisão de Exército Inspeciona Operação Fronteira Sul

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Comandante da 3ª Divisão de Exército, General de Divisão Mauro Sinott Lopes realizou, no dia 30 de julho, uma visita de inspeção na área da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento da Operação Fronteira Sul. Na oportunidade, o General Sinott reuniu-se no quartel do 9º Batalhão Logístico, com os integrantes dos Órgãos de Segurança Pública e transmitiu orientações a respeito do trabalho do Exército nas ações interagências.

General se reuniu com Órgãos da Segurança Pública


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