Revista Águas do Brasil - 13

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REVISTA ÁGUAS DO BRASIL EDIÇÃO 13

Gravura sobre os bandeirantes, do século XVIII.

decisão do STF, tendo a nascente “A” do rio Araguaia como ponto de partida das linhas demarcatórias entre os dois estados. A partir de 1780, com o esgotamento das jazidas auríferas, a Capitania de Goiás iniciou um processo de ruralização e regressão a uma economia de subsistência, gerando graves problemas financeiros, pela ausência de um produto básico rentável. Para tentar reverter esta situação, o governo português passou a incentivar e promover a agricultura em Goiás, sem grandes resultados, já que havia temor dos agricultores ao pagamento de dízimos; desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola, pouco rentável; a ausência de um mercado consumidor; e dificuldade de exportação, pela ausência de um sistema viário. Com a Independência do Brasil, em 1822, a Capitania de Goiás foi elevada à categoria de província. Porém, essa mudança não alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que continuava vivendo um quadro de pobreza e isolamento. A expansão da pecuária em Goiás, no início do século XIX, alcançou relativo êxito, trouxe como consequência o aumento da população, com correntes migratórias oriundas, principalmente, dos Estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Novas cidades surgiram: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis (Capelinha), entre outras. No norte (hoje Estado do Tocantins), além do surgimento de novas cidades, as que já existiam, como Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam novo impulso. A proclamação da República, em 1889, também não alterou os problemas socioeconômicos enfrentados pela população goiana, em especial pelo isolamento proveniente da carência dos meios de comunicação, com a ausência de centros urbanos e de um mercado interno e

Mapa das Capitanias no Brasil, em 1750, com destaque para a Capitania de Goiás (na grafia arcaica: Capitania de Goyaz)

Construção de Goiânia, destaque para o Palácio das Esmeraldas, em 1940.

Vila Boa, Capital da Província, 1830, Cidade de Goiás – Johann Axmann

com uma economia de subsistência. As elites dominantes continuaram as mesmas. As mudanças advindas foram apenas administrativas e políticas. A situação do Estado começa a tomar novos rumos após a Revolução de 1930, o governo adota como meta trazer o desenvolvimento para o estado, resolver os problemas de transporte, educação, saúde e exportação. Além disso, a revolução de 30 em Goiás deu início à construção de Goiânia, como a nova capital do Estado. A partir de 1940, Goiás cresce rapidamente, o desbravamento do mato groso goiano, a campanha nacional de “marcha para o oeste”, que culmina na década de 50 com a construção de Brasília, imprimem um ritmo acelerado ao progresso de Goiás. A partir de 1960, o Estado passa a apresentar um processo dinâmico de desenvolvimento. Nos anos mais recentes, torna-se um grande exportador de commodites agropecuárias, destacando-se pelo rápido processo de industrialização. O processo de modernização agrícola na década de 1970 e o posterior desenvolvimento do setor agroindustrial na década de 1980 representaram uma nova página para o desenvolvimento de Goiás. A expansão desses setores ampliou as exportações e os elos da cadeia industrial do Estado, impulsionando a atividade econômica que permanecia estagnada por décadas. O papel dos Governos Estadual e Federal vitais para o processo de modernização da agricultura e desenvolvimento do setor agroindustrial. A partir da década de 1990 houve maior diversificação do setor industrial por meio do crescimento de atividades do setor de fabricação de produtos químicos, farmacêuticos, veículos automotores e produção de etanol. Esse dinamismo econômico provocou a redistribuição da população no território, com um intenso êxodo rural, voltado principalmente para a Capital e entorno de Brasília, e cidades próximas às regiões que desenvolveram o agronegócio como Rio Verde, Jataí, Cristalina e Catalão.


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