Revista Afirmativa 42

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o Brasil se dará conta de que inclusão educacional e profissional da população negra robustece a economia e solidifica as bases para um crescimento sustentável e distributivo”. Segundo Hédio Silva Jr., diversos fatores podem ser apontados para esta tomada de decisão: “Sem dúvida o grande protagonista desta decisão do Supremo foi o Movimento Negro brasileiro e seus aliados na política, na academia, nas corporações, enfim, formadores de opinião que nos últimos anos se deram conta da gravidade do problema das desigualdades raciais e da necessidade de uma intervenção efetiva neste problema. Outros fatores também contribuíram, mas penso que o fundamental é que há 20 anos o país sequer reconhecia a existência do problema racial e atualmente este tema é obrigatório quando se fala em direitos humanos, em cidadania ou políticas de inclusão social no Brasil. Certamente foi esta mudança que impactou a consciência dos ministros do STF. Vários ministros citaram expressamente a atuação da Afrobras e da Faculdade Zumbi dos Palmares como fatores que contribuíram para que passassem a ver a questão racial com mais abrangência e acuidade”. Independente do motivo, vale ressaltar que esta é: “uma vitória sem precedentes e uma verdadeira revolução no entendimento jurídico da matéria da igualdade e do papel do Estado na garantia da igualdade material, igualdade de oportunidade e não apenas igualdade formal, retórica. No limite, o que o Supremo afirmou é que sem igualdade racial não há democracia, não há cidadania”.

Edição 42 • Afirmativa Plural 31


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